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ENEM 2021 (Brasil) - AULA 00: O DESCOBRIMENTO

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O DESCOBRIMENTO E O CRISTIANISMO 
No fina do século XV, em 1500, partiu de Lisboa, a maior metrópole do Reino 
português, uma expedição de treze navios. Ia em direção a Calicute, nas Índias. 
Era a mais forte e poderosa esquadra que já saíra de Portugal. Faziam parte dessa 
esquadra mil e duzentos homens: famosos e experientes navegadores e marinheiros 
desconhecidos. Todos os tipos de homens, ricos e pobres, nobres e plebeus. Parecia que 
todos os portugueses estavam nas embarcações que enfrentariam o Mar Tenebroso, como 
era conhecido o Oceano Atlântico. 
A expedição dava prosseguimento às navegações portuguesas. Uma aventura que, no 
século XV, distinguira Portugal, por mobilizar muitos homens, exigir inúmeros 
conhecimentos técnicos e requerer infindáveis recursos financeiros. Homens, técnicas e 
capitais em tão grande quantidade que somente a Coroa, isto é, o governo do Reino 
português, possuía condições de reunir ou conseguir. Uma aventura que abria a 
possibilidade de obter riquezas: marfim, terras, cereais, produtos tintoriais, tecidos de 
luxo, especiarias e escravos. Uma aventura que também permitia a propagação da fé 
cristã, convertendo pagãos e combatendo infiéis. Uma aventura marítima que atraía e, ao 
mesmo tempo, enchia de medo, tanto os que seguiam nos navios, quanto os que 
permaneciam em terra. 
O rei Dom Manuel I, que a seu nome acrescentara o título de "O Venturoso", confiou 
o comando da esquadra a Pedro Álvares Cabral, Alcaide - Mor de Azurara e Senhor de 
Belmonte. Dom Manuel esperava concluir tratados comerciais com o governante de 
Calicute, o samorim, para ter, com exclusividade, acesso aos produtos orientais. Sua 
intenção era, também, que fossem criadas condições favoráveis à pregação da religião 
cristã, por missionários franciscanos. A missão da frota de Cabral reafirmava, assim, os 
dois sentidos orientadores da aventura das navegações portuguesas: o mercantil e o 
religioso. 
E, ao que parece, Dom Manuel esperava ainda, com essa expedição, consolidar 
o monopólio do Reino sobre a Rota do Cabo, o caminho inteiramente marítimo até as 
Índias, aberto por Vasco da Gama, em 1498. Era preciso garantir a posse daquelas terras 
do litoral atlântico da América do Sul. Terras que, de direito, pertenciam a Portugal, desde 
a assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494. 
 
 
Em Vera Cruz os portugueses permaneceram alguns dias, entrando em contato com 
seus habitantes. Em 26 de abril, frei Henrique de Coimbra, o chefe dos franciscanos, 
HISTÓRIA PARA ENEM 2021 - BRASIL 
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/o_descobrimento.html#especiaria
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/o_descobrimento.html#pagao
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/o_descobrimento.html#mercantil
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/o_descobrimento.html#monopolio
celebrou uma missa observada, a distância, por homens "pardos, maneira de 
avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos, andam nus, sem nenhuma 
cobertura, nem estimam nenhuma coisa cobrir, nem mostrar suas vergonhas, e estão 
acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto", na descrição de Caminha. 
A primeira missa realizada no Brasil foi um marco histórico, pois simbolizou o início 
da entrada do cristianismo numa terra habitada por milhões de indígenas, que para os 
europeus, eram um povo sem cultura pela falta da religião (o cristianismo no caso). “A 
principal cousa que me moveu a mandar a povoar as ditas terras do Brasil foi para que a 
gente dela se convertesse à nossa santa fé católica”. Esse trecho pertence à D. João III, 
rei de Portugal, em uma correspondência trocada com Tomé de Souza, que em 1548 
tornou-se o primeiro governador geral do Brasil. 
A grande empreitada marítima portuguesa às terras americanas foi uma espada de 
duas lâminas, além da busca por riquezas a esquadra portuguesa estava munida do desejo 
cristão de expandir seus territórios. Dois poderes entraram nas caravelas, a coroa 
portuguesa e a igreja, instituição mais poderosa até meados do século XVI. Ao obter a 
dupla missão de dilatação do império e da fé, cabia à Coroa o papel de padroeira da Igreja 
Católica nas terras recém-conquistadas. 
A cerimônia foi assistida pelos portugueses e também pelos nativos. De acordo com 
as anotações de Pero Vaz de Caminha, o sermão realizado sobre a chegada dos 
portugueses e a terra recém-descoberta constituiu a primeira peça de oratória sacra do 
Brasil. Os portugueses que assistiram a missa faziam parte da expedição, cuja maioria era 
composta por marinheiros, além de Cabral e Caminha. Foi através dos relatos de Caminha 
que foi registrada a participação dos indígenas na missa. Os indígenas acompanharam 
pacificamente a missa católica, copiando muitos dos gestos e movimentos feitos pelos 
portugueses. Esse fato levou Caminha à conclusão de que a futura conversão dos nativos 
ao catolicismo seria uma missão fácil e tranquila. 
A segunda missa católica ocorreu na região da foz do rio Mutari (Porto Seguro, 
Bahia), no primeiro dia de maio de 1500. Essa missa ficou marcada pela oficialização do 
nome da terra descoberta por Cabral, Vera Cruz, além de tomar posse em nome do rei 
português. 
Apesar das participações dos nativos, os portugueses não puderam com eles 
conversar, porque nem mesmo o judeu Gaspar - o intérprete da frota - conhecia a língua 
que falavam. Neste momento de encontro, conhecido pelo nome de Descobrimento, a 
comunicação entre as culturas europeia e ameríndia tornou-se possível, somente, por 
https://www.infoescola.com/historia/carta-de-pero-vaz-de-caminha/
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/desc_brasil.html
meio de gestos. Duas culturas apenas se tocavam, abrindo margem às interpretações que 
ressaltavam as diferenças entre elas. Assim, quando um dos nativos "fitou o colar do 
Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar", 
Caminha concluiu que era "como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra". 
 
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/duas_culturas.html
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/o_descobrimento.html#nativo

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