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ALEX BRANDÃO BORCHARDT - RA 8136888 Graduação em Educação Física (Bacharelado) BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA: PORTFÓLIO SÍNDROME METABÓLICA Tutor a distância: Prof. Virgínia Campos Silvestrini CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO VITÓRIA 2021 ALEX BRANDÃO BORCHARDT - RA 8136888 Graduação em Educação Física (Bacharelado) BIOQUÍMICA E FARMACOLOGIA: PORTFÓLIO SÍNDROME METABÓLICA Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano para a disciplina, Bioquímica e Farmacologia ministrada pela professora Virgínia Campos Silvestrini. VITÓRIA 2021 1 INTRODUÇÃO O trabalho apresentado consiste em uma pesquisa descritiva, elaborada através de referenciais teóricos publicados, acerca de pacientes portadores de Síndrome Metabólica, onde se procurou identificar a definição da Síndrome Metabólica, quais parâmetros e vias estão alteradas, bem como os fármacos utilizados para tratamento. O presente estudo faz parte dos conteúdos estudados na grade curricular da disciplina de Bioquímica e Farmacologia para graduação em Educação Física(Bacharel). Durante o desenvolvimento do trabalho busquei realizar uma pesquisa através de artigos e periódicos mais atuais, publicados e disponíveis na internet, a respeito do que se trata a Síndrome Metabólica, com o objetivo de aprofundar o conhecimento sobre o assunto, conceituando o que é a Síndrome Metabólica, compreendendo como e porque ocorrem, as alterações metabólicas no organismo, e quais os fármacos podem ser utilizados para o tratamento. De acordo com os referenciais teóricos a SM é considerada um problema de saúde pública crescente, condições socioeconômicas e o sedentarismo, alimentação não saudável, resistência à insulina, podem ser fatores preponderantes para uma maior incidência de portadores com síndrome metabólica. Segundo Andrade; Duarte; Costa(2020): A síndrome metabólica (SM) é uma condição clínica desafiadora para a saúde pública, caracterizada por um conjunto de alterações fisiopatológicas que atuam simultaneamente elevando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), diabetes melito tipo 2 (DM) e morte (NCEP-ATP III 2001). Indivíduos acometidos por essa síndrome apresentam duas vezes mais risco de desenvolver DCV e cinco vezes de desenvolver DM se comparados aos que não a possuem, sendo os idosos o grupo com maior prevalência de desfechos cardiovasculares desfavoráveis. De acordo com a literatura, o mais recente relatório sobre as condições de saúde expedido pela Organização Mundial da Saúde OMS(2018), “destaca que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) que compõem a SM estão aumentando e ressalta a necessidade de estudos sobre os fatores de risco associados a essas condições para que medidas de controle possam ser adotadas”. Diante ao que foi citado acima, faz-se necessário uma breve pesquisa a respeito do assunto sugerido, visto que se trata de uma questão de saúde, e sendo assim é muito importante para que nós futuros profissionais de Educação Física tenhamos uma melhor compreensão a respeito das mazelas que acometem a saúde da população, para que possamos contribuir na atuação para minimizar incidências de indivíduos com os aspectos clínicos diagnosticados que estejam relacionados à falta de atividades físicas. 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 SÍNDROME METABÓLICA De acordo com o Ministério da Saúde, o termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que se manifestam no indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Mesquita e Neves(2018) caracterizam a síndrome metabólica da seguinte forma: A SM é caracterizada por um conjunto de variações fisiopatológicas coexistentes, sendo a principal anormalidade metabólica e a mais frequente na contemporaneidade, acometendo a população adulta e crescendo cada vez mais por conta da obesidade e estilo de vida.(10) É também a maior causadora de episódios cardio vasculares na população, elevando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes. Observado também crescimento de 12% na mortalidade cardio vascular em indivíduos com a SM quando comparados com os que não se enquadraram nos critérios da SM Segundo a OMS (2018), a Síndrome Metabólica “é fundamentada em dados clínicos e laboratoriais (glicemia de jejum, resistência à ação da insulina, pressão arterial, circunferência da cintura e quadril, índice de massa corporal, triglicerídeos, HDL-C e microalbuminúria)” A síndrome metabólica é definida como a agregação de fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2, caracterizada por hipertrigliceridemia, baixo HDL-colesterol (HDL-c), intolerância à glicose de jejum, hipertensão arterial e obesidade, particularmente a obesidade abdominal. ALBERTI et al., 2009; GRUNDY et al., 2005; KAHN et al., 2005; ECKEL et al., 2005(apud PEGOLO, 2010, pág. 17). A SM pode ser definida pela junção de diversos distúrbios metabólicos,caracterizado por um quadro de intolerância à glicose, hipertensão, níveis elevados de triglicerídeos, baixos níveis de colesterol HDL e obesidade abdominal. A associação destes fatores possui um alto risco para a manifestação de DM2 e de doenças cardiovasculares. Sua prevalência já atinge cerca de um quarto da população adulta mundial e é responsável por aumentar em duas vezes o risco de morte e em até cinco vezes o risco para desenvolvimento de DM2 GARCIA LIRA NETO et al.,2018(apud VIDAL;VEZARO,2020, pág.214). O acúmulo de gordura corporal é concomitante à obesidade, e isso gera várias alterações no organismo humano de forma maléfica, e essas alterações, bem como à resistência à insulina é que definem a síndrome Metabólica. A prevalência mundial de SM é de 25-25%, sendo mais frequente em mulheres. Não há dados estatísticos gerais em relação à prevalência no Brasil, apenas alguns estudos pontuais com idosos (30,9% a 53,4%), imigrantes japoneses (54,3%), população rural (21,6%) e em regiões específicas como a região semiárida baiana 38,4% (em mulheres) e 18,6% (em homens). De acordo com a literatura, “a finalidade essencial no diagnóstico da SM é a adaptação do tratamento e o equilíbrio dos fatores de risco que possam intensificar o quadro na proporção em que as doenças envolvidas nesta síndrome são crônicas e suas consequências imutáveis.” PEGOLO(2010,pág. 19-20) faz sua contribuição, segundo a definição do NCEP-ATP III: A definição do NCEP-ATP III, seriam diagnosticados portadores de síndrome metabólica indivíduos com pelo menos três dos seguintes fatores de risco: obesidade abdominal, constatada por meio da circunferência da cintura (> 20 102 cm nos homens e > 88cm nas mulheres), triglicerídeos igual ou superior a 150 mg/dL, baixo HDL-c (< 40 mg/dL nos homens e < 50 mg/dL nas mulheres), pressão arterial sistólica ≥ 130 / diastólica ≥ 85 mmHg e glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL (NCEP-ATP III, 2001). No Brasil, a I Diretriz de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica, publicada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2005), recomenda para indivíduos adultos a definição proposta pelo NCEP-ATP III. Segundo a NCEP-ATP III para a caracterização da SM, é necessária a presença de três dos cinco critérios a seguir: circunferência abdominal superior a 102 cm para homens e 88cm para mulheres, pressão arterial superior ou igual a 130/85 mmHg, glicemia de jejum superior ou igual a 100 mg/dl, triglicérides (³ 150 mg/dL) e a redução do HDL- col (< 50 mg/dL para mulheres e < 40 mg/dL para homens), (MESQUITA; NEVES, 2018). Uma observação em relação aos diagnósticos de SM,é que todos eles incluem medidas de distúrbio da homeostase da glicose, hipertensão arterial, dislipidemia e obesidade central.Outros estudos têm ainda sugerido a participação de fatores de risco não tradicionais, a exemplo são os indicadores de inflamação e indicadores pró-trombóticos, como componentes da SM, entretanto estes indicadores ainda são um tanto controversos e não foram incluídos em nenhum dos critérios diagnósticos da SM(DE MELLO PINTO, 2011). 2.2 FÁRMACOS UTILIZADOS De acordo com VIDAL;VEZARO(2020, pág.219), a complexidade dos eventos patológicos que resultam no acometimento da SM decorre em distintas formas de intervenção para seu tratamento.Podemos dividir os meios de tratamentos em farmacológicos, que são utilizados quando a SM já está instalada, e o estilo de vida, relacionado como a qualidade da rotina alimentar e prática de exercícios físicos, que são meio de prevenção antes de uma possível instalação da SM, ou ainda acessórios em concomitância com a intervenção farmacológica quando a SM já instalada. O tratamento com os medicamentos deve seguir as diretrizes para cada fator de risco da SM. Os grupos terapêuticos mais utilizados para DM2 são: biguanidas (metformina), sulfoniluréias(glibenclamida, glimepirida) e inibidor de DPP-4 (vildagliptina, liraglutida). Para dislipidemia as estatinas (sinvastatina) e os fibratos (ciprofibrato). Em relação à hipertensão, os medicamentos encontrados com uma maior frequência representaram os grupos: antagonista de receptor de angiotensina (losartana, valsartana), β-bloqueadores (atenolol,bisoprolol) e inibidores da ECA (enalapril, ramipril) PEREIRA et al.,2019(apud VIDAL;VEZARO,2020) De acordo com os referenciais teóricos, o não comprometimento com a utilização adequada dos medicamentos interferem na eficácia do tratamento, o que pode ocasionar casos extremos em que a intervenção cirúrgica tenha que ser adotada para o controle de fatores preponderantes à Síndrome Metabólica. De acordo com VIDAL;VEZARO(2020) citando(NORA et al.,2016): A gastrectomia vertical e o bypass gástrico demonstraram ser igualmente eficazes e seguros na redução ponderal e remissão da SM em doentes obesos. No entanto, a melhoria do perfil glicêmico pós‐bypass sugere a existência de um efeito antidiabético específico associado ao procedimento. O principal fator de risco para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica, que contribui para o aparecimento dos outros distúrbios que caracterizam a doença, é o sobrepeso (PEREIRA et al.,2019). Portanto, o controle do peso corporal, aliado à uma melhora no quadro de sensibilidade à insulina e controle de dislipidemias são fundamentais para o não desenvolvimento ou controle da SM. O tratamento não-farmacológico mais utilizado e eficaz é a prática regular de exercícios físicos, aliados a uma alimentação equilibrada. Segundo VIDAL; VEZARO(2020, pág.220): Um protocolo de tratamento para a SM deve conciliar exercícios aeróbicos e ou treinamentos com pesos, juntamente com um programa de reeducação alimentar, que deve ser prescrito e preparado de acordo com as necessidades do paciente. Estudos demonstram que a baixa aptidão cardiorrespiratória e a força muscular estão associadas à incidência aumentada de SM, assim como todas as causas de mortalidade, às doenças cardiovasculares TIBANA et al., 2014(apud,VIDAL;VEZARO,2020, pág.220). Um programa de exercícios direcionado ao indivíduo com SM deve conter, em geral, as características de um programa de exercícios aplicado a indivíduos saudáveis que desejam aprimorar a aptidão física. Nesse sentido, a intervenção deve ser composta por três componentes essenciais: treinamento aeróbio, treinamento de força e treinamento de flexibilidade (CELESTINO, 2018). A prática de exercícios aeróbicos realizados de forma prescrita, iniciando com 3 vezes na semana, por ao menos 30 minutos diários, até chegar a uma frequência diária semanal de exercícios podem ajudar em uma melhora nos níveis de insulina, contribuindo para o tratamento da SM. Os exercícios resistidos são efetivos para o aumento da massa corporal e massa magra, diminuição do percentual de gordura corporal, e consequentemente, a diminuição da circunferência abdominal, e, níveis de glicemia capilar, fatores estes importantes no controle a diabetes (CELESTINO,2018). MARQUES et al., 2018(apud VIDAL;VEZARO,,2020,pág.221) relata que: Pode-se apontar como resultados positivos a diminuição da gordura abdominal total, da circunferência abdominal através do exercício de alta intensidade, da pressão arterial pelo exercício de baixa intensidade e da capacidade aeróbica, sendo indicado utilizar estratégias que envolvam diferentes intensidades para o tratamento da SM. Após uma sessão de exercício físico os efeitos sobre a sensibilidade à insulina perduram entre 12 e 48 horas após a sessão, voltando aos níveis pré-atividade em três a cinco dias após a última sessão de exercício físico, o que a necessidade de praticar atividade física com frequência e regularidade. Alguns estudos demonstram que indivíduos com resistência à insulina melhoram a sensibilidade à insulina em 22% após a primeira sessão de exercício e em 42% após seis semanas de treinamento. Isso demonstra que o exercício físico apresenta tanto efeito agudo como efeito crônico sobre a sensibilidade à insulina(SILVA et al.,2019). 3 CONCLUSÃO Podemos perceber que a Síndrome Metabólica é um problema de saúde pública dos tempos modernos, pois, com o avanço dos meios tecnológicos, aliado a correria do dia a dia, contribuem para uma rotina cada vez mais estressante e sedentária, onde muitos cidadãos dão a devida importância a uma alimentação adequada e consequentemente a prática de exercícios físicos de forma regular, fatores estes que podem desencadear um acúmulo de gordura abdominal, levar o indivíduo a um quadro de obesidade que fatidicamente pode gerar um quadro de hipertensão arterial e assim o levar ao diagnóstico de Síndrome Metabólica. Diante os fatos expostos, fica evidente a importância dos Professores de Educação Física no auxílio à prevenção, bem como no tratamento da Síndrome Metabólica, pois cabe a nós profissionais inseridos na área de saúde, promover o incentivo e auxiliar a população sobre a prática de atividades físicas, para que assim se evite problemas de saúde como a SM. Apesar da existência de fármacos para o tratamento da SM, fica claro que o melhor meio ainda continua sendo os métodos não medicamentosos com a prática de atividades físicas atrelada a uma alimentação saudável, continua sendo o melhor meio para a prevenção e combate a Síndrome Metabólica. 4 REFERÊNCIAS ANDRADE, de Bof, Fabíola; Duarte, O, de A. Yeda; COSTA, O. de C. Ana. Síndrome Metabólica: Inatividade Física e Desigualdades Socioeconômicas Entre Idosos Brasileiros Não Institucionalizados. Revista Brasileira de Epidemiologia, 2020. Disponível em::<https://scielosp.org/pdf/rbepid/2020.v23/e200046/pt#:~:text=Nesse%20crit%C3% A9rio%20a%20s%C3%ADndrome%20%C3%A9,e%20triglic%C3%A9ride%20(TG)% 20elevado.>. Acesso em 29 de Abr. 2021. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Biblioteca Virtual em Saúde. Síndrome Metabólica. 2018. Disponível em: https://scielosp.org/pdf/rbepid/2020.v23/e200046/pt#:~:text=Nesse%20crit%C3%A9rio%20a%20s%C3%ADndrome%20%C3%A9,e%20triglic%C3%A9ride%20(TG)%20elevado https://scielosp.org/pdf/rbepid/2020.v23/e200046/pt#:~:text=Nesse%20crit%C3%A9rio%20a%20s%C3%ADndrome%20%C3%A9,e%20triglic%C3%A9ride%20(TG)%20elevado https://scielosp.org/pdf/rbepid/2020.v23/e200046/pt#:~:text=Nesse%20crit%C3%A9rio%20a%20s%C3%ADndrome%20%C3%A9,e%20triglic%C3%A9ride%20(TG)%20elevado <http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2610-sindrome-metabolica>. Acesso em: 28 de Abr. 2021. MESQUITA, de M. Mauro; NEVES, Melo de Matheus. Incidência de Síndrome Metabólica em Pacientes que Utilizam os Serviços do Laboratório Clínico da PUC do Estado de Goiás. Revista Brasileira de Análises Clínicas, 2018. Disponível em: <http://www.rbac.org.br/artigos/incidencia-de-sindrome-metabolica-em-pacientes-que-u tilizam-os-servicos-do-laboratorio-clinico-da-puc-do-estado-de-goias/>. Acesso em:28 de Abr. 2021. PEGOLO, Eliza Giovana. Rastreamento dos Fatores de Risco para Síndrome Metabólica em Adolescentes Eutróficos e Com Excesso de Peso. 2010. Disponível em:<https://www2.fcfar.unesp.br/Home/Pos-graduacao/AlimentoseNutricao/GiovanaPe goloDO.pdf >. Acesso em: 28 de Abr. 2018. VIDAL,G. Rafael; VEZARO, L. Bianca. Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica: Um Estudo de Revisão. Revista Renovare de Saúde e Meio Ambiente. 2020. Disponível em: <http://book.uniguacu.edu.br/index.php/renovare/issue/view/79/93>. 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