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Doenças Exantemáticas Vírus responsáveis Deivid Definição Doença infectocontagiosa que acompanha quadro cutâneo por ação direta do microorganismo ou suas toxinas. Exantema: manifestações cutâneas, como macula, papula, vesícula, bolhas e pústulas. Enantema: lesões em mucosas. Histórico Nome deriva da ordem que foram descobertas. O sarampo, escarlatina, rubéola, doença de Filatov-Dukes, eritema infeccioso e exantema súbito cursam com exantema maculopapular. A escarlatina é uma erupção eritematosa (maculopapular, pele em lixa) difusa na região superior do tórax que se espalha para extremidades e preserva região palmo-plantar e região ao redor da boca (sinal de Filatov) e é mais evidente em regiões de dobra (sinal de Pastia), além da língua em aspecto de morango. Na catapora/varicela há a presença de maculas que tem evolução rápida para pápulas > vesículas > pústulas > crostas. Sua distribuição é centrípeta com progressão centrifuga. Na zoster tem infecção de raiz nervosa com ataxia cerebelar com incapacidade para realizar movimentos finos, precisos e coordenados, além de desequilíbrio de marcha e algumas vezes apresenta impetigo. A maioria das doenças exantemáticas é transmitida por via área com pródromo de sintomas respiratórios e alguns inespecíficos, como febre, cefaleia, dor no corpo e calafrios. Seu período de incubação é de 1 a 3 semanas. Sarampo Paramyxoviridae, RNA- envelopado. O paramyxovirus causa parainfluenza (faringite e pneumonia) e caxumba (parotidite). O pneumovirus é ovirus sincicial respiratório, que causa bronquiolite viral aguda em bebês e SRAG em adultos. Esse vírus tem capacidade de induzir a fusão célula a célula, formando sincício com células gigantes multinucleadas. É RNA polimerase dependente, replica no citoplasma e sai por brotamento. Possui nucleocapsideo helicoidal envolvido por envelope pleomórfico contendo proteína de fusão e proteína de ligação (hemaglutinina neuraminidase na parainfluenza e caxumba, hemaglutinina no sarampo e glicoproteína no VSR). Seu período de incubação é de 10 a 12 dias, possui taxa de transmissibilidade de 90% e começa a apresentar sintomas a partir do 7º dia após inoculação. Suas manifestações clinicas, além dos sintomas de pródromo é o enantema (sinal de Koplik) patognomonico, geralmente 1 a 4 dias antes do exantema, que são pequenas manchas branco- azincentadas, únicas ou múltiplas com halo eritematoso adjacentes aos molares inferiores. A fase exantemática dura de 3 a 5 dias com piora clinica, febre elevada, exantema maculopapular morbiliforme exuberante que inicia na face, pescoço e atrás da orelha. Pode causar descamação furfurácea. Há um comprometimento da imunidade celular transitória por infecção de linfócitos T de memória que expressam CD150 e células dendríticas. Está associado a ativação imunológica e induz fortes respostas imunes especificas, conferindo imunidade vitalícia, cuja contradição é conhecida como paradoxo do sarampo. As complicações do sarampo podem ser infecções bacterianas secundárias, pneumonia de cleluas gigantes (Hecht) com IRG, encefalite e panencefalite esclerosante subaguda, raríssima. O tratamento é sintomático com uso de vitamina A. Possui vacina. Rubéola Togavirus, RNA+, cadeia única e envelopado. Replica no citoplasma e sai por brotamento. É uma doença branda, as vezes subclínicas, tem período de vacinação de 5 a 14 anos, transmissibilidade de 50 a 60% e incubação de 14 a 21 dias. Suas manifestações clinicas são fase prodrômica de 2 a 3 dias com sintomas catarrais, conjuntivite sem fotofobia, febre baixa, enantema (sinal de Forchheimer, são manchas ou petéquias na transição do palato duro e moel) e linfoadenopatia cervical posterior, principalmente retroauricular e occipital (sinal de Theodor). Pode ocorrer faringo tonsilite estreptocócica e escarlatina. A fase exantemática dura 3 dias com exantema maculopapular Rubeoliforme (róseo, discreto e não coalescente), inicia na face e progride sentido crânio caudal rapidamente e tem descamação furfurácea mínima ou ausente. Pode gerar artralgia e complicar com purpura trombocitopenica, encefalite, PEP e síndrome da rubéola congênita. Síndrome da Rubéola Congênita Quanto mais precoce for a infecção em relação a idade gestacional, mais grave será a doença. A infecção na mãe pode causar aborto, morte fetal ou anomalias congênitas como diabetes, catarata, glaucoma e surdez (sintoma mais precoce). Mulheres grávidas não devem receber vacina contra rubéola, elas devem esperar para serem vacinadas após o parto. Trata-se com sintomáticos e a prevenção é feita com a imunização tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) ou tetraviral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). O exantema súbito é a roséola infantum, herpesvírus humanos tipos 6 e 7 (HHV6B e HHV7), o vírus se aloja e replica em glândulas salivares, infectam também linfócitos T, monócitos e células do SNC. O exantema súbito ocorre entre 6 a 15 meses e é a virose exantemática mais comum em lactente, com período de 5 a 15 dias. As manifestações clínicas são uma fase prodrômica de 3 a 5 dias. O exantema surge após o desaparecimento da febre e possui progressão centrífuga que começa no tronco e com acometimento da região retro auricular. Uma complicação é a convulsão febril. Parvoviridae São os menores vírus de DNA. São o parvovírus B19 (que causam eritema infeccioso, crise aplásica em pacientes com anemia hemolítica crônica, poliartrite em adultos e aborto) e o bocavírus, recém descoberto que causa doença respiratória aguda que pode ser grave em crianças pequenas. Seu capsídeo é icosaédrico, não são envelopados e possuem fita simples linear. Infectam células mitoticamente ativas (não possuem meios para estimular o crescimento celular ou codificar polimerase). É o primeiro vírus a se replicar na nasofaringe ou trato respiratório superior, em seguida vira viremia seguindo para medula óssea e outros locais onde se replica e destrói as células precursoras de eritrócitos. Os hospedeiros com anemia hemolítica crônica podem sofrer reticulocitopenia com risco de morte, a chamada crise aplásica. O eritema infeccioso é mais comum em crianças e adolescentes, já em adultos é mais comum desenvolver artralgia e artrite. É uma doença que ocorre no final do inverno e na primavera. Podem infectar gestantes e causar morte fetal por destruir precursores dos eritrócitos no feto. No B19 causa doença com curso bifásico: • Estagio febril inicial (estágio infeccioso, fase prodrômica): produção de eritrócitos tem uma parada de uma semana pela destruição de células precursoras infectadas. A viremia maciça ocorre em 8 dias e é acompanhada de sintomas não específicos semelhantes à gripe. Grandes quantidades de vírus são liberadas nas secreções respiratórias, os anticorpos interrompem a viremia, mas agravam os sintomas. • Estágio sintomático (mediado imunologicamente -fase exantemática): a erupção cutânea e a artralgia observadas coincidem com o aparecimento de anticorpos vírus-específicos, com o desaparecimento do B19 detectável e formação de complexos imunes. O eritema tem 2 fases: fase esbofeteada, unilateral que dura de 2 a 5 dias, a progressão crânio caudal -exantema reticular ou rendilhado- que se propaga para as superfícies extensoras dos membros e posteriormente para as flexoras, durando 2 semanas e a terceira fase, na qual o frio, estresse, luz solar e exercício desencadeiam o exantema nas duas semanas posteriores ao desaparecimento do exantema rendilhado. O bocavírus causa doença respiratória aguda grave, é diagnosticado por ensaios imunoenzimáticos para pesquisa de IgM e IgG. ↳↓↑↪→→● Lívia Alves
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