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1 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira DOENÇAS EXANTEMÁTICAS 1) Caracterizar as doenças que causam febre aguda. ETIOLOGIA Viral RNA negativo-filamentar Gênero Morbillivirus, família Paramyxoviridae 1 sorotipo e 23 genótipos EPIDEMIOLOGIA NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Contágio de até 90% dos expostos susceptíveis; Já foi endêmico antecedente à vida maioria dos menores de 15 anos adquiriam Alta morbimortalidade em crianças desnutridas, menores de 1 ano e que residem em países em desenvolvimento Atualmente os mais acometidos são adolescentes e adultos jovens, que muitas vezes não recebem a segunda dose da vacina após um ano de idade; PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Transmitido pelo contato direto de grandes gotículas respiratórias: fala, espirros, tosse, aerossóis o Alguns relatos que seja transmitido também pelo ar até 1 hora Período de incubação: 10 dias (8-12 dias); Período de transmissibilidade: 4 dias antes do início das erupções cutâneas e 4 dias após o início; o Imunocomprometidos propagam enquanto durarem os sintomas Exposição (infecção ou vacinação) confere imunidade vitalícia; o Anticorpos maternos podem passar para o neonato, protegendo-o nos primeiros meses de vida FISIOPATOLOGIA 1. Inalação de gotículas infectadas no epitélio respiratório ou contato com conjuntiva ocular; 2. Vírus se liga ás células pela proteína hemaglutinina; 3. Ocorre a replicação viral com disseminação da viremia por períodos: o Inicialmente: epitélio respiratório e linfonodos adjacentes (hiperplasia linforreticular); No epitélio respiratório, ocorre necrose celular, vasculite, infiltrado linfocitário e formação de células gigantes de Warthin-Finkeldey junção de células infectadas com mais de 26 núcleos e inclusões intracitoplasmáticas; Afeta linfócitos T CD4+ imunodepressão da resposta Th1; o Viremia primária: tonsilas, pulmões, TGI, baço e linfonodos distantes; o Viremia secundária: pele, vísceras, rins e bexiga sintomas prodrômicos; QUADRO CLÍNICO PRÓDROMO: febre associada à tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik; o Pode acompanhar de mal-estar, mialgia e cefaleia Facies sarampenta: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, coriza mucopurulenta e rash facial SARAMPO 2 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira Febre aumenta com a intensidade dos sintomas catarrais pico no início do exantema; o Frequentemente alcança 40-41°C e persiste por 6 dias 1. Período de infecção: a. Fase prodrômica: febre, tosse produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia + enantema; b. Fase exantemática: exantema maculopapular morbiliforme + febre máxima 2. Período de remissão (a partir do 7° dia): sintomas começam a desaparecer, sendo a tosse a mais demorada (10 dias), mas pode persistir linfonodomegalia cervical e occiptal; 3. Período toxêmico: queda da resistência imunológica do hospedeiro e surgimento de complicações (superinfecções bacterianas e virais – laringite, traqueite, bronquite e pneumonia) EXANTEMAS Manchas de Koplik são um enantema de pequenas manchas branco-azuladas em um fundo avermelhado na mucosa bucal lateral aos dentes molares PATOGNOMÔNICAS o Precedem a erupção em um dia e desaparecem em 2 dias; o A não presença delas não exclui o diagnóstico Exantema surge de 2-6 dias após os sintomas catarrais; o Início: rosto (atrás das orelhas) como máculas vermelhas individuais que empalidecem com pressão; o 12-24 horas: máculas papulares e coalescentes na cabeça e progressão para o tronco; o Progressão para extremidades; Mãos e pés podem ser poupados No 4° dia, todo o corpo está comprometido; o CRÂNIO-CAUDAL A erupção desaparece na mesma ordem em que surgiu com intensa descamação DIAGNÓSTICO Clínica de sintomas; Pesquisa de anticorpos do sarampo IgM em um único espécime sérico; o Anticorpo pode não estar presente nos três primeiros dias de erupção recomendação de coleta após 4 dias Urina, swab da garganta ou sangue podem detectar IgG pelo RNA viral Hemograma: leucopenia com linfocitose 3 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira TRATAMENTO Sintomáticos de febre (antitérmico) e dor (analgésico), oxigênio umidificado e limpeza ocular; Repouso, ingesta de líquidos e dieta livre; Antibiótico tópico de 5-7 dias se conjuntivite purulenta; Isolamento social até 4 dias após o início do exantema; Vitamina A: reduz morbimortalidade: < 6 meses 50.000UI, 6 meses- 1 ano 100.000 UI e >1 ano 200.000 UI com uma dose no diagnóstico e outra no dia seguinte PROFILAXIA Vacinação aos 12 meses de tríplice viral (SRC) e aos 15 meses de tetra viral (SRCV) Se a criança contrair o vírus antes de 12 meses, deve recebe-la em até 72 horas após o contato (vacinação de bloqueio); o Deve-se repetir a vacina no tempo preconizado se for 6-12 meses; Ou então imunidade passiva por imunoglobulina em até 6 dias (gamaglobulina = proteção de 4 semanas) o Vacina administrada após 12 semanas da administração da imunoglobulina imunidade duradoura - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Cecil, Medcurso ETIOLOGIA Também é chamado de quinta doença Causado pelo Parvovírus B19 → DNA-vírus o Vírus pertencente ao gênero Erythrovirus e à família Parvoviridae o Existem vários tipos de Parvovírus, mas apenas o B19 infecta humanos EPIDEMIOLOGIA Mais comum nos escolares 70% dos casos ocorre entre 5 e 15 anos Mais comum na primavera (Fonte: Manual MSD) PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Incubação: longo de em média 16 dias Transmissão: gotículas da respiração e exposição percutânea a sangue ou hemoderivados e via transplacentária QUADRO CLÍNICO Parvovírus primeiramente foi ligado à uma doença humana devo anticorpo específico para o vírus ou o próprio vírus, no soro de pacientes com doença falciforme, sofrendo crise aplástica transitória Vírus se manifesta como uma síndrome hematológica isolada Célula alvo desse vírus são os precursores eritroides na medula óssea (receptores virais são os antígenos P encontrados na superfície de membrana destas células) o Células endoteliais, placentárias e miocárdicas também possuem o antígeno P de membrana → podem ser atacadas pelos vírus o Provoca uma supressão transitória da eritropoese leve e assintomática Nos pacientes com hemoglobinopatias subjacentes ou outras doenças ERITEMA INFECCIOSO 4 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira hematológicas, pode evoluir para crise aplásica transitória Sinais e sintomas determinados pelo efeito citopático do vírus e sua viremia → febre, mal- estar e rinorreia Sem pródromos: febre baixa, cefaleia, rinorreia e obstrução nasal → assemelha a uma infecção viral simples de vias aéreas superiores A maior parte das infecções é assintomática Artropatia: poliartralgia ou poliartrite, que pode aparecer de forma isolada ou associada às outras manifestações. É mais comum em meninas adolescentes e adultos jovens. Articulações mais afetadas são as das mãos, punhos, joelhos e tornozelos. Duração média de 2 a 4 semanas e curso autolimitado. Crise aplástica transitória: crianças com anemia hemolítica crônica podem apresentar um agravamento desta, com reticulocitopenia, devido à lise dos precursores eritroides → febre, prostração, letargia e sinais de anemia grave EXANTEMAS Nestecaso são fenômenos pós-infecciosos mediados imunologicamente, pois aparecem tardiamente, cerca de uma semana depois, correspondendo ao aparecimento dos anticorpos É o que distingue esta doença entre as demais Em adultos, é menos característico e pode ser de difícil visualização em indivíduos de pele escura Evolui em três estágios: o 1º: aparecimento na face (aspecto bofetada) + palidez perioral o 2º: 1 dia após o 1º estágio, exantema se dissemia → manchas vermelhas simetricamente distribuídas no tronco e parte proximal das extremidades superiores e inferiores → depois, essas lesões começam a clarear centralmente (aparência rendilhada) Duração de dias a semanas Palmas e plantas são poupadas Não há descamamento no desaparecimento das lesões o 3º: é o ressurgimento das alterações cutâneas depois da melhora clínica, após 1 a 3 semanas Exercício, estresse, sol e alterações ambientais podem ser fatores desencadeantes DIAGNÓSTICO Hemograma: redução insignificante do nível de Hb na maioria dos casos, mas há redução do número de reticulócitos para níveis não detectáveis no sangue periférico (redução de 90 a 95% dos valores considerados normais) Sorologia com identificação de IgM → melhor teste para detecção da doença o Permanece elevado por 6 a 8 semanas o IgG aparece depois da IgM, geralmente no final da primeira semana de doença Nos pacientes imunocomprometidos e em fetos, o diagnóstico pelo PCR também tem valor → detecção do DNA viral TRATAMENTO Em crianças, raramente o tratamento sintomático é necessário Pacientes com imunodepressão e falência medular pode estar indicado o uso de imunoglobulina intravenosa o Dose recomendada de 200 mg/kg/dia por cinco a dez dias ou 1 g/kg/ dia por três dias Nos casos de evolução para anemia aplástica, com redução importante dos índices hematimétricos → pode ser necessária a transfusão de hemoderivados 5 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira Profilaxia: o Ainda não existe vacina o Em situações de risco elevado, a imunoglobulina intravenosa pode ser administrada como prevenção → não há dados científicos - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Recomendações Atualização de Condutas em Pediatria, Medcurso Também é chamado de roséola ou sexta doença ETIOLOGIA Causado pelo Herpesvírus Humano (HHV) tipo 6 e 7, pertencentes à família Herpesviridae EPIDEMIOLOGIA Comum nos lactentes e pré-escolares Maior pico de incidência é dos 6 aos 15 meses de vida → antes dos 6 meses é incomum devido aos anticorpos maternos Aos 3 anos, 95% das crianças já adquiriam a infecção PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Incubação: o 5 a 15 dias Transmissão: o Por perdigotos o Tempo de contágio ocorre durante a fase de viremia, sobretudo no período febril QUADRO CLÍNICO Esses vírus são emitidos pela saliva de adultos saudáveis portadores para crianças através de pequenas gotículas → penetra na mucosa nasal, oral ou conjuntival → têm como receptores as moléculas CD dos linfócitos T Após o período de viremia, as partículas tornam-se latentes nas células mononucleares, glândulas salivares, ruins, pulmão e SNC HH6 pode provocar supressão das linhagens hematopoiéticas da medula óssea Se manifesta em sua forma clínica clássica em apenas ¼ das crianças infectadas o Inicialmente: sintomas prodrômicos tipo infecção de vias aéreas superiores: rinorreia, hiperemia conjuntival e dor de garganta o Linfadenomegalia cervical e occipital podem aparecer o Após esse período há a instalação de febre alta (39º- 40º) → podem ocorrer crises convulsivas febris em até 10% das crianças infectadas Febre dura de 3 a 5 dias o Em alguns casos podem estar presentes as manchas de Nagavama → úlceras no palato mole e úvula EXANTEMAS Cerca de 12-24h após o desaparecimento da febre, aparece o rash róseo macular não pruriginoso, primeiramente no tronco, com disseminação para o pescoço, face e extremidades o Resolução de 1 a 3 dias Macropapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de diâmetro, não coalescentes DIAGNÓSTICO Essencialmente clínico Hemograma pode indicar leucopenia com linfocitose PCR também pode dar a confirmação laboratorial da infecção TRATAMENTO Apenas sintomático Algumas cepas do HHV têm sensibilidade a fármacos qualitativamente similares aos utilizados no tratamento de CMV → sem resposta ao aciclovir e com resposta, in vitro, ao ganciclovir, cidofovir e foscarnet Por ser uma doença benigna não requer tratamento específico, sendo o ganciclovir utilizado em imunodeprimidos Não existem vacinas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - EXANTEMA SÚBITO 6 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira ETIOLOGIA Vírus Varicela Zóster (VVZ) desenvolvimento de varicela e herpes-zóster o Primoinfecção: varicela, “catapora” latência o Reativação: herpes-zóster, “cobreiro” DNA, família Herpesviridae; Persistem no organismo em forma latente por anos; Altamente contagioso; O vírus é termossensível ao calor; EPIDEMIOLOGIA Varicela geralmente ocorre abaixo dos 15 anos pré-escolar e escolar Herpes-zóster comum acima dos 45 anos o Exceto em crianças que desenvolveram varicela antes dos 2 meses e imunodeprimidos Regiões mais quentes tem menor possibilidade de transmissão PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Transmissão por gotículas e aerossóis ou lesões vesiculares de infectados; Período de incubação inicial: 10-21 dias; Infectadas 2 dias antes do surgimento do exantema e até a formação de crosta em todas as lesões; Duração total da varicela: 2-3 semanas 30% dos indivíduos que tiveram varicela irão desenvolver herpes-zóster; FISIOPATOLOGIA 1. Vírus infecta células epiteliais e linfócitos na orofaringe, conjuntiva e trato respiratório superior; 2. Linfócitos propagam o vírus por todo o corpo; 3. Segunda viremia: penetram na pele pelas células endoteliais sanguíneas até as epiteliais 4. Causa erupções vesiculares; 5. Infiltração de células inflamatórias nas vesículas erupções pustulares; 6. Posteriormente as lesões de rompem, drenam e secam crostas o Células T citotóxicas estão presentes 2- 3 dias após o início da varicela e limitam sua gravidade; o Os anticorpos persistem ao longo da vida Varicela é mais grave em indivíduos com imunidade celular deficiente, mas não em hipogamaglobulinemia o que protege contra o herpes é a imunidade e não os anticorpos adquiridos; O vírus infecta, de forma latente, os neurônios dos gânglios dos nervos cranianos e da raiz dorsal; Quando a imunidade específica declina, ele pode ser reativado a partir de um gânglio, se deslocar ao longo do axônio e se replicar em células endoteliais herpes-zóster nos dermátopos; Progressiva; envolvimento visceral, coagulopatia, hemorragia e extensa disseminação cutânea em indivíduos imunossuprimidos e recém-nascidos; QUADRO CLÍNICO PRODRÔMICOS: febre, cefaleia, anorexia, mal-estar em alguns casos, dor abdominal Febre moderada (39°C) que persiste até 4 dias após o início do exantema; o Íntima relação com o número de lesões; Neonatal: apresentação em até 10 dias adquiriu no período pré e perinatal; o Gestantes que apresentem varicela até 5 dias antes do parto ou até 2 dias após o parto, devem suspender o aleitamento materno e o bebê deve receber imunoglobulina antivaricela zoster hiperimune (VZIG) Síndrome da Varicela Congênita: embriopatia relacionada com a infecção primária da mãe nasprimeiras 20 semanas de gestação; o Retardo do crescimento intrauterino, hipoplasia de extremidades, cicatrizes VARICELA 7 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira cutâneas, defeitos oculares, comprometimento do SNC EXANTEMAS Exantema típico de degeneração e vacuolização celular da camada espinhosa da epiderme e acúmulo de células gigantes multinucleadas; Se iniciam no couro cabeludo, face e pescoço dissemina para tronco e extremidades o CENTRÍPETA Inicialmente: máculas eritematosas pruriginosas evoluem para pápulas vesículas de conteúdo claro pústulas com umbilicação central crostas o Tempo médio de evolução de 24-48 horas; o Número médio de vesículas de 300 (<10-1500); o A pele sobre a crosta pode se tornar hipo ou hiperpigmentada resolução espontânea em dias ou semanas Em locais de mucosa oral e vaginal, podem evoluir para úlceras; Em vacinados: pode aparecer entre o 5° e 26° dia após vacinação exantemas (<50 lesões) brandos e sem febre; o Passou deste período, pode ser que não tenha sido adquirida imunidade e seja contaminação comunitária DIAGNÓSTICO Clínico com exantema típico e história epidemiológica; Hemograma nas primeiras 72 horas: leucopenia linfocitose; o Enzimas hepáticas discretamente aumentadas em 75% dos casos; Liquor de crianças complicadas: pleocitose linfocitária e aumento de proteínas; Em casos graves: o Sorologias: métodos disponíveis ensaio imunoenzimático, aglutinação em látex imunoflorescência indireta, o Citologia das lesões (teste de Tzanck): realiza-se o raspado das lesões e com isso, observam-se as células gigantes e multinucleadas, que podem estar presentes nas infecções por Herpes- simples ou varicela zóster. Não é um teste específico. o Isolamento viral: teste direto do anticorpo ou cultura de vírus. Diagnóstico Diferencial: impetigo, infecções por enterovírus, herpes simples, síndrome de Stevens-Johnson e psoríase gutatta; TRATAMENTO Analgésicos e antitérmicos; Antihistamínicos: evitar prurido e escoriações, que levam a infecções bacterianas secundárias; Soluções antissépticas tópicas nas feridas; Antibióticos nos casos de infecção bacteriana secundária (Streptococcus pyogenes e S. aureus); Afastamento de atividades acadêmicas; Terapia Antiviral Específica: reservado para potencial de complicação: aciclovir pediátrico e famciclovir e valaciclovir em adultos; Indicações Aciclovir VO (ambulatorial): Dose: 20 mg/kg/dose (máximo 800 mg) em 4 8 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira doses/dia, VO, por 5 dias. Deve ser iniciado idealmente nas primeiras 24 horas do início do exantema, até no máximo 72 horas após. o Indicações: adolescente > 12 anos e crianças > 12 meses que tenham: o Doença cutânea crônica; o Doença pulmonar crônica; o Uso de corticoide inalatório (aerossol) ou sistêmico; o Uso crônico de ácido acetilsalicílico; o 2º caso na família. Indicações Aciclovir IV (hospitalar): Dose: 500 mg/m²/dose, IV, 8/8 horas, por 7 dias, ou até 48 horas após o surgimento da última lesão ativa. o Indicações: imunocomprometidos devem realizar sempre o aciclovir venoso, mesmo que passadas 72 horas após o início do rash, haja vista a grande possibilidade de disseminação visceral da infecção. o Indivíduos em uso de corticoide sistêmico em dose imunossupressora. o Mulheres grávidas. o Qualquer indivíduo com sinais de acometimento sistêmico da infecção (ex.: pneumonia, hepatite grave, trombocitopenia, encefalite). PROFILAXIA Pré-exposição: Pós-exposição: vacinação de bloqueio em indivíduos imunocompetentes > 12 meses em até 5 dias após exposição; Imunoglobulina hiperimune: a dose da IGHVZ é de 125 U para cada 10 kg de peso, sendo o máximo 625 U. Deve ser aplicada por via intramuscular em qualquer idade, até 96 horas após o contato com indivíduo com varicela. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Também pode ser chamada de Segunda- Doença É uma das manifestações clínicas provocadas pelo estreptococo beta hemolítico do grupo A (Streptococcus pyogenes): é uma gram- positiva Os Streptococcus do grupo A produzem uma toxina chamada Toxina Eritrogênica, podendo ser do tipo A, B e C: os anticorpos produzidos quando ocorre a Escarlatina também são específicos, por isso uma criança pode apresentar escarlatina mais de uma vez, quando são provocadas por exotoxinas diferentes ETIOLOGIA Existem - de 100 tipos distintos de Streptoccocus pyogenes: 1. Tipos 1, 3, 5, 6,18 e 24 associados à febre reumática; 2. Tipos 49, 55, 57 e 60 associados à piodermite e à GNDA; A distinção de sorotipos é feita através das diferenças bioquímicas: Da proteína M (antígeno de parede celular) confere à bactéria - poder de virulência, pois dificulta a sua fagocitose Das P fímbrias (estruturas filamentosas que se projetam para fora da parede celular) auxiliam na fixação da bactéria ao epitélio, exercendo também uma importante função no processo de infecção EPIDEMIOLOGIA É uma doença muito encontrada em pré- escolares e escolares (faixa etária de 3 aos 15 anos) Ocorre com - frequência associada à faringite e, raramente, com piodermite ou ferida cirúrgica infectada A infecção é incomum no período neonatal e na fase de lactente, devido a passagem de anticorpos protetores maternos ESCARLATINA 9 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira TODAS as infecções por Streptococcus do grupo A têm - incidência em crianças com ¯ de 10 anos Em crianças, há uma - prevalência de pacientes assintomáticos quando comparados com adultos Condições de aglomeração em climas temperados e o inverno estão associados às epidemias de faringite (- de escarlatina) Cerca de 11% dos pré-escolares ¯ de 4 anos e 6% dos escolares possam ser carreadores assintomáticos da bactéria (nesses casos são Streptococcus residentes, que tem ̄ quantidade de proteína M e com isso ¯ virulência) Locais de - propagação da bactéria: creches, escolas, quartéis militares, residências com grande número de pessoas PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO A transmissão ocorre através de gotículas de saliva e secreções nasais eliminadas pelo doente; quando as bactérias se fixam à mucosa da oro e da nasofaringe, iniciam sua colonização e infecção O indivíduo infectado deixa de transmitir a infecção 24h após o início do tratamento com antibiótico adequado A infecção ocorre sempre que existe uma lesão de continuidade com perda da integridade cutânea, sendo que as unhas e a região perineal são locais preferenciais para a colonização Estreptococo do grupo A Fatores que são riscos potenciais para uma infecção invasiva: varicela, infecção pelo HIV, diabetes mellitus, pneumopatias e cardiopatias QUADRO CLÍNICO 1. Tem início agudo com: febre alta (39º a 40ºC), calafrios, vômitos, cefaleia, prostração, amigdalite e dor abdominal 2. Exantema: surge após 24/48h, com aspecto eritematoso e micropapular, dando à pele uma textura áspera, semelhante a uma lixa O rash se inicia no tórax e se dissemina para o pescoço e membros, poupando as palmas e plantas Na face: a fronte e as bochechas ficam hiperemiadas Região Perioral: pálida (Sinal de Filatov) Regiões Flexurais (prega poplítea, axilas, prega cubital): exantema intenso, levando à formação de linhas transversais (Sinal de Pastia) 3. As amígdalas frequentemente estão edemaciadas, hiperemiadase recobertas por um exsudato, sendo que a úvula também pode estar hiperemiada, com petéquias, edemaciada e com aspecto gelatinoso 4. A língua no 1º dia de infecção apresenta-se com aspecto de “morango branco” devido às papilas hipertrofiadas e exsudato branco recobrindo sua superfície; no 3º dia a língua adquire um aspecto de “morango vermelho ou framboesa” pelo fato do exsudato desaparecer e as papilas avermelhadas se tornarem evidentes O rash começa a desaparecer após 1 semana, iniciando pela face e pescoço, deixando uma descamação fina (os pés e mãos são os últimos a descamar, sendo de modo intenso) O processo se completa ao final de 3 semanas (em média) 10 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira DIAGNÓSTICO É principalmente clínico, especialmente diante do exantema típico Em casos duvidosos, a suspeita de uma infecção pelo Streptococcus pyogenes pode ser confirmada por testes laboratoriais para uma abordagem terapêutica - adequada (o tratamento com o antibiótico adequado permite encurtar o tempo da doença, ¯ a transmissão, evitar complicações supurativas e prevenir a ocorrência de febre reumática) Padrão Ouro: cultura de orofaringe em meio ágar-chocolate através do swab (sensibilidade de 90/95%) Desvantagem demora para a obtenção do resultado e a não diferenciação entre estado de portador e infecção aguda Testes Rápidos: são utilizados para a detecção de antígeno, sendo mais imediatos, porém com ¯ sensibilidade (80/90%) e - custo Há também o - nos títulos dos anticorpos estreptocócicos (ASO e anti-DNAse B) entre a fase aguda e de convalescência (é útil na confirmação da infecção de forma retrospectiva): - de 2x ou mais na titulação entre a fase aguda e de convalescência é um indício favorável à ocorrência da infecção Leucocitose com Desvio à Esquerda: achado inespecífico observado na escarlatina Exame Físico: A erupção da escarlatina é um eritema difuso que clareia mediante compressão, com numerosas elevações papulares (1 a 2mm) TRATAMENTO Os objetivos do tratamento são: encurtar o tempo da doença, ¯ a probabilidade de transmissão da bactéria pessoa-pessoa, ¯ as chances de complicações supurativas (como otite média, abscessos) e não supurativas (como a febre reumática) Antibiótico: Penicilina deve ser mantida por 10 dias mesmo com a melhora clínica anterior a este período, com o intuito de garantir a erradicação do patógeno da orofaringe Cerca de 24h após o início da terapia, a criança não é mais infectante Esquemas: 1. Penicilina G benzatina na dose de 1.200.000 UI IM em dose única para crianças - de 25kg e 600.000 UI IM em dose única para crianças com ¯ de 25 kg; 2. Amoxicilina 50mg/kg/dia, VO 12/12h por 10 dias; 3. Alérgicos à penicilina poderão usar eritromicina 40mg/kg/dia, VO por 10 dias OU claritromicina 15mg/kg/dia, VO 12/12h por 10 dias OU azitromicina 10mg/kg/dia, VO 1x por dia por 5 dias; 4. Cefalosporinas utilizadas em casos de indivíduos alérgicos à penicilina e eritromicina, devendo ser evitada em crianças com hipersensibilidade do tipo imediata anterior (como em uma urticária, angioedema); pode ser utilizado uma cefalosporina oral de ¯ espectro por 10 dias PROFILAXIA Vacinas não estão disponíveis Em pacientes que apresentem febre reumática como complicação, a profilaxia é feita com penicilina - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Conhecida também como Síndrome Linfomucocutânea ou Poliartrite Nodosa Infantil É caracterizada por uma “inflamação” vascular generalizada (vasculite febril), que acomete preferencialmente os vasos de calibre médio, principalmente as artérias coronárias, podendo desenvolver dilatação aneurismática, trombose e estenose com quadros de infarto e morte súbita Sulfametoxazol- Trimetropin: não deve ser utilizado, pois não erradica o Streptoccocus da orofaringe KAWASAKI 11 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira ETIOLOGIA O agente etiológico é desconhecido, porém parece ser de natureza infeciosa Acredita-se que o agente provoca uma resposta imune anormal em pessoas geneticamente predispostas FATORES DE RISCO Idade Jovem Sexo Masculino Anormalidades Laboratoriais: Neutrofilia, trombocitopenia, ¯ das transaminases hepáticas, hiponatremia, hipoalbuminemia, elevação da proteína C reativa Febre prolongada ou recrudescência da mesma após um período afebril EPIDEMIOLOGIA Afeta predominantemente crianças ¯ de 5 anos de idade (80% dos casos), com média entre 2/3 anos Há um ligeiro predomínio de meninos É rara antes dos 3 meses de idade, podendo estar associado a um possível papel protetor dos anticorpos maternos A doença apresenta - frequência em crianças asiáticas PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Transmissão: não é uma doença contagiosa Período de Incubação: não se sabe o agente ao certo, apenas que deve estar relacionado à imunidade do indivíduo, fazendo com que as próprias células ataquem os vasos sanguíneos QUADRO CLÍNICO O processo de inflamação vascular acomete as 3 camadas: íntima, média e externa Verificam-se anormalidades como edema, infiltração de células inflamatórias (como polimorfonucleares, linfócitos, macrófagos) e depósitos de imunoglobulinas, principalmente IgA nas camadas celulares Há perda de integridade estrutural do vaso como consequência dessas anormalidades, resultando em sua dilatação com formação de aneurismas fusiformes ou saculares Com a lesão intimal e o alentecimento do fluxo sanguíneo, podem ocorrer trombos intraluminais O processo de cicatrização subsequente conduz ao desenvolvimento de uma estenose da parede da artéria Sinais Clássicos: 1. ENVOLVIMENTO CARDÍACO: manifestação - importante na doença; na fase aguda há miocardite (50% dos casos), manifestada pela presença de taquicardia desproporcional à febre e ¯ da contratilidade miocárdica vista ao ECO; podem ser encontrados também regurgitação valvar (comprometimento do endocárdio) e derrame pequeno (comprometimento do pericárdio); 2. Febre - e Remitente: persiste por 1-2 semanas ou até 3-4 semanas em alguns pacientes; é considerado o principal sinal da doença, encontrando-se presente em 95/99% dos casos; a febre está correlacionada ao desenvolvimento de aneurismas coronários 3. Congestão Ocular Bilateral: presente em 88% dos casos; aparece dentro de 2/4 dias do início do quadro, sendo uma alteração do tipo hiperemia, sem exsudato; uveíte anterior está presente em muitos casos; a regressão da conjuntivite ocorre em 1-2 semanas 4. Alteração dos Lábios e Cavidade Oral: presente em 90% dos casos; há hiperemia, ressecamento, fissuras, descamação e sangramento dos lábios 5. Exantema Polimorfo: presente em 92% dos casos; surge do 1º ao 5º dia de febre; acomete inicialmente o tronco e posteriormente as extremidades; pode ser encontrado rash maculopapular, eritema multiforme ou escarlatiniforme OBS: a presença de vesículas e bolhas torna-se o diagnóstico pouco provável 6. Alteração nas extremidades: ocorrem em 88 a 94% dos casos; eritema palmoplantar que aparece dentro de 5 dias de doença e/ou edema endurado de mãos e pés, ocorrendo 12 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira descamação periungueal após 1/3 semanas do início do quadro clínico 7. Linfadenopatia Cervical Aguda Não Supurativa: ocorre em 50 a 75% dos casos; pode ser uni ou bilateral, medindo- do que 1,5cm de diâmetro; o linfonodo é firme, doloroso e não flutua, podendo estar presente desde o início da doença e ser acompanhado por torcicolo e rigidez de nuca OBS: a presença de linfadenomegalia generalizada não é característica comum na DK Fases da Doença: 1. Aguda 1 a 2 semanas Período caracterizado pela febre, miocardite e outros sinais clínicos; 2. Subaguda 2 a 3 semanas Há a formação de aneurismas de coronárias, que se formam em até 20/25% das crianças não tratadas; há aneurismas gigantes (igual ou - que 8mm) e apresentam grande risco de ruptura, trombose e estenose; A febre e outros sinais começam a ¯, persistindo a irritabilidade, anorexia e conjuntivite; Início da descamação periungueal, trombocitose e desenvolvimento de hemossedimentação, com proteína C reativa - 3. Fase de Convalescência duração de 6 a 8 semanas Não são vistos sinais e sintomas; A velocidade de hemossedimentação e a proteína C reativa permanecem - até 8 semanas; 4. Fase Crônica de meses a anos Podem permanecer assintomáticos ou com sequelas cardíacas A DK é pleomorfa é acomete quase todos os sistemas orgânicos: Aparelho Gastrointestinal diarreia, vômitos, dor abdominal, íleo paralítico, disfunção hepática com icterícia, hidropisia da vesícula biliar, pancreatite Aparelho Musculoesquelético artrite, miosite, artralgia Aparelho Respiratório rinorréia, dispneia, tosse, faringite necrosante, otite média, pneumonia e efusão pleural SNC irritabilidade importante em lactentes, meningite asséptica, paralisia facial, convulsão e hemiplegia Aparelho Urinário piúria estéril, nefrite e insuficiência renal aguda Outros uveíte, iridociclite (inflamação da parte anterior do olho), hipoacusia, alopecia, reativação do BCG, gangrena de extremidades, necrose de suprarrenal, orquite, hidrocele, entre outros DIAGNÓSTICO É clínico, não existindo nenhum exame patognomônico DK clássica: o diagnóstico é feito quando há febre prolongada (4-5 dias) + 4 a 5 dos demais critérios DK atípica ou incompleta: o paciente tem febre prolongada (4-5 dias), mas apresenta ¯ de 4 dos demais critérios de clínicos; nesse caso os 13 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira exames laboratoriais e ecocardiográficos poderão ajudar na definição da doença Febre por um tempo igual ou - que 5 dias + 2 ou mais dos demais critérios + proteína C reativa (= 3mg/dl) e/ou VHS (= 40mm/h), na presença de alguma das 2 condições: 1. 3 ou mais dos seguintes achados: Albumina ¯ ou igual a 3g/dl; Anemia (normocítica e normocrômica); - das transaminases; Plaquetas - ou igual 450.000/mm3 depois do 7º dia (podendo chegar a 1.000.000/mm3 Leucócitos - ou igual a 15.000/mm3 Leucocitúria - ou igual a 10 leucócitos/campo 2. ¯ de 3 dos exames laboratoriais acima, porém com ECO compatível O ecocardiograma é obrigatório em todos os casos, devendo ser realizado no momento do diagnóstico e repetido em 2 a 3 semanas e novamente entre 6 e 8 semanas se os 2 anteriores forem normais, pois é o período em que surgem aneurismas com - frequência Diagnóstico diferencial: 1. Sarampo: seu rash se inicia na cabeça atrás das orelhas e pescoço, dissemina-se para o tronco e membros; há manchas de Koplik; conjuntivite exsudativa; leucopenia; VHS e proteína C reativa normais 2. Adenovírus: conjuntivite exsudativa; faringite exsudativa 3. Farmacodermia: exposição a drogas; presença de edema periorbitário e ulcerações orais 4. Síndrome do Choque Tóxico Estafilocócico: criança fica toxêmica, hipotensa, com hipoperfusão renal e disfunção respiratória 5. Escarlatina: os sinais e sintomas são semelhantes, sendo que o achado do estreptococo do grupo A na orofaringe não auxilia na diferenciação, pois pode apenas traduzir um estado de portador; faz-se o tratamento com antibiótico penicilínico e caso houver melhora dos sintomas em 48/72h, favorece o diagnóstico de estreptocócica 6. Artrite Reumatoide Juvenil: presença de linfadenopatia generalizada; hepatoesplenomegalia; rash salmão evanescente e FAN + 7. Síndrome de Stevens-Johnson: síndrome mucocutânea vesicobolhosa desencadeada por drogas (AINE’s, anticonvulsivantes, antibióticos) ou bactérias (Mycoplasma pneumoniae) TRATAMENTO Cerca de 20/25% das crianças não tratadas apresentam arterite coronariana nas primeiras semanas de doença, com dilatação ou formação de aneurismas das artérias coronárias (o uso de imunoglobulina faz cair essa incidência para 2/4%) O tratamento consiste em - doses de Imunoglobulina intravenosa (2g/kg de peso em dose única, em infusão contínua por 12h) Deve ser iniciada durante a fase febril da doença (primeiros 10 dias) para melhores resultados A imunoglobulina pode ter efeitos colaterais, como anafilaxia, calafrios, cefaleia e mialgia Além da Imunoglobulina, devem ser administrados Salicilatos em doses anti- inflamatórias (100mg/kg/dia) até o 14º dia de doença ou até 3 dias após o desaparecimento da febre: a partir disso, ¯ a dose para 3 a 5 mg/kg/dia para um efeito antitrombótico (essa dose deve ser mantida até normalizar a VHS) Pulsoterapia com Glicocorticoides: utilizada em pacientes que não respondem ao tratamento com 2 ciclos de imunoglobulina intravenosa Terapia Trombolítica (com estreptoquinase): utilizada em pacientes com trombose coronariana ou isquemia arterial periférica Dipiridamol, warfarin ou heparina + AAS: administrados caso haja aneurismas coronários gigantes e/ou múltiplos Cirurgia de By-Pass arterial ou Transplante Cardíaco: dependendo do grau da lesão coronariana 14 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - É conhecida também como sarampo alemão Caracteriza-se por ser uma doença viral aguda, que normalmente se apresenta com exantema maculopapular generalizado (duração de 1/3 dias), febre ¯ ou ausente e sintomas clínicos associados, como linfadenopatia, Artropatia e conjuntivite Cerca de 20 a 50% das pessoas infectadas podem não apresentar exantema nem outros sintomas ETIOLOGIA O vírus da rubéola é um membro da família Togaviridae e do gênero Rubivírus É um vírus de RNA envelopado, de fita simples com um único tipo de antígeno, possuindo 2 proteínas do envelope (E1 e E2) e uma proteína nuclear C Os seres humanos são os únicos reservatórios conhecidos É um vírus altamente sensível ao calor, ao pH extremo e a um número variável de agentes químicos EPIDEMIOLOGIA A última grande epidemia norte-americana antes do surgimento da vacina foi em 1964- 1965, resultando em 12,5 milhões de casos e aproximadamente 20.000 casos de síndrome da rubéola congênita Em 1969 foram implantadas vacinas vivas e atenuadas de rubéola, que foram introduzidas no programa de imunização de rotina da infância, sendo que a estratégia inicial foi vacinar crianças de 12 meses de idade até a puberdade; durante os 8 primeiros anos do programa de vacinação, os números relatados de casos diminuíram significativamente (78%) e os casos de síndrome da rubéola congênita também (66%) Em 1977-1978 houve o ressurgimento da rubéola, principalmente em adolescentes e jovens adultos, assim, o programa de vacinação foi modificado a fim de incluir meninas susceptíveis na pós-puberdade, militares, estudantes universitários e pessoas de certos ambientes de trabalho O número de casos de rubéola relatado globalmente ¯ de 875.000 em 1999 para 120.000em 2009: porém a incidência é subestimada pelo fato de os casos de rubéola em muitos países serem identificados através da vigilância com base em casos de sarampo No Brasil, o controle da rubéola e da SRC (Síndrome da Rubéola Congênita) começou em 1997, quando foi implementada uma campanha de vacinação indiscriminada para toda a população de 1 a 10 anos com a vacina tríplice viral (sarampo + caxumba + rubéola), atingindo uma cobertura vacinal de 94% Entre 2010 e 2014 não foram registrados novos casos de rubéola no Brasil PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO Transmissão: o vírus é geralmente transmitido por gotículas de secreção nasofaríngea das pessoas infectadas, que penetram no organismo susceptível através da mucosa respiratória; é transmitido ao feto pela via transplacentária, sendo que os defeitos congênitos são - graves quando a infecção ocorre nas primeiras 8 semanas de IG Período de Incubação: do epitélio respiratório, as partículas virais migram até os linfonodos regionais, sendo que cerca de 17 dias após ocorre a primeira viremia (a erupção ocorre de 16 a 18 dias após a exposição) Período de - transmissibilidade: ocorre desde 5-7 dias antes até 5-7 dias após o aparecimento do rash QUADRO CLÍNICO Após o período de incubação, a criança inicia um quadro de febre baixa, mal-estar, anorexia, Crianças que fazem o uso de salicilatos por tempo indeterminado devem ser imunizadas contra varicela e influenza, como medidas profiláticas da Síndrome de Reye RUBÉOLA 15 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira mialgia, dor de garganta e hiperemia conjuntival Surgem adenomegalias (gânglios linfáticos -) principalmente na região suboccipital, retroauricular e cervical posterior Em crianças, muitas vezes a 1ª manifestação é o aparecimento do rash, que é caracterizado por ser maculopapular, puntiforme, róseo, com tendência à coalescência (cecil fala que não coalesce), que começa na cabeça e pescoço e dissemina-se pelo tronco, dorso e extremidades (quando aparece no tronco, geralmente já está desaparecendo da face) Em função da suavidade do exantema, pode ser difícil detectá-lo em pessoas com pele escura Justo com o exantema, podem surgir lesões rosadas, chamadas de Manchas de Forcheimer e petéquias em palato mole e amígdalas O exantema dura em média 3 dias e desaparece sem descamar Cerca de 25/40% das crianças desenvolvem uma forma subclínica, sem rash Poliartralgia e poliartrite transitória são raras em crianças e - frequente em adolescentes e adultos (especialmente no sexo feminino) SRC: a viremia pelo vírus da rubéola pode infectar a placenta da gestante, sendo que a replicação viral pode infectar todos os órgãos fetais manifestações oftalmológicas (catarata, retinopatia, microftalmia), cardíacas (persistência de canal arterial, estenose arterial pulmonar, estenose valvar pulmonar), auditivas (surdez sensorioneural) e neurológicas (microcefalia, meningoencefalite e retardo mental) A marca da infecção fetal é a infecção crônica que persiste por toda a vida fetal, sendo que em algumas crianças com SRC, a eliminação do vírus por via nasofaríngea e pela urina pode se estender durante - de um ano, podendo resultar em transmissão a pessoas susceptíveis O vírus da rubéola pode ser encontrado nas secreções nasofaríngea de - de 80% dos lactentes durante o 1º mês de vida, portanto, apenas indivíduos imunes ao vírus da rubéola devem entrar em contato com lactentes com SRC ou com infecção congênita, mesmo na ausência de sinais clínicos COMPLICAÇÕES Trombocitopenia Pós-Infecciosa: - comum em crianças do sexo feminino Geralmente se inicia 2 semanas após o início do rash, com petéquias, epistaxes, sangramento gastrintestinal e hematúria Geralmente a resolução é espontânea e autolimitada Artrite: Acomete mulheres jovens com - frequência Ocorre geralmente 1 semana após o exantema Afeta classicamente as pequenas articulações das mãos Encefalite Pós-Infecciosa: É a - grave das complicações Acomete em - parte crianças e se inicia 7 dias após o exantema, com cefaleia, convulsões, confusão, coma e manifestações neurológicas focais O liquor pode revelar pleocitose linfocítica com - de proteínas A mortalidade associada é de 20%, podendo ocorrer sequelas em alguns casos Panencefalite Progressiva da Rubéola: O exantema da rubéola aparece na face e vai descendo ao longo do corpo 16 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira Assemelha-se clinicamente à Panencefalite associada ao sarampo Pode ocorre morte em 2 a 5 anos depois do início da doença Outras complicações - raras: Síndrome de Guillain-Barré Neurite Periférica Miocardite DIAGNÓSTICO O diagnóstico clínico é difícil, pelo fato de muitas doenças apresentarem exantema e 20/50% das infecções poderem ser subclínicas; por isso, o diagnóstico de certeza necessariamente é obtido pelos exames sorológicos Hemograma: Leucopenia, Neutropenia e Trombocitopenia Testagem Sorológica- Antivírus da Rubéola: Presença de IgM indica infecção recente, porém pode ocorrer exames falso-positivos (geralmente o IgM é detectável em até 6 semanas após o início da erupção e não é detectado antes do 5º dia de exantema) Presença de IgG infecção crônica ou imunidade Swab da nasofaringe (nasal, garganta), sangue, urina e espécimes do líquido cefalorraquidiano também pode ser realizado, isolando o vírus e analisando um resultado positivo ou negativo (o mais frequente que é positivo é da garganta) Ele pode ser isolado durante o período prodrômico e até 2 semanas após o início da erupção Diagnóstico em Gestantes: Deve ser realizado o teste sorológico como parte do exame do pré-natal, sendo testados o IgM e IgG da gestante Gestantes com resultado + para IgG são consideradas imunes se não tiverem um histórico de exposição recente ao vírus da rubéola e gestantes susceptíveis devem ser vacinadas após o parto Gestantes com evidência de infecção aguda (IgM +) devem ser monitoradas clinicamente e avaliadas quanto à IG na infecção, a fim de avaliar o risco de infecção fetal Rubéola Congênita: O diagnóstico da SRC em lactentes pode ser confirmado pelos métodos sorológicos Anticorpos IgM podem estar presentes em até 1 ano após o nascimento, porém pode não ser detectável antes de 1 mês de idade Também pode ser confirmada por documentação de um título de IgG sérico para rubéola persistente além do tempo esperado de transferência passiva de anticorpo IgG materno (ou seja, que não está ¯ na taxa esperada por mês) Pode ser utilizado o swab (vírus isolado), sendo o - comum da garganta e ¯ comum da urina e líquido cefalorraquidiano (esse exame é mais propenso a ser + nos primeiros 6 meses de vida) Também pode ser detectado pelo RT-PCR (detecção do RNA viral por reação em cadeia polimerase por transcrição reversa) TRATAMENTO Não há tratamento específico, podendo ocorrer um tratamento a partir das manifestações clínicas, como artralgia, mialgia e febre Corticoides e Imunoglobulinas podem ser considerados para o tratamento de trombocitopenia que não remite PROFILAXIA Pré-Exposição: A vacina é elaborada com vírus vivo atenuado, cultivado em células diploides humanas Encontram-se disponíveis vacinas monovalentes, dupla viral (sarampo e rubéola), tríplice viral (sarampo + rubéola + caxumba) e tetraviral (sarampo + rubéola + caxumba + varicela) A imunidade da vacina é duradoura, provavelmente portoda a vida Durante os 4 primeiros dias após o início do exantema a detecção do RNA viral por reação em cadeia de polimerase por transcrição reversa é sensível do que o teste de IgM para rubéola 17 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira Evita a infecção clínica e subclínica em - de 90% dos vacinados Além da vacinação universal das crianças, outra estratégia empregada é a vacinação de mulheres em idade fértil e em mulheres não imunes no puerpério Pós-Exposição: A profilaxia pós-exposição (vacinação de bloqueio) pode ser feita com a vacina administrada em até 72h (3 dias) após o contato na teoria Ela não prevenirá a infecção ou viremia, porém pode modificar ou suprimir os sintomas, portanto, não é recomendado após a exposição em qualquer circunstância - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Alguns autores a descrevem como febre glandular e alguns outros como doença do beijo É uma doença de manifestações agudas e geralmente benignas, apresentando um grande polimorfismo clínico Causado pelo vírus Epstein-Barr (EBV) O vírus reside em linfócitos B e é eliminado de maneira intermitente e assintomática nas secreções orofaríngeas ETIOLOGIA A Mononucleose Infecciosa é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) Um membro da família do herpes-vírus gama é o agente etiológico da doença O papel etiológico do ENV na patogênese de síndromes neoplásicas é cada vez evidente EPIDEMIOLOGIA É uma doença de mortalidade e letalidade É comum na população, sendo encontrado em 90 a 95% dos adultos em todo o mundo, persistindo por toda a vida A incidência é em indivíduos entre os 15 e 24 anos de idade As taxas de incidência são iguais em homens e mulheres Em populações de nível socioeconômico, parece haver uma tendência de aquisição de anticorpos precocemente, sugerindo que crianças mais novas podem infectar-se mais cedo (nem sempre a infecção é aparente) Em São Paulo, os dados mostraram que 80% da população já tem anticorpos anti-EBV aos 12 anos de idade e que, mesmo em escola privada, 68,9% das crianças de 6 a 14 anos têm anticorpos anti-EBV PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSÃO É contraído de forma geral na 1ª infância através de fômites contaminados com saliva, que são compartilhados ou durante a adolescência pelo beijo ou em qualquer outra fase da vida Um exemplo são indivíduos que dividem o mesmo quarto em alojamentos estudantis, que não mantém contato íntimo e são negativos para EBV: não apresentam risco de adquirir o vírus Além da disseminação orofaríngea, o vírus pode ser transmitido por transfusão sanguínea ou transplante de órgãos Período de Incubação: costuma ser de 30 a 50 dias FISIOPATOLOGIA 1. O EBV penetra nos linfócitos B através da molécula CD21 (receptor C3d) na superfície das células B ou nas células epiteliais nasofaríngeas no tecido linfoide do anel de Waldeyer 2. Ocorre viremia, acometendo o sistema linforreticular, principalmente o fígado, baço, medula e pulmões 3. Dentro da célula, o vírus expressa uma série de proteínas nucleares (chamadas antígenos nucleares de Epstein-Barr), que ativam as proteínas da membrana latentes codificadas de EBV e outros produtos, responsáveis pela regulação do crescimento de células B MONONUCLEOSE 18 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira 4. Há a transformação ou imortalização de células B, que é a marca fenotípica da infecção de células B 5. Os linfócitos B transformados pelo DNA de EBV proliferam com vigor in vitro e mantém o vírus nos núcleos celulares em um estado epissomal (durante a infecção aguda pelo EBV, até 20% dos linfócitos B periféricos expressam EBNA’s) 6. Há uma resposta do hospedeiro a essa infecção aguda, consistindo em uma resposta imune celular e humoral Humoral: inclui a síntese de anticorpos IgM e IgG direcionados ao antígeno capsídeo viral (VCA) e ao EBNA; inclui também a síntese de anticorpos contra antígenos presentes na superfície de hemácias de carneiro (anticorpos heterofilos) Celular: inclui células natural killer, linfócitos TCD4, TCD8, EBV específicos a atividade desses linfócitos geram células atípicas vistas em esfregaços; a resposta imune celular também está relacionada à liberação de citocinas, que são provavelmente responsáveis pelos sinais e sintomas da MI (mononucleose infecciosa) QUADRO CLÍNICO A dos casos de infecção aguda pelo EBV é clinicamente silenciosa Síndrome da MI: febre, dor de garganta, linfadenopatia, linfocitose atípica e aparição transitória de anticorpos heterofilos Sintomas Clínico: prevalente em adolescentes e adultos jovens em populações de melhor padrão socioeconômico Amigdalofaringite Linfadenopatia Hepatoesplenomegalia Anorexia Pode ocorrer manifestações neurológicas, como cefaleia Mal-estar Sintomas Hematológicos: Linfocitose ( de 50%) Alterações atípicas em grande número ( de 10%, pode ser que ultrapasse 20%, de linfócitos atípicos no sangue periférico) A parte das infecções por EBV em crianças é clinicamente silente, mas a infecção em adolescentes e adultos pode resultar na Síndrome da Mononucleose Infecciosa (ocorre em 25/70% das vezes) COMPLICAÇÕES Hepatite, como complicação da hepatomegalia (porém são incomuns) Indivíduos portadores da Síndrome Linfoproliferativa associada ao X: ocorre em homens que apresentam mutações na proteína SAP associada à molécula sinalizadora ativadora de linfócitos (SLAM), que regula células T e natural killer Pode ocorrer ruptura esplênica, uma complicação atribuída à esplenomegalia e associada à distensão da cápsula esplênica, que ocorre com frequência na 2ª ou 3ª semana de enfermidade Deve-se aconselhar o paciente a evitar atividades que possam causar traumatismos abdominal por um período de 6 a 8 semanas após o aparecimento da doença, pois os traumatismos estão associados à ruptura Dor no quadrante superior esquerdo pode ser uma suspeita diagnóstica Complicações Hematológicas: anemia hemolítica autoimune, trombocitopenia, neutropenia (corticoides podem ser benéficos) Complicações Neurológicas: meningite asséptica, cerebelite, mononeurite múltipla, 19 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira paralisia de Bell, Síndrome de Guillain-Barré e mielite transversa (aciclovir por via parenteral) DIAGNÓSTICO Exame Físico: Os pacientes costumam se apresentar febris, com eritema faringiano, tonsilar, adenopatia cervical e pode ser observado também um edema periorbital brando Cerca de 5% dos pacientes apresentam exantema, que pode ser macular, escarlatiforme ou pruriginoso Achados Abdominais: esplenomegalia, hepatomegalia Achados Sorológicos: Desenvolvimento de anticorpos heterofilos anti-hemácias de carneiro Desenvolvimento de anticorpos antivírus Epstein-Barr (EBV) A presença e a persistência de número de linfócitos atípicos na circulação periférica constitui o achado hematológico importante na MI Biópsia: Fígado mostra predomínio de infiltração linfoide periporta e sinusoidal com necrose mínima O do baço reflete também uma infiltração de células mononucleares O comprometimento pulmonar pode mostrar áreas peribrônquicas e septos alveolares infiltrados por linfócitos e células plasmáticas TRATAMENTO O curso clínico costuma ser autolimitado e não requerer intervenção terapêutica específica,além do uso de aspirina e acetaminofeno para controlar a febre e aliviar a dor branda A administração de corticoides é utilizada em casos onde haja sintomas graves ou refratários (não devem ser utilizados rotineiramente e não devem ultrapassar uma média de 10/14 dias de tratamento), com gradual da dose e com um início de 0,5mg/kg de prednisona Embora possa haver a inibição in vitro do vírus pelo aciclovir e outros agentes antivirais, os sintomas são desencadeados pela resposta imune ao vírus, então irão persistir até o ponto de replicação viral máxima Administração de ampicilina ou seus derivados em indivíduos que apresentarem exantema, podendo resolver em 90/100% dos casos PROFILAXIA Vacinas ainda não foram desenvolvidas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2) Caracterizar os sinais de alerta, identificando as urgências relacionadas aos processos febris. Sociedade Brasileira de Pediatria Algumas situações especiais de febre levam a determinadas suspeitas diagnósticas, exemplos: Assim, temos os SINAIS DE ALERTA em um quadro febril que traduzem uma possível internação por emergência: 1. Instabilidade hemodinâmica – PAS <100 mmHg, pulsos filiformes, taquicardia; 2. Baixa saturação de oxigênio: < 90%; 3. Confusão mental atenção aos idosos; 4. Convulsão atenção às crianças; 20 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira 5. Triagem para sepse (quick SOFA) positiva, com dois ou mais dos seguintes critérios: a. PAS < 100 mmHg; b. Alteração do nível de consciência (Glasglow < 15) c. Frequência Respiratória > 22ipm Algumas condutas vão ser diferentes em casos de febre sem sinais localizatórios: - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 3) Identificar os exames necessários para investigação de febre aguda e como interpretá- los. A maioria das doenças febris com duração menor que 2 semanas (aguda) é infecciosa A maioria das doenças febris agudas é de etiologia viral Algumas infecções cursam sem febre: DST’s e osteomielite Febre não implica necessariamente em um quadro infeccioso, reações inflamatórias devido à isquemia e necrose podem cursar com febre (infarto, trombose, embolia pulmonar) Anamnese: o Etiologia da infecção o Caracterização da febre: Início súbito ou gradual Intensidade Duração aguda ou prolongada (>10 dias) Cronologia dos sinais e sintomas Evolução (curva térmica) o Idade, local de moradia, profissão → doenças mais prevalentes o Histórico de viagens recentes o Patologias prévias e vacinações 21 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira Especificidades: o Pacientes com viagem recente: primeiro descarta as infecções de rotina o Pacientes hospitalizados: Na maioria dos casos há infecção hospitalar → trato respiratório inferior, trato urinário ou feridas cirúrgicas Etiologia mais comum é colite induzida por antibióticos, secundária à infecção por Clostridium difficile Também pode ser decorrente de causas iatrogênicas como transfusão de plaquetas o No caso de febre com exantema, deve-se fazer o diagnóstico diferencial de cada tipo de lesão, com sua distribuição e evolução, juntamente com os sintomas associados o Nos casos de febre com linfadenopatia, podem haver os casos infeccioso e os não infecciosos, sendo os últimos, geralmente devido ao câncer Adenopatia aguda → infecção Adenopatia crônica → câncer → biópsia Exame físico: o Ausculta pulmonar anormal → radiografia de tórax o Suspeita de abdome agudo → TC ou radiografia de abdome o Suspeita de meningite → análise do líquido cefalorraquidiano Hemograma auxilia na confirmação ou no afastamento de suspeitas diagnósticas Quando anamnese e exame físico sem alteração → radiografia de tórax e sumário de urina tipo 1 22 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira o Radiografia → detecção de infecções pulmonares o Análise da urina → detecção de infecções do trato urinário Investigação de febre sem foco: o Hemograma – leucocitose / bastonetose / granulação o Fita urinária / Parcial de Urina / Urocultura o Radiografia de Tórax o Punção Liquórica o Culturas o Provas de fase aguda VHS Proteína C Reativa Procalcitonina - mais sensível para doença bacteriana 23 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira 24 Módulo XV- Febre, Inflamação e Infecção- Resumo Tutoria III- 5P – 2021 Isadora Scheer – Juliana Alves – Nathalia Moreira
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