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FEBRE REUMÁTICA PED

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DEFINIÇÃO 
Doença inflamatória que ocorre como 
manifestação tardia de uma faringotonsilite por 
Streptococcus pyogenes, em indivíduos 
geneticamente predispostos. 
 Acometimento: 
o Articulações 
o Coração 
Obs.: cardiopatia reumática crônica 
(CRC) 
o SNC 
EPIDEMIOLOGIA 
 Maior incidência em escolares e adolescentes; 
 Acomete ambos os sexos. 
 
QUADRO CLÍNICO 
 Período assintomático de 2 a 3 semanas entre 
a faringite e o início dos sintomas da FR. 
 Nem sempre acompanha história de tonsilite, 
febre ou manifestações articulares. 
CRITÉRIOS DE JONES 
Critérios maiores: 
 Artrite: edema na articulação ou associação 
de dor com limitação dos movimentos. 
o Poliartrite migratória – manifestação 
mais comum. 
o Acometimento de grandes 
articulações – joelhos, tornozelos, 
punhos, cotovelos e ombros. 
o Em articulações pequenas – mãos e 
pés. 
o Evolução assimétrica. 
o Duração de 1 a 3 semanas. 
o Rápida resposta aos AINH (se 
prescrito nos primeiros dias de 
manifestação, não se observa o 
caráter migratório). 
 
 Cardite: a complicação mais grave, podendo 
vir isolada ou associadaa outros critérios. 
o Diagnóstico nas 3 primeiras semanas 
da fase aguda 
o Endocardite caracterizada por sopro. 
 
 
o Pode apresentar endocardite 
silenciosa – não muito frequente. 
o Válvulas mais acometidas: mitral e 
aórtica. 
o Mais frequente: regurgitação mitral 
com maior tendência a regressão total 
ou parcial. 
o Em 30% dos casos – evolução para 
cardiopatia reumática crônica. 
 
 Coreia: possui maior período de latência 
comparado aos demais critérios – em torno de 
1 a 6 meses. 
o Presença de sintomas 
comportamentais (hiperatividade, 
desatenção, labilidade emocional, etc) 
e movimentos rápidos, incoordenados, 
arrítmicos e involuntários. 
o Localização: inicialmente em um 
hemicorpo e depois evolui para 
generalizado. 
o Movimentos mais evidentes na face e 
nos MMII; 
o O paciente não fica parado ao estender 
os braços à frente ou acima da cabeça. 
o Na maioria – não deixa sequelas. 
 
 Nódulos subcutâneos: estruturas 
arredondadas de consistência firme, 
indolores, de distribuição simétrica em 
diferentes tamanhos. 
o Em superfícies extensoras 
o Proeminências ósseas do couro 
cabeludo 
o Escápula 
o Coluna 
o Aparecimento tardio 
 
 Eritema marginado: máculas circulares, 
ovaladas, róseas que se expandem 
centrifugamente com área central clara. 
o Contornos internos mal definidos 
o Não é pruriginoso 
o Duração transitória 
o Comumente acomete tronco, abdome e 
regiões proximais do MMII e MMSS. 
 
 
 
 
 
 
Critérios menores: 
 Febre: acompanhada de artrite, mal-estar e 
palidez. Pode ser alta (38-39°), com tendência 
a diminuir com o passar do tempo. 
o Duração de 2 a 3 semanas 
o Boa resposta aos anti-inflamatórios. 
 
 Artralgia: dor articular sem limitação dos 
movimentos. Só consta se na ausência de 
artrite. 
o Poliartralgia migratória. 
 
 Intervalo PR: aumento do espaço PR – não é 
específico. 
 
 Reagentes de fase aguda: VHS, PC, alfa-1-
glicoproteína ácida e alfa-2-globulina 
aumentados – não específicos. 
 
EVIDÊNCIA DE ESTREPTOCOCCIA PRÉVIA 
 Comprovação laboratorial: cultura de 
orofaringe positiva (padrão outro/obs.: 
latência de 7 a 21 dias e uso de antibióticos) ou 
elevados títulos de anticorpos 
antiestreptocócicos – ASO e anti-DNase 
o Teste rápido – o inicial. 
o Repetir após 15 dias. 
 
DIAGNÓSTICO 
 Baseado nos critérios de Jones; 
 Primeiro surto: presença de 2 critérios 
maiores ou 1 critério maior e 2 menores + 
evidência de infecção estreptocócica. 
 Recorrências: 2 critérios maiores ou 1 critério 
maior e 2 menores ou 3 critérios menores. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
 Artrites viriais e pós-disentéricas 
 Artrite idiopática juvenil – >6 semanas 
 Artrite séptica 
 LES juvenil 
 Vasculites 
 Endocardite bacteriana 
 Síndrome do anticorpo antifosfolípide 
TRATAMENTO 
 Erradicar o estreptococo 
 Tratar manifestações clínicas 
Erradicação do estreptococo 
 Penicilina G benzatina (PB) 
o Com alergia – Eritromicina 
Artrite 
 AAS (AINH) – 80 a 100mg/kg/dia (máx de 
3g/dia) fracionados em 4 tomadas diárias. 
o Reduzida em 2 semanas 
o Retirada em 4 semanas 
Cardite 
 Corticosteroides – 1 a 2mg/kg/dia (máx de 
60mg) via oral, 2 a 3 vezes por dia. 
o Redução a 20% na 3ª semana. 
o Retirada totalmente no máx na 12ª 
semana. 
Coreia 
 Benzodiazepínicos e fenobarbital 
o Haloperidol (1mg/dia em duas 
tomadas, aumento progressivo de 
0,5mg a cada 3 dias – máx de 5mg/dia) 
o Ácido valproico (10mg/kg/dia com 
acréscimo de 10mg/kg/dia a cada 
semana – máx de 30mg/kg/dia) 
o Carbamazepina (7 a 20mg/kg/dia) 
PREVENÇÃO 
 Profilaxia primária – melhoria nas condições 
de vida, disponibilidade da penicilina; 
o Diagnóstico rápido e eficiente da 
tonsilite estreptocócica 
 Profilaxia secundária – evitar recorrências de 
FB. 
o PB intramuscular com intervalo de 3 
semanas entre as doses – até 20kg 
(600.000 U) e superior (1.200.000 U)

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