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ARTRITE REUMATOIDE Doença autoimune que ataca as articulações, produzindo sinovite inflamatória (membrana sinovial que fica envolta da articulação) proliferativa e não supurativa. Principais sintomas: 1) Mal-estar, fadiga, dor musculoesquelética generalizada. 2) Depois de várias semanas a meses, as articulações são envolvidas, sendo geralmente as pequenas articulações antes (mãos e pés, seguidos pelo punho, cotovelo, tornozelo e joelho). - Simétrica 3) As articulações envolvidas ficam edemaciadas, quentes, doloridas, e rígidas após horas seguidas de sono ou após inatividade. 4) Evolução com diminuição da amplitude de movimento e anquilose (rigidez completa). 5) Inflamação nos tendões, ligamentos e no músculo esquelético adjacente, produzindo desvio radial do punho, desvio ulnar dos dedos e flexão/hiperextensão dos dedos (deformidade em pescoço de cisne/boutonnière). 6) Grandes cistos sinoviais, como o cisto de Baker na parte posterior do joelho 7) Nódulos subcutâneos Diagnóstico: 1) Diagnóstico diferencial com osteoartrite, lúpus... 2) Radiografia: derrames articulares e osteopenia justa-articular, com erosões e estreitamento da cavidade articular e perda da cartilagem. 3) Análise do líquido sinovial: estéril, turvo, com diminuição da viscosidade, malformação do coágulo de mucina, e neutrófilos portadores de inclusões 4) Fator reumatoide: positivo em 80%, pouco específico 5) Presença do anti – CPP: alta especificidade (associar com FR) 6) Os níveis de PCR (proteína C reativa) elevados (acima de 10) podem ser usados para diferenciar de osteoartrite (níveis baixos). Sendo que a doença progride independentemente da normalização dos valores de PCR. 7) VHS (velocidade de hemossedimentação): valor maior que 10mm/h para homens e maior que 15mm/h para mulheres. 8) MMP-3: níveis elevados da enzima metaloproteinase de matriz (MMP-3) são melhores do que a PCR em prever doença erosiva progressiva em AR precoce OBS: PCR e VHS são indicadores de inflamação aguda e da gravidade. Tem baixa especificidade. - GRAVE: PCR e VHS altos - MODERADO: PCR alta/ VHS baixa OU PCR baixa/VHS alta. - LEVE: PCR e VHS baixos Tratamento Não Medicamentoso: 1) Orientar a mudança de hábitos de vida: cessar tabagismo, exercício físico, reduzir uso de álcool peso e monitorar e tratar comorbidades (HAS, DM, dislipidemia e osteoporose). 2) Intervenções psicológicas: reduz ansiedade e depressão Tratamento Medicamentoso: objetivo de aliviar a dor e inflamação e retardar ou conter a destruição articular. 1) Primeira linha: MMCD (medicamentos modificadores do curso da doença sintéticos), sendo o metotrexato (MTX) a primeira escolha por via oral. Se houver intolerância, usar o injetável. Se tiver contraindicação ou não melhorar, usar: leflunomida, sulfassalazina ou hidroxicloroquina (isolado é pouco efetivo). OBS: O MTX está associado a hepatotoxicidade e efeitos gastrointestinais, sendo recomendado o uso de ácido fólico durante o tratamento (5mg, 1x por semana em após o MTX). OBS: Mecanismo de ação do MTX: atua como antagonista da vitamina ácido fólico, inibindo a enzima que converte o ácido fólico na sua forma de coenzima ativa. OBS: Após 3 meses, caso haja falha no resultado, recomenda-se terapia dupla ou tripla: MTX ou LEF com HCQ e/ou sulfassalazina. 2) Segunda linha: MMCDbio (medicamentos modificadores do curso da doenças biológicos): utilizada após falha de pelo menos dois esquemas terapêuticos da primeira linha, com duração de 3 meses cada um. (batacepte, adalimumabe, certolizumabe pegol, etanercepte, golimumabe, infliximabe, rituximabe, tocilizumabe) – Associar com o metotrexato ou em caso de contraindicação, outro da 1ª linha. OBS: não anti-TNF: abatacepte e tocilizumabe, o resto é. 3) Terceira linha: após 3 meses se não tiver resultado, usar outro MMCDbio não usado antes, associado a um MMCD, preferencialmente MTX. Tratamento Sintomatológico: pode ser usado todas as etapas, pela menor dose e menor tempo disponível, porque o uso prolongado indica falha terapêutica dos MMCD. 1) Glicocorticoides: prednisona ou prednisolona, que é mais indicada em caso de disfunção gástrica e em crianças. 2) Anti-inflamatórios: ibuprofeno e naproxeno. OBS: Efeitos adversos dos AINES com uso prolongado: náusea, gastrite, dispepsia e hemorragia digestiva Diferenças com osteoartrite: 1) Níveis baixos de PCR 2) Rigidez matinal bem rápida, até 30min 3) Acometimento unilateral e local 4) Acomete articulações das vértebras lombares e cervicais 5) Nódulos de Heberden Diferenças com lúpus: 1) Não apresenta erosões na radiografia 2) Mais comum em mulher jovem 3) Erupção em forma de borboleta na face 4) Dor nas articulações sem deformidade
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