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Aula 05 - Panorama setorial e o engenheiro de produção

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26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/21
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
AULA 5
 
 
 
26/02/2021 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/21
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Você será um engenheiro e seu papel na sociedade é o de resolver problemas. Então, ao mesmo tempo em que você se prepara tecnicamente
para isso, é importante que entenda como funciona essa sociedade na qual está inserido. Lembre-se de que o desenvolvimento sustentável de uma
nação é amparado por três pilares: o econômico, o ambiental e o social. Nesta aula, discutiremos o pilar econômico. Como Engenheiro de Produção,
você terá a possibilidade de prestar seus serviços nas mais diversas atividades econômicas da nossa sociedade, por isso, nesta aula, você conhecerá
todas elas, desde o setor primário, passando pelo secundário, terciário, quaternário e quinário, presentes na economia das nações. Observa-se que,
independentemente do setor da atividade econômica, o desenvolvimento tecnológico, a mecanização, a busca pela otimização dos processos e por
maior eficácia organizacional exigem um profissional capacitado. Conhecendo as atividades existentes, você poderá entender melhor como se
inserir nesse contexto.
Figura 1 - Estágios da atividade econômica
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Fonte: Fitzsimmons; Fitzsimmons, 2014, p. 6.
TEMA 1 – SETOR PRIMÁRIO
O setor primário da economia tem este nome por ter sido o primeiro a ser desenvolvido pelos humanos, já que consiste na extração direta de
produtos disponíveis na natureza, os quais podem ser consumidos diretamente ou podem servir de matéria-prima para a produção de outras
mercadorias.
A partir do momento em que os seres humanos começaram a formar as primeiras aglomerações, deixando de ser nômades, ao mesmo tempo
em que iniciaram o cultivo da terra para garantir sua subsistência, tem início a realização de atividades típicas do setor primário: a agricultura, a
pecuária, o extrativismo vegetal e mineral, a caça e a pesca.
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A agricultura é uma atividade econômica importante e se destaca dentre as demais que compõem o setor primário. Na agricultura, são
realizados a plantação, o cultivo e o aperfeiçoamento de ervas, raízes e árvores comestíveis, tais como o arroz, o milho, o feijão, a soja, entre outros.
A atividade que surge como de subsistência, fornecendo alimentos para aqueles que a cultivavam, com o passar do tempo e do desenvolvimento de
tecnologias, passa a ser uma atividade com fins lucrativos. O sistema de produção agrícola começa a fornecer comida para as populações que
residem nas cidades e que já não têm mais a possibilidade de produzir por si só seus alimentos.
O desenvolvimento tecnológico da agricultura dá início à exigência de uma capacitação diferente para aqueles que trabalhavam anteriormente
com a atividade. A melhoria da terra e da produtividade da mão de obra se tornou necessária e com isso surge, por exemplo, a mecanização e a
gestão e o planejamento das atividades agrárias que devem ser postas em prática de maneira eficaz, sem deixar de observar aspectos de
sustentabilidade.
Figura 2 - Agricultura e tecnologia
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Crédito: Budimir Jevtic/Shutterstock.
Outra importante atividade do setor primário é a pecuária, surgida antes mesmo da agricultura, ela diz respeito ao cultivo de animais para o
sustento humano e surge como uma forma de obter caça, sem a necessidade de busca e abate na natureza. Assim, os animais são cultivados para a
produção de carne, leite, ovos, mel, lã, couro. Vários são os animais possíveis de ser cultivados em rebanhos, tais como os bovinos (bois e vacas), os
suínos (porcos), os ovinos (ovelhas e carneiros), os caprinos (cabras e bodes), os equinos (cavalos), os muares (mulas), os asininos (jumentos), os
bufalinos (búfalos), entre outros.
Assim como na agricultura, na pecuária também há avanços tecnológicos importantes, como o uso de novas práticas de manejo, a busca da
melhoria genética dos animais, os avanços relativos à forma de nutrição e pastagem, que demandam uma menor quantidade de terra para a
produção, entre outras novas aplicações.
Uma terceira atividade do setor primário é o extrativismo. Como o próprio nome indica, diz respeito à retirada de elementos diretamente da
natureza, tanto para a alimentação, como para matéria-prima a fim de transformar em produtos. Há, assim, dois tipos de extrativismo: o vegetal e o
mineral. Os produtos derivados do extrativismo vegetal são frutos, madeira, raízes, resinas e látex e é importante ressaltar que não se deve confundir
o extrativismo vegetal com a agricultura, já que o extrativismo acontece com vegetais que não são cultivados pelo homem, ou seja, estão
disponíveis na natureza. Já os produtos derivados do extrativismo mineral são água, petróleo, carvão, ferro, manganês, ouro, prata, diamante, sal,
entre vários outros, ou seja, tudo aquilo que está abaixo do solo antes da extração.
Figura 3 - Extrativismo mineral
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Fonte: Mark Agnor/Shutterstock.
É válido destacar que, ao mesmo tempo em que o extrativismo é uma importante atividade econômica por sustentar o desenvolvimento
industrial com seus produtos, também é um dos maiores responsáveis pela degradação da natureza quando essa atividade é realizada de forma
equivocada ou predatória.
Outros dois outros tipos de extrativismo são a caça e a pesca, já que se pode entender como uma espécie de extrativismo animal. A caça é uma
prática ancestral que consiste na busca de animais disponíveis na natureza para seu uso na alimentação ou no transporte, por exemplo. Já a pesca é
o extrativismo animal realizado com animais aquáticos.  No momento atual, ela tem se voltado mais às espécies marinhas, já que seu cultivo em
série se mostra inviável em termos econômicos.
Apesar de sua extensão e seu alcance na sociedade, entende-se que as atividades do setor primário não agregam muito valor às nações que
baseiam sua economia. Anteriormente era um setor que empregava muita mão de obra, mas, com o passar do tempo, se tornou altamente
mecanizado, o que reduziu significativamente a quantidade de empregos na medida em que houve grande substituição de mão de obra por
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máquinas. Por outro lado, a mecanização trouxe mais tecnologia para a área, exigindo mão de obra mais qualificada e abrindo portas para a
inserção do Engenheiro de Produção nessas atividades.
TEMA 2 – SETOR SECUNDÁRIO
O setor secundário da economia é aquele que tradicionalmente se relaciona, no senso comum, às engenharias, pois é o responsável pela
transformação das matérias-primas do setor primário em produtos. Ou seja, o setor secundário é composto pelos vários tipos de indústrias
existentes no mercado. Nesse caso, cabe em especial ao Engenheiro de Produção uma atuação nesse setor, visto que esse profissional propõe as
soluções para os problemas de produção e bens e de serviços para essas indústrias.
Para um melhor entendimento do que as indústrias produzem e disponibilizam à sociedade, elas são classificadas de acordo com o seu tipo.
Assim, tem-se como tipos de indústria:
Indústria de base: trabalha para que outras indústrias possam utilizar seus produtos como matéria-prima. Assim, tem como entrada os
produtos extraídos da natureza e os usa para convertê-los em produtos semielaborados. Ao final do processo, esses itens serão utilizados para a
fabricaçãode outros bens destinados ao consumidor final. São exemplos de indústria de base a metalúrgica e a química.
Figura 4 - Indústria metalúrgica
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Fonte: Panksvatouny/Shutterstock.
Indústria de bens de capital: a indústria de bens de capital tem por função transformar produtos em peças, máquinas e ferramentas, utilizadas
para as atividades da indústria de bens de consumo. Seu nome vem do fato de que bens de capital são os ativos da empresa, ou seja, seus direitos e
seus bens, cujo objetivo principal é gerar novos produtos. Assim, os bens de capital também são chamados de bens de produção, pois são eles que
alimentam toda a cadeia produtiva, como as indústrias fabricantes de máquinas, aeronaves, peças de automóveis, geradores de energia elétrica,
entre outros, usados na indústria. Além disso, os bens de produção também podem ser empregados em serviços. Por exemplo, um cabeleireiro ao
adquirir um secador de cabelo não está comprando um produto para uso próprio, mas sim como insumo de seu salão de beleza. Souza, Araújo e
Daudt (2015, p. 55) alertam quanto à indústria de bens de capital brasileira, a qual possui enormes desafios tecnológicos, visto a necessidade de
atualização tecnológica e a análise das várias “alternativas para o desenvolvimento de novas tecnologias na fronteira do conhecimento que
representam oportunidades para as empresas fabricantes de máquinas e equipamentos”. Nesse sentido, o Engenheiro de Produção pode auxiliar no
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fortalecimento dessa indústria especificamente, já que grande parte do parque industrial brasileiro é composto por máquinas e equipamentos que
não são fabricados no Brasil.
Figura 5 - Fábrica de turbinas
Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock.
Indústria de bens de consumo: a mais conhecida, pois é nela que se produz o produto final, ou seja, o que será vendido para o consumidor
final, aquele que utiliza o produto para consumo próprio. Esta indústria se subdivide em duas categorias: de bens duráveis e de bens não duráveis.
Aquela oferece produtos de alto valor agregado, fabricados para durar longos períodos de tempo, de modo geral maior do que dois anos e como
exemplos de produtos duráveis, como automóveis e motocicletas, a linha branca (eletrodomésticos: geladeiras, fogões, micro-ondas, freezers), a
linha marrom (eletrônicos de uso doméstico para entretenimento, como TVs e equipamentos de áudio e vídeo), a linha verde (computadores,
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smartphones, monitores de vídeo), a linha azul (eletrônicos de uso doméstico, como batedeiras, liquidificadores, furadeiras), entre outros. Este tipo
de indústria costuma utilizar tecnologia atualizada e, portanto, precisa de mão de obra capacitada para o seu manuseio. Já a indústria de bens não
duráveis, como o próprio nome indica, disponibiliza ao mercado produtos perecíveis, isto é, com pouca duração no tempo. São produtos de
primeira necessidade, tais como alimentos e remédios.
Indústria de ponta: mais sofisticada e de maior intensidade tecnológica, pode ser caracterizada pela utilização maciça de recursos tecnológicos
altamente sofisticados e por se apresentar em constante processo de inovação, com altos investimentos financeiros para o desenvolvimento de
pesquisas. Tendo em vista essas características, a indústria de ponta precisa de mão de obra extremamente qualificada, seja para criar as tecnologias
necessárias a seu funcionamento, seja para absorver as tecnologias que chegam à empresa por meio de transferência de outras organizações,
nacionais ou estrangeiras. Como exemplos deste tipo de indústria, temos as empresas de biotecnologia, aeroespacial, farmacêutica,
telecomunicações, entre outros.
Figura 6 - Protótipo de colonização de Marte
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Crédito: u3d/Shutterstock.
Quando o setor secundário começou a se fortalecer, logo após a Revolução Industrial, trouxe vitalidade para a economia das nações ao ampliar
a geração de empregos e auxiliar no desenvolvimento das cidades. Com a evolução da sociedade e do próprio setor, atualmente se verifica uma
indústria cada vez mais sofisticada e que exige um trabalhador ágil, produtivo e capacitado. Essa indústria deve oferecer melhor qualidade dos
produtos, diminuição dos custos e sustentabilidade financeira, ambiental e social.
Até pouco tempo atrás, o setor secundário era o ramo da economia que mais gerava empregos. Devido à modernização, os sistemas
produtivos, por meio da mecanização dos processos, assim como da implantação da produção flexível, grande parte da mão de obra vem saindo
das fábricas e se deslocando para o comércio e os serviços, aquecendo assim o setor terciário.
TEMA 3 – SETOR TERCIÁRIO
O setor terciário é o que tem apresentado o maior crescimento em se tratando de representatividade econômica. Com a oferta de empregos
diminuindo nos setores primário e secundário, por conta da mecanização e da automatização das atividades realizadas nesses setores, há uma
migração dos trabalhadores para as atividades do setor.
Atividades de comércio e de prestação de serviços representam as ações desenvolvidas e elas surgem naturalmente, com a transformação da
sociedade de industrial para pós-industrial. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014, p. 8) explicam que:
Em primeiro lugar, há um desenvolvimento natural dos serviços, como transporte e serviços públicos, para sustentar o desenvolvimento industrial. Como a
automação é introduzida nos processos produtivos, mais trabalhadores concentram-se em atividades não industriais, como manutenção e consertos. Em
segundo lugar, o crescimento populacional e o consumo em massa de mercadorias incrementam o comércio atacadista e varejista, bem como o setor
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bancário, de imóveis e de seguros. Em terceiro lugar, à medida que a renda aumenta, a proporção gasta com alimentos e habitação decresce, e cria-se uma
demanda por bens duráveis e, em seguida, por serviços.
O setor terciário é composto por uma gama muito ampla de bens imateriais, ou seja, daquilo que o consumidor receberá em forma de
atividades de educação, lazer, turismo, entretenimento, segurança, auxílio jurídico, consertos mecânicos, domésticos ou eletrônicos, entre outras.
Todas essas atividades exigem profissionais e tecnologias que prestem um serviço considerado útil ao consumidor.
Além dos serviços, o setor também é composto por atividades de comércio, ou seja, das trocas voluntárias feitas entre parceiros, de forma
direta, em que se troca um produto por outro ou, de forma indireta, em que se troca produto por dinheiro. O comércio pode ser realizado entre
pessoas, empresas ou países, para isso basta haver a necessidade e a vontade da troca. Pode também ser classificado como do tipo atacadista, no
qual se vende um mesmo produto em grandes quantidades, normalmente para revenda, ou do tipo varejista, no qual são vendidos produtos em
pequenas quantidades, normalmente para o consumidor final.
Figura 7 - Comércio e serviço
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Crédito: George Rudy/Shutterstock.
Pena (2019, on-line) explica que o processo de terceirização da economia está relacionado a uma série de fatores e destaca:
- A inclusão da mulher no mercado de trabalho, elevando a demanda de escolas, creches, asilos, serviços de enfermagem, entre outros;
- A especialização das empresas, que destinam ações de limpeza, segurança e demais trabalhos para outras companhias;
- O aumento dos incrementos tecnológicos na sociedade, o que eleva a demanda por serviçosrelacionados com os meios eletrônicos;
- A elevação no número de empregos oferecidos nas áreas de recursos humanos, gerência, supervisão, administração e afins;
- O aumento da substituição do homem pela máquina nos setores primário e secundário.
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Pode-se dizer, também, que a economia está se terceirizando porque o setor é mais resistente às variações do mercado e aos momentos de
recessão, em especial quanto aos serviços, por uma série de questões. Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) apontam, por exemplo, a natureza dos
serviços, cuja característica é não poder ser estocados, diferentemente dos bens de consumo. Outro aspecto é o de que a produção e o consumo
dos serviços ocorrem simultaneamente, assim a demanda por eles é mais estável do que a demanda por bens. Finalmente, os autores avaliam que
quando a economia decai, muitos serviços continuam a sobreviver, pois as pessoas continuam comendo, morando, adoecendo, assim hospitais,
imobiliárias, restaurantes permanecem funcionando. Além disso, muitos consumidores deixam de comprar objetos novos, buscando restauração
daqueles que já possuem, aumentando a demanda de serviços de manutenção e consertos.
TEMA 4 – SETOR QUATERNÁRIO E SETOR QUINÁRIO
Tradicionalmente, as atividades econômicas são divididas em três setores. No entanto, com a transformação da sociedade e o surgimento de
novas atividades que não existiam há décadas atrás, passam a existir novas divisões para abranger essas atividades que não se enquadravam
adequadamente no setor terciário, por conta de suas características peculiares. Assim, surgem o setor quaternário e o setor quinário de atividades
econômicas.
O setor quaternário da economia surge como conceito na década de 1960, em especial nas discussões de Jean Gottmann. Conforme Fresca
(2011, p.35)
o autor chama a atenção para o fato de que, desde o início do século XX, ocorria a tendência da produção industrial deixar as grandes cidades [...] A partir das
relações entre desconcentração industrial, migrações e avanços tecnológicos, o autor afirma que o emprego industrial decrescia enquanto nos serviços era
ampliado, principalmente nos setores administrativos, técnicos e escritórios. A separação geográfica entre produção e controle, gestão e laboratórios ampliou
o número destes empregos, que ele denominou de ocupações quaternárias e que permitiram o contínuo crescimento das grandes cidades. As atividades
quaternárias, para o autor, consistem [...] basicamente de transações abstratas. A categoria mais importante de materiais por ela manipulada é a informação.
Os planejadores japoneses já falam de uma ‘sociedade de informação’ na qual os elementos mais importantes são os software e hardware.
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Desta forma, o setor quaternário pode ser definido como aquele pertinente à economia do conhecimento, na medida em que suas atividades
estão relacionadas a ações intelectuais, frequentemente associadas à inovação tecnológica. Assim, o trabalhador desse setor econômico é alguém
capacitado a trabalhar com dados e informações que transformam o conhecimento preexistente na sociedade e trazem novas formas
organizacionais mais adequadas, as rápidas transformações ocorridas nesse setor.
Como exemplos de atividades que compõem esse setor, temos aquelas exercidas na pesquisa científica, na educação e na tecnologia da
informação. O Vale do Silício se tornou o paradigma dessa nova sociedade regida pelo conhecimento, é região nos EUA, na qual se localizam
empresas de alta tecnologia, das áreas de eletrônica e informática, tais como Google, Facebook, Pixar, Intel, Netflix, para citar as mais conhecidas.
Figura 8 - Vale do Silício
Crédito: Alexey Ulashchick/Shutterstock.
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Assim como não fazia mais sentido tentar encaixar as atividades do setor quaternário no setor terciário, o mesmo acaba por ocorrer com outras
atividades que surgiram ao longo do tempo, forçando a mais uma divisão das atividades econômicas em um quinto setor, o quinário. Nele se
encontram atividades realizadas sem o intuito do lucro, mas com o objetivo de interpretar ideias, novas ou já existentes, analisar dados, avaliar
novas tecnologias e criar novos serviços. Tendo em vista as atividades desenvolvidas, percebemos que esse setor tem as tomadas de decisão mais
elaboradas encontradas em uma sociedade ou economia.
É nesse setor que encontramos profissionais altamente remunerados, cientistas, pesquisadores, funcionários do governo, trabalhando em
universidades, institutos de pesquisa, organizações sem fins lucrativos, de assistência médica e social, de esporte, de entretenimento, entre outras.
Figura 9 - Atividade quinária
Crédito: VGstockstudio/Shutterstock.
TEMA 5 – PANORAMA SETORIAL E O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO
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O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) publicou, em 2017, uma análise acerca de todos os setores econômicos e
como eles possivelmente se comportarão nos próximos anos no Brasil. O primeiro destaque da publicação trata das inovações tecnológicas que
surgiram nos últimos anos e que estão fazendo diferença nas relações sociais, tais como:
Tecnologias da interconectividade (internet móvel, big data, internet das coi sas e nuvem);
Tecnologias da automação (automação do conhecimento/mecanismos inteli gentes, robótica, veículos autônomos – drones, carros etc., impressão 3D);
Tecnologias relacionadas à energia (armazenamento, energia renovável e téc nicas de exploração de petróleo e gás); e
Tecnologias bio (biotecnologia sintética, biotecnologia, tecnologias da saúde, genomics). (Puga; Castro, 2017, p. 8)
Essas e outras inovações que têm surgido vêm fazendo com que as relações em todos os setores econômicos se modifiquem, em especial
quanto ao trabalho. Cada vez mais se necessita de pessoas mais e mais capacitadas, mesmo nas atividades que parecem mais básicas, como as
feitas no setor primário.
Contudo, também há outras situações a serem analisadas; um dos principais desafios da economia brasileira, de acordo com Puga e Castro
(2017), é elevar sua produtividade. Um dos caminhos é melhorar a capacidade da infraestrutura logística, já que essa afeta a produtividade sistêmica.
A Figura 10 mostra que o Brasil pouco tem investido nessa área, em comparação a outros países.
Figura 10 - Investimentos mundiais em logística (% PIB)
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Fonte: Puga; Castro, 2017, p. 21.
Mais uma questão a ser analisada para a melhoria da produtividade nos setores econômicos do Brasil é a necessidade de buscar inovar por
meio da criação de políticas públicas que favoreçam a criação de um ambiente adequado aos surgimento de inovação de forma a “transformar os
gastos em P&D em novos negócios, patentes e produção de bens intensivos em conhecimento” (Puga; Castro, 2017, p. 22).
Não menos importante é a qualifica ção da mão de obra, o que requer melhoria da educação no Brasil, incluindo educação profissional. Nesse
sentido, é necessário melhorar o posicionamento do país, que se encontra na 96ª posição, em 102 possíveis, no ranking referente ao percentual de
estudantes graduados em ciência e engenharia.
Figura 11 - Posição do Brasil em indicadores selecionados do índice global de inovação (2017)
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Fonte: Puga; Castro, 2017, p. 23.
Percebemos que o Brasil precisa avançar muito, em especial na capacitação e no desenvolvimento de inovação e de tecnologia para poder
acompanhar o ritmo de desenvolvimento deoutros países, de forma a obter vantagem competitiva ao exercer as atividades dos diversos setores da
economia. Grande parte desses desafios pode ser trabalhada por engenheiros, em especial por Engenheiros de Produção, que estejam preparados
para entender esse conceito e propor soluções para os problemas conjunturais apresentados pelo nosso país.
FINALIZANDO
Nesta aula, você pôde entender que um setor econômico é composto por determinadas atividades típicas daquele tipo de setor dentro de uma
economia, a qual, por sua vez, diz respeito ao modo como os produtos são produzidos e como as pessoas os consomem. Você aprendeu também
que existem cinco tipos distintos de setores econômicos: o primário, o secundário, o terciário, o quaternário e o quinário. O primário inclui as
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indústrias de recursos naturais, como a agricultura, a pecuária, o extrativismo, a caça e a pesca. Já o secundário oferece a transformação de matéria-
prima em produtos acabado, a ser utilizado pelo consumidor, em vários tipos de indústrias distintas. O setor terciário, por sua vez, relaciona-se com
serviços e comércio. Derivados do setor terciário, você viu a existência dos setores quaternário e quinário. Aquele é o da organização intelectual em
uma sociedade e este se relaciona à alta gerência em organizações sem fins lucrativos. Todos os setores vêm sendo modificados por conta das
novas tecnologias, as quais vêm sendo inseridas em todas as atividades humanas. Um Engenheiro de Produção capacitado terá condições de atuar
em qualquer das áreas e promover ações para alavancagem e manutenção de vantagem competitiva nas várias indústrias do Brasil.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Panoramas setoriais 2030: desafios e oportunidades para o Brasil. Rio de Janeiro: BNDES, 2017. Disponível em: <
https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14214/2/PanoramasSetoriais-2030.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2019.
FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia de informação. 7. ed. Porto Alegre:
AMGH, 2014.
FRESCA, T. M. Uma discussão sobre o conceito de metrópole. Revista da ANPEGE, v. 7, n. 8, p. 31-52, ago./dez. 2011.
PENA, R. F. A. Setor terciário. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/economia/setor-terciario.htm>. Acesso em: 31 dez. 2019.
PUGA, F.; CASTRO, L. B. de. Panoramas setoriais 2030: introdução. Disponível em:
<https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14374/1/Panoramas%20Setoriais%202030%20-%20Introdu%c3%a7%c3%a3o.pdf>. Acesso em:
31 dez. 2019.
SOUZA, L. D. W. de;  ARAÚJO, B. P.; DAUDT, G. M. Bens de capital: panorama setorial 2015-2018. Disponível em:
<https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/14157/1/Bens%20de%20capital_P.pdf>. Acesso em: 31 dez. 2019.
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