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Acidentes por animais peçonhentos e venenosos

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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS
ANIMAIS PEÇONHENTOS: são aqueles que possuem glândulas de veneno e que o injetam com facilidade por meio de dentes ocos, ferrões ou aguilhões. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões, lacraias, abelhas, vespas, marimbondos e arraias.
ANIMAIS VENENOSOS: são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (lonomia ou taturana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu). 
ARANEÍSMO: 
Gênero Loxoscele: 
· BR: Três gêneros de aranhas responsáveis por envenenamentos humanos: Loxosceles, Phoneutria e Latrodectus.
 
· “Aranha-marrom” 
· Hábitos noturnos e sedentários
· Constrói teia irregular e algodonosa. Não é considerada agressiva. 
· Vive sob casca desprendidas de troncos, entre raízes e folhagens caídas e em outros ambientes sombreados.
· Adaptada ao ambiente humano, refugia-se sob telhas, tijolos, madeiras e no interior de domicílio, sendo encontrada em porões, atrás de móveis e em cantos escuros. 
Gênero Phoneutria: 
· Aranha- armadeira ou aranha-da-banana
· A fêmea costuma ser mais agressiva, quando ameaçada, assume posição características de defesa amada. 
· Não constrói teia e vive próximo aos domicílios , onde encontra proteção e alimento (baratas, grilos, outros insetos, aranhas). Tem hábitos noturnos, sendo encontrado em cachos de banana, palmeiras, deixando de troncos caídos, pilhas de madeira e entulhos.
Gênero Latrodectus: 
 
· “Viúva negra”
· É sedentária e constrói teia irregular, não sendo considerada agressiva. 
· Habita campos de cultura de trigo, linho, amendoim, etc. 
· Levada para as proximidades ou mesmo para o interior de casas, onde se instala em frestas de muros e janelas, entre tijolos e em outros ambientes escuros. 
LOXOCELISMO
Forma cutânea
· Instalação lenta e progressiva
· Dor, eritema e edema no local da picada (pouco valorizados pelo paciente)
· 12 a 36 horas surgem áreas de equimose (hematoma maior que 1cm) mescladas com palidez (placa marmórea)
· Após 1 semana +/-, lesão cutânea com necrose seca (úlcera com bordas elevadas)
· Febre, cefaléia, mal-estar, exantemas (inespecíficos)
Forma cutânea-hemolítica
· Hemólise intravascular (icterícia, anemia, hemoglobina = 72h após acidente)
· Pode evoluir para IRA
· Com menor frequência para CIVD
Forma cutânea 
· Lesão incaracterística: bolha de conteúdo seroso, edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação 
· Lesão sugestiva: enduração, bolha, equimoses e dor queimação;
· Lesão característica: dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia (placa marmórea) e necrose. Geralmente o diagnóstico é feito nesta oportunidade 
Forma Cutâneo-visceral (hemolítica)
· Leve: lesão incaracterística sem alterações clínicas ou laboratoriais. O paciente deve ser acompanhado durante pelo menos 72 horas, uma vez que mudanças nas características da lesão ou presença de manifestações sistêmicas exige reclassificação de gravidade. 
· Moderada: o critério fundamental baseia-se na presença de lesão sugestiva ou característica, mesmo sem a identificação do agente causal, podendo ou não haver alterações sistêmicas do tipo rash cutâneo, cefaléia e mal-estar.
· Grave: caracteriza-se pela presença de lesão característica e alterações clínico-laboratoriais de hemólise.
Exames laboratoriais: HMG com leucocitose e neutrofilia, CPK aumentada e DHL aumentada 
Forma cutâneo-hemolítica: 
· Anemia aguda, elevação de DHL e bilirrubina total com predomino de bilirrubina indireta, hemoglobinemia e hemoglobinúria. 
· Ureia e creatinina podem estar elevadas e, mais raramente, pode ser observado alargamento de TP, TTPA e plaquetopenia.
FONEUTRISMO
Quadro clínico:
· Predomínio de manifestações locais, sendo a dor imediata encontrada na quase totalidade dos casos. Sua intensidade é variável, podendo se irradiar até a raiz do membro afetado.
· Edema, eritema, sudorese e discreta fasciculação também ocorrem no local da picada. Cessada a dor mais intensa, os pacientes referem paresias na região. 
Os acidentes são classificados em:
· Leve: são os mais frequentes, correspondendo a cerca de 91% dos casos. Os pacientes apresentam predominantemente sintomatologia local. A taquicardia e agitação, eventualmente presentes, podem ser secundárias à dor.
· Moderados: ocorrem com aproximadamente 7,5 do total de acidentes por Phoneutria. Associadas às manifestações locais, aparecem alterações sistêmicas, como taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação psicomotora, visão “turva” e vômitos ocasionais.
· Graves: São raros, aparecendo em torno de 0,5% do total, sendo praticamente restritos às crianças. Além das alterações citadas nas formas leves e moderadas, há presença de uma ou mais das seguintes manifestações: sudorese profunda, sialorréia, vômitos frequentes, diarreia, priapismo hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema pulmonar agudo. 
LATRODECTISMO
Quadro clínico - manifestações:
· Dor em cerca de 60% dos casos, de pequena intensidade, evoluindo para sensação de queimadura 15 a 60 minutos após a picada.
· Pápula enfisematosa e sudorese localizada são observadas em 20% dos pacientes.
· Na área da picada há referência de hiperemia e pode ser observada a presença de placa urticária acompanhada de enfartamento ganglionar regional. 
· Ptose e edema bilateral, hiperemia conjuntival e midríase.
ESCORPIONISMO
Quadro clínico:
· Dor local, uma constante no escorpionismo, pode ser acompanhada por parestesias.
· Nos acidentes moderados e graves, observados principalmente em crianças, após intervalo de minutos até poucas horas (duas, três horas), podem surgir manifestações sistêmicas.
Manifestações sistêmicas:
· Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa.
· Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente dor abdominal e diarréia.
· Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque.
· Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo.
· Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.
→ A gravidade depende de fatores, como a espécie e tamanho do escorpião, a quantidade de veneno inoculado, a massa corporal do acidentado e a sensibilidade do paciente ao veneno.
Com base nas manifestações clínicas, os acidentes podem ser inicialmente classificados como:
· Leves: apresentam apenas dor no local da picada e, às vezes, parestesias.
· Moderados: caracterizam-se por dor intensa no local da picada e manifestações sistêmicas do tipo sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, taquicardia, taquipnéia e hipertensão leve. 
· Graves: além dos sinais e sintomas já mencionados, apresentam uma ou mais manifestações como sudorese profusa, vômitos incoercíveis, salivação excessiva, alternância de agitação com prostração, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, choque, convulsões e coma. 
→ Os óbitos estão relacionados a complicações como edema pulmonar agudo e choque.
ACIDENTES OFÍDICOS
No Brasil, a fauna ofídica de interesse médico está representada pelos gêneros:
· Bothrops (incluindo Bothriopsis e Porthidium)*
· Crotalus
· Lachesis
· Micrurus
· E por alguns da família Colubridae*
· Estes novos gêneros resultam da revisão do gênero Bothrops: As espécies Bothrops bilineatus, Bothrops castelnaudi e Bothrops hyoprorus passaram a ser denominadas Bothriopsis bilineata, Bothriopsis taeniata e Porthidium hyoprora, respectivamente.
· As serpentes dos gêneros Philodryas e Clelia, da família Colubridae, podem ocasionar alguns acidentes com manifestações clínicas locais.
Características dos gêneros de serpentes peçonhentas no Brasil:
· Fosseta loreal: indica com segurança que a serpente é peçonhenta e é encontrada nos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis.
· Todas as serpentes destes gêneros são providas de dentes inoculadores bem desenvolvidos e móveis situadas na porção anterior do maxilar.
· A identificação entre os gêneros referidostambém pode ser feita pelo tipo de cauda.
→ Gênero Bothrops: jararaca, ouricana, jararacuçu, urutu-cruzeira, jararaca do rabo branco, malhade-sapo, patrona, surucucurana, combóia, caiçara.
→ Gênero Crotalus: popularmente são conhecidos por cascavel, cascavel-quatro-ventas, boicininga, maracambóia, maracá.
→ Gênero Lochesis: surucucu,surucucu-pico-de-jaca, surucutinga, malha-de-fogo.
→ Gênero Micrurus: coral, coral verdadeira ou boicorá.
ACIDENTE BOTRÓPICO
→ Quadro clínico:
Manifestações locais:
· Processo inflamatório agudo
· Dor
· Edema
· Calor e Rubor
· Equimoses
· Hemorragia
Complicações locais:
· Bolhas
· Necrose
· Abscesso
· Síndrome 
· Amputação
Manifestações sistêmicas:
· Gengivorragias
· Epistaxes
· Sudorese
· Náuseas
· Hipotensão arterial
· Hipotermia
· Hemoglobinúria
· Choques
Complicações: Choques (graves) e insuficiência renal aguda (IRA).
Exames complementares:
· Tempo de coagulação (TC): de fácil execução, sua determinação é importante para elucidação diagnóstica e para o acompanhamento dos casos.
· Hemograma: geralmente revela leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, hemossesimentação elevada nas primeiras horas do acidente e plaquetopenia de intensidade variável.
· Exame sumário de urina: pode haver proteinúria, hematúria e leucocitúria.
· Outros exames laboratoriais: poderão ser solicitados, dependendo da evolução clínica do paciente, com especial atenção aos eletrólitos, uréia e creatinina, visando a possibilidade de detecção da insuficiência renal aguda.
· Método de imunodiagnóstico: antígenos do veneno botrópico podem ser detectados no sangue ou outros líquidos corporais por meio da técnica de ELISA.
Tratamento:
· Específico: soro antibotrópico (SAB) por via intravenosa e, na falta deste, das associações antibotrópico-crotálica (SABC) ou antibotrópicolaquética (SABL).
Se o TC permanecer alterado 24 horas após a soroterapia, está indicada dose adicional de duas ampolas de antiveneno.
· Geral:
· Manter elevado e estendido o segmento picado;
· Emprego de analgésicos para alívio da dor;
· Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança.
· Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver evidência de infecção.
ACIDENTE CROTÁLICO
→ Quadro clínico:
Manifestações locais:
· Sem dor local ou pequena intensidade
· Parestesia local ou regional que pode persistir por tempo variável.
· Edema discreto ou eritema no ponto da picada.
Manifestações sistêmicas:
· Gerais: mal-estar, prostração, sudorese, náuseas, vômitos, sonolência, inquietação e secura da boca.
· Neurológicas: nas primeiras horas após a picada: fácies miastênica.
· Musculares: mialgias generalizadas podem aparecer.
· Mioglobinúria
· Coagulação: pode haver incoagulabilidade sanguínea ou aumento do tempo de coagulação.
Exames complementares:
· CK, DHL, TGP, TGO
· Se houver IRA, creatinina e uréia elevados, ácido úrico, fósforo e potássio - Hipocalcemia.
Tratamento:
· Específico: O soro anticrotálico (SAC) deve ser administrado intravenosamente. Poderá ser utilizado o soro antibotrópico-crotálico (SABC).
· Geral: A hidratação adequada é de fundamental importância na prevenção da IRA e será satisfatória se o paciente mantiver o fluxo urinário de 1 ml a 2 ml/kg/hora na criança e 30 a 40 ml/hora adulto.
ACIDENTE LAQUÉTICO
· Local: dor, edema, eritema, equimose, bolha.
· Sistêmico: alteração de coagulação, hipotensão arterial, bradicardia, cólica abdominal, diarreia.
· As complicações locais: síndrome compartimental, necrose, infecção secundária, abscesso, déficit funcional. 
Acidente laquético - tratamento específico indicado:
ACIDENTE ELAPÍDICO
→ Quadro clínico:
· O veneno das corais atua rapidamente. 
· Não há reação no local da picada.
· Não há alterações da coagulação.
· Não há miotoxicidade.
· Face neurotóxica.
· Paralisias progressivas.
· Disfagia.
· Insuficiência respiratória aguda.
Acidentes elapídicos - Soroterapia recomedada:
Paciente picada por uma cobra 
 
Profilaxia dos acidentes ofídicos: 
· Botas de cano alto evitam quase 80% dos acidentes ofídicos.
· Luvas nas atividades de risco evitam cerca de 15% dos acidentes.
· Manter o terreno em volta da casa limpo, sem frestas nas portas.
· Evitar o acúmulo de lixo.

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