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Febre de Origem Indeterminada

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Febre de Origem Indeterminada/Obscura/Febre Prolongada de Etiologia Obscura 
(FOI/FOO/FPEO) 
Febre de Origem 
Indeterminada/Obscura/Febre 
Prolongada de Etiologia Obscura 
(FOI/FOO/FPEO) 
 
 Na maioria dos pacientes que têm processo 
febril com duração de 1 ou 2 semanas, o 
diagnóstico da causa da febre é logo 
estabelecido ou o processo desaparece 
espontaneamente. Diferente das febres com 
duração acima disso, sendo de difíceis 
diagnóstico, apesar do emprego de exames 
complementares habituais; 
 Não podemos dizer que febre de origem 
indeterminada é uma patologia/doença, 
pois ela por si só é um sintoma! 
 
Definição da FOI: 
 Presença de uma temperatura axilar maior 
que 37,8°C, tendo que ter um tempo mínimo 
de 3 semanas de episódios febres e com 
investigação hospitalar sem sucesso; 
 Atualmente, a definição mais adotada de 
FOI requer três dias de investigação 
hospitalar ou 3 consultas ambulatoriais sem 
que o diagnóstico tenha sido estabelecido; 
 Não é necessário ser aferido esses 
processos febris, pode ser apenas referido 
pelo paciente; 
 Isso é diferente do paciente que vem ao PS 
com queixa de febre há 1 semana e na 
investigação médica não se acha nada 
relevante de suspeita, logo, fala-se que é 
uma “febre a esclarecer”; 
 
Causas: 
 A maioria dos casos são de doenças comuns 
com apresentação atípica; 
 
: Epidemiologia
Para facilitar o diagnóstico desta patologia, 
dividimos a FOI em grandes grupos de doenças: 
neoplásicas, infecciosas, 
reumatológicas/inflamatórias e miscelânea; 
1. Doenças Neoplásicas: perda de peso 
acompanhada de anorexia precoce; prurido 
pós-banho em temperatura mais elevadas 
são indicios da FOI. 
2. Doenças infecciosas: a história deve 
incluir cirurgias anteriores (abscessos), 
dentição (abscessos apicais, endocardite 
bacteriana subaguda), antecedentes como 
infecções concomitantes, tuberculose, 
contato com pessoas dodentes, com animais 
pode sugerir febre Q, brucelose, 
toxoplasmose, doença da arranhadura do 
gato e triquinose, exposição a mosquitos ou 
carraptos sugere ehlichiose/anaplasmose, 
babesiose ou malária. Já exposição a 
roedores pode sugerir febre da mordedura 
do rato, febre reocrrente ou leptospirose. 
Transfusões sanguíneas pode ser pista para 
erlichiose/anaplasmose, babesiose, CMV ou 
até mesmo HIV, além de exposição a 
imunossupressores, que pode predispor a 
CMV e tuberculose; 
3. Doenças reumáticas e inflamatórias: se 
houver artralgias e mialgias, uma febre 
desconhecida de origem 
reumática/inflamatória pode ser possível. 
Quando acompanhada de calafrios, podem 
argumentar contra esse tipo de patologia. 
Tosse seca também pode ser um sutil 
indicio de arterite de células 
gigantes/arterite temporal. úlceras orais 
sugerem síndrome de bechet ou LES. O 
padrão de envolvimento de órgãos em uma 
febre de origem desconhecida com uma 
história de sintomas articulares e 
linfadenopatia podem indicar doença de 
Still do adulto, ou até mesmo LES. 
Colescistite acalculosa acompanhando uma 
febre de origem desconhecida pode ser uma 
pista para LES ou poliarterite nodosa; 
4. Miscelânea: A periodicidade da febre 
muitas vezes pode ser a única pista para um 
diagnóstico de neutropenia cíclica. 
Linfadenopatia pode sugerir Rosai-Dorfman 
ou de doença de Kikuchi. Dor no pescoço ou 
mandíbula, facilmente descartada como dor 
dental, pode ser uma pista para tireoidite 
subaguda. Febre factícia deve ser 
considerada particularmente em 
profissionais de saúde. Devem ser ainda 
pesquisados doença inflamatória intestinal 
(enterite regional), alcoolismo (cirrose) e 
medicamentos (pseudolinfoma, febre 
secundária a fármacos). Algumas febres de 
origem desconhecida são familiares. Por 
exemplo, febre do Mediterrâneo ou 
síndrome de hiper-IgD. 
 
Importante relembrar as características 
semiológicas de uma febre comum: 
 Início: súbito ou gradual 
 Hora e Duração 
 Intensidade 
 Término 
 Evolução: curva térmica 
 Fatores Desencadeantes 
 Fatores Associados 
Evolução da febre: 
 
 
Febre de Origem Indeterminada/Obscura/Febre Prolongada de Etiologia Obscura 
(FOI/FOO/FPEO) 
 Maior do que uma semana= prolongado; 
 Contínua (até 1ºC/grande oscilação); 
 Irregular (séptica): grande oscilação, sem 
caráter cíclico e com períodos de queda de 
temperatura; 
 Intermitente: cíclica (febre com períodos de 
apirexia); 
 Remitente: febre com oscilações maiores 
que 1º C sem apirexia (septicemia, 
pneumonia, tuberculose); 
 Recorrente; 
 Invertida: maior de manhã, menor a tarde; 
 
Assim como relembrar critérios de internação 
hospitalar: 
 Regular a mal estado geral; 
 Precisa de hidratação endovenosa? 
 Paciente consegue se alimentar? 
 Paciente precisa de terapia endovenosa? 
 
Definições de febre de origem indeterminada 
em diversos grupos: 
  febre 37,8ºC em várias FOI clássica 
ocasiões, duração ≥ 3 semanas, ausência de 
diagnóstico após 3 dias de investigação 
hospitalar ou três consultas ambulatoriais; 
  pacientes internados, FOI nosocomial 
febre ≥ 37,8°C em várias ocasiões, ausência 
de infecção ou doença incubada a admissão; 
ausência de diagnóstico após 3 dias apesar 
de investigação adequada (incluindo pelo 
menos 48h de cultura microbiológica – 
hemocultura e urocultura principalmente); 
  FOI no paciente neutropênico 
neutrófilos < 500mm², febre ≥37,8°C em 
várias ocasiões; ausência de diagnóstico 
após 3 dias apesar de investigação 
adequada (incluindo pelo menos 48h de 
cultura microbiológica). Isso pode ocorrer 
em pacientes transplantados, pacientes com 
lúpus, soropositivos – com AIDS 
manifestada e que não adere ao tratamento, 
pacientes imunocomprometidos, pacientes 
que fazem quimio ou radioterapia e com 
algumas síndromes, como a síndrome multi-
inflamatória multisistêmica relacionada ao 
COVID-19; 
  infecção pelo HIV FOI associada ao HIV 
confirmada; febre ≥ 37,8° em várias 
ocasiões; duração ≥ 4 semanas (regime 
ambulatorial), ou ≥ 3 dias em pacientes 
internados; ausência de diagnóstico após 3 
dias apesar de investigação adequada 
(incluindo pelo menos 48h de cultura 
microbiológica); 
 
 
-A tabela mostra as causas de febre de origem 
indeterminada, mostrando a relevância da 
infecciosa e neoplásica principalmente; 
 
Quadro clínico: 
 Padrão diverso da febre  intermitente e 
remitente + comuns; 
 Os pacientes, geralmente, apresentam 
sintomas incaracterísticos, como mialgia, 
adinamia, sudorese, artralgia, cefaleia, 
anorexia e perda de peso; 
 Antecedentes sobre viagens e exposições a 
animais podem auxiliar muito a 
investigação (p. ex. malária, brucelose, etc). 
Assim c/ uso de medicamentos, pois alguns 
podem levar a febre (p. ex. sulfas, ATB, 
barbitúricos, hidantoinatos, quinidina, 
metildopa, procainamida, tiouracil etc.); 
 Os achados mais comuns em pacientes com 
FOI são adenomegalia, erupção cutânea, 
sopro cardíaco, visceromegalias ou massas 
abdominais palpáveis e artrite; 
 
 
Febre de Origem Indeterminada/Obscura/Febre Prolongada de Etiologia Obscura 
(FOI/FOO/FPEO) 
 
Obs: a laparatomia exploradora entrou em desuso 
para o diagnóstico da FOI, pois temos recursos hoje 
como a TC e RM que são bem melhores do que 
submeter o paciente a uma cirurgia de grande 
porte; 
 
Anamnese dirigida na FOI: 
Indagações: 
1. Viagens: duração, destino, doenças 
ocorridas, residências anteriores e atual, 
descrever o local; 
-Contato com portadores de doenças 
contagiosas; 
-Atividade e hábitos sexuais; 
-Contato com animais: gatos, cabras, bois; 
-Picadas de insetos: mosquito, barbeiro; 
-Hábitos alimentares: ingestão de carnes e 
outros alimentos crus, leite não 
pasteurizado; 
2. Exposições profissionais: açougueiros, 
imunossupressores, antiinflamatórios, 
analgésicos, hormônios, tranquilizantes, 
anticonvulsivantes; 
3. Doenças pregressas: cirurgias anteriores, 
valvulopatias cardíacas, doença dentária, 
icterícia, transfusões, acupuntura, 
tuberculose, neoplasias, doenças dos 
diversos aparelhos; 
4. Doençasfamiliares: exposição a 
tuberculose e outras doenças infecto-
contagiosas, doenças hereditárias, 
colagenoses; 
 
: Diagnóstico
Alguns aspectos que diferenciam a febre induzida 
por infecção bacteriana da induzida por neoplasia: 
Sugerem ou afastam INFECÇÃO: 
 Quanto maior a duração da síndrome febril, 
menor a probabilidade de origem 
infecciosa. 
 As doenças infecciosas geralmente são 
diagnosticadas no primeiro trimestre de 
estudo; 
 Proteína C reativa maior que 100mg/l 
sugere infecção bacteriana; 
 Teste com naproxeno negativo sugere 
infecção bacteriana  não é mais usado 
esse anti-inflamatório não esteroidal; 
 A leucocitose, com desvio à esquerda, 
sugere infecção bacteriana; 
Sugerem ou afastam NEOPLASIA: 
 A presença de mialgia e artralgia fala contra 
doença neoplásica; 
 Teste de naproxeno positivo sugere febre de 
origem neoplásica; 
 Perda de mais de 1kg de peso corporal por 
semana sugere neoplasia; 
 As neoplasias são mais raras quando a febre 
tem duração superior a um ano; 
 Eosinofilia sugere helmintose 
(especialmente esquistossomose) ou 
neoplasia (principalmente doença de 
Hodgkin); 
 
Exames laboratoriais na FOI: 
Hematologia e bioquímica sangínea: 
 Hemograma e hematoscopia* 
 Velocidade de eritrossedimentação (30 a 
60min)* 
 Pesquisa de hematozoários em gota 
espessa* 
 Transminases, fosfatase alcalina (muito 
útil), bilirrubinas* 
 Eletroforese de proteínas* 
 Ureia e creatinina 
 Hormônios tireoideos: TSH e T4 livre 
 Desigrogenase láctica; 
Culturas (aeróbios, anaeróbios e BAAR)  são os 
mais solicitados 
 Hemoculturas*: colher pelo menos três 
amostras com intervalos de quatro horas no 
primeiro dia e uma amostra no segundo e 
terceiro dias (de preferência coincidindo 
com picos febris); 
 Cultura de urina e fezes; 
 Culturas de secreções corporais (escarro, 
lavado gástrico, derrame pleural, ascite, 
líquor, medula óssea); 
Sorologia: 
 Antiestreptolisina O (ASLO) (febre 
reumática) 
 Fator antinúcleo 
 Fator reumatóide 
 VDRL, FTA-abs (sífilis) 
 Imunofluorescência e ELISA para 
Trypanosoma cruzi 
 Pesquisa de anti-VEB (mononucleose 
infecciosa) 
 Anticorpos antixoplasma (IgM e IgG) 
 
 
Febre de Origem Indeterminada/Obscura/Febre Prolongada de Etiologia Obscura 
(FOI/FOO/FPEO) 
 Reações de aglutinação anti-Brucella e anti-
Salmonella typhi 
 Sorologia para calazar 
 Anticorpos anti-citomegalovírus 
 Anti-HIV (SID/AIDS) 
 Anti-VHB (anti-HBsAg, IgG e IgM anti-HBC) 
 Proteína C-reativa (PCR) quantitativa 
 
Exames de imagem na FOI: 
 Radiologia convencional: tórax, abdômen, 
coluna vertebral, ossos longos, crânio 
(tumores, sinais de abscesso, ar 
extrtaluminal): geralmente pouco úteis; 
dentes, seios paranasais: muito úteis; 
 Ultra-sonografia: muito útil na pesquisa de 
massas e coleções líquidas das regiões 
cervical, torácica, abdominal e pélvica; 
 Ecocardiograma: muito útil (endocardite 
bacteriana); 
 Tomografia computadorizada: muito 
eficiente na detecção de massas e coleções 
líquidas no crânio, tórax, abdômen e pelve; 
 Ressonância magnética: muito útil 
(disponibilidade restrita); 
 
: Tratamento

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