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Medicamentos para Colesterolemia

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Medicamentos com ação predominante na colesterolemia
	Mecanismo de ação
	Indicação terapêutica
	Contraindicação
	ESTATINAS
(Inibidores da síntese de colesterol)
	Ao competir com a enzima HMG-CoA redutase, a interação com a estatina diminui a disponibilidade da enzima de atuar sobre seu substrato natural, reduzindo a formação de mevalonato e, subsequentemente, a síntese de colesterol. Ao inibir a síntese endógena de colesterol, as estatinas determinam maior expressão de receptores de LDL, propiciando redução adicional nos níveis de LDL-c.
	Redução dos níveis plasmáticos de colesterol em todos os tipos de hiperlipidemias; Reduzem os níveis elevados de LDL, resultando em redução substancial de eventos coronarianos e de morte por DCC; Tratamento de primeira escolha e o mais eficaz para pacientes com LDL elevado; Para pacientes homozigotos para hipercolesterolemia familiar não possuem receptor LDL-C, por tanto, se beneficiam menos desse tipo de tratamento;
	Gravidez, lactação, doenças hepáticas e hipersensibilidade.
	EZETIMIBA
(Inibidores da absorção de colesterol)
	Inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o transporte intestinal de colesterol. A inibição da absorção de colesterol (em grande parte do colesterol biliar) leva à diminuição dos níveis de colesterol hepático e ao estímulo à síntese de LDLR, com consequente redução do nível plasmático de LDL-c de 10 a 25%.
	A ezetimiba isolada constitui opção terapêutica em pacientes que apresentam intolerância às estatinas. A ezetimiba associada a doses toleradas de estatina é uma alternativa em pacientes que apresentam efeitos adversos com doses elevadas de estatina.
	Gravidez, lactação, doenças no fígado.
	RESINAS
(Inibidores da absorção de ácidos biliares) 
	Realizam trocas de ânions e que se ligam aos ácidos e sais biliares com carga negativa no intestino delgado. O complexo resina/ácido biliar é excretado nas fezes, evitando que os ácidos biliares retornem ao fígado através da circulação enteroepática; A redução da concentração de AG faz com que os hepatócitos aumentem a conversão de colesterol em ácidos biliares, restabelecendo o suprimento desses compostos, componentes essenciais da bile. Consequentemente, a concentração de colesterol intracelular diminui, o que ativa uma maior absorção de colesterol contendo partículas LDL, levando a uma redução do LDL plasmático.
	Reduzem significativamente o colesterol LDL, embora seus benefícios sejam menores do que os obtidos com as estatinas; Tratamento das Dislipidemias tipo IIA (Hipercolesterolemia familiar) e IIB (hiperlipidemia familiar mista); Homozigotos para Hipercolesterolemia familiar IIA têm menor resposta ao tratamento; Reduzem o prurido em indivíduos com obstrução de ducto biliar.
	Não apresenta grandes contraindicações, podendo ser utilizadas tanta por crianças como gestantes.
HIPOLIPEMIANTES
Aluno: José Moreira Tavares Neto
	Medicamentos que atuam predominantemente nos 
Triglicérides
	Mecanismo de ação
	Indicação terapêutica
	Contraindicação
	Fibratos
	Agem estimulando os receptores nucleares denominados “Receptores Alfa Ativados da Proliferação dos Peroxissomas” (PPAR-α). Este estímulo leva ao aumento da produção e da ação da LPL, responsável pela hidrólise intravascular dos TG, e à redução da ApoC-III, responsável pela inibição da LPL.
	Indicados no tratamento da hipertrigliceridemia endógena quando houver falha das medidas não farmacológicas. Quando os TG forem muito elevados (> 500 mg/dL) são recomendados, inicialmente, junto das medidas não farmacológicas. 
	Gravidez, lactação, disfunção hepática ou renal e doença na vesícula biliar.
	Ácido nicotínico (niacina)
	Reduz a ação da lipase tecidual nos adipócitos, levando à menor liberação de ácidos graxos livres para a corrente sanguínea. Como consequência, reduz-se a síntese de TG pelos hepatócitos. Reduz ainda o LDL-c em 5 a 25%;
Aumenta o HDL-c em 15 a 35%; e diminui o TG em 20 a 50%.
	Pacientes com elevações de triglicerídeos e colesterol, comumente em associação a uma estatina; redução isolada de HDL-c; alternativa aos fibratos ou estatinas; associação com hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia ou dislipidemia mista.
	Gravidez, lactação, disfunção renal e hepática.
	 Ácidos graxos ômega 3
	Reduzem os TG e aumentam discretamente o HDL-c, podendo, entretanto, aumentar o LDL-c. Seus efeitos no perfil lipídico são dose-dependentes e resultam de uma variedade de mecanismos, entre os quais a diminuição da produção de VLDL e o aumento de seu catabolismo.
	Adjuvante na terapia de hipertrigliceridemia grave.
	Pacientes em uso de anticoagulantes devem ser monitorados.
	Novos fármacos* 
	Mecanismo de ação
	Indicação terapêutica
	Contraindicação
	Inibidores da proteína de transferência de ésteres 
de colesterol
	A CETP é responsável pela transferência de ésteres de 
colesterol da HDL para lipoproteínas que contém ApoB, em 
troca equimolar por TG. Como é previsível, a inibição da 
CETP aumenta a concentração de colesterol na HDL e diminui nas lipoproteínas que contém ApoB, incluindo VLDL e LDL.
	Atualmente, o anacetrapibe é o único inibidor do 
CETP que permanece em avaliação.
	EM ESTUDO!
	Inibidores da PCSK-9 
	Enzima que desempenha um papel importante no metabolismo lipídico, modulando a densidade de LDLR.270 Sintetizada no núcleo celular e secretada pelos hepatócitos, liga-se aos LDLR na circulação, favorecendo sua degradação
	A indicação dos inibidores da PCSK9 (evolocumabe e alirocumabe) no tratamento das dislipidemias, recomenda-se a utilização somente em pacientes com risco cardiovascular elevado, em tratamento otimizado com estatinas na maior dose tolerada, associado ou não à ezetimiba, e que não tenham alcançado as metas de LDL-c ou não HDL-c recomendadas.
	O uso dos inibidores da PCSK9 em geral é seguro e bem tolerado. Possibilidade de hipersensibilidade.
	Inibidor da proteína de transferência de 
triglicérides microssomal
	A lomitapida é um fármaco que inibe a MTP, reduzindo a formação de quilomícrons no intestino e VLDL pelo fígado. Pelo fato de a VLDL ser um precursor metabólico da LDL, as concentrações plasmáticas de LDL são reduzidas.
	Indicado somente nos casos de HF Homozigótica (HoHF), mas seu uso ainda não foi aprovado no Brasil.
	EM ESTUDO!
	Inibidores da síntese de apolipoproteína B 
(antissenso anti-ApoB)
	Consiste de oligonucleotídeos que atingem o núcleo do hepatócito e se hibridizam ao RNA mensageiro da ApoB, formando um RNA de fita dupla, que é reconhecido e degradado por uma Ribonuclease H RNase H e, portanto, impede a formação (tradução) da proteína (ApoB). Além de reduzir a formação de VLDL, os produtos de sua metabolização também são reduzidos, como IDL, LDL e Lp(a).
	Indicado em portadores de HoHF. Ainda não aprovado no Brasil, o mipomersen, único representante da classe.
	EM ESTUDO!
	Inibidores da síntese de apolipoproteína C-III 
(antissenso anti-ApoC-III)
	Variantes genéticas da ApoC-III com perda de função e concentrações reduzidas de ApoC-III no plasma são associadas com risco reduzido de DAC, sendo sua inibição considerada novo alvo terapêutico. Concentrações elevadas de ApoC-III no plasma comprometem não só a lipólise, como a remoção da circulação das lipoproteínas ricas em TG, com acúmulo de lipoproteínas aterogênicas.
	EM ESTUDO!
	EM ESTUDO!
	Antissenso antiapolipoproteína C-III
	A hibridização do ISIS 304801 ao mRNA da ApoC-III leva à degradação do mRNA alvo pela ribonuclease H1, impedindo a tradução da proteína ApoC-III.
	O fármaco ainda não está aprovado para uso pelas agências regulatórias. Demonstrou redução de ApoC-III e TG em pacientes com hipertrigliceridemia, em monoterapia ou em associação a fibratos
	EM ESTUDO!
	Lipase ácida lisossômica recombinante humana
	A Terapêutica de Reposição Enzimática (ERT) tem sido usada com sucesso em outras formas de doenças de depósito lisossomal, sendo uma perspectiva para os pacientes com Deficiência da Lipase Ácida Lisossomal. O objetivo da ERT é tentarnormalizar os níveis fisiológicos de lipase ácida lisossomal e evitar o acúmulo de ésteres de colesterol e TG.
	EM ESTUDO!
	EM ESTUDO!
*Terapêuticas ainda em estudo.
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BRUNTON, L.L.; HILAL-DANDAN.R.; KNOLLMANN, B.C. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019. 1738 p.
FALUDI, André Arpad et al . Atualização da Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose – 2017. Arq. Bras. Cardiol.,  São Paulo ,  v. 109, n. 2, supl. 1, p. 1-76,  Aug.  2017 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2017001100001&lng=en&nrm=iso>. access on  25  Apr.  2021.  https://doi.org/10.5935/abc.20170121.

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