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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - SFN 1 A ciência econômica, pode-se dizer, preocupa-se com o estudo da alocação de recursos da economia. Esse assunto torna-se relevante devido à constatação de que os indivíduos têm necessidades e desejos ilimitados, enquanto os recursos disponíveis para atendê-los são escassos. De fato, se pensarmos nas economias modernas, os desejos de consumo das famílias estão, em geral, acima de sua capacidade econômica. Quando pensamos em países, é fácil perceber essa noção de escassez dos recursos, afinal o número de pessoas disponíveis para trabalhar e os recursos naturais, financeiros e tecnológicos existentes são limitados. O importante aqui é destacar que as decisões dos agentes econômicos (famílias, empresas e governo) que compõem esse sistema econômico moderno, embora individuais, estão interligadas e impactam o todo. As famílias oferecem os insumos necessários para a produção das empresas, como o trabalho, o capital e os imóveis, em troca dos rendimentos do salário, dos juros, dos lucros e dos aluguéis, o que em conjunto forma a renda dessas famílias. Com essa renda, as famílias adquirem os produtos e serviços ofertados pelas empresas. O governo, por sua vez, recolhe impostos e taxas dessas famílias e empresas, e os devolve para a sociedade em forma de projetos sociais ou serviços básicos não ofertados pelas empresas. Veja fluxo a seguir: Para suprir essa demanda do mercado (oferta e demanda) surgiram e desenvolveram-se instituições especializadas em intermediar as operações 2 financeiras. Inicialmente, sua função básica era pegar emprestado daqueles que poupam, pagando uma remuneração representada pelos juros, e emprestar para os demais, naturalmente a uma taxa mais alta, ganhando com a diferença. Essas instituições concentram a poupança e a distribuem aos tomadores de recursos, atendendo, ao mesmo tempo, as necessidades de volume financeiro e prazo de cada um. Com o passar do tempo, essas instituições foram se especializando e oferecendo outros serviços. Da mesma forma, desenvolveram-se novos instrumentos, sistemas e produtos para organizar, controlar e desenvolver esse mercado. Chamamos este sistema, como um todo, de sistema financeiro. Sistema Financeiro Nacional (SFN): conjunto de instituições e instrumentos que viabilizam a intermediação financeira entre os agentes superavitários e deficitários, aumentando a liquidez econômica. É composto por órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores, conforme mostra quadro a seguir: 3 Fonte: https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp Órgãos normativos 1.1. Conselho Monetário Nacional (CMN): autoridade máxima financeira do Brasil, composto pelo Ministro da Economia, pelo presidente do Banco Central e pelo secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, tendo como atribuições: o definir diretrizes para o SFN. https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp https://www.bcb.gov.br/pre/composicao/composicao.asp 4 o adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia; o adaptar o volume dos meios de pagamento às necessidades da economia; o regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do Balanço Patrimonial (BP); orientar a aplicação dos recursos da instituições financeiras; o propiciar o aperfeiçoamento das instituições e instrumentos financeiros; o zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; o coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa. 1.2. Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP): responsável por definir diretrizes e normas para os seguros privados. Integram o CNSP: Ministro da Fazenda (presidente), representante do Ministério da Justiça, representante do Ministério da Previdência Social, superintendente da SUSEP, representante do Bacen e representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Entre as atribuições do CNSP estão: o fixar diretrizes e normas da política de seguros privados, inclusive da profissão de corretor; o regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao CNSP. o fixar características dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; o prescrever critérios de constituição das seguradoras, capitalização e resseguradores. 1.3. Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC): órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). 5 2. Entidades supervisoras 2.1. Banco Central: o Banco Central do Brasil foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e é responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: o zelar pela adequada liquidez da economia; o manter as reservas internacionais em nível adequado; o estimular a formação de poupança; o zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro; o executar políticas traçadas pelo CMN e fiscalizar o SFN. o fiscalizar e disciplinar o Ministério da Fazenda; o aplicar penalidades na intervenção e na liquidação extrajudicial de instituições financeiras; o gerir o SFN ao expedir normas e autorizações, e promover o controle das instituições financeiras; o executar a política monetária. 2.2. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): autarquia vinculada ao Poder Executivo (Ministério da Fazenda). Tem como principal atividade a supervisão e o controle do mercado de valores mobiliários representado pelas ações debentures, partes beneficiárias e outros instrumentos emitidos pelas sociedades anônimas. 2.3. Superintendência de Seguros Privados (Susep): órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, foi criada pelo Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966. Tem como objetivo regular, supervisionar e fomentar os mercados de seguros, resseguros, previdência complementar aberta, capitalização e corretagem, 6 promovendo a inclusão securitária e previdenciária, bem como a qualidade no atendimento aos consumidores. 2.4. Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc): entidade governamental autônoma constituída sob a forma de autarquia especial vinculada ao Ministério da Previdência Social. Foi instituída em 2009 (Lei nº 12.154/09), com a finalidade de fiscalizar e supervisionar as entidades fechadas de previdência complementar e de executar políticas para o regime de previdência complementar. 3. Operadores 3.1. Subsistema de intermediação: 3.1.1. Instituições bancárias; 3.1.2. Instituições não bancárias; 3.1.3. Sistema brasileiro de poupança e empréstimo; 3.1.4. Instituições auxiliares; 3.1.5. Instituições não financeiras. A evolução e o desenvolvimento de novos ativos financeiros e de características operacionais específicas para cada tipo de necessidade diferem entre os agentes (superavitários e deficitários) em razão do prazo, do tipo de instrumento utilizado para formalizar a operação, da assunção de riscos, entre outros aspectos que delimitam o que se convencionou chamar de mercados financeiros, classificados em quatro grandes mercados: 1. Mercado monetário: as transferências de recursos a curtíssimo prazo, em geral com prazo de um dia, como aquelas realizadas entre as próprias instituições financeiras ou entre elas e o Banco Central, sãorealizadas no chamado mercado monetário. 2. Mercado de crédito: é o segmento do mercado financeiro em que as instituições financeiras captam recursos dos agentes superavitários e os emprestam às famílias ou empresas. Essas instituições são remuneradas pela diferença entre seu custo de captação e o que cobram dos tomadores − com a avaliação do risco. 7 3. Mercado de câmbio: é o mercado em que são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por moeda nacional. 4. Mercado de capitais: empréstimos entre investidores diretamente para as empresas, as quais adquirem títulos que representam as condições estabelecidas no negócio, chamados de valores mobiliários.
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