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Trabalho individual Cadeira: SAFs Tema: Caracterização dos quintais agroflorestais no distrito de sanga (Povoado de Mapudje) Discente: Docente: Simão Artur Robate Junior Lichinga, 2021 Trabalho apresentado, a cadeira de SAFs. Resumo Esta pesquisa tem como objetivo de debater sobre os quintais agroflorestais, como uma forma de possibilidade de produção de modo sustentável, em que o pesquisador tais como gestores florestais e engenheiros agrônomos, são importantes intervenientes bastante importantes para elucidar praticas de cultivo com fundamentação agroecológica, ambiental, assim como benefícios econômicos para os agricultores com pequenas porções de terra. Neste âmbito foi feito um estudo de caso no povoado de Mapudje no distrito de Sanga nas propriedades dos moradores daquela região. Onde foram entrevistados 9 chefes de família. Os resultados encontrados foram analisados com a ajuda da estatística descritiva, com o estudo mostram que os quintais caseiros podem ser uma alternativa sustentável de uso de terra e economicamente lucrativo para os agricultores, favorecendo a melhoria de qualidade de vida dos agricultores. Palavras-chaves: Quintais caseiros, agricultores, produção, componentes. Abstract This research aims to debate about home gardens, as a way of possibility of production in a sustainable way, in which the researcher, such as forest managers and agronomists, are very important players to elucidate cultivation practices with an agroecological, environmental basis. , as well as economic benefits for farmers with small portions of land. In this context, a case study was made in the village of Mapudje in the district of Sanga on the properties of the residents of that region. Where 9 heads of households were interviewed. The results found were analysed with the help of descriptive statistics, with the study showing that home gardens can be a sustainable alternative for land use and economically profitable for farmers, favouring the improvement of farmers' quality of life. Keywords: Home gardens, farmers, production, components. Índice Capitulo I .......................................................................................................................... 9 1.1. Introdução .............................................................................................................. 9 1.2. Delimitação do estudo ........................................................................................... 9 1.3. Justificativa ............................................................................................................ 9 1.4. Objetivos .............................................................................................................. 10 1.4.1.1. Geral ............................................................................................................. 10 1.4.1.2. Especifico ..................................................................................................... 10 1.5. Hipóteses de pesquisa .......................................................................................... 10 2. Capitulo II ............................................................................................................... 11 2.1. Revisão bibliográfica ........................................................................................... 11 2.2. Quintais caseiros .................................................................................................. 11 2.2.1. Vantagens e desvantagens dos quintais ........................................................... 12 3. Capitulo III .............................................................................................................. 13 3.1. Material e métodos .............................................................................................. 13 3.2. Descrição da área de estudo................................................................................. 13 3.3. Clima Relevo e Solos .......................................................................................... 13 4. Metodologia ............................................................................................................ 14 6. Coleta de dados no campo ....................................................................................... 15 7. Materiais utilizados ................................................................................................. 15 8. Análise de dados...................................................................................................... 15 9. Resultados e discussão ............................................................................................ 15 9.1. Religião no povoado de Mapudje ........................................................................ 16 9.2. Produção .............................................................................................................. 19 9.3. Formulas usadas para o cálculo de frequências de culturas produzidas na região 19 9.4. Forma de produção .............................................................................................. 22 9.5. Culturas que se pretende produzir ....................................................................... 23 9.6. assistência técnica ................................................................................................ 24 9.8. Principais problemas ambientais ......................................................................... 26 Capitulo IV ..................................................................................................................... 29 10. Conclusão ............................................................................................................ 29 11. Recomendações ................................................................................................... 30 12. Referências bibliográficas ................................................................................... 31 13. Apêndices .............................................................. Erro! Indicador não definido. Índice de ilustrações Figura 1: sexo dos indivíduos entrevistados ................................................................... 16 Figura 2: percentual religioso em Mapudje .................................................................... 17 Figura 3: fonte de renda .................................................................................................. 17 Figura 4: tamanho dos quintais em hectares ................................................................... 18 Figura 5:Finalidade da produção .................................................................................... 19 Figura 6:percentagens das culturas produzidas .............................................................. 21 Figura 7: percentagem de espécies arbóreas................................................................... 21 Figura 8: qualidade do solo ............................................................................................ 22 Figura 9: percentagem de culturas desejadas ................................................................. 23 Figura 10: Agricultores com assistência técnica ............................................................ 24 Figura 11:porcentagem de animais no povoado ............................................................. 25 Figura 12: problemas ambientais frequentes (incêndios) ............................................... 27 Figura 13: principaisproblemas ambientais (seca) ........................................................ 28 Figura 14: principais problemas ambientais (erosão) ..................................................... 28 Índice de tabelas Tabela 1: culturas produzidas ......................................................................................... 20 Tabela 2: Espécies encontradas nos quintais caseiros e uso principal. .......................... 22 Tabela 3: porcentagem de animais no povoado.............................................................. 25 Lista de abreviatura SAFs = Sistemas agroflorestais. AFs = Agregados familiares. ha = hectares. MAE = Ministério da Administra tacão Estatal. INE = Instituto Nacional de Estatística. Capitulo I 1.1. Introdução Em muitos países em desenvolvimento, o aumento da densidade populacional tem sido cada vez maior e a prática de derrubada e queimada tem contribuído para o empobrecimento dos solos. Em Moçambique, o aumento da população tem contribuído para uma utilização excessiva dos recursos naturais, devido à exploração destes pelas comunidades para atender as suas necessidades básicas (Macucule, 2005) citado em (Chitsondzo & Silva, 2013). Como forma de amenizar os impactos sobre os recursos naturais, vem se desenvolvendo estudos técnicos-científicos sobre alternativas sustentáveis de uso de terra, tais como os sistemas agroflorestais – SAFs (Freitas et al., 2004) em (Chitsondzo & Silva, 2013). Os quintais caseiros são parte integrante dos sistemas alimentares locais e da paisagem agrícola dos países em desenvolvimento em todo o mundo e suportaram o teste do tempo, estudos reconhecem impactos positivos dos jardins domésticos para abordar a insegurança alimentar e a desnutrição, além de fornecer benefícios adicionais, como oportunidades de renda e subsistência para famílias pobres de recursos e oferecer uma série de serviços ecossistêmicos (FAO, 2013). 1.2. Delimitação do estudo O estudo visa caracterizar os quintais caseiros no distrito de Sanga no povoado de Mapudje. Para sua materialização, foi feita a amostra aleatória simples, em zonas previamente identificadas. Em termos de abrangência espacio temporal temporal, espera- se que o trabalho cubra 0.2 % do distrito de Sanga com uma intensidade amostral de 0.5% O trabalho de campo durou aproximadamente 3 dias, sendo que o de escritório, durou 1 mes. 1.3. Justificativa A relevância da pesquisa, justifica-se devido ao simples facto de que as comunidades das diferentes partes do país, assim como é o caso do distrito de Sanga, (Povoado de Mapjude). Desconhecerem a pratica de cultivo agrícola denominado por sistemas agroflorestais, o método de cultivo (agricultura itinerante) adoptado pelas comunidades tem causado imensos danos a este ecossistema. Adicionalmente, tem sido bastante difícil propor medidas de maneio sustentável de terra, devido ao desconhecimento dos dessa técnica de cultivo. Neste sentido, pode se vislumbrar a importância da investigação proposta, que identifique a essência do estudo dos modelos de combustíveis e o seu entrelaçamento com a ocorrência e tipos de incêndios. 1.4. Objetivos 1.4.1.1. Geral Classificar os quintais agroflorestais do distrito de Sanga. 1.4.1.2. Especifico Identificar os componentes arbóreos ou arbustivos mais frequentes das quintas agroflorestais; Descrever as componentes herbáceas mais frequentes no sistema; Descrever os animais comumente encontrados na região de Mapudje. Conhecer os fins da produção. 1.5. Hipóteses de pesquisa Os indivíduos residentes no distrito de Sanga, no povoado de Mapudje conhecem o método de cultivo denominado por SAFs. Os indivíduos residentes no distrito de Sanga, no povoado de Mapudje não conhecem o método de cultivo denominado por SAFs. 2. Capitulo II 2.1. Revisão bibliográfica 2.2. Quintais caseiros É um sistema tradicional existente em quase todos os países tropicais, e consiste no conjunto de plantas, as quais incluem árvores, arbustos, trepadoras e herbáceas, cultivadas próximas ou nos arredores das moradias nas fazendas ou nas vilas rurais. Em geral, estes pomares (também chamados de quintais) são estabelecidos pela família e os produtos obtidos são usados pelos seus membros. Os pomares são ornamentais e fornecem sombra e abrigo para animais. Aliás, muitos pomares caseiros incluem a criação de vários animais e até de peixes em pequenos reservatórios de água. Outra característica interessante dos pomares sul americanos é a consistente presença de árvores frutíferas (VERAS, 2005). A segurança alimentar e a complementação da renda familiar, podem ser obtidas nos quintais domésticos que garante, do ponto de vista nutricional, melhor alimentação se comparada aos alimentos adquiridos no mercado, sobretudo a produção sem uso de agrotóxicos. Além disso, levando-se em consideração o fato de que os recursos economizados com a cesta básica podem ser usados na melhoria da educação, habitação e do lazer, tendo um resultado maior na melhoria da qualidade de vida da comunidade (VERAS, 2005). A agricultura praticada nos quintais caseiros é baseada no uso de área agrícola reduzida, exigindo do agricultor capacitação para a escolha do modelo de exploração para garantir a sua sustentabilidade ao longo dos anos (Abdo et al., 2008). Nair, (1993)refere que: esses sistemas proporcionam uma contribuição importante para a produção agrícola sustentável devido ao seu potencial para atender às condições econômicas, sociais, ecológicas e institucionais para os meios de subsistência sustentáveis. Gazel Filho et al., (2009) refere que: Quintais caseiros são considerados como sustentáveis ao longo dos anos, pois oferecem uma série de produtos e/ou serviços, diminuindo de forma considerável os gastos da família para obtê-los fora da propriedade, e contribuem como complemento alimentar e para a diversificação da dieta das famílias rurais. Os sistemas tradicionais agroflorestais envolvem mecanismos sociais, tecnológicos e econômicos elaborados para salvaguardar recursos vegetais (Maroyi, 2009). 2.2.1. Vantagens e desvantagens dos quintais Segundo Bemerguy, (1997) e Marques, (1997) citados por Veras, (2005), respectivamente, apontam as seguintes vantagens e desvantagens da utilização dos sistemas agroflorestais : Entre as vantagens podem-se relacionar: Conservação da biodiversidade; Os custos de implantação e manutenção dos quintais podem ser mantidos entre limites aceitáveis para o pequeno produtor; Podem aumentar a renda familiar; Podem contribuir para a melhoria da alimentação das populações rurais; Os quintais ajudam a manter ou a melhorar a capacidade produtiva da terra; Facilitam a sedentarização dos agricultores; Proporcionam menor risco para os produtores, devido a uma maior diversificação da produção em cada propriedade; Possibilitam melhor distribuição da mão-de-obra ao longo do ano; Tornam o trabalho mais confortável; Podem preencher um papel muito importante na recuperação de áreas em via de degradação; Podem contribuir para a proteção do meio ambiente; Entre as possíveis limitações dos sistemas agroflorestais pode-se relacionar: O conhecimento dos agricultores, técnicos e pesquisadores sobre ainda é muito limitado; O manejo é mais complexo do que atividades agrícolas especializadas; O custo de implantação dos quintais é mais elevado; O componente florestal pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas dos quintais; Os quintais são mais difíceis de mecanização; Muitos produtos gerados pelos quintais têm mercados limitados; As árvores, quando grandes e mais velhas, podem causar acidentes. 3. Capitulo III 3.1. Material e métodos 3.2. Descriçãoda área de estudo Fonte: Autor (2021) O distrito de Sanga está localizado na parte Norte da Província do Niassa a 60Km da capital provincial – Lichinga, confinando a Norte com a República da Tanzania, a Sul com o distrito de Lichinga, a Leste com os distritos de Muembe e Mavago e a Oeste com o distrito de Lago. Com uma superfície de 13.469 km2 e uma população recenseada em 1997 de 44.225 habitantes e estimada, à data de 1/1/2005, em 60.243 habitantes, este distrito tem uma densidade populacional de 4.5 ha/km2 (MAE, 2005). A relação de dependência económica potencial é de aproximadamente 1:1, isto é, por cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade ativa. A população é jovem (49%, abaixo dos 15 anos de idade), maioritariamente feminina (taxa de masculinidade de 49%) e de matriz rural (taxa de urbanização de 6%). 3.3. Clima Relevo e Solos O distrito de Sanga está sob a influência da Zona de Convergência Intertropical que origina duas estações bem definidas. A estação quente e chuvosa que vai de Dezembro a Março, com Abril como mês de transição e, a estação seca e fria de Maio a Outubro, com o mês de Novembro como de transição. A precipitação média anual oscila entre 1.000 a 1.200mm no extremo norte, ao longo dos rios Rovuma e Lucheringo, chegando a atingir os máximos de 2.000mm nas zonas mais altas da cordilheira (MAE, 2005). Os valores médios das temperaturas durante a estação quente e húmida são de 20 e 23˚C na zona planáltica e na Cordilheira de Sanga. Estes valores aumentam para 23 a 26˚C na faixa Norte, na zona de planícies, ao longo do Rio Rovuma. Sanga (MAE, 2005). 4. Metodologia No intuito de alcançar os objetivos propostos a descrição e analise dos quintais caseiros/pomares no distrito de Sanga foi feita a partir de levantamentos de campo realizados nos dias 27 Março de 2021, na zona rural, localizado no distrito de sanga, povoado de Mapudje. A atividade foi resultante de observações diretas e de informações coletadas com a aplicação de entrevista semi-estruturada (inquérito/questionários) com o intuito de perceber melhor as características dos quintais. Os agregados familiares foram selecionados aletoriamente, sendo entrevistado chefe de cada agregado familiar ou alguém mais próximo a ele, para dar credibilidade a informação adquirida. Para consciliar a revisao bibliografica com o conhecimento tecnico. Realizou-se um inventario de campo, e foram feitas tambem algumas fotos para auxiliar na colecta de dados e na percepcao da real situacao de producao de produtos florestais em um quintal agroflorestal. 5. Método de pesquisa A pesquisa é de natureza dedutiva. Descartes (2003), refere que: por meio do método dedutivo, busca-se apresentar uma nova forma de se realizar uma pesquisa científica, abstendo-se do sobrenatural e tentando, ao máximo, ater- se ao seu método, para, por meio da razão buscar um conhecimento que ele intitulou como verdadeiro. 6. Coleta de dados no campo As questões foram feitas para descrever as práticas de agricultura familiar observação e levantamento de técnicas agrícolas e formas de integração de componentes agroflorestais nos quintais dos AFs inquiridos. E dados como fonte principal de renda, variedade de espécies existentes no quintal, fins da produção foram levantados. 7. Materiais utilizados a) Inquérito previamente elaborado, para a coleta de informações no campo; b) Duas pranchetas, duas canetas, uma câmera fotográfica, 8. Análise de dados Os quintais agroflorestais nos povoados de Mapudje, distrito de Sanga, foram avaliados, fazendo se o uso de alguns parâmetros tais como: condições socioeconômicas, componentes dos quintais (vegetal e animal), religião dos proprietários dos quintais, fonte de água assim como os problemas ambientais sofridos na região. Logo depois de coletarem-se os dados, foram introduzidos em um formulário padronizado. Os dados obtidos nas entrevistas foram analisados com o uso de estatística descritiva a partir do uso do software Excel e IBM SPSS ESTATISTIC. Os dados foram descritos em tabelas e gráficos para que fosse possível evidenciar as características da distribuição das variáveis avaliadas. 9. Resultados e discussão Foram entrevistadas 9 pessoas, na qual cada uma delas era o representante de uma família, no qual 8 eram de sexo masculino e apenas 1 era do sexo feminino. Este fenômeno no povoado deve-se a questões culturais, nessas regiões assim como, muitas outras regiões de Moçambique, ainda não se faz sentir o empoderamento feminino, as mulheres não tem o poder de tomada de decisão ou de opinião em nenhum aspecto, sendo entrevistados em termos percentuais 88,89% dos homens e apenas 11,11% de mulheres, que só falavam na ausência dos seus maridos como mostra a fig1. Figura 1: sexo dos indivíduos entrevistados Fonte: Autor Os entrevistados apresentaram idades entre 20 a 50+ anos de idade, tendo em média 35 anos de idade. 9.1. Religião no povoado de Mapudje De acordo com o INE, (2017), Moçambique tem aproximadamente 270607 habitantes entre homens e mulheres que são pertencentes a religião islâmica. No povoado de Mapudje localizado no distrito de Sanga, constatou-se que o maior número de habitantes daquela região pertence a religião islâmica, o que logo a prior, ira influenciar a composição e distribuição de alguns animais domésticos existentes nos quintais caseiros do povoado, como é o caso dos porcos (sus scrofa domesticus). Figura 2: percentual religioso em Mapudje Fonte:Autor Com esse percentual, denota-se logo a prior que a longo da realização do trabalho de campo no povoado, os quintais caseiros são caracterizados pela ausência da espécie animal (sus scrofa domesticus) porcos. No que diz respeito a fonte de renda, 88,89% dos moradores da região sobrevivem da pratica da agricultura, enquanto que os outros 11,11% dos entrevistados sobrevive da pratica do comercio em mercados da região. O número de pessoas que sobrevivem dessas rendas variou de 3 a 13 tendo a média de 7,44 pessoas por família como ilustra a tabela abaixo. Figura 3: fonte de renda Fonte: autor Foi possível verificar que na maioria das vezes quase todos os membros da família, são os responsáveis na produção dentro dos quintais caseiros, de acordo com os entrevistados, as filhas com idade em voltas dos 10 anos devem tomar conta dos mais novos, (no caso de famílias sem condições de mandar a escola), enquanto que outros afirmam que apenas vão aos seus pomares acompanhados pela esposa e filhos mais velho para ajudar na produção. Tendo em conta que o tempo que os indivíduos tem realizado a atividade agrícola o tempo variou de 8 a 41 anos, sendo que a maioria deles vem fazendo a atividade desde a sua infância. Tendo a maioria deles pomares com 2 até hectares. Destacando que 100% dos entrevistados gostaria de aumentar a sua área de produção, mas alguns deles dizem que são limitados por alguns problemas ambientais, tais a estiagem e incêndios descontrolados. Figura 4: tamanho dos quintais em hectares Fonte: Autor Nesta região foi possível identificar que as propriedades dos agricultores variaram dos 1 ha aos 9 ha , nesta senda o povoado conta com uma área media total de 24 hectares de quintais caseiros a cada nove família. equivalendo a 240 000 m2 por cada nove família. 9.2. Produção No que diz respeito a produção 100% das famílias faz o consumo de uma parte dos produtos produzidos por eles nos seus quintais, já 88,89% realizam a atividade de comercio de grande parte dos produtos. 100% deles também afirmou que reserva uma parte dos seus produtos para a obtenção de sementes, para a outra estação agrícola. Figura 5:Finalidade da produção Fonte: autor Dos produtos mais frequentes nos quintais da região encontram-se:o milho e o feijão, devido ao seu alto valor comercial, e valor nutricional, pôs na lista dos menos frequentes podemos encontrar o tabaco, mandioca, amendoim. 9.3. Formulas usadas para o cálculo de frequências de culturas produzidas na região Formula para a frequência relativa Frequência relativa= Fri = 𝑓𝑖 𝑛 Onde fi= quantidade de dados; n= número de indivíduos ou de repetições. Formula para a frequência acumulada Fi= f1+f2+...+fi Formula para a frequência relativa acumulada FRi= 𝑭𝒊 𝒏 Tabela 1: culturas produzidas Fonte: autor Neste sentido, pode se constatar que 100% dos agricultores da região cultivam o milho (zea mays) e os outros 90% produzem o feijão (phaseolus vulgaris), embora essa percentagem seja satisfatória, constata-se que os quintais caseiros no povoado de Mapudje são pobres em variedade de espécies leguminosas. Oque pode ser um fator que pode vir a contribuir bastante na desnutrição da população. Esses resultados encontrados para a cultura de milho(zea mays) quintais caseiros foi semelhantes aos encontrados por Chitsondzo & Silva, (2013),ao caracterizar os quintais caseiros em Machipanda, constatou-se que o milho era a cultura predominante em todos os quintais. culturas produzidas fi (frequência) Fi (frequência acumulada) Fri (frequência relativa) Fri (Frequência relativa acumulada) Milho 9 9 1 1 Feijão 8 17 0,9 1,9 Inhame 1 18 0,1 2 Batata reno 1 19 0,1 2,1 Batata doce 2 21 0,2 2,3 Soja 1 22 0,1 2,4 Tabacco 1 23 0,1 2,6 Amendoim 1 24 0,1 2,7 Mandioca 2 26 0,2 2,9 Figura 6:percentagens das culturas produzidas Fonte: autor O mesmo, pode referir-se as espécies arbóreas na região, que para além de ter a função de fornecimento de frutos para os membros da comunidade, e servem também para limitar os quintais caseiros, das espécies mais frequentes no povoado encontram-se a mangifera indica, com uma percentagem de 50% e a carica papaya, com a percentagem de 15%. Resultados quase semelhantes foram encontrados por (Chitsondzo & Silva, 2013). Figura 7: percentagem de espécies arbóreas Fonte: autor No povoado de Mapudje as espécies arbóreas tem as seguintes funções: lenha, sombra, delimitação da machamba, fruto. Como mostra a tabela abaixo. 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% % de especies Tabela 2: Espécies encontradas nos quintais caseiros e uso principal. Espécies arbóreas Nome cientifico Usos acacia_espinhosa Fornecimento de lenha Mangueira Mangifera indica sombra e fruto e delimitação de espaço Papaieira carica papaya Fornecimento de fruto Massuqueiro uapaca kirkiana Fornecimento de fruto e sombra Goiabeira Psidium guajava Fornecimento de fruto Bananeira Musa Spp Fornecimento de fruto Fonte: autor 9.4. Forma de produção Para impulsionar a produção, 55% dos agricultores declararam que fazem o uso de adubo orgânico, produzidos por eles a cada época de colheita (restolhos de milho e feijão). Enquanto que 11% declarou que faz o uso dos adubos inorgânicos nomeadamente o NPK e os restantes 33% deles afirmou que não faz o uso de nenhum tipo de insumo. Segundo os agricultores, o solo da região apresenta características ótimas para a produção das suas culturas, por isso que a maior parte deles foi unânime a referir-se que não faz a utilização de adubos inorgânicos. Figura 8: qualidade do solo Fonte: autor 9.5. Culturas que se pretende produzir Denota-se também, uma grande vontade dos agricultores em desenvolver culturas como a soja (Glycine max), devido ao seu alto valor comercial, mas algumas limitações como financiamento para a aquisição de sementes e mercado para a venda desses produtos é um dos grandes fatores constrangedores para a implementação desse tipo de cultura. Figura 9: percentagem de culturas desejadas Fonte: autor Estes resultados obtidos na região de estudo mostraram que o povoado de Mapudje ainda têm enorme potencial para apoiar as suas famílias a partir dos produtos produzidos na região. A existência de mercados melhorados, transporte para o escoamento, assim como a disponibilidade de assistência técnica do governo ou das ONGs são algumas medidas que poderiam contribuir para a melhoria da capacidade de produção na região. 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% Soja gergelim Amendoin batata_doce Cebola Batata reno Tomate Ervilha % de culturas desejadas 9.6. assistência técnica Figura 10: Agricultores com assistência técnica Chitsondzo & Silva, (2013) ”A disponibilização de assistência técnica de boa qualidade aos pequenos produtores possibilitaria o melhor aproveitamento e rentabilidade dos quintais e também das machambas”. Esse fator pode influenciar bastante para o desconhecimento dos sistemas agroflorestais na região. Uma abordagem mais participativa dos extensionistas para capacitar os agricultores seria muito importante para a realização dos SAFs de forma consciente. 9.7. Componente animal nos quintais No que se refere as espécies animais, no povoado de Mapudje é comumente encontrado animais como: galinhas (Gallus gallus domesticus) com uma porcentagem de 71%, caprinos (Capra aegagrus hircus) 11% e coelhos (Oryctolagus cuniculus) na mesma proporção. Devido a religião islã no povoado, os quintais de Mapudje são caracterizados pela ausência de suínos, de acordo com a tabela e gráfico abaixo. 0% 20% 40% 60% 80% 100% com assistencia sem assistencia Porcentagem de agricultores com assistencia tecnica https://pt.wikipedia.org/wiki/Oryctolagus_cuniculus Tabela 3: porcentagem de animais no povoado Fonte: autor Figura 11:porcentagem de animais no povoado Fonte: autor Diferentemente dos produtos agrícolas, os animais criados são totalmente usados para a alimentação familiar, ou para algumas práticas sagradas. Mas em alguns casos que os criadouros se encontram meio cheio de animais alguns dos animais são comercializados. Em termos percentuais, 85% dos entrevistados afirmou categoricamente o desejo de expandir a sua criação de animais. Enquanto que os outros 15% respondeu que não tem vontade de aumentar o número de animais, e que se encontram satisfeitos no momento, assim como ilustra os resultados na tabela e gráfico abaixo. Espécies de animais Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa Válido Coelho 1 11,1 14,3 14,3 caprino 1 11,1 14,3 28,6 galinhas 5 55,6 71,4 100,0 Total 7 77,8 100,0 Omisso Sistema 2 22,2 Total 9 100,0 Resultados semelhantes para a componente animal (galinhas) foram constatados por Chitsondzo & Silva, (2013), Os animais mais comuns nos SAFs de Machipanda foram galinhas, cabritos e bois com 70%, 54% e 30% respectivamente. Desejo de aumentar a criação Frequência Porcentagem Porcentagem válida Porcentagem acumulativa Válido Sim 6 66,7 85,7 85,7 Não 1 11,1 14,3 100,0 Total 7 77,8 100,0 Omisso Sistema 2 22,2 Total 9 100,0 Fonte: autor Fonte: autor 9.8. Principais problemas ambientais Segundo os agricultores os problemas ambientais mais frequentes são os incêndios, secas e erosão dos solos. Os incêndios tem devastado grande parte das suas machambas, fazendo com que haja a morte de alguns elementos essências ao solo como a microfauna. Segundo os agricultores, esses incêndios muitas das vezes são causados pelos agricultores sem acompanhamento técnico, porque creem que essa pratica aumenta de modo significativo a fertilidade do solo, ou no momento que se deseja fazer a limpeza das machambas. Figura 12: problemas ambientais frequentes (incêndios) Como ilustra o gráfico acima cerca de 67 dos agricultores concordou a existência de incêndios na região como um dos principais problemasambientais. À posterior a esses problemas segue-se a estiagem e erosão como ilustram os gráficos abaixo. Figura 13: principais problemas ambientais (seca) Fonte: autor Figura 14: principais problemas ambientais (erosão) Fonte: autor Esses diversos problemas ambientais, podem ser um fator crucial que dita o não aumento das propriedades pelos agricultores, pois esses factores contribuem bastante na qualidade dos produtos e as suas frequências nos quintais caseiros do distrito de Sanga no povoado de Mapudje. Capitulo IV 10. Conclusão O tipo de sistema agroflorestal exercido nos quintais caseiros do distrito de Sanga no povoado de Mapudje, foram classificados como agrossilvipastoril e agrossilviculturais. Contudo, denota-se a ausência de conhecimento sobre os sistemas agroflorestais, esse fator pode dever-se a falta de assistência técnica aos agricultores, sendo essa pratica feita de forma inconsciente. Onde as espécies arbóreas para além de auxiliar no fornecimento de frutos e sombra servem para a produção de lenha e delimitação da área de produção. As espécies arbóreas mais frequentes nos quintais caseiros de Mapudje são a mangueira, papaieira e massuqueiro. Entre as espécies de animais, as galinhas, os coelhos e os cabritos são os preferidos. Dos produtos produzidos, grande parte delas é destinada ao comercio e o resto tem a finalidade de consumo pelos agricultores e suas famílias. Para além de ser uma pratica de uso sustentável de terra, os quintais caseiros no distrito de Sanga contribuem para a segurança alimentar dos agricultores e de suas famílias. 11. Recomendações Como forma de garantir o fomento agrário sustentável povoado de Mapudje, recomenda-se ao governo a disponibilização de viaturas para o escoamento de produtos, como é o caso da soja que deixou de ser produzido por falta de mercado, mas que os membros da comunidade tem desejo de produzir devido ao seu valor comercial. Recomenda-se ainda, que se faça a alocação dos técnicos extensionistas para capacitação dos agricultores em matérias ligadas aos sistemas agroflorestais e as suas vantagens. Com o intuito de promover e garantir a segurança alimentar, mas também o uso sustentável de terra. 12. Referências bibliográficas ABDO, M. T. V. N.; VALERI, S. V.; MARTINS, A. L. M. Sistemas agroflorestais e agricultura familiar: uma parceria interessante. Revista Tecnológica & Inovação Agropecuária, p. 50-59, 2008. Chitsondzo, C. C. E., & Silva, I. C. (2013). Quintais caseiros em Machipanda, distrito de Manica, Moçambique. Pesquisa Florestal Brasileira, 33(74), 127–135. https://doi.org/10.4336/2013.pfb.33.74.413 FAO. (2013). Home Gardens : uma abordagem promissora para melhorar segurança alimentar e bem doméstico. 1–13. MAE. (2005). Ministério da Administração Estatal (PERFIL DO DISTRITO DE SANGA PROVÍNCIA DE NIASSA). 42. Maroyi, A. (2009). Traditional homegardens and rural livelihoods in Nhema, Zimbabwe: a sustainable agroforestry system. International Journal of Sustainable Development & World Ecology,. P.K. Ramachandran Nair. (1993). An Introduction to Agroforestry. In Outlook on Agriculture (Vol. 23, Issue 4). https://doi.org/10.1177/003072709402300413 VERAS, C. M. D. A. (2005). Quintais agroflorestais na agricultura familiar em assentamentos de reforma agrária: potencial e rendimento de fruteiras carlos magno dos anjos veras. GAZEL FILHO, et al. Diversidade e similaridade entre a vegetação de quintais agroflorestais em Mazagão, AP. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS, 7., 2009, Luziânia.
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