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Dor torácica Lavínia Vasconcellos Patrus Pena 2020-21 2020-21 Dor torácica cardíaca isquêmica · Em razão de hipóxia celular · Estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio músculo por substâncias liberadas durante a contração · Prováveis substâncias: ácido lático, potássio, cininas, prostaglandinas e nucleotídeos · Crônica: angina estável (placa aterosclerótica fixa -> aumento da demanda metabólica) · Aguda: SCA, angina instável, IAM com/sem supra de ST · Decálogo semiológico da dor: · Localização: retroesternal (sobrepor a cavidade torácica) · Irradiação -> dor referida · MS esquerdo + região de ombro e mandíbula -> região dorsal pode ser acometida · Qualidade ou caráter: · Visceral: difusa (mal localizada, pouco definida) · Apontada com a mão espalmada, em garra (sinal Levine) ou com punho serrado · Aperto (dor anginosa), queimação, surda (mal definida, profunda) · Intensidade · Variável: tendendo a ser + intensa no IAM · Não é súbita geralmente -> desenvolve ao decorrer do tempo · Forte: "dor de dente no peito, pisada de elefante no peito" · Dispepsia, desconforto · Duração · Dor aguda (minutos-horas) · Recorrente (curta duração) por exemplo na angina estável (20 minutos) · Mudança de evolução temporal · Evolução · Angina estável -> placa de ateroma estável com aumento da demanda metabólica em atividade física por exemplo -> dor -> repouso: dor diminui · Doença arterial coronariana -> recorrente com sintomas previsíveis · Ruptura da placa + componentes inflamatórios -> trombose -> dor intensa com duração maior · IAM e SCA -> AGUDA, sem/com fator desencadeante · Relação com funções orgânicas · Variação circadiana (despertar -> primeiras horas da manhã) -> "despertar adrenérgico" · Temperaturas + frias · Fatores desencadeantes ou agravantes · Angina estável: esforço físico · Angina instável: sem relação com esforço · Esforço, estresse, taquicardia -> exacerbar a dor · IAM: sem relação com esforço · Esforço, estresse, taquicardia -> exacerbar a dor · Fatores atenuantes ou de alívio · Angina estável: repouso ou nitrato sublingual · Manifestações concomitantes · Náuseas dispneia, sudorese, mal estar, confusão mental, tontura, alterações visuais · Equivalente anginoso: manifestações concomitantes sem a presença de dor característica ou caracterizável · Exame físico: · Normal ou quadro de choque · 4ª bulha · Sopro de IM · Hipotensão arterial (arritmias) · Bradicardia -> IAM coração direito Dor torácica da dissecção aórtica · Dissecação aórtica = criação de um falso lúmen na parede aórtica, decorrente de ruptura da camada íntima por estresse mecânico, expondo uma camada média doente · Acúmulo de sangue na camada média -> enfraquecimento da parede da aorta e sua dilatação com a formação de um aneurisma · Falso lúmen pode progredir, proximal ou distalmente, dissecando a parede da aorta · Progressão da dissecção: compressão e oclusão de seus ramos Fatores de risco: Hipertensão arterial (70% dos casos), idade avançada, aneurisma de aorta pré-existente, valva aórtica bicúspide, coarctação de aorta, instrumentação aórtica ou cirúrgica, doenças do colágeno (síndrome de Marfan), vasculites (arterite de células gigantes, Takayasu, aortite sifilítica), gravidez e parto · Quadro clássico: dor torácica retroesternal de início súbito com irradiação dorsal, lancinante de grande intensidade e associada a náuseas e vômitos · Dor por causa da distensão da camada adventícia -> distensão das terminações nervosas -> estimulando as terminações nervosas do plexo aórtico · Paciente fica inquieto · Outras manifestações e complicações: síncope, síndrome de IC, tamponamento cardíaco, hemotórax, hemoperitônio, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, paraplegia ou paraparesia, isquemia mesentérica, síndrome de Horner Exame Físico · Hipertensão: na maioria dos casos, o paciente apresenta-se hipertenso na admissão hospitalar · Hipertensão pode justificar-se pela obstrução das artérias renais (na dissecção de aorta descendente), caracterizando-se por sopro sistodiastólico em topografia de artéria renal · Hipotensão: hipotensão e/ou choque são manifestações de gravidade, + comuns na dissecção de aorta ascendente, pode acompanhar tamponamento cardíaco por ruptura da aorta · Déficit de pulso: diferença no pulso dos membros superiores contralaterais ou diferença para o pulso dos membros inferiores (que pode estar fraco ou ausente) · Variação > 20 mmHg na pressão sistólica entre os 2 membros superiores pode ser observada · Insuficiência aórtica aguda: dissecção aórtica pode progredir proximalmente e acometer a valva aórtica, podendo manifestar-se por insuficiência aórtica aguda · Caracterizada por sopro diastólico de regurgitação em foco aórtico e aórtico acessório, geralmente acompanhado de pressão divergente, hipotensão e/ou sintomas de insuficiência cardíaca · Déficit neurológico focal: déficit neurológico consequente à progressão da dissecção, acometendo artérias carótidas, podendo causar rebaixamento do nível de consciência ou acidente vascular encefálico · Pode causar rouquidão e síndrome de Horner · Raramente, pode causar isquemia medular, manifestando-se por paraplegia aguda · Tamponamento cardíaco: complicação incomum da dissecção aórtica, decorrente do rompimento da aorta com extravasamento de sangue para dentro do espaço pericárdico · Clinicamente: hipotensão, turgência jugular e abafamento de bulhas dor torácica não cardiovascular · Hospitais: SCA, TEP, pneumotórax, dissecação aórtica · Ambulatório: musculoesqueléticas, DRGE/costocondrite, angina estável, SCA · Tromboembolismo pulmonar Dor osteomuscular e costocondrites · Definição: inflamação das articulações costocondrais ou costoesternais · Qualquer articulação costocondral pode ser acometida e, geralmente, + de uma é afetada · Sexo feminino: + frequente · Fisiopatologia: não totalmente conhecidos · Participação de movimentos repetitivos, com micro trauma, e de atividades não habituais, que exijam um maior esforço · Normalmente, o processo é autolimitado · Anamnese: dor torácica movimento-dependente e/ou ventilatório-dependente (anterior) · Normalmente, localizada sobre as c. costocondrais ou c. costoesternais acometidas, mas pode haver irradiação importante, de característica lancinante (muito forte) · Exame físico: dor à palpação das articulações acometidas, reproduzindo os sintomas do paciente · Diagnóstico: clínico · Síndrome de Tietze: também apresenta dor costocondral e se diferencia da costocondrite pelo início + agudo e pela presença de edema não supurativo, calor e eritema sobre a 2ª ou 3ª costocondral, características ausentes na costocondrite · Diagnósticos diferenciais: trauma/fratura de costela; Dor miofascial; Fibromialgia; Herpes-zoster; Síndrome coronariana aguda; Dissecção aórtica aguda; Tromboembolismo pulmonar; Pericardite/tamponamento pericárdico; Pneumotórax; Pleurite/derrame pleural; Dor de origem esofágica; Transtornos de ansiedade; Mediastinite. · Fratura de arco costal: bem localizada Infecções · Dermatose causada pela reativação do vírus varicela - zoster · Reativação do vírus varicela-zoster pode ocorrer a qualquer momento após a primoinfecção (varicela) · Vírus fica latente em algum gânglio nervoso sensitivo e pode se reativar devido a estímulos externos ou imunológicos, gerando lesões ao longo de seu dermátomo sensorial (respeitando a linha média) Pneumotórax · Anamnese: Assintomáticos, Dor torácica (pleurítica) aguda ou subaguda, Dispneia (súbita espontânea ou após evento definido), Desconforto respiratório, Palpitação, Menos comum: tosse não-produtiva, ortopneia · Exame Físico: Dessaturação; Taquipneia; Taquicardia; Cianose; Redução do nível de consciência ou agitação psicomotora (hipoxemia); · Presença de ferimentos penetrantes no tórax, equimoses, hematomas, crepitação ou dor a palpação de arcos costais (trauma associado); Enfisema subcutâneo · Sinais de esforço ventilatório: Retração dearcos costais, uso de musculatura acessória, ventilação abdominal · Aparelho ventilatório nos lado(s) acometido(s): Inspeção: Expansibilidade pulmonar reduzida · Ausculta pulmonar: Murmúrio vesicular reduzido ou completamente abolido, diminuição ou ausência da voz sussurrada · Percussão: Hiperressonância ou timpanismo · Palpação: Redução ou abolição do frêmito toracovocal, enfisema subcutâneo · Pneumotórax hipertensivo: Hipotensão arterial; Desvio traqueal contralateral; Turgência jugular patológica DRGE · Epidemiologia: 10-23% da população mundial do ocidente e 5-10% do oriente · Acomete em proporções semelhantes ambos os gêneros, embora as complicações sejam + frequentes no sexo masculino · Pirose: Sensação de queimação retroesternal, + frequente no período pós-prandial e em decúbito dorsal · Regurgitação: Definida como a percepção de refluxo gástrico para a cavidade oral ou hipofaringe · Disfagia: Sintoma comum de refluxo de longa duração, sendo atribuído à esofagite e, eventualmente, à estenose péptica · Manifestações respiratórias: Broncoespasmo, rouquidão, laringite e tosse crônica, sinusite · Outras manifestações: Náuseas, vômitos, odinofagia, sensação de globus faríngeo ou esofágico, erosão dentária, pigarro, sialorreia e dor torácica Neoplasias · Não necessariamente leva à dor intensa 3 lAVÍNIA VASCONCELLOS PATRUS pena
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