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Pós em tecnologia aplicada em sala de aulas. Pós graduação docência performance na educação a distância. Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes. Prof. Luis Alberto. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Abril 2021 Técnicas e aplicação de metodologias de aprendizagem em grupo A técnica ‘Aprendizagem baseada em equipes’ (doravante ABE), do inglês Team-based learning (TBL), é uma metodologia desenvolvida por Larry Michaelsen para cursos de administração nos anos 1970. Ela consiste em criar grupos de aprendizagem formados por cinco a sete estudantes, que devem trabalhar num mesmo espaço físico; a metodologia pode ser aplicada em turmas com mais de 100 estudantes e até em salas menores, com até 25 alunos. A ABE surge em um cenário de profundas mudanças no cenário educacional: até a metade do século XX, os teóricos e estudiosos da educação propunham que era o professor a figura central no ensino, tendo um papel ativo e fundamental. Era ele o responsável pela transmissão do saber para os alunos, por meio de métodos clássicos, como a leitura, a aula expositiva, os exercícios de fixação, a retomada dos conteúdos aprendidos. Além disso, as metodologias clássicas entendem o aluno como um sujeito passivo na relação de aprendizado, visto que não há interação. Ademais, os estudantes eram vistos, por sua vez, como um grupo homogêneo, sem muita interação entre si. Em 2001, a aplicação e treinamento de professores da TBL foi financiada pelo governo norte- americano e, como consequência, muitas escolas, principalmente relacionadas à saúde, receberam esta técnica. Ela tem como base o construtivismo, que faz do professor um facilitador da aprendizagem que levanta os conhecimentos dos alunos e privilegia o entendimento do processo de aprendizagem, sem, contudo, recorrer ao autoritarismo. E mais, o método construtivista também privilegia o diálogo e interação entre os estudantes, que estimulam a comunicação e o trabalho coletivo. A metodologia pode ser usada como substituta ou complementar de aulas expositivas ou outros métodos; não requer múltiplas salas ou vários docentes atuando concomitantemente e propõe que os estudantes se preparem previamente para as atividades a serem realizadas, sem, no entanto, precisarem dominar a prática de trabalho em equipe. Além disso, o instrutor responsável pela aplicação da técnica deve ser especialista no assunto tratado, embora, assim como os estudantes, também não precise dominar o processo implicado no trabalho em grupo. As etapas envolvidas na aplicação desta metodologia são: (i) preparação individual com estudos prévios; (ii) avaliação da garantia de preparo, em inglês readiness assurance test (RAT), a ser realizada individualmente (iRAT) e depois em grupos (gRAT) para verificar se o aluno está preparado para desenvolver a atividade e contribuir com seu grupo; (iii) aplicação dos conhecimentos adquiridos na resolução de testes múltipla escolha, verdadeiro ou falso ou situações problema. Na primeira etapa, os estudantes são responsáveis pela própria preparação pré-classe, utilizando, para isso, leituras prévias, realização de entrevistas, estudos de experimentos ou filmes, entre outros. Apenas a partir da realização desta primeira etapa, os alunos estarão aptos a contribuir significativamente com a equipe. https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-te-cnicas-e-aplicac-a-o-de-metodologias-de-aprendizagem-em-grupo Na segunda etapa, será aplicado, primeiro, um teste de Garantia de Preparo Individual, a ser respondido sem auxílio de material bibliográfico. Ele consiste em 10 a 20 questões de múltipla escolha, contemplando o assunto a ser desenvolvido. As respostas serão marcadas em uma grade que permite que os alunos atribuam pontos para as respostas que acharem mais corretas, em um esquema de “apostas”. Por exemplo: “se na questão 1 (com 4 alternativas e valendo 4 pontos), o indivíduo estiver em dúvida entre a alternativa ‘a’ e a alternativa ‘c’, ele pode apostar 2 pontos em cada uma. Pode utilizar diversas combinações, pontuando mais se escolher apenas a alternativa correta” (BOLLELA et al., 2014:295); depois, será aplicado um teste de Garantia de Preparo em Grupo, em que as equipes formadas pelo professor se juntam para resolver os mesmos testes da etapa individual. Para isso, os alunos deverão discutir entre si as possibilidades de resposta até entrarem em consenso, utilizando habilidades de argumentação, comunicação e convencimento para embasar seus pontos de vista. Esta metodologia mostra bons resultados. Segundo Bollela et al. (2014:298), “os estudantes mostram que 98% das vezes, o desempenho da equipe vai superar o desempenho do seu melhor membro da equipe isoladamente”. Em outras palavras, o método de aprendizagem baseado em equipes pode desempenhar efeito significativo na aprendizagem. Outro método eficaz para aprendizagem em equipes é o Inquiry-based learning, em que os alunos são estimulados a, individualmente ou em grupos, explorar questionamentos e problemas que envolvem um assunto específico, criando uma oportunidade de pensamento crítico. Esta é mais uma maneira de inserir o estudante no aprendizado ativamente, fazendo com que ele reflita sobre o assunto tratado e sobre o processo envolvido. O professor, neste método, tem papel deveras importante, uma vez que ele precisa entender as limitações dos alunos e não fornecer tarefas tão difíceis que possam frustrá-los. Outra metodologia importante no quesito aprendizagem em equipes é a Send-A-problem. Esta técnica pode ser usada para engajar os alunos em um processo de resolução de problemas. Primeiro, o professor deve separar os alunos em grupos e cada membro do grupo deve criar um problema e escrever em uma folha de papel. Depois, este problema será lido em voz alta para que os outros membros encontrem uma resolução; a resposta, então, será escrita no verso da folha de papel se houver consenso sobre ela. Se os membros não concordarem com a resposta, o problema deverá ser revisto. Depois, o grupo deverá entregar este problema para o próximo grupo para que eles decifrem em conjunto. Se, então, os membros deste segundo grupo concordarem com a resposta dada pelo primeiro grupo, devem passar para o próximo problema; senão, devem escrever no verso da folha uma resposta alternativa. Este problema poderá ser enviado a outros grupos antes de voltar à equipe original que poderá fornecer a resposta correta e explicá-la caso não tenha havido um consenso entre os participantes dos outros grupos. Por fim, nestes casos também é possível recorrer à técnica Peer-Instruction, que pode ser usada para proporcionar um aprendizado dinâmico aos alunos. Estes deverão ser dispostos em duplas ou pares e estimulados a solucionar problemas e questões. Os alunos, em pares, devem discutir e debater para solucionar o problema proposto pelo docente. Ademais, esta é uma metodologia de aprendizagem ativa, visto que desenvolve habilidades e competências como a comunicativa, o raciocínio lógico e dedutivo. Atividade extra Assista ao filme “Coach Carter: treino para a vida” (2005) e perceba como o trabalho em equipes fez com que o time ganhasse as partidas e superasse os obstáculos. A Técnica de Aprendizagem em Grupos pode ser definida, em linhas gerais: Como uma metodologia que privilegia a aprendizagem em grupos, em que os alunos devem solucionar problemas e questões. A Técnica de Aprendizagem em Grupos propõe que os alunos devem aprender no coletivo, a partir da solução de problemas propostos pelos docentes. Podemos dizer que a técnica tem como base o construtivismo por: Propor que o professor é um facilitador no processo de aprendizagem, privilegiando o aprendizado autônomo do aluno. Por ter como base teóricao construtivismo, a metodologia parte da proposta de que o professor é facilitador do conhecimento, com papel de ajudar o aluno no processo de aprendizagem. As etapas na aplicação da técnica de aprendizagem em grupos são: Preparação individual dos alunos; avaliação de garantia; e aplicação dos conhecimentos adquiridos. São três as etapas da aplicação: a preparação individual dos alunos, momento em que eles organizam a atividade; a avaliação de garantia, momento em que se deparam, com o grupo, com as questões e problemas; e a aplicação dos conhecimentos, momento em que o grupo realizará a bateria de testes da etapa inicial. Faça um breve resumo das técnicas de aprendizagem a seguir: i) Técnica de Aprendizagem baseada em equipes; ii) Técnica Inquiry-based learning; iii) A Técnica Send-A-Problem. Ambas as técnicas propõem que o aluno seja ativo no processo de aprendizagem. Na técnica baseada em equipes (i), os alunos são estimulados a resolver os problemas em grupo, preenchendo questionários feitos pelo professor; na técnica Inquiry-based learning (ii), os alunos devem fazer perguntas, em grupos, para solucionar as questões propostas pelo docente; e na técnica Send-A-problem (iii), os próprios alunos escrevem, em grupos distintos, problemas e questões para serem resolvidos pelos colegas. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Métodos para formação de equipes As atividades em equipes são excelentes estratégias de ensino e aprendizagem por parte dos alunos. Neusi Berbel (2011), em seu estudo sobre as metodologias empregadas no ensino superior, reconheceu que os alunos não são estimulados devidamente quando postos em situação de ensino clássico, pautado na aula expositiva, na leitura e na retomada de conceitos. Em seu trabalho, a pesquisadora salienta que, desde a metade do século XX, estudiosos das ciências humanas, da psicologia social e da cognição buscam compreender os processos de aprendizagem, tentando elencar métodos mais eficazes e que atendam às demandas do mundo moderno, seja do mercado ou da própria sociedade. Berbel (2011) aponta que, apesar dos métodos terem propostas distintas, eles se aproximam no que diz respeito ao trabalho coletivo em sala de aula. Os estudiosos, segundo a pesquisadora, entendem que o trabalho colaborativo prepara o aluno para as demandas que enfrentarão no mundo do trabalho e na sociedade em que estão inseridos. Para organizar uma atividade em grupo, é necessário, em primeiro lugar, formar as equipes, priorizando a diversidade e oferecendo os recursos necessários para elaboração da atividade. https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-metodos-para-formacao-de-equipes São recomendados grupos de 2 a 6 estudantes. Alguns fatores podem dificultar a coesão do grupo, como vínculo afetivo entre os integrantes (caso sejam irmãos, namorados, entre outros) e conhecimento diferenciado sobre o assunto entre os membros. Nesse sentido, a metodologia entende o estudante como um sujeito particular e com habilidades e competências específicas a serem desenvolvidas durante as aulas. Para minimizar os possíveis problemas, o professor deve escolher os alunos aleatoriamente e de forma equilibrada, jamais delegando aos estudantes a formação dos grupos. O sucesso do método depende da coesão do grupo e da colaboração entre os estudantes. Caso haja problemas dentro da equipe, como participantes não colaborativos, é importante que o professor dê espaço para que o próprio grupo tente resolvê-los e, somente após tentativa da equipe, interfira para encontrar uma solução. Vale destacar que o método busca uma menor intervenção do docente, pois entende que os alunos devem resolver os conflitos do próprio grupo. Uma ação docente, como separar os alunos, faz com que eles percam sua autonomia de decisão. Uma outra estratégia para evitar problemas dentro de uma equipe é atribuir papéis a cada integrante, como líder, conciliador, etc. Isso pode ajudar, principalmente, aqueles estudantes que ainda não estão familiarizados com o processo ou com o trabalho. Outra estratégia possível é dividir a resolução do problema em etapas, dispondo os alunos em cada uma segundo suas habilidades e competências específicas. Assim, o problema tem uma solução ordenada, em que cada estudante participa e atua para sua resolução. Estes métodos requerem a integração entre os alunos para que os resultados sejam atingidos. Os métodos em que os alunos são dispostos em equipes simulam situações do mercado de trabalho e da sociedade, espaços de conflitos de ideias e de concepções de mundo. Logo, os alunos, neste método, deparam-se com conflitos e problemas entre os grupos. A consequência é que, como eles precisam argumentar e explicar seus pontos de vista aos colegas, desenvolvem habilidades de comunicação, argumentação e convencimento. Além disso, os estudantes deixam de ser passivos em relação à aprendizagem e passam a ser os responsáveis por ela, sendo membros de uma equipe que trabalha de forma colaborativa para analisar situações problema e solucioná-las. Vale ressaltar que, por ser uma metodologia de aprendizagem na prática, o problema é complexo e, por vezes, relaciona-se com mais de um componente curricular, exigindo diversas competências e habilidades dos alunos. O professor, neste cenário, será o facilitador do processo oferecendo feedbacks e conhecimento sobre o assunto, em contraposição a métodos expositivos. Vale destacar que, após o resultado dos métodos expositivos, os alunos geralmente deixam de lado a atividade, não trabalhando nela de forma ativa; já no método com envolvimento de grupos, temos uma atividade dinâmica e que pode suscitar, em sala de aula, apontamentos e questões para outras tarefas futuras. É importante ressaltar que o método de trabalho em equipe discutido aqui não propõe o fim das aulas e dos componentes curriculares, mas uma nova abordagem dos conceitos aprendidos pelos alunos, estimulando-os e melhorando sua aprendizagem. É importante também que os grupos sejam bastante heterogêneos, principalmente com relação às habilidades relevantes para aquela atividade. O professor, neste quesito, será essencial para estabelecer uma formação de grupo mais benéfica. Por exemplo, é importante que um grupo seja formado por pessoas com diferentes habilidades, como computacionais, matemáticas, escritas, etc. Para formar uma equipe bastante heterogênea, é possível recorrer à técnica Value Line: para realizá-la, o professor deve apresentar um problema para o grupo e pedir que cada membro determine, em uma escala de 1 a 10, como se sente diante daquele tópico (sendo 1 total desacordo e 10 total acordo). Depois, o professor deve formar uma fila de valores (value line) com os participantes conforme as respostas oferecidas, começando do 1. Ao fim, ele deve selecionar uma pessoa do fim da fila, outra do começo e duas da metade. Assim, é possível garantir que um grupo formado por quatro pessoas será bastante heterogêneo, já que nele haverá pessoas que não compartilham necessariamente da mesma opinião sobre dado problema. Para melhorar a coesão do grupo, é possível realizar uma técnica conhecida como 3-step interview que pode ser usada como uma etapa de “aquecimento” para que os membros de um grupo se conheçam. Em primeiro lugar, o professor deve explicar o procedimento para os estudantes e elencar algumas possíveis perguntas para que eles façam um para o outro. Depois, o professor deve separar o grupo em duplas e pedir que um estudante entreviste o outro por um dado período de tempo e vice-versa. Concluída esta parte, os dois estudantes farão contato com a outra dupla e cada membro do grupo, que passará a ser formado por quatro pessoas, deverão apresentar seu(sua) parceiro(a) baseado nas informações que recebeu durante a fase de entrevista. Em suma, para que cada membrodo grupo realize uma boa apresentação de seu parceiro, a fase da entrevista é crucial, uma vez que ela irá fornecer as informações que o indivíduo precisa sobre seu parceiro. Atividade extra. Assista ao filme “Apollo 13” (1995) e identifique os benefícios e as conquistas dos astronautas por terem trabalhado em equipes. Segundo Berbel (2011), os estudos nas áreas de psicologia social, educação e cognição evidenciaram nos últimos anosial, educação e cognição evidenciaram nos últimos anosial, educação e cognição evidenciaram nos últimos anos: Que o aprendizado se mostra efetivo quando os alunos trabalham em grupos ou equipes. Em seu artigo, Berbel (2011) ao analisar duas metodologias específicas, pontua que ambas possuem, como denominador comum, o trabalho ativo dos alunos em equipes. Para iniciar o trabalho em grupos, é necessário: Que o professor forme as equipes, privilegiando a diversidade dos alunos, e forneça os recursos necessários. Ao iniciar a aula, o docente deve formar as equipes, dividindo os alunos e privilegiando a diversidade entre eles; em seguida, ao apresentar a atividade, deve fornecer todos os recursos necessários para sua execução. São ações possíveis para evitar o conflito entre os alunos: Atribuir papéis aos alunos; resolução dos problemas em etapas; autogestão do grupo. Uma das características do método é dar protagonismo aos alunos e, nesse sentido, o professor deve atribuir papéis a eles, de forma diversificada; permitir a resolução dos problemas em etapas, privilegiando as habilidades de todos; e permitir e facilitar a autogestão do grupo. Estabeleça a diferença entre o papel do docente na escola clássica e na escola moderna, em especial a que adote a metodologia de equipes. A escola clássica, datada do início do século XIX, entendia que o professor era o ator principal no processo de ensino. Sendo ativo, era ele quem transmitia o conhecimento aos alunos, passivos na relação de aprendizagem. Além disso, os alunos eram ensinados no coletivo, a partir de métodos clássicos como a aula expositiva, a leitura e a realização de exercícios. A escola moderna, por sua vez, compreende que o aluno é parte ativa no processo de ensino e o professor o mediador do conhecimento. Além disso, eles trabalham em grupos e o papel do docente é acompanhar seu desenvolvimento e resolução dos problemas. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Aprendizagem Colaborativa (Introdução) O século XX foi marcado, na história da educação, por profundas mudanças na escola: da estrutura aos métodos escolares; dos componentes curriculares às metodologias. Nesse sentido, como aponta Neusi Berbel (2011), a escola clássica, do século XIX, pensada como espaço transicional entre o espaço privado para o público dá lugar à escola moderna, em que o aluno é protagonista no ensino e está se adaptando para as novas demandas do mercado e da sociedade. Nesse sentido, podemos reconhecer, como traço comum dessa mudança o aprendizado colaborativo, o Collaborative learning, em inglês. Nesse novo modelo, os alunos são dispostos em duplas ou grupos para resolverem problemas e questões colocados pelos professores. Aqui serão descritos cinco dos principais métodos da aprendizagem: o Paired Annotations; Double Entry Journal; Send-A-Problem; One Minute Papers; Value Line. Paired-Annotations: esta técnica fortalece a discussão entre os participantes em prol de uma ideia conjunta. Tal técnica está em sintonia com as demandas do mercado, em que as empresas buscam funcionários que consigam resolver os problemas em equipe. Para realizá-la, o professor deve separar a sala em duplas para que revejam um artigo, capítulo ou qualquer outro conteúdo usado em classe. O docente pode, também, propor um problema para os alunos resolverem, também relacionado com um ou mais componentes curriculares aprendidos na disciplina. Depois, as duplas devem discutir o assunto entre si e trocar ideias para, logo após, juntos preparem um resumo do conteúdo lido. Esse método propõe que os alunos desenvolvam as habilidades comunicativas, visto que terão de discutir entre si e apresentar a solução para o problema ou para o componente aos demais colegas da classe. Double Entry Journal: esta técnica desenvolverá a capacidade de assimilação de conteúdo. Ao contrário dos métodos clássicos, em que os alunos registravam as observações feitas pelo professor, a técnica propõe que os estudantes se apropriem do conhecimento aprendido e do texto lido. Para realizá-la, os alunos devem estudar algum artigo, capítulo ou outro formato de conteúdo; fazer anotações sobre a leitura e levá-las para classe para usá-las em alguma outra técnica de aprendizado colaborativo ou para realizar uma discussão em classe. Esse método é benéfico para o aluno e para a classe, uma vez que é ele o responsável pelo registro do conteúdo e vê seu trabalho contribuir para uma outra atividade coletiva. Send-A-Problem: esta técnica pode ser usada para engajar os alunos em um processo de resolução de problemas. Berbel (2011) pontua que uma das vertentes dos estudos das metodologias é a resolução de problemas. Segundo a pesquisadora, tais técnicas colocam o aluno como protagonista da aprendizagem, além de introduzir problemas mais complexos e dinâmicos em sala de aula. Primeiro, o professor deve separar os alunos em grupos e cada membro do grupo deve criar um problema e escrever em uma folha de papel. Depois, este problema será lido em voz alta para que os outros membros encontrem uma resolução; a resposta, então, será escrita no verso da folha de papel se houver consenso entre os alunos sobre ela. Se os membros não concordarem com a resposta, o problema será revisto. Depois, o grupo deverá entregar este problema para o próximo grupo para que eles decifrem em conjunto. Se, então, os membros deste segundo grupo concordarem com a resposta dada https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-aprendizagem-colaborativa-introducao- pelo primeiro grupo, devem passar para o próximo problema; senão, devem escrever no verso da folha uma resposta alternativa. Este problema poderá ser enviado a outros grupos antes de voltar ao grupo original que poderá fornecer a resposta correta e explicá-la caso não tenha havido um consenso entre os participantes dos outros grupos. One Minute Papers: esta técnica pode ser usada para avaliar o aprendizado dos estudantes ao fim da aula e pode também fornecer um feedback importante ao professor sobre o processo envolvido na realização da atividade. Essa técnica permite uma melhor dinâmica e continuidade das aulas, uma vez que os professores interagem com os alunos, adequando as aulas às necessidades dos estudantes. Na escola clássica, os professores eram as figuras centrais no processo de aprendizagem. Nelas, os alunos não tinham espaço para atuar, sendo sujeitos passivos na elaboração do conhecimento. Na escola moderna, por sua vez, a aula é dinâmica e os alunos são entendidos como sujeitos ativos e participantes do processo escolar. Logo, a técnica One Minute Papers contribui para um melhor andamento da aula. Para tanto, o professor deve fazer perguntas sobre a aula e sobre o conteúdo aprendido, como, por exemplo, “o que você aprendeu de mais importante hoje?”, ou ainda sobre a dinâmica da aula, como, por exemplo, “O que você achou da aula hoje?” e oferecer um minuto para que respondam. Estes pequenos “artigos” de um minuto poderão ser usados para dar continuidade à discussão ou para sanar dúvidas pontuais. Vale destacar que os pequenos comentários podem ser registrados pelo professor para que ele altere sua dinâmica de sala, ou ainda podem ser lidos em conjunto com os demais alunos, visando a um melhor ambiente de aprendizagem. Value Line: esta é uma técnica de formação de grupos heterogêneos. O docente deve organizar as equipes evitando uniros alunos que já estão em grupos durante a aula ou que possuem algum vínculo ou relação entre si. Caso ocorra algum problema entre os grupos, o docente deve trocar um dos membros, ou ainda atribuir papéis aos participantes, evitando possíveis conflitos. Para realizar a técnica, o professor deve apresentar um problema para o grupo e pedir que cada membro determine, em uma escala de 1 a 10, como se sente diante de tal tópico (sendo 1 total desacordo e 10 total acordo). O problema pode ser relacionado diretamente ao componente curricular aprendido, ou a uma situação real presente na sociedade. Depois, o professor deve formar uma fila de valores (value line) com os participantes conforme as respostas oferecidas, começando do 1. Ao fim, ele deve selecionar uma pessoa do fim da fila, outra do começo e duas da metade. Assim, é possível garantir que um grupo formado por quatro pessoas será bastante heterogêneo, já que nele haverá pessoas que não compartilham necessariamente da mesma opinião sobre dado problema. Em seguida, o docente deve ler as observações feitas pelos grupos e comparar os resultados em sala, retirando, dali diversas reflexões sobre o problema em questão. Atividade extra. Veja a notícia a seguir e busque reconhecer quais metodologias e técnicas são adotadas pela escola. https://www.dci.com.br/dci-sp/escolas-adotam-metodologias- para-atender-ao-mercado-1.801172 Exercícios. A Paired-Annotations consiste, em linhas gerais: Em uma técnica que privilegia a discussão em grupo em prol de uma ideia conjunta. A Paired-Annotations é uma técnica de trabalho coletivo, em que os alunos são dispostos em duplas ou grupos para discutirem e defenderem uma ideia comum. https://www.dci.com.br/dci-sp/escolas-adotam-metodologias-para-atender-ao-mercado-1.801172 https://www.dci.com.br/dci-sp/escolas-adotam-metodologias-para-atender-ao-mercado-1.801172 A Double Entry Journal pode ser definida como: Uma técnica em que o aluno assimila um conteúdo e o utiliza em uma atividade coletiva em sala. A Double Entry Journal é uma técnica em que o aluno faz um fichamento ou um resumo de um livro, capítulo ou texto sugerido pelo docente para ser utilizado em dinâmicas de grupo posteriores. Podemos dizer que a técnica Send-A-Problem é um bom método de engajamento dos alunos por: Torná-los protagonistas no processo de aprendizagem, uma vez que terão de solucionar um problema. Por meio da criação de um problema e sua resolução em grupos e em sala de aula, o método é um importante instrumento para estimular os alunos no processo de aprendizagem. Por que, a partir da segunda metade do século XX, diversos métodos de aprendizagem foram desenvolvidos? Até o século XX, a escola tinha como principais métodos de ensino a aula expositiva, a leitura e a resolução de exercícios. Entretanto, notamos uma mudança na dinâmica social e do mundo do trabalho em que passaram a valorizar o trabalho coletivo, a colaboração, a criatividade e a resolução de problemas. Nesse sentido, os estudiosos da educação perceberam o descompasso entre a escola e o mundo que a cercava, e passaram a buscar novas metodologias que preparassem o aluno para atuar no mundo e no mercado. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Peer instructions (instrução em pares) No transcorrer do século XX, diversos estudos na área da cognição, da psicologia social e da educação debruçaram-se sobre os métodos de ensino e a escola. Os pesquisadores reconheceram que a escola clássica, centrada na proposta de transmissão de saberes e no protagonismo do professor não dava conta das demandas do mercado de trabalho e da sociedade. Além disso, como pontua William Damon (1984), os estudos mostraram que os alunos são estimulados pelos demais: quando postos em diálogos, debates e confrontos, nota-se uma melhora nas habilidades dos estudantes. Para o pesquisador, a Metodologia da Instrução em Pares (Peer Instructions) pode contribuir para a melhor aprendizagem nos diversos níveis de ensino. Em seu trabalho sobre o tema, Damon (1984) reconhece três teóricos fundamentais para as novas metodologias de ensino: Jean Piaget, Lev Vigostsy e Harry Sullivan. O primeiro deles, Piaget, começou a pesquisar a interação entre as crianças logo nos primeiros anos de carreira. Após observar diversos alunos, o teórico reconheceu que a instrução em pares necessariamente coloca os alunos em posição de conflito, dado que os momentos de aprendizagem são distintos. Desse conflito, Piaget reconheceu que as crianças, por vezes, discordavam do assunto abordado e buscavam convencer o outro a aderir seu ponto de vista. https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-peer-instructions-instruc-a-o-em-pares- Vale destacar que esse processo de convencimento, de busca de argumentos e de mudança resultavam numa melhor aprendizagem dos alunos. Além disso, o teórico reconheceu que o método trazia, às crianças, alguns benefícios que não eram oferecidos nas escolas clássicas: os alunos tinham de estruturar raciocínios para defender seus pontos de vista e tinham de lidar com o outro colega, em uma clara referência aos conflitos que vivenciariam na sociedade e no mercado de trabalho. Logo, o método desenvolveria as habilidades e competências, além da relação pessoal e social. Vygotsky, por sua vez, também apontou os benefícios, para os alunos, da instrução em pares: quando isolados, ou educados sozinhos, as crianças não tomam contato com o diferente, elemento nuclear em nossa sociedade. Quando colocadas em pares, com os demais colegas, elas deparam-se com situações conflitantes, como a discordância, os conflitos, as tensões e as dificuldades. Segundo Damon (1984), para o teórico, a instrução em pares permite o desenvolvimento cognitivo dos alunos, dado que eles terão de trabalhar as habilidades de comunicação, além de diversos outros raciocínios, como o lógico, o dedutivo e o indutivo, dificilmente aprendidos em sala de aula tradicional. O outro teórico citado por Damon (1984) é Sullivan, pesquisador que escreve no transcorrer dos anos 50 e 60 do século XX. Para ele, o aprendizado ocorre, de fato, quando o aluno está na escola com os demais de forma ativa, uma vez que o conhecimento é construído. A escola tradicional como foi concebida não trabalha com a construção do conhecimento de forma coletiva ou colaborativa; ao contrário, os componentes curriculares são apresentados aos alunos de forma acabada ou completa. Os alunos são apresentados aos manuais, aos livros e às apostilas com as definições dos conceitos. Na escola clássica os professores, por sua vez, não ensinam aos alunos o caminho percorrido até o conceito, ou ainda como ele foi elaborado; ao contrário, eles centram-se na memorização e aplicação. Os alunos, nesse sentido, não têm uma aprendizagem ativa por não participarem do processo de construção de conhecimento. Na proposta de Sullivan, a criança está em interação durante todo o processo de aprendizagem e o conhecimento deve ser validado pelos pares. Por validação, o teórico entende que os alunos se questionarão entre si até chegar a um consenso. O método mostrou-se eficaz, pois os alunos desenvolveram suas habilidades cognitivas e interpessoais, na medida em que lidaram com situações de confronto de ideias e de debates. Damon (1984) ressalta que, apesar das diferenças metodológicas e teóricas entre os teóricos, eles possuem um elemento comum: a educação colaborativa. Tanto Vygotsky como Piaget e Sullivan entendem que os processos de aprendizagem são efetivos quando os alunos estão trabalhando de forma conjunta e colaborativa. Nesse sentido, dentre as diversas metodologias de aula e trabalho colaborativos, Damon (1984) aponta que a educação em pares se mostrou uma importante metodologia a ser adotada nas escolas e em diversos níveis de ensino. O pesquisador levantoudiferentes registros de aulas em pares e, segundo seus estudos, os resultados evidenciaram uma melhora na aprendizagem. Para dar uma aula utilizando esta metodologia, os docentes devem colocar os alunos em pares na sala. É sugerido que os pares tenham pouco contato, uma vez que devem ser privilegiados o debate e o confronto de ideias. Vale destacar que o docente é responsável pelo controle da sala e dos pares: caso um deles entre em conflito, é interessante que este seja separado para formar outro par. Em seguida, o docente deve preparar uma aula ativa, partindo de um problema ou de uma questão central. Para tanto, o componente curricular deve ter relação com o mundo prático, posto que a metodologia propõe que o aluno seja protagonista e ativo. O docente apresenta a proposta da aula e acompanha as duplas durante sua execução, observando como os alunos reagem em situação de embates. Durante sua pesquisa, Damon (1984) deparou-se com situações em que a metodologia era aplicada de forma distinta das propostas: os docentes dispunham os alunos em duplas e ensinavam utilizando a metodologia clássica, expondo os conteúdos, aplicando exercícios de fixação e pedindo leituras. Nesse sentido, o pesquisador aponta as diferenças entre a colaboração em pares e a tutela ou ensino em pares. A metodologia em pares, ao contrário do ensino clássico, entende o aprendizado como colaborativo, dado que os alunos são estimulados a debaterem entre si para defender suas propostas, permitindo que sejam levantados diversos pontos de vista sobre o mesmo objeto ou componente curricular. A aula parte de um problema criado pelo professor ou da realidade social imediata (em ensinos superiores), e seu fim não é a resolução mecânica de um exercício, mas a reflexão dos pares. Além disso, o método permite que os alunos desenvolvam as habilidades socioemocionais, dado que terão de lidar com conflitos e situações de embate. Por fim, o debate e a discussão são motivadores dos alunos, estimulando sua criatividade. Atividade extra. A partir da leitura da matéria a seguir, relacione o trabalho em grupo com a instrução em pares e sua importância para a escola. https://diarioescola.com.br/2018/07/trabalho-em-grupo-e-a-importancia-dele-na- escola/ Os três teóricos levantados por Damon (1984) em seu estudo são: Piaget, Vygotsky e Harry Sullivan. Damon (1984), em seu artigo, lista três teóricos fundamentais para os estudos das metodologias e processos de aprendizagem, sendo eles Jean Piaget, Vygotsky e Hary Sullivan. Para Piaget, os métodos de ensino em grupos são benéficos para a criança por: Colocarem os alunos em situações de conflito e trabalho colaborativo. Para Piaget, quando os alunos são colocados em grupos, a aprendizagem se mostra mais efetiva por conta da relação entre eles; nesses métodos, eles têm de discutir e debater sobre os conceitos aprendidos. Diferentemente da proposta de Sullivan, a escola tradicional: Não trabalha com a construção colaborativa de conhecimento. Segundo Damon (1984), Sullivan defende que o conhecimento deve ser construído com os alunos de forma colaborativa. A escola tradicional, por sua vez, ensina os conceitos prontos aos alunos, não permitindo a construção coletiva do conhecimento. Em linhas gerais, quais são as contribuições dos teóricos Piaget, Vygotsky e Harry Sullivan para os estudos da pedagogia e da metodologia de ensino, em especial a da instrução em pares, segundo Damon (1984)? Os três teóricos levantados por Damon (1984) questionaram os métodos clássicos de ensino, ao propor que o aprendizado se dá de forma colaborativa. A metodologia de instrução em pares surge dessa ruptura nos estudos metodológicos e da educação, ao propor que os alunos devem aprender em pares e por meio de questionamentos e embates de ideias. https://diarioescola.com.br/2018/07/trabalho-em-grupo-e-a-importancia-dele-na-escola/ https://diarioescola.com.br/2018/07/trabalho-em-grupo-e-a-importancia-dele-na-escola/ *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Aprendizagem Colaborativa Principais Metodologias Num artigo sobre a aprendizagem, Torres et al. (2004) levantam as principais mudanças ocorridas no cenário educacional, nos últimos anos. Os pesquisadores partem de uma noção comum de escola, a de que ela seria responsável pela aprendizagem do aluno. Tal concepção está relacionada a uma escola clássica, em que os professores são o centro do processo de transmissão do conhecimento e os alunos, seus aprendizes. Nesse modelo, como identificam os pesquisadores, os alunos não são estimulados e aprendem segundo os métodos de aula expositiva. A partir da metade do século passado, diversos estudos feitos por universidades reconheceram que, além da motivação, é um fator importante para a aprendizagem o trabalho colaborativo. Por meio dele, como salientam Torres et al. (2004), os alunos se envolvem no processo de aprendizagem e tomam uma postura ativa frente ao conhecimento. O aluno não era pensado como um indivíduo com habilidades e competências particulares; ao contrário, era visto como parte de um coletivo. Além disso, vale destacar que o trabalho colaborativo é um dos principais aspectos levados em consideração pelo mercado de trabalho e pela sociedade. Os pesquisadores ainda traçam uma diferença entre as noções de cooperação e de colaboração: a primeira tem, como principal característica, o predomínio do indivíduo sobre o grupo; a segunda, por sua vez, entende que os alunos dão preferência ao grupo; enquanto o primeiro estimula as habilidades e competências do sujeito, a segunda estimula as habilidades socioemocionais, cognitivas, lógicas e comunicativas, uma vez que o problema é resolvido conjuntamente. As técnicas mais utilizadas para aprendizagem colaborativa são: 3-step interview; roundtable; Focused Listing; Structured Problem Solving. 3-Step interview: esta técnica pode usar como uma etapa de “aquecimento” para que os membros de um grupo se conheçam ou também pode ser usada para explorar melhor algum assunto. Em primeiro lugar, o professor deve atribuir papéis aos estudantes (eles também podem interpretar a si mesmos) e, junto com estes papéis, pode também atribuir informações para serem desvendadas conforme o andamento das entrevistas. Depois, o professor separa o grupo em duplas e pede que um estudante entreviste o outro por um dado período de tempo e vice-versa. Concluída esta parte, os dois estudantes fazem contato com uma segunda dupla e cada membro do grupo, agora formado por quatro pessoas, deve apresentar seu(sua) parceiro(a) baseado nas informações que recebeu durante a fase de entrevista. Em suma, para que cada membro do grupo realize uma boa apresentação de seu companheiro, a fase da entrevista é crucial, na medida em que será ela que fornecerá ao indivíduo informações sobre o outro. Roundtable: esta técnica pode ser usada como um “brainstorming”, ou seja, uma estratégia para explorar a capacidade de cada estudante em encontrar respostas. Para realizá-la, o professor deve levantar um questionamento e entregar um pedaço de papel e caneta para cada grupo. Primeiro, um estudante do grupo escreve sua resposta para a questão levantada no papel e a lê em voz alta; depois, o próximo estudante escreve sua própria resposta no papel e assim por diante até que o tempo estabelecido chegue ao fim. A pergunta feita pelo professor deve estar relacionada ao assunto visto em aula e deve permitir um bom número de respostas possíveis, para que não se esgote no primeiro participante. Ao fim do processo, os alunos podem compartilhar os papéis com o restante da sala ou podem discutir cada uma das respostas obtidas. Vale destacar que, neste modelo de atividade, não há uma resposta “correta” e outra “incorreta”, dado que não são perguntas simples ou objetivas. Ao contrário, https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-aprendizagem-colaborativa-principais-metodologiaso docente deve elaborar uma pergunta que permita mais de um ponto de vista; nesse caso, são sugeridas questões interdisciplinares ou que tenham relação com o mundo em que a escola está inserida. A leitura das respostas, nesse caso, torna-se um exercício de confrontar ideias e perspectivas dos alunos sobre um determinado tema. Além disso, a discussão não se encerra no final, permitindo que os alunos desenvolvam a atividade em outros momentos. Focused-Listing: esta técnica também pode ser usada como um “brainstorming” ou como uma técnica para entender conceitos a partir de definições. Vale destacar que as metodologias de trabalho coletivo não propõem o fim dos componentes curriculares, ou dos conteúdos trabalhados em sala de aula; ao contrário, elas devem ser parte do processo de aprendizagem, não o fim dele. Até então, como apontam os pesquisadores, os componentes curriculares eram trabalhados em sala de aula de forma engessada, em que os alunos memorizavam os conceitos e os aplicavam em exercícios. A técnica do Focused-Listing, ao contrário, propõe que o aluno esboce suas observações sobre o componente curricular e discuta com os colegas. Para tanto, o professor deverá pedir que os estudantes utilizem palavras para descrever um conceito. Em seguida, o professor pedirá que eles comparem as listas de palavras e discutam em grupos. Structured Problem-solving: esta técnica poderá ser usada para melhorar a coesão do grupo, uma vez que qualquer um dos participantes do grupo pode ser selecionado pelo professor para dar a resposta correta, sem ajuda do restante da equipe. Vale lembrar, segundo Torres et al. (2004), que o trabalho em grupo é um dos fatores que auxiliam a aprendizagem em sala de aula. Por meio dele, os alunos terão de confrontar opiniões distintas e deverão exercer suas habilidades e competências para solucionar o problema. O docente, nessa metodologia, deve organizar o grupo de modo que os alunos tenham pouca relação entre si. Para realizar esta técnica, o professor deve atribuir um número para cada participante do grupo e depois selecionar um problema para que eles resolvam. Assim como as demais listadas, o problema não pode ser conceitual ou de simples e imediata resolução; ao contrário, privilegia-se questões relacionadas ao universo dos alunos, com a comunidade ou a sociedade, e interdisciplinares. A intenção é que os alunos entrem em discussão e debate durante sua resolução, confrontando pontos de vista. Após discussão do problema entre os membros do grupo, o professor selecionará um membro aleatoriamente (a partir de seu número) para que responda ao problema, falando em nome de todos da equipe e sem qualquer ajuda do restante. Dessa forma, o professor espera que todos do grupo tenham debatido e contribuído para a resolução do problema. Atividade extra. Assista aos três curtas da Pixar "The Power of Teamwork" no link https://www.youtube.com/watch?v=vtXKQOtNWPg e relacione o trabalho em grupo e o papel do representante da equipe na resolução dos problemas. Como traços da atividade colaborativa, podemos citar: Resolução de problemas; trabalho coletivo; desenvolvimento de habilidades e competências. A atividade colaborativa privilegia a atuação do aluno em grupos para solucionar problemas fornecidos pelos docentes, desenvolvendo suas habilidades e competências. Podemos definir a técnica Roundtable: Como uma metodologia que incentiva os estudantes a encontrarem respostas para um problema oferecido pelo professor. Assim como as demais, a técnica Roundtable consiste numa metodologia que incentiva, por meio de observações dos alunos, a solução de um problema oferecido pelo docente. https://www.youtube.com/watch?v=vtXKQOtNWPg Podemos definir a técnica Focused-Listing: Como uma técnica em que os alunos escrevem suas observações sobre um tema, debatendo-as. O focused-listing é uma técnica que coloca em prática o aprendizado dos alunos, visto que eles esboçam suas observações sobre os componentes curriculares aprendidos e as colocam em discussão com os colegas. Segundo Torres et al. (2004), uma das características do ensino moderno é a adoção de metodologias colaborativas. Esboce um comentário definindo a noção de colaboração. Como pontuam os pesquisadores, até a metade do século XX, o aprendizado era coletivo e centrado na figura do professor. Com os estudos nas áreas da psicologia, pedagogia e cognição, os pesquisadores viram que a melhor forma de aprender, em sala, era por meio de metodologias colaborativas, em que os alunos trabalhavam em conjunto para resolver problemas. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / PBL: Aprendizado baseado em problemas Neusi Berbel (2011), em seu estudo sobre a Metodologia da Problematização, pontua que é esperada dos universitários uma atitude ativa frente ao conhecimento, permitindo que eles consigam resolver os problemas. A pesquisadora, ao citar uma pesquisa feita pela Universidade Estadual de Londrina, encontrou um descompasso: de um lado, os docentes tinham uma alta expectativa frente aos alunos, por vezes até idealizada, e que não correspondia com a realidade, dado que as qualidades e atributos do bom aluno não eram trabalhadas na universidade. Essa, para a pesquisadora, não consegue dar conta das demandas exigidas pelos docentes e pelo mercado. Logo, seria necessária uma nova metodologia que atendesse tais demandas, deixando de lado as usuais formas de ensino, a exposição, a discussão e a leitura. Nesse sentido, a pesquisadora aponta uma saída para o problema do ensino superior no país: a adoção de novas metodologias de aprendizagem. O termo metodologia apresenta diversas significações, que mudaram através dos séculos. Para a pesquisadora, ela é um meio pelo qual o objetivo é alcançado – nesse caso, a aprendizagem dos alunos no ensino superior. Segundo ela, existem alguns pontos-chaves a serem lembrados, quando as discussões sobre metodologia são levantadas: (i) o professor, parte fundamental no processo, deve conhecer a metodologia com que trabalha; se a metodologia é um fim, cabe ao docente, responsável pelo curso, saber o que esperar dos seus alunos; (ii) dadas as muitas formas de ensinar desenvolvidas ao longo dos séculos, o docente deve compreender que elas definem a forma com que a aula será conduzida, além de refletir na forma com que ele interage com seus alunos; (iii) ao utilizar uma metodologia de ensino, o docente precisa compreender que ela deve ser estudada, compreendida em seus aspectos teóricos, mas também nos práticos, adequando-as à realidade material objetiva de cada sala de aula, de cada aluno, permitindo que a aprendizagem seja exitosa; (iv) o conhecimento e adaptação da metodologia implica num esforço do docente, dado que ele precisa se adequar às novas formas de ensino; (v) segundo a legislação brasileira vigente, o Ensino Superior tem como objetivo central preparar o profissional, nas diferentes áreas de atuação, para a solução dos problemas em sociedade. A pesquisadora aponta, desta forma, um descompasso entre os problemas modernos, os quais se multiplicam e são cada vez mais complexos, e o ensino brasileiro, o qual não dá conta de acompanhar tais mudanças. O Método de Solução de Problemas nasce nos Estados Unidos com John Dewey, pesquisador e educador, na metade do século XX, e passa a ser o adotado na Escola Nova. Segundo Berbel (2011), o método surge a partir de uma tendência de valorização do indivíduo no processo educativo. Vale lembrar que, até o século XX, os métodos tradicionais entendiam https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-pbl-aprendizado-baseado-em-problemas a educação como a assimilação de conteúdos e saberes; a escola, por sua vez, era um lugar de transmissão de conhecimentos acumulados durante os séculos. Nessa escola, os alunos não eram entendidos como indivíduos, mas comogrupos e não havia uma preocupação individual com a aprendizagem. Na virada do século, como bem pontua a pesquisadora, temos uma mudança na forma de educar. Os alunos passaram a ser entendidos como indivíduos particulares, com trajetórias e características próprias. Desta forma, o método proposto por Dewey entende que o aluno aprende solucionando os problemas do seu cotidiano, particular ou coletivo. Além disso, ela é uma metodologia ativa, em que se aprende na prática, estimulando o raciocínio lógico. Neusi Berbel (1999) aponta que a metodologia proposta por Dewey foi fundamental para a mudança da educação, traçando uma alternativa ao ensino clássico e entendendo o aluno como um indivíduo. A Metodologia da Problematização nasce nesse cenário, expandindo os limites da anterior: seria não só individual, mas também entenderia a educação como meio de transformação da sociedade. Nesse modelo, os alunos são estimulados a compreender seu papel na sociedade, reconhecendo-se como agentes de mudança e transformação. Criada por Charlez Maguerez, a chamada Metodologia da Problematização diferencia-se das demais, uma vez que não está centrada na transmissão do saber, nem na disposição dos conteúdos e componentes curriculares. Ao contrário, ela entende que o aluno não é um depósito de conteúdo, mas um ser transformador, capaz de atuar na realidade em que vive. Nesse sentido, a metodologia propõe que os alunos e os docentes resolvam problemas concretos e reais, presentes na sociedade. Segundo a pesquisadora, os dois métodos apresentam pontos de encontro e distanciamento: de um lado, ambos deixam de lado a educação tradicional, baseada em conteúdos fixos e massificadora, e entendem o aluno como um sujeito particular, com trajetória particular; além disso, os conteúdos ensinados em sala de aula são vistos na prática, dado que os dois métodos trabalham com problemas para que os alunos os solucionem. Por outro lado, a metodologia de Dewey parte de um problema concreto formulado em uma situação de aula, pelo docente responsável pela disciplina e busca, como fim, um resultado; nesse modelo, o aluno é entendido como um pesquisador, dado que formula hipóteses e as testa, visando a sua solução; além disso, os problemas não refletem, como salienta Berbel (1999), situações concretas do dia a dia, dado que são formulados previamente; já a Metodologia da Problematização parte de questões concretas, vividas em sociedade. Sob esse ângulo, os problemas não são estanques e fixos, mas dinâmicos, exigindo, por vezes, mais de uma solução; ademais, a solução do problema faz com que os alunos proponham ações de transformação social. Além disso, como pontua a pesquisadora, a Metodologia da Problematização permite que os alunos tomem contato com situações sociais que não são vistas na escola, estimulando uma ação ética no meio em que a comunidade escolar está inserida. Segundo Berbel (1999), as duas metodologias possuem etapas também semelhantes: num primeiro momento, os alunos são estimulados a observar os problemas a serem solucionados. No caso da Metodologia de Resolução de Problemas, o caso é trazido pelo docente a partir de um fenômeno ou problema social; no caso da Metodologia da Problematização, os problemas estão presentes na realidade concreta e imediata dos alunos ou da comunidade que os cerca. Nessa primeira etapa, os alunos, em ambas metodologias, são estimulados a ler e observar os problemas e formular perguntas e questionamentos iniciais. Em seguida, na segunda etapa, os estudantes são estimulados a listar os questionamentos e relacionar com os componentes curriculares aprendidos. Berbel (1999) atribui o nome de “pontos-chaves” para essa etapa, justamente por conta de seu objetivo: reunir, dos questionamentos iniciais, os principais, para serem resolvidos. Depois, na terceira etapa, os alunos, após terem listado as observações e os pontos centrais, buscam relacioná-los com os conteúdos aprendidos em sala de aula. Para tanto, além da pesquisa nos componentes aprendidos, os alunos podem ter uma postura ativa e propor questionários, entrevistas, gravações e registros. Após a etapa de teorização, os estudantes partem para as hipóteses de solução, momento em que, na Metodologia da Problematização, são estimulados a aplicar o que registraram e pesquisaram ao problema. Por fim, a última etapa, aqui exclusiva a esta metodologia, é a aplicação à realidade. Nela, os alunos buscam solucionar o problema e intervir na realidade em que estão inseridos. A pesquisadora ressalta que a solução pode ou não ser imediata, dado o problema específico; entretanto, é fundamental que os alunos consigam atuar no mundo real de forma interativa. Atividade extra. Para a atividade, sugerimos que o aluno assista ao filme “O homem que viu o infinito” (2015) e busque reconhecer como a protagonista Srinivasa Ramanujan, quando ingressa na escola e no sistema de ensino tradicional, não consegue desenvolver seu potencial. Quando as metodologias são discutidas pelos pesquisadores ou professores, Neusi Berbel (2011) elenca uma série de pontos-chaves. Qual dos pontos listados abaixo corresponde às reflexões propostas pela pesquisadora? O estudo da metodologia, por parte do docente, deve ser adaptado às realidades das instituições de ensino. Segundo Neusi Berbel (2011), quando um docente escolhe uma metodologia, ele deve levar em conta o perfil de aluno que tem na instituição. Segundo Berbel (2011), quais são as usuais formas de ensino aplicadas nas universidades brasileiras? Exposição, leitura e discussão. Os métodos clássicos de ensino, como pontua a pesquisadora, entendem a escola como um espaço de transmissão de conhecimento. Assim, os procedimentos são de leitura, exposição e discussão. Podemos inferir que a Metodologia da Problematização, apresentada por Berbel (2011), se diferencia dos métodos antigos por: Entender que o aluno é um indivíduo particular, com trajetória e formação, e é um agente transformador da realidade em que vive. A Metodologia da Problematização propõe que o aluno seja ativo no processo de aprendizagem, além de ser um indivíduo particular, com trajetória e formação. A partir dos apontamentos feitos por Berbel (2011), de que modo as metodologias que trabalham com problemas diferenciam-se da educação tradicional? Segundo Berbel (2011), no passado, a educação era entendida como um ato unilateral, posto que o professor dominava o conteúdo e o transmitia aos alunos. A escola era pensada como um espaço de transmissão de conhecimento e o aluno tinha uma postura passiva, uma vez que recebia os conhecimentos em sala. As metodologias baseadas em problemas atuam de forma oposta: o aluno não é passivo, mas ativo no processo educacional. Nesse sentido, cada um possui uma característica, que deve ser trabalhada em grupo. Os professores, além de transmitirem os conteúdos e saberes, propõem problemas para serem resolvidos pelos alunos. Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Classroom discussion (discussão em classes) A Metodologia da Discussão em Classe (Classroom discussion) não é nova na educação; ao contrário, desde os primórdios do ensino, registrados pelos filósofos, o ensino se baseava na observação, no questionamento e na discussão entre o mestre e o aprendiz. Podemos citar, como exemplos históricos, os diálogos platônicos, em que são representados os alunos na academia questionando os mestres; ou ainda a escola de Aristóteles, constituída do preceptor e dos aprendizes. Tal modelo foi transmitido aos séculos posteriores, com algumas alterações: no século XVI, foram criadas as escolas e universidades; houve um primeiro esboço de curriculum escolar e os alunos foram organizados em grupos e divididos em graus de aprendizagem. A educação passa por uma profunda mudança no século XVIII, com as revoluções liberais e burguesas, momento em que os alunos são agrupados em grandes coletivos, ordenados em salasde aula e são educados para atuar no mundo público. Nesse sistema, a escola é responsável por transmitir os conhecimentos acumulados, os docentes são as fontes do conhecimento e os alunos, passivos na relação, recebem-nos dos professores. Era uma escola, portanto, centrada na aula expositiva e na leitura, sem uma postura ativa por parte dos alunos. Os conteúdos eram consolidados pela tradição e pela história, sendo transmitidos aos alunos e reforçados em exercícios e memorização. Bruce Larson (2000) pontua que a Metodologia da Discussão foi retomada na transição dos anos 50 para os 60, momento em que o mundo anglo-saxão passou por uma mudança no sistema de ensino. Para aprimorar a aprendizagem dos alunos nas aulas, os professores passaram a propor o método de discussão, dado que seria o momento em que o aluno tomava uma postura ativa e aprendia na prática. O pesquisador ressalta que, nos últimos anos, a metodologia foi vista sob um aspecto negativo, uma vez que era entendida como algo recreativo ou não acadêmico. Docentes mais antigos e alunos acostumados com o método clássico, por vezes, tinham aversão ao método da discussão, posto que acreditavam que ele não contribuía com o aprendizado. Como pontua o pesquisador, entretanto, hoje os estudos das neurociências, da cognição e da educação passaram a ver o método sob outra perspectiva: em vez de pouco sério ou inadequado, é visto como uma proposta para o desenvolvimento das competências e habilidades dos alunos. Além disso, o método encoraja a atuação em grupos ou equipes, na medida em que os alunos precisam responder perguntas ao professor ou aos pares. Nele, os alunos deparam-se com diferentes pontos de vista sobre os objetos e problemas apresentados pelos docentes, devendo debater e atuar em grupo para sua resolução. Vale destacar, como aponta Larson (2000), que o método está acompanhando as mudanças do cenário econômico e social, uma vez que o mercado e a sociedade buscam sujeitos proativos, resilientes e que consigam lidar com grupos e solucionar problemas no coletivo. É importante salientar que em nenhum momento a Metodologia da Discussão se encerra, ou se limita, a apenas resolver perguntas ou questionamentos; ao contrário, como aponta o pesquisador, o método estimula, além da revisão dos componentes curriculares, já que os alunos debaterão entre si ou com o professor, a criatividade, as habilidades socioemocionais, a empatia e a resiliência. Larson (2000) ressalta que o método, de fato, torna a aula mais democrática e dinâmica. https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes-classroom-discussion-discussao-em-classes- Para preparar uma aula com a metodologia em questão, o primeiro trabalho é o do docente: ele deve elencar quais temas ou componentes curriculares são apropriados para a metodologia. Nesse caso, cabe uma breve advertência: temos áreas, como as ciências humanas e as humanas aplicadas, em que os tópicos das discussões são mais notáveis e a própria matéria já inclina o docente a adotar tal metodologia; por outro lado, áreas e saberes como a matemática e as ciências naturais, por conta do aspecto teórico, apresentam maior dificuldade. Cabe, portanto, ao professor conseguir elencar um componente curricular e colocá-lo em discussão. Ao fazê-lo, além de proporcionar o debate, o componente ou conteúdo ganha complexidade e relaciona-se com questões e problemas do mundo e da sociedade. Em seguida, o docente deve elencar os alunos participantes da aula. Lembrando que os estudantes não são homogêneos; ao contrário, possuem características muito distintas, visto que podem ou não gostar da metodologia. Numa sala de aula, como recorda Larson (2000), temos alunos extrovertidos, atuantes e introvertidos. Nesse sentido, o docente pode propor discussões em que os alunos mais introvertidos ajudem o colega que está, de fato, debatendo ou discutindo; ou ainda o docente pode fazer um rodízio entre os que quiserem, estimulando os demais. Durante a discussão ou debate, terceira etapa da metodologia, o docente deve organizar a aula, permitindo que todos os alunos tenham igual tempo de atuação e fala. Vale destacar que o docente deve, durante a discussão, evitar que os alunos entrem em embates pessoais, ou que cheguem em situações de ofensa ou violência. Por fim, na última etapa, os alunos avaliam o resultado da aula, podendo tecer comentários, anotações ou até sugestões para as demais. O método, como aponta o pesquisador, não possui um fim em si mesmo; ao contrário, a discussão dos componentes curriculares deve estar relacionada com questões atuais e problemas da sociedade. Nesse sentido, durante o balanço da aula, os alunos podem elencar tópicos ou temas para discussões futuras, pois este é um método dinâmico e prático, conforme salienta o pesquisador. Por fim, Larson (2000) afirma que o Método da Discussão em classes permite explorar múltiplas perspectivas sobre um mesmo assunto pelos estudantes: quando o conteúdo é colocado em prática, cada aluno pode fazer uma contribuição e adicionar sua leitura ou percepção sobre ele. Diferentemente da escola clássica, em que o componente curricular é exposto pelo professor de forma completa, acabada e sem possibilidade de alteração, a metodologia entende que ele é dinâmico e sempre inacabado. Larson passa a defender, então, a discussão e o debate como um componente curricular a ser trabalhado, dada a importância na formação dos alunos. Em entrevista com alunos de escolas públicas, o pesquisador diz que o resultado é positivo, os estudantes sentem-se motivados e gostam da metodologia. Atividade extra Assista ao filme “Vida de inseto” (1998) e busque reconhecer como o trabalho em equipes ajudou as protagonistas a vencerem seus objetivos. Os primeiros registros do uso da discussão e debate como método pedagógico estão: Nos autores gregos, em especial Platão e Aristóteles. Nos textos platônicos e aristotélicos encontramos um modelo educacional em que os alunos aprendem por meio de perguntas e debates entre eles e os preceptores. No início dos anos 60, a Metodologia da Discussão em Classe foi vista com desdém por parte dos educadores e professores porque eles: Estavam acostumados com a educação clássica, muito criticada pela metodologia da discussão. Quando foi proposta, a metodologia foi criticada pelos docentes da época, uma vez que estavam acostumados com a metodologia clássica de ensino. Segundo Larson (2000), o constante emprego da Metodologia da Discussão deve-se à: Necessidade de adequar a escola às demandas do mundo do trabalho e das relações sociais. Segundo Larson (2000), a escola clássica não estava acompanhando as demandas sociais e do mercado de trabalho, exigindo uma mudança metodológica. Qual é a importância da metodologia da discussão em classes para o aprendizado dos alunos? Como aponta Larson (2000), a principal característica da escola moderna é a aprendizagem colaborativa, visto que ela motiva os alunos e desenvolve suas habilidades e competências. A metodologia da discussão em classes insere-se nesse cenário, propondo o debate em grupos e a solução de problemas e questões levantadas pelos docentes. *Metodologias Ativas Para Aprendizagem Em Equipes / Material Extra (Metodologias Ativas para Aprendizagem em equipes) Aprendizagem colaborativa (aprendizagem colaborativa): Anotações emparelhadas; diário de entrada dupla; Problema Send-A; Artigo de um minuto; Linha de Valor Cenário Planejamento de aula de matemática do Ensino Fundamental II, empregando os recursos da aprendizagem colaborativa, incluídos ou Anotações emparelhadas. Objetivos Os alunos devem conhecer as formas de solução das equações do primeiro e segundo grau, entender suas etapas e raciocínio aplicado no processo. O documento pretende, além de aprofundar os conhecimentos matemáticos dos alunos, desenvolveras habilidades socioemocionais e de comunicação e trabalhar em equipes. Roteiro O professor escolheu adotar a técnica de trabalho colaborativo Anotações emparelhadas , que consiste, em linhas gerais, na discussão em duplas para a resolução de problemas. O documento elencou algumas equações do primeiro e segundo grau, dividiu os alunos em grupos e pediu que, além do resultado exposto, os alunos apresentassem ou raciocínio matemático aplicado na solução do problema. Após a divisão das duplas, os alunos tiveram duas aulas para resolver os problemas. Quando solucionados, os duplos entregam uma resposta ao documento e, após uma breve correção, apresentam seu raciocínio aos demais colegas de sala. PBL - Problem Based Learning (aprendizado baseado em problemas) Cenário Planejamento de aula de ciências do ensino fundamental II empregando a metodologia de aprendizado baseado em problemas. Objetivos Os alunos devem conhecer os principais problemas ambientais da modernidade. O docente desenvolve um trabalho em que os alunos devem levantar uma questão ou problema ambiental do seu bairro e propor uma solução. https://dex.descomplica.com.br/sala-de-aula-turma-i/metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes/material-extra-metodologias-ativas-para-aprendizagem-em-equipes- Roteiro Durante algumas aulas, o professor apresentou aos alunos os principais problemas ambientais modernos, suas origens e consequências para a sociedade e o meio ambiente. Em seguida, dividiu os alunos em grupos e pediu que eles pesquisassem um problema ambiental de seu bairro, rua ou condomínio, levantando os potenciais danos e propondo soluções. Nas aulas seguintes, o professor deixou os alunos sentarem em grupos e organizarem as etapas da atividade. Alguns pediram para utilizar o laboratório e outros para fazer pesquisa de campo. Ao final do processo, os grupos apresentaram aos demais colegas em um evento específico as soluções para os problemas ambientais levantados. Métodos para formação de equipes Cenário Planejamento das aulas de ciências do ensino fundamental II formando equipes para atuarem em grupos. Foram empregadas as metodologias de formação de equipes, buscando a maior aprendizagem dos alunos envolvidos. Objetivos Os alunos deveriam organizar uma apresentação sobre os grandes cientistas do século XIX e XX, analisando sua biografia e o impacto de suas pesquisas para a ciência moderna. O docente buscou, com a atividade, ampliar o repertório dos alunos na área, trabalhando de forma interdisciplinar a história e a ciência. Roteiro A partir de uma aula prévia sobre a importância da ciência e dos cientistas, o docente elencou seis deles para serem estudados pelos alunos e apresentados de forma coletiva. Para organizar os grupos, o docente evitou manter os alunos amigos próximos, criando grupos heterogêneos. O roteiro da pesquisa partiria de uma pergunta central: “Porque o cientista em questão foi importante?”. Os alunos apresentaram um roteiro da atividade, organizando as etapas e os membros do grupo responsáveis por cada uma delas. Assim, evitaria a sobrecarga de trabalho e faria com que os alunos – em um grupo heterogêneo – trabalhasse de forma eficiente e colaborativa. Por fim, os grupos apresentaram as atividades para os colegas em sala. N Collaborative learning (aprendizagem colaborativa) – as 4 técnicas mais utilizadas: 3-step Interview; Roundtable; Focused Listing; Structured Problem Solving; Cenário Planejamento de uma aula de geografia para o Ensino Fundamental II empregado metodologias de aprendizagem colaborativa. Foi escolhida a técnica Focused Listening para a aprendizagem dos tipos de solos no Brasil. Objetivos Os alunos devem compreender as formações e modelos de solo na América Latina, especialmente no Brasil. O docente deve apresentar aos alunos as principais características e as ferramentas para sua identificação. Roteiro O professor, após uma aula geral sobre os tipos de solo na América, esboçou uma pergunta sobre uma composição presente no Nordeste Brasileiro. Deu aos alunos uma série de opções e pediu para que, com os conhecimentos de aula e as pesquisas, conseguissem identificar o solo em questão. Dividiu os alunos em equipes e empregou a metodologia Focused Listening, em que eles passariam a definir e conceituar para responder à pergunta. Ao final da atividade, o docente recolheu a respostas e fez uma correção rápida, a fim de evitar respostas inapropriadas. Por fim, compilou a definição proposta pelos grupos e organizou um mapa mental sobre o solo em questão. Peer instructions (instruções em pares) Cenário Planejamento de aulas de língua portuguesa para o ensino médio empregando na análise de um fragmento da obra a metodologia Peer instructions. Objetivos Os alunos devem dominar os principais aspectos da historiografia literária e das categorias de análise e interpretação dos mais diversos textos. Para tanto, o docente distribuiu fragmentos distintos da obra aos alunos, dividindo-os em pares e pedindo para que propusessem uma interpretação e apresentassem em sala de aula. Além do domínio das habilidades da área de linguagens, o docente pretende que os alunos desenvolvam as socio- emocionais e comunicativas. Roteiro Em sala de aula, o docente dividiu um poema em dez fragmentos, obedecendo a estrutura das estrofes. Organizou os alunos em duplas – evitando que se organizassem em grupos – heterogêneas, distribuindo o texto para cada uma delas. Em seguida, apresentou, em uma aula expositiva, o poeta, o movimento literário em que se insere e as ferramentas para a análise literária. Os alunos, durante o tempo proposto, analisaram o fragmento e esboçaram uma interpretação. Em seguida, cada uma das duplas apresentou em sala de aula. Por fim, o docente registrou as leituras das duplas e organizou um documento com a interpretação coletiva da turma. Técnicas e aplicação de metodologias de aprendizagem em grupo Cenário Este planejamento de aula empregou a metodologia de aprendizagem em grupo com alunos do terceiro ano do Ensino Médio. A disciplina em questão era a de história e o componente estudado era a Segunda Guerra Mundial. Objetivos Por meio de um levantamento de fontes, documentos e imagens, os alunos deveriam compreender os grupos políticos e militares envolvidos no conflito. O docente busca, além da cooperação entre os colegas, o conhecimento dos principais aspectos históricos, sociais e políticos do conflito. Além disso, pretende-se desenvolver as habilidades de pesquisa documental e verificação de fontes. Roteiro O professor dividiu os alunos em grupos uniformes, de modo que ninguém ficasse sozinho. Em seguida, levantou com os alunos os principais temas do componente histórico analisado, a saber: os países do eixo, os aliados, as etapas da guerra e suas consequências. Os alunos teriam de recolher o maior número de informações possíveis sobre os temas, em grupos, e organizar o conhecimento. Em seguida, o docente apresentou aos alunos uma série de fontes para a pesquisa em história nos mais diversos suportes: filmes, documentos, fotografias e documentários. Seguindo as etapas da metodologia (TBL em inglês), os alunos tiveram uma série de aulas sobre o tema. Nas semanas seguintes, foram submetidos a um teste rápido de aferição de habilidades; com o teste, o docente buscou verificar se todos os alunos tinham compreendido o essencial do conteúdo para seguir suas pesquisas. Durante o trabalho em grupo, os alunos foram novamenteavaliados, em equipes, com questões mais complexas sobre o conflito. Por fim, o docente pediu que cada grupo apresentasse para a sala seu estudo e suas conclusões.
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