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Modulo1_Textos Descomplica_MBA Marketing

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Gestão do tempo
A Matriz do Tempo
Metas
É impossível gerenciar seu tempo sem saber onde pretende chegar. A definição de metas
de curto, médio e longo prazos é fundamental para um correto planejamento semanal, afinal
suas ações precisam estar alinhadas aos seus objetivos.
“Deixo a vida me levar, vida leva eu...” é bem popular e positivo na canção do Zeca
Pagodinho. Mas será que essa é a melhor atitude a tomar em sua vida? E se a vida lhe levar
para onde não quer? Uma vida sem definição de metas é uma vida sem norte.
Urgência ou Importância
A grande mudança de paradigma na Gestão do Tempo é separar suas atividades
recorrentes e imprevistas em Urgência e Importância. Tudo que é urgente é
necessariamente importante? A Importância está diretamente relacionada às suas metas. E
urgência está intimamente ligada ao tempo que você dispõe para realizar a atividade
sugerida.
Várias atividades podem ser urgentes e importantes. Uma crise com um cliente, um familiar
doente precisando de apoio. Porém, muitas atividades são meramente urgentes, mas não
estão alinhadas às suas metas e, por várias vezes, apenas desperdiçam seu tempo.
Todas as atividades (compromissos ou tarefas) que vivemos diariamente podem ser
divididas em quadrantes. A formação desse modelo mental é baseada em dois conceitos
fundamentais: importância e urgência.
Importante: atividades que estão alinhadas com seus interesses, valores e prioridades.
Urgente: atividades que possuem um prazo imediato.
Dessa forma divide-se o tempo em quatro quadrantes:
Como está dividido o seu tempo nos quadrantes acima?
Trabalhando os quadrantes
Uma vez compreendida a distribuição de seu tempo nos 4 quadrantes da Matriz do Tempo,
faz-se necessário realizar um trabalho de redução nos quadrantes IV, III e I. O objetivo é ter
cada vez mais tempo para dedicar ao quadrante II.
Como ELIMINAR o quadrante IV?
- Reflexão constante;
- Cuidado com os ladrões do tempo: televisão e internet;
- Gestão do estresse;
- Propósito familiar / pessoal;
Como EVITAR o quadrante III?
- Alinhamento (profissional);
- Discutir a relação (pessoal);
- Esclarecer expectativas;
- Aprender a dizer não e a negociar novos prazos;
- Delegando poder (aumentando o nível de autonomia);
- Desde que seja possível, não atenda todas as suas ligações. Faça um filtro na origem das
ligações e no momento em atendê-las. Interromper uma atividade importante pode levar à
perda de foco;
Aprendendo a dizer não
Está aí uma tarefa bem complicada. Dizer não torna-se especialmente difícil quando, por
mais que a atividade proposta seja de nenhuma importância em sua vida, a pessoa que está
pedindo é. Leia abaixo os problemas relacionados e algumas dicas que vão facilitar o seu
próximo NÃO.
Problemas:
- É algo contrário à nossa cultura;
- Muitas vezes passa antipatia, grosseria ou falta de atenção;
- Dicotomia entre a não importância da tarefa e a importância da pessoa;
Dicas:
- Tenha um planejamento semanal como escudo;
- Pense na tarefa você não realizará para atender o pedido;
- Faça perguntas: isso é necessário agora? Precisa realmente de mim? Precisa realmente
ser feito?
- Não use o TALVEZ;
- Ao superior: transfira a ele a decisão sobre as suas prioridades;
- Fuja à popularidade e tenha coragem!
Como REDUZIR o quadrante I?
- Realizando um Planejamento semanal;
- Cuidando dos relacionamentos;
- Delegando;
- Meta: 25% em urgências.
Preparando a Casa
Todo sistema de Gestão de Tempo deve ter como base os seguintes pontos: contatos,
compromissos, anotações e tarefas. O primeiro passo na organização desses pontos é a
escolha da ferramenta que irá auxiliar o processo.
FERRAMENTAS
CONTATOS: celular, provedores de e-mail, computador, agenda etc.
COMPROMISSOS: ferramentas de calendário, google agenda, agenda tradicional etc.
ANOTAÇÕES: aplicativos de celular, outlook, bloco de notas, folha de anotações etc.
TAREFAS: aplicativos de celular, google tarefas, outlook, bloco de notas etc.
DEFINA SEU ESTILO
A escolha das ferramentas define o seu estilo de gestão.
TOTALMENTE ONLINE: smartphone, laptop e ferramentas online.
TOTALMENTE OFFLINE: agenda tradicional, papéis para anotações.
MISTO: um pouco de cada.
Em qual estilo você se enquadra?
O PLANEJAMENTO
TIPOS DE PLANEJAMENTO
Longo Prazo: mais de um ano para realizar.
Ex.: filhos, casamento, compra de apartamento, carro, etc.
Médio Prazo: menos de um ano para realizar.
Ex.: eventos, viagens, cursos, treinamentos etc.
Curto Prazo: uma semana.
Ex.: tarefas e compromissos.
Curtíssimo Prazo: follow up diário.
Ex.: verificação das atividades adiadas, do dia e que podem ser antecipadas.
OS PILARES DA GESTÃO DO TEMPO
CONTATOS
- Registro de telefone, email, empresa, cargo etc no seu telefone e provedor de email.
- Estabeleça o maior network possível.
- Cultive o vínculo fraco.
- Crie grupos no provedor de email.
- Seja criterioso com os contatos do Facebook e use o Linkedin.
COMPROMISSOS
- Anote todos em uma plataforma com lembretes.
- Compartilhe com as pessoas envolvidas.
- Anote as informações fundamentais do compromisso (pauta, local, horário, convidados).
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes (aniversários).
- Use os lembretes de forma criteriosa.
- Não registre uma Tarefa como Compromisso.
ANOTAÇÕES
- Fundamental na organização do conhecimento.
- Use para projetos futuros, pautas, dados etc.
- Mantenha uma Tarefa associada a Anotação quando necessário (evite que caia no
esquecimento).
- Crie pastas em seu computador para organizar artigos, apresentações etc.
TAREFAS
- Registre todas as suas tarefas importantes.
- Use a ferramenta “Repetir” para eventos recorrentes.
- Defina SEMPRE um prazo, mesmo que tenha que adiar constantemente.
- Transforme emails em tarefas (copiando os dados relevantes).
- Seja criterioso no uso de lembretes.
Planejamento Semanal
O PLANEJAMENTO SEMANAL
- É o planejamento de rotina.
- Foco na execução.
- Melhor unidade de tempo para planejamento.
- Deve ser feito entre sexta a tarde (ideal) e segunda de manhã (menos indicado).
- Duração de 20 a 30 min.
PASSO A PASSO DO PLANEJAMENTO SEMANAL
1. Reveja o planejamento da semana anterior.
- Registrando novas tarefas que ainda não foram anotadas;
- Eliminando as tarefas executadas;
- Fazendo o acompanhamento de tarefas delegadas;
- Criando novos prazos para as tarefas não cumpridas;
- Reagendando compromissos não realizados.
2. Analise os Compromissos da semana
- Dimensione encontros e reuniões com as tarefas propostas para a semana;
- Reagende o que for necessário;
- Fique atento às demandas de cada compromisso (análise de dados, envio de relatórios);
- Confirme os compromissos.
3. Defina as Tarefas da semana
- Dimensione a quantidade de tarefas com o tempo disponível;
- Adie para a próxima semana o que for necessário;
- Não planeje 100% de seu tempo (ou conviva tranquilamente com adiamentos);
- Estabeleça quais tarefas são prioritárias;
- Distribua as tarefas nos dias da semana.
Verificações diárias:
- O que não foi feito de dias anteriores?
- O que deve ser feito hoje?
- O que será realmente adiado (tarefas e compromissos)?
Dicas Práticas
GESTÃO DE E-MAILS:
Algumas dicas valiosas para aumentar a sua produtividade:
- Caixa de entrada é de ENTRADA!
Não deixe as mensagens na caixa de entrada eternamente. Uma vez resolvido o assunto
encaminhe o e-mail para outra pasta.
- Gerencie SPAMs.
Utilize um e-mail auxiliar para cadastros e fichas. Marque os indesejados como SPAM e
cancele o cadastro nos mailings indesejados.
- Reduza as respostas desnecessárias (ok, ciente etc).
Faça a sua parte e cobre das pessoas que façam a delas. Reduzir em 20% o número de
e-mails abertos por dia tomando essa medida.
- Só copie quem for necessário.
- Use cópia oculta.
- Não apague e-mails.
- Crie apenas pastas necessárias.
- Crie uma pasta padrão para e-mails resolvidos.
- Crie grupos de destinatários.
- Defina horários para “zerar” a caixa de entrada.
- Não ligue nenhum notificadorde e-mails.
- Não verifique a caixa o tempo todo!
ESCREVENDO EMAILS
- O assunto deve ser totalmente compreensível;
- Não escreva textos longos (3 ou 4 parágrafos no máximo);
- Dê espaço entre parágrafos;
- Use tópicos numerados e marcadores;
- Leia o texto antes de enviá-lo;
- Evite “broncas” por e-mail.
GESTÃO DE REUNIÕES
Algumas dicas para tornar suas reuniões mais objetivas e produtivas.
- Defina Pauta;
- Selecione os presentes;
- Defina horário de início e principalmente de término;
- Envie os arquivos necessários previamente;
- Comece SEMPRE no horário;
- Eleja um mediador;
- Seja o mais sinérgico possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SINTA O RESULTADO
O início é árduo e precisa de grande dedicação. É um processo de mudança de hábito.
Assuma o compromisso de fazer por 4 semanas seguidas. Ao final de cada uma delas, veja
o quanto você progrediu!
ESTUDE
Nunca foi tão fácil ter acesso ao conhecimento. Pratique sistematicamente atividades de
estudo como leituras, treinamentos, cursos formais e outros.
REVEJA CONSTANTEMENTE O MÉTODO
O melhor método de Gestão do seu tempo é o que você desenvolverá. Utilize as dicas
discutidas nesse curso para criar seu próprio modelo. Algo que sugeri não surtiu efeito?
Ignore! Você pensou em adaptar alguma dica para outro formato? Faça!
ENSINE
A melhor forma de fixar um método é compartilhá-lo com outras pessoas. Comece dividindo
o modelo com alguém próximo e depois expanda seus horizontes.
PROJETO DE VIDA
Vida - Sentido da Vida
Pensar para viver bem
É sabido que viver pressupõe experienciar diversos momentos e sensações diferentes ao
longo da passagem por este mundo. Não é à toa que caiu no uso popular a expressão “valer
a pena”. Pode-se pensar, inclusive, que a expressão poderia ser (se é que já não foi) “valer
as penas”, visto que muitas são as dores, tristezas e dificuldades pelas quais passamos ao
longo dos anos.
No entanto, foi justamente essa reflexão que trouxe a alguns teóricos uma visão
relativamente positiva sobre a trajetória humana na terra. Sócrates, por exemplo, defendia a
ideia de que a vida que vale a pena é a vida que compensa todas essas misérias e tristezas
humanas. Mas você deve estar se perguntando: como se daria isso? O que fazer para que
as coisas boas se sobressaiam no meio a tantas coisas ruins?
Portanto, o ponto central da discussão nesta aula está em refletir sobre aquilo que, na vida,
se pusermos na balança equilibra as penas, as dificuldades, as dores, as tristezas.
Sócrates é considerado o pai da maneira ocidental de pensar, por isso influencia até hoje a
estrutura de pensamento de todos nós. Ele dizia que a existência humana seria uma
experiência mais agradável tanto quanto mais se pensar as ações no dia a dia. Ou seja,
quanto mais na hora de viver você pensar (sobre o que está acontecendo, sobre o que está
fazendo, etc), tanto mais a vida que está vivendo será melhor.
No cenário atual do início do século XXI, essa é uma reflexão ainda mais oportuna, uma vez
que temos sido marcados pela pressa, muito provavelmente em decorrência de sermos,
talvez, a sociedade mais atarefada que já existiu. A agilidade se torna necessária para a
sobrevivência, embora cada vez mais não prestemos atenção àquilo que estamos fazendo.
Passamos pelas atividades rotineiras, por relacionamentos, estudos, hobbies e tantas outras
experiências sem qualidade, sem satisfação. Sócrates diria que nunca antes a humanidade
passou tão desatenta pela vida, sem aproveitá-la da forma como deveria.
O ritmo frenético em que estamos vivendo tem nos impedido de fazer algo essencial: pensar
na vida. Pensar na vida é muito mais do que pensar nos problemas e nas dificuldades que a
vida nos traz, é mais do que pensar no sustento da casa, no cuidado dos filhos, é mais do
que se preocupar com o trabalho ou o status social. O “pensar na vida” que proponho, ou
melhor, que Sócrates propõe, tem relação com o que dá sentido a todas essas coisas; o
“pensar na vida” a que me refiro é pensarmos no propósito que nos leva a fazer todas essas
coisas, refletirmos sobre os “porquês” de fazermos o que fazemos.
O filósofo grego Sócrates, ao chegar ao final de sua defesa contra as acusações de
corromper a juventude ateniense, disse que não se arrependia de ter vivido a vida
examinando as coisas e as pessoas ao seu redor e, principalmente, examinando a si
mesmo, afirmando que o maior bem do homem é se aplicar em conhecer essas coisas e
buscar conhecer e discorrer sobre a virtude. Sócrates acrescenta que: “Uma vida sem esse
exame não é digna de um ser humano” ou: “A vida sem investigação não é digna de ser
vivida”. Sócrates tinha total consciência da importância de pensarmos e examinarmos a nós
mesmos e enfatiza que a vida sem essa reflexão não vale a pena. Disponível em: <
https://tribunademinas.com.br/opiniao/tribuna-livre/13-08-2019/a-vida-irrefletida-nao-vale-a-p
ena-ser-vivida.html >.
Plenitude da alma
As ideias socráticas se associam diretamente com a teorização feita por um outro grande
filósofo: o aclamado Aristóteles. Ele falava em plenitude da alma, conceito muito similar ao
que hoje conhecemos como mindfulness (plenitude da mente). Este termo ganhou o gosto
popular, principalmente no ambiente empresarial, trazendo através do estrangeirismo um
nome moderno que, no final, possui significado muito próximo ao conceito aristotélico.
Em resumo, estamos falando que, independentemente das circunstâncias da vida, que ora
podem ser melhores ou piores, nós podemos e devemos vivê-la inteiramente. Se fazendo
presente de corpo e mente (alma), porque, de fato, a vida é o que acontece agora. Toda
divisão significa fragilidade, portanto, se existe uma certa força em você, se existe alguma
chance de você performar com muita qualidade, certamente será onde você está, com todos
os seus recursos disponíveis neste momento.
Assim, entendemos que mindfulness é estar com a mente completamente preenchida pela
atividade realizada pelo corpo, ter a mente focada naquilo que se está fazendo no presente,
consciente do que acontece em si e ao redor no agora.
Mindfulness ou atenção plena é um estado de consciência que ocorre quando
intencionalmente colocamos nossa atenção no momento presente, sem julgamentos. Essa é
uma das definições da palavra mindfulness, que muitas vezes é traduzida para o português
como atenção plena, mas cuja tradução é complexa, já que o termo em inglês é bastante
abrangente e é usado tanto para o conceito geral quanto para a técnica de meditação
mindfulness. Disponível em: < https://www.ecycle.com.br/mindfulness/ >.
Depende de nós
Em Epicteto, ganhamos reforço na discussão sobre a vida plena. Ele foi um filósofo grego,
estoico e escravizado, que refletiu sobre como viver uma vida plena, uma vida feliz, e
também sobre como ser uma pessoa com boas qualidades morais. Ele se dedicou a tentar
responder a essas duas perguntas fundamentais, exercendo enorme influência sobre as
ideias dos principais pensadores da arte de viver.
Para Epiteto, uma vida feliz e uma vida virtuosa são sinônimos. Felicidade e realização
pessoal são consequências naturais de atitudes corretas. Pensamento que é a base do
estoicismo, doutrina que prega a resistência persistente às dificuldades como forma de se
adquirir virtudes. Ou seja, as ações humanas devem ser focadas incansavelmente em
administrar aquilo que se pode controlar. É o que modernamente chamamos de resiliência.
Em resumo, dedique sua atenção e seus esforços àquilo que depende de você até alcançar
resultados, sucesso. Segundo os estoicos, cabe a nós “ignorar” a parte da vida sob a qual
não temos ingerência (catástrofes, incidentes, etc) e nos dedicarmos ao que nos é permitido
alterar e, assim, fazer acontecer o que se deseja.
Fases da vida
Pra que passar de ano?
Iniciamos esta etapa dos estudos com uma frase que nos guiará nesta aula: a vida tem
fases.
Nessa época da vida ouvimos a seguinte frase: “Crianças, vocês têm que se comportar, para
poder passar para o segundo ano”. Essa sentença tem o poder de criar a expectativade que
no próximo ano tudo irá mudar, com novos livros, outra professora, outra sala de aula. Como
todos os colegas que estudaram com você, isso era entendido como algo normal.
Hoje, após esses anos, eu gostaria de perguntar para a professora: “A razão de fazer direito
é para passar para o próximo, porque apenas no próximo será legal?”. Nesse momento
podemos refletir: será que não podemos pensar diferente? Esse é o único ano, o outro é
diferente. Este deve ter valor, deve ser maravilhoso e prazeroso. Ele não é melhor do que os
outros, ele é o meu presente, é um ano maravilhoso, com os livros e pessoas que me
cercam agora.
Conforme dito por Costa (2010), “estar presente” é muito mais do que “estar perto”, isto é, é
necessário ser presença. É preciso projetar a vida, mas é preciso entender que a vida é
agora! Quando este acabar, será triste, pois deixará saudades. E o próximo será
maravilhoso também, pois estarei vivendo aquele presente. Não devemos viver este ano
apenas para passar para o próximo. Podemos repetir nesse momento: a vida tem fases.
Cada uma delas serão construídas por você e serão importantes para que você possa
esgotar na vida vivida tudo o que ela pode te trazer de bom.
Pense agora na faculdade. Você não pode viver os quatro anos apenas esperando para
chegar ao final com o diploma na mão. Viva plenamente esses anos, de forma inteligente. É
vivendo plenamente o momento vivido que o futuro pode ser promissor. Além disso, é
necessário ter propósito na vida, retomando um conceito de Karl Marx, do século XIX, de
recusa da alienação. Segundo Cortella (2016, p. 16), “alienado é aquele que não pertence a
si mesmo”. Quer mais um exemplo? Viver o ensino médio apenas para poder passar no
vestibular. Isso não é uma verdade! Existem coisas maravilhosas e devemos viver aqueles
instantes, pois eles nos ensinam pontos maravilhosos.
Aprenda a apreciar e encantar o momento que você está vivendo, o seu presente. Quanto
mais intensamente o presente for vivido, mais provavelmente o futuro será rico. Não jogue
no lixo o presente, esperando o futuro. A vida vale as suas dificuldades e devemos vivê-la
no momento exato em que ela ocorre.
Alegria de ser CEO
Quanta coisa muda com o tempo, não é mesmo? Quem dera pudéssemos voltar e
aproveitar melhor determinados momentos que foram tão bons e poderiam ser eternos.
Novamente, podemos refletir que vivemos fases e ciclos que se encerram para que outros
tenham início. Vamos cumprindo etapas. Contudo, quando a vida é boa, nós não queremos
mudar de fase. Podemos chamar de desejo de eternidade daquele momento.
Tudo o que pensamos que poderia durar um pouco mais, significa que aquilo nos cativou e
desejamos nos manter por ali. Mas sabemos que a realidade é que os ciclos vão se encerrar
e outros irão ter início.
Ao refletirmos sobre as fases da vida em um determinado momento chegamos na vida
adulta. Você vai, por exemplo, sair da faculdade para ir para uma pós-graduação. Ao chegar
na vida adulta, você vai começar a busca de um emprego. Afinal de contas, desde que você
entrou no primário você está sendo preparado para isso. Aqui nos vem a ideia de que a vida
só começa nesse ponto, o que não é uma verdade, afinal, ela começou lá em sua infância.
Segundo Cortella (2016, p. 84), “claro, todo mundo gosta de fazer o que gosta. Mas é
preciso ter consciência de que no desenrolar da vida profissional, para fazer o que se gosta,
é necessário passar por etapas não necessariamente agradáveis no dia a dia. O caminho
não é marcado apenas por coisas prazerosas”.
Nesse momento, chega a entrevista de emprego e você vai ser apresentado ao
organograma da empresa. E claro, a área de Recursos Humanos é a responsável por te
apresentar esses tópicos e também por te instigar a responder o que você deseja neste local
de trabalho.
Ao refletir sobre a pergunta, você chega a conclusão de que você quer crescer dentro
daquela empresa. E como fazer isso? Você precisa ter a consciência de que para crescer na
empresa é necessário trazer dinheiro para aquela organização (de preferência, muito lucro).
E, em seguida, você será promovido.
Observe nesse ponto que você volta ao mesmo discurso de quando você era criança e
estava no primário. Você passa a viver a posição que está agora apenas para chegar no
próximo nível. E você começa a viver sempre pensando no futuro, mais uma vez, sem
pensar no agora.
É importante destacar que esse processo se afunila, ou seja, nem todo mundo chega no
nível mais alto, no cargo de CEO. Nesse momento, uma reflexão passa na sua cabeça, pois
era importante o trajeto e não o topo.
Viver só até amanhã
Desde o momento em que nascemos somos orientados que a vida é subdividida da seguinte
forma: primeiro você é criança (a infância). Posteriormente, vem a fase de transição,
chamada de adolescência. Em seguida, vem a vida adulta, a maior delas. E em seguida, a
melhor idade (terceira idade, caso queira).
Podemos nos perguntar: o que caracteriza cada uma dessas fases? É o tempo de vida e
experiência acumulada? Até que ano vai a infância? Pronto! Nesse momento já ficamos
desorientados e a resposta não é tão simples. No passado, no século XII, a criança era de
um jeito e hoje é outro jeito. Ou seja, com o passar dos anos, esse entendimento se
modificou completamente.
Na literatura, o autor Costa (2000) defende que cada fase da vida tem o seu propósito e o
seu protagonismo, a chamada escada de participação, conforme visto a seguir:
Figura 1: Escada de participação do jovem
Na fase 1 temos a participação manipulada, onde os adultos determinam e controlam o que
os jovens deverão fazer. Na fase 2 existe a participação decorativa, onde os jovens apenas
marcam presença em uma ação, sem influir no seu curso. Já na fase 3 existe a participação
simbólica, onde a presença dos jovens em uma atividade serve apenas para mostrar e
lembrar os adultos que eles existem e são importantes. Na fase 4 há a participação
operacional e os jovens participam apenas da execução de uma ação.
Chegamos na fase 5 onde há uma participação planejada e operacional. Aqui, os jovens
participam do planejamento e da execução de uma atividade. Na fase 6 há a participação
decisória, planejadora e operacional e os jovens participam da decisão de se fazer algo ou
não. Já na fase 7 ocorre a participação decisória, planejadora, operacional e avaliadora,
onde além das anteriores, eles também avaliam uma ação. Durante a fase 8 os jovens têm
participação colaborativa plena, participando da decisão do planejamento, da execução, da
avaliação e da apropriação dos resultados. Chegamos à fase 9, onde existe a participação
plenamente autônoma e eles realizam todas as etapas. Por fim, há a fase 10 e sua
participação condutora, onde os jovens realizam todas as etapas e ainda orientam a
participação dos adultos (COSTA, 2000, p. 89).
Podemos pensar que podem ser características do corpo, que são imprecisas, assim como
o tempo acumulado. Precisamos entender que cada pessoa é de um jeito, cada evolução e
cada corpo tem o seu tempo. E a velhice? É caracterizada pelo fato de surgirem algum tipo
de queda na mobilidade? Não podemos afirmar, afinal, existem inúmeros exemplos de
pessoas que nos mostram o contrário.
Os critérios são imprecisos e variados, criando uma brecha para que você possa tomar as
rédeas da sua vida, da forma que você bem entender. Buscando características de cada
uma das fases da vida, conforme você precisa e deseja. As fases da vida devem ser vividas
com autenticidade e de acordo com o que é relevante para si, visto que elas são imprecisas.
É necessário lembrar de um ponto: divida a vida de acordo com o seu entendimento e o seu
desejo, pois a vida pode acabar a qualquer momento. E como dizia o jornalista gaúcho
Aparício Torelli, o Barão de Itararé: “a única coisa que se leva da vida é a vida que se leva”
(CORTELLA, 2016, p. 16).
No ano de 2020 iniciamos uma vida diferente por conta de uma pandemia. O que nos
mostrou que a vida pode acabar a qualquer instante. A estatística nem sempre vai se aplicarem sua vida. Por isso, é importante que você entenda o valor do agora. O agora é o
momento que você tem para colocar todas as suas forças e alegria.
Autoconhecimento
Essa é a minha praia
"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo" é um aforismo grego que
revela a importância do autoconhecimento. E apesar de não se ter certeza sobre quem foi o
autor desta máxima, vários autores atribuem a autoria da frase ao sábio grego Tales de
Mileto, já outros, defendem teorias que afirmam que a frase foi dita por Sócrates, Heráclito
ou Pitágoras.
Mas, independentemente da autoria, a frase ficou famosa mesmo na sua versão encurtada:
"Conhece-te a ti mesmo”. E traz como reflexão central, a ideia de que para alcançarmos o
verdadeiro conhecimento sobre a vida e o mundo, precisamos antes conhecer a nós
mesmos. Se queremos conhecer o mundo à nossa volta, devemos em primeiro lugar
conhecer quem nós somos.
O processo de autoconhecimento é contínuo e nos permite interagir melhor com o mundo e
com as outras pessoas, amplia o horizonte para um mundo de novas possibilidades. Além
disso, ao olhar para si mesmo, o indivíduo desenvolve sua identidade, e ganhando
consciência de quem se é, consegue se mover de maneira mais produtiva na sociedade.
Entre os grandes pensadores nesta seara do autoconhecimento estão Sócrates e Sêneca. O
primeiro, dedicou muito tempo tentando entender a sua própria natureza, afirmando,
inclusive, que nenhum indivíduo era capaz de praticar o mal consciente e propositadamente,
mas que o mal era um resultado da ignorância e falta de autoconhecimento. Já o segundo,
desenvolveu a teoria do “daimon interior”.
“A palavra “daímôn” é de difícil entendimento devido às sobreposições de significados que
ela recebeu ao longo do tempo na tradição da antiga Grécia. Na mitologia, pela narrativa do
poeta Hesíodo (750 e 650 a.C.), os daímones foram homens nobres pertencentes a uma
“geração de ouro” que, por determinação de Zeus, foram transformados em seres imortais e
prudentes guardiões, com a incumbência de vigiar as decisões e ações dos homens
mortais.”
Apesar dos diversos significados aplicados à palavra “daímôn”, ela traz sempre o sentido de
algo externo que influencia a conduta humana, porém não necessariamente a determina.
Pode-se dizer que seria uma disposição interior, uma espécie de intuição a respeito da
própria natureza do ser. Uma espécie de bússola para escolhas e sucesso pessoais.
Conhecer a si mesmo não basta, há de se ter coragem de apostar na própria natureza.
Somos o que escolhemos para nós
Na Grécia, na cidade de Delfos, em um templo originalmente dedicado a Apolo (deus da luz,
da razão e do conhecimento verdadeiro) é que foi inscrita, na porta de entrada do Templo de
Delfos, a célebre frase sobre conhecer a si mesmo. E para além das disputas sobre sua
autoria, a tradição nos conta uma história interessante sobre a inspiração ser atribuída a
Sócrates.
Conta-se que ele, assim como muitos na Grécia Antiga, tinha o costume de consultar o
oráculo para ter acesso à verdade. Sócrates então, conhecido por sua vasta sabedoria e
considerado o pai da Filosofia, dirigiu-se ao Templo a fim de saber o que era um sábio e se
ele próprio poderia ser considerado um.
O oráculo, por sua vez, ao receber as suas dúvidas, teria questionado: "O que você sabe?".
Sócrates teria respondido "Só sei que nada sei". O oráculo, ao ouvir a resposta do filósofo,
rebateu: "Sócrates é o mais sábio de todos os homens, pois é o único que sabe que não
sabe." Este diálogo tornou-se bastante significativo no estudo da Filosofia, pois demonstrou
a humildade do sábio diante da vida.
A experiência de Sócrates nos permite entender que a postura assumida por uma pessoa
diante da vida diz muito sobre ela mesma. A maneira como encaramos a existência dita
nossas escolhas, e estas por si só dizem muito a respeito de nós. Quando nos
apresentamos, falamos das nossas escolhas, ou seja, daquilo que é importante para nós.
O mundo é um espelho
Uma discussão filosófica que reflete e resume o tema aqui estudado, já foi objeto de análise
de vários autores, como Espinosa, Mitchell e Freud, que seria o conceito chamado de
espelho da vida. Trata-se da teoria que aponta para o entendimento de que ao observarmos
o mundo, vemos a nós mesmos no mundo.
A forma como o mundo se apresenta nos permite descobrir coisas sobre nós mesmos, como
afinidades (vejo alguém cantando e percebo que gosto de música), apetites (experimento
uma maçã e percebo gostar desta fruta), e desejos (vejo pintura e desejo ser pintor), por
exemplo.
É o que podemos chamar de imediatidade da vida percebida, ou seja, sem o mundo como é
não teríamos como perceber vários aspectos do nosso próprio eu.
“A vida é a soma das suas escolhas.” Albert Camus
“A vida é apenas um espelho” – o conceito crítico de vida de Schopenhauer. Link para
leitura:
https://periodicos.ufsc.br/index.php/ethic/article/download/1677-2954.2012v11nesp1p17/229
91/86673
Traços Pessoais
O jogo da vida e as suas cestas
Como é bonito poder refletir sobre a vida, não é mesmo? É uma pena que, muitas vezes,
não nos dedicamos muito a essa atividade, como se fosse um piloto automático. A vida é
como se fosse um grande jogo e existem particularidades que cada um de nós precisa se
preocupar e entender.
Imagine a situação de uma pessoa que joga basquete, que são pessoas normalmente mais
altas. Pense que um outro jogador, por circunstância do jogo, esbarra em você e você cai.
Nesse ponto, você resolve sair do jogo, pois não concorda com o que ocorreu. Nesse
momento, você precisa saber que isso é algo natural desse esporte e que se você se dispõe
a jogá-lo, precisa saber que esse risco é inerente.
Esse exemplo é uma bela metáfora para a vida. Estamos vivendo e de repente, podem
acontecer intercorrências, tal como um problema de saúde ou mesmo de relacionamento
com outras pessoas. Em muitos casos, muitas pessoas passam a pensar que essas
situações não são justas de acontecerem com elas.
Imagine se você “sai do jogo” em situações da vida? Não é possível fazer isso! Se você se
dispôs a jogar o jogo da vida, que é muito complexo, você deve saber que essas
intercorrências fazem parte. Sim, você deve lutar para melhorar e tentar vencer os
obstáculos, mas não podemos nos queixar de justiça ou injustiça. Você, a rigor, até pode sair
do jogo da vida, já que você tem livre arbítrio e liberdade para tomar decisões.
Segundo Cortella (2016, p. 16) “Somos seres que têm de construir da própria realidade. E a
noção de trabalho é tão forte entre nós que perpassa outras esferas da nossa vida. Até a
noção que temos de saúde está ligada à ideia do trabalho. Você só se considera saudável
quando pode voltar a trabalhar e não quando é capaz de passear, transar, cantar, dançar”.
Devemos, diariamente, nos decidir por jogar esse jogo, que é complicado. Todos têm as
suas forças e fraquezas, possuindo traços que são incomparáveis e são só nossos, sendo
as nossas armas contra a agressividade no campo do mundo. Devemos aprender a lutar
com o que temos nas mãos, sem se comparar com o outro e com o que ele tem.
A realidade é que você possui os seus atributos e é com eles que você deve insistir em
continuar jogando. O estudo auxilia e muito nesse ponto, pois você estará desenvolvendo as
suas armas para poder enfrentar os desafios futuros.
Arroz sem ovo
A vida possui muitos valores e um dos traços que mais encantam as pessoas no jogo da
vida são os prazeres. Os prazeres muitas vezes são vistos como algo ruim de ser
compartilhado. Apesar de ser muito bom, as pessoas não querem saber sobre detalhes e
dos prazeres que você gosta.
Epicuro, sábio grego, nos dizia que o grande valor da vida é o prazer. Naquela época, a
doutrina de Epicuro surgiu em um momento de grande insatisfação com as condições das
Cidades-Estados da Grécia. Durante esses anos, o poder se concentrava nas mãos de
poucos, a chamada aristocracia, público que entendia que os prazeres advinham apenas da
riqueza (CABRAL, 2021).
Epicuro criou então a sua teoriade que devemos ter uma reflexão interior para buscar a
verdadeira felicidade e não associá-la a superstições e bens materiais (CABRAL, 2021). Em
português, a palavra para esse valor da vida é o hedonismo. Dessa forma temos uma
dicotomia: Teve prazer, valeu viver; Não teve prazer, não valeu viver.
Destaca-se aqui que a ideia de Epicuro não é incentivar você a fazer o que bem entender.
Obter o prazer de forma constante para que você se sinta bem e com tranquilidade. “A
felicidade é alcançada por meio do controle dos medos e dos desejos, de maneira que seja
possível chegar à ataraxia, a qual representa um estado de prazer estável e equilíbrio e,
consequentemente, a um estado de tranquilidade e a ausência de perturbações, pois,
conforme Epicuro há prazeres maus e violentos, decorrentes do vício e que são
passageiros, provocando somente insatisfação e dor” (CABRAL, 2021, s.p.).
Não podemos nos deixar atormentar pelas mazelas do mundo. Conforme Epicuro, devemos
ter tranquilidade na alma. Dessa forma, você não se abala por tudo que é muito, seja muito
ruim, seja muito bom. Conforme os ensinamentos de Epicuro, existem 4 remédios para
alcançar a felicidade (CABRAL, 2021):
1. Não se deve temer os deuses;
2. Não se deve temer a morte;
3. O bem não é difícil de se alcançar;
4. Os males não são difíceis de suportar.
O prazer não pode destruir a capacidade de ter prazer amanhã, pois eu preciso cuidar para
que ela tenha frequência. Devemos ter prazer com o que é simples, com o que é fácil de
encontrar, fazendo parte da vida.
O sábio é aquele que tem prazer com o que é simples e que está ao seu alcance. Todos
temos traços pessoais e cada um de nós temos prazeres com coisas e situações distintas,
sendo próprio, ou seja, de cada ser humano. Nesse ponto é importante destacar que o seu
prazer não pode (ou deveria poder) ser imposto ao outro.
A virtude subordinada ao prazer pode ser alcançada por meio dos seguintes itens (CABRAL,
2021, s.p):
Inteligência: a prudência, o ponderamento que busca o verdadeiro prazer e evita a dor;
Raciocínio: reflete sobre os ponderamentos levantados para conhecer qual prazer é mais
vantajoso, qual deve ser suportado, qual pode atribuir um prazer maior, entre outros.
Autodomínio: evita o que é supérfluo, como bens materiais, cultura sofisticada e participação
política;
Justiça: deve ser buscada pelos frutos que produz, pois foi estipulada para que não haja
prejuízo entre os homens.
A oitava pamonha
Cada um de nós temos a própria vida, de forma que não irá acontecer da mesma forma
novamente. Você é o que é agora, assim como o mundo que o cerca e isso não se repetirá.
Mesmo quando estamos frente a frente com outra pessoa, cada uma tem a sua perspectiva
e cada uma vê o mundo da sua forma. A vida é inédita!
Por mais que pareça que todos nós passamos pelas mesmas coisas e temos acesso às
mesmas situações, cada um de nós tem as suas peculiaridades. Nós somos resultado das
nossas experiências.
Nós vamos nos transformando a cada experiência que passamos e não somos mais os
mesmos ao fim de cada uma delas. Estamos sempre em transformação!
Ninguém vive no mundo como nós, somos únicos e estamos sempre em fluxo. Conforme
Costa (2010), devemos ter protagonismo em nossa vida, pois é essa atitude que nos gera
autonomia, autoconfiança e autodeterminação, auxiliando na construção do nosso projeto de
vida.
A sabedoria de ontem, nem sempre se encaixa para a vida de hoje. E é isso que torna a
vida sagrada e maravilhosa. Não existem fórmulas para a felicidade e cada resultado é
inédito, sendo assim, sempre haverá uma nova sabedoria para uma vida renovada.
Valores
Geraldo e o tre-le-lê
Em Sócrates e Aristóteles vemos a ideia de que a vida que vale a pena é a vida que
compensa todas essas misérias e tristezas humanas, através do pensamento e de escolhas
chamadas virtuosas. É aquela em que o positivo compensa o negativo por meio da conduta
sábia do indivíduo, encontrando, assim, valor nas coisas, nas pessoas e na própria
existência.
Mas o que seria este valor?
Segundo o dicionário da Língua portuguesa, em termos filosóficos, podemos significar a
palavra como “propriedade ou carácter do que é, não só desejado, mas também desejável”,
ou ainda, como “as próprias coisas desejáveis, sendo os principais valores o verdadeiro, o
belo, o bem”. O vernáculo traz também uma definição que é estimativa “valor que se calcula
pelo apreço ou estima que se tem um objeto” (Infopédia).
A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura define:
Um valor é sempre uma relação entre um objeto e um padrão utilizado pela consciência que
avalia uma ação realizada ou a realizar. No aspecto filosófico, pela análise de nossas
atitudes práticas (não-teoréticas) e pela reflexão sobre as mesmas que conseguimos atingir
a consciência do valor na sua essência. A questão sobre a natureza da moralidade, da arte
e da religião conduz, por esta perspectiva, à essência dos valores éticos, estéticos e
religiosos. (Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura).
Logo, percebemos que para esta aula, dentre todas as definições possíveis para a palavra
valor, nos interessa refletir sobre aquela que expressa um juízo subjetivo feito pelo ser
humano. Cabe pensarmos aqui sobre a relação que estabelecemos com o mundo. Sobre
como o valor das coisas tem a ver conosco, sobre como atribuímos valor a tudo,
independentemente de haver um valor intrínseco em cada coisa ou acontecimento.
A árvore vale para um viajante porque faz sombra; o anel barato vale para a neta, porque
lembra a avó que o deu; e assim vamos atribuindo valor a cheiros, memórias, objetos e
relações, de acordo com o que nos importa.
Machado "goela baixo”
Outro ponto de reflexão que se estabelece está no fato de que, apesar de atribuirmos valor
de acordo com o que é importante para nós, não é sempre que conseguimos sustentar essa
escolha perante o mundo. Temos a necessidade de nos enquadrarmos na sociedade em
que vivemos, nos grupos a que pertencemos e, por vezes, o desejo individual é colocado de
lado por isso. E então, já não se declara preferência, abre-se mão do desejo, submete-se ao
valor dos outros, do grupo.
A História mostra que através do valor estabelecido socialmente é que se estrutura a
dominação. O filósofo francês, Michel Foucault, ensina que o poder é uma prática social
constituída historicamente.
As relações de poder, seja pelas instituições, escolas, prisões, foram marcadas pela
disciplina e por ela que as relações de poder se tornam mais facilmente observáveis, pois é
por meio da disciplina que estabelecem as relações: opressor-oprimido,
mandante-mandatário, subordinador-subordinado, etc. Trata-se de uma relação assimétrica
que institui a autoridade e a obediência, e não como um objeto preexistente em um
subordinador. Trata-se de uma concepção do poder que se irradia da periferia para o centro,
de baixo para cima, que se exerce permanentemente, dando sustentação à autoridade.
(Café com Sociologia).
Descomplicando o complexo
A subjetividade da atribuição de valor muitas vezes conflita com a realidade e o
funcionamento da vida. Como dito em aula, em diversas situações, a nossa perspectiva de
valoração não condiz com as regras e determinações sociais, como diz o professor Clóvis
de Barros: o gabarito não bate! E como exemplo, podemos citar as pessoas consideradas
excelentes em seus afazeres que, a despeito de seus esforços e perícia, não alcançam seus
intentos, ou seja, o incrível técnico de futebol que perde o campeonato, a bailarina
espetacular que perde o concurso de dança ou exímio aluno que não recebe boa nota na
prova.
Da mesma forma que é correto dizer que valoramos as coisas do mundo a partir da nossa
própria perspectiva, também se pode afirmar que o valor extrínseco (convencionado
socialmente) delas oscila de acordo com quem as valora. E nada mais coerente com uma
sociedade competitiva do que o poder da determinação final a respeito daquilo que tem ou
não valor.
São muitas as perspectivas e variáveis sobre o assunto e, por isso, cabe destacar suacomplexidade com a ajuda do pensador Edgar Morin:
...a complexidade é efetivamente o tecido de acontecimentos, ações, interações, retroações,
determinações, acasos, que constituem o nosso mundo fenomenal. Mas então a
complexidade apresenta-se com os traços inquietantes da confusão, do inextricável, da
desordem no caos,da ambigüidade, da incerteza... Daí a necessidade, para o conhecimento,
de pôr ordem nos fenômenos ao rejeitar a desordem, de afastar o incerto, isto é, de
selecionar os elementos de ordem e de certeza, de retirar a ambigüidade, de clarificar, de
distinguir, de hierarquizar... Mas tais operações, necessárias à inteligibilidade, correm o risco
de a tornar cega se eliminarem os outros caracteres do complexus; e efetivamente, como o
indiquei, elas tornam-nos cegos. (MORIN, Edgar. Introdução ao Pensamento Complexo,
1991:17/19).
Aspirações
Rebanho Sanfran
Continuamos as nossas reflexões sobre a vida e nesse momento, falaremos sobre
aspirações e propósito. A palavra propósito vem do latim e tem o significado de “aquilo que
eu coloco ali”, isto é, aquilo que eu procuro. “Uma vida com propósito é aquela em que eu
entendo as razões pelas quais faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que não faço”
(CORTELLA, 2016, p.16).
Para iniciar nossa discussão, deixo aqui uma pergunta: Onde você gostaria de chegar? Para
responder a essa pergunta é necessário que você pense no amanhã, repense os seus
desejos e também as coisas que podem te impedir de alcançar esse objetivo.
Após dedicar um tempo para responder à pergunta, é necessário destacar que se você não
sabe qual o destino a ser seguido, fica muito mais difícil encontrar o caminho. Inclusive,
nesse ponto dos nossos estudos podemos trazer à tona um diálogo célebre de Lewis Caroll
(2002), autor de “Alice no País das Maravilhas”, que acontece quando Alice está perdida e
encontra o Gato em cima de uma árvore:
– O senhor pode me ajudar? Diz Alice.
– Claro. Responde o Gato.
– Para onde vai essa estrada?
– Para aonde você quer ir?
– Eu não sei. Estou perdida.
– Para quem não sabe para aonde vai, qualquer caminho serve.
Assim como acontece no diálogo, você deve saber o caminho a ser seguido e deve
conseguir determinar o destino antes de se mover. Parece óbvio, não é mesmo? No entanto,
muitas vezes não percebemos que essa atitude de estabelecer o caminho é de suma
importância.
Cada um de nós tem várias possibilidades durante o dia, durante o mês e durante uma vida.
Nós é que decidimos onde queremos ou precisamos estar a cada momento, assim como eu
escolhi estar aqui escrevendo neste momento, por exemplo. Nós precisamos traçar
estratégias para os caminhos da nossa vida. Você sabe o significado de estratégia?
Segundo os autores Certo e Peter (2005, p.11) “a estratégia é definida como um curso de
ação para garantir o alcance dos objetivos”.
Saber onde se quer chegar não é fácil e muitas vezes enxergar essa trilha e traçar as
estratégias corretas é ainda mais difícil. Podemos comparar a vida a uma escada: cada
degrau alcançado é comemorado pela vida. Mas, podemos refletir: até quando essa escada
vai? Você foi colocado nessa escada, sem saber o seu fim.
Durante a nossa vida surgem diversos desafios e caminhos que vão sendo mostrados aos
poucos e, em alguns momentos, as nossas aspirações são construídas muito além daquilo
que planejamos ou queremos, como se fosse a vida te mostrando o caminho. E você
apenas sabe que está indo para aquele caminho, você não precisa se limitar ao que a maior
parte das pessoas faz, sendo necessário trilhar aquilo que você deseja.
Em algum lugar do futuro
Ao longo da nossa vida, somos guiados pelos desejos. Mas o que é desejo? De acordo com
Sócrates, “desejo é sempre desejo de alguma coisa que não se tem, ou que se tem, mas se
teme perder no futuro. O desejo nasce necessariamente da falta” (ROCHA, 2000, p.95).
Corroborado por Platão, que entende que o desejo está relacionado à falta, ou seja, o
desejo é pelo que falta, então o objeto de desejo é aquilo que falta, mas nem tudo que falta,
faz falta. O desejo então pode ser definido como aquilo que falta e que faz falta a quem
deseja. Podemos dizer que o desejo consiste em uma energia mobilizada em direção àquilo
que faz falta.
Nesse momento, você pode se perguntar: De onde vem isso que faz falta? Essa falta vem
da sua mente, aquilo que ela acusa como faltante. O desejo pode ser por alguém, por um
objeto ou por uma situação.
É necessário refletir que os desejos vão surgindo com o passar do tempo e você não vai
sentir falta de algo que não existe. Como por exemplo, podemos citar o celular, que hoje em
dia você irá sentir falta. Mas há anos atrás, quando ele não existia, ninguém sentia falta
dele.
Podemos constatar então que nós vivemos a nossa vida, nos cercando de valores e
experiências, que serão utilizados para pensar nos seus objetivos. A partir daí, surgirão os
seus desejos. Em toda aspiração, teremos uma falta para que algo seja desejado por nós e
isso foi presença para alguém próximo a você. A partir desse momento, você passa a ter
desejos e aspirações em determinados pontos da vida que você gostaria que fossem
presença no futuro, apesar de atualmente, serem falta.
No talo da perfeição
Quando falamos em aspirações, pensamos em “correr atrás”, pretender e até mesmo
ambição. É comum pensarmos q ue a maior parte das pessoas possui essas ambições para
ganhar mais dinheiro, conforto e até mesmo glória, reconhecimento.
Nesse momento, vamos pensar em aspiração com outra conotação, que é buscar o máximo
de perfeição que a natureza permite alcançar. Sendo assim, estaríamos tirando mais de nós
na hora de viver. “Esta questão sobre os propósitos tem vindo à superfície gradualmente.
Até há algum tempo, a vida era muito menos complexa e a intenção principal era sobreviver.
Isto é, obter recursos para criar uma família e ter um patrimônio que se pudesse deixar em
herança” (CORTELLA, 2016, p.17).
Sabemos que atualmente esse sentido foi ampliado, ultrapassando as barreiras do trabalho.
Mas o que preciso fazer para conseguir conquistar aquilo que aspiro? Explore os seus
talentos, suas habilidades e atue no local que você se identifica. É importante ir atrás daquilo
que você busca, treinando, repetindo, começando de novo, quantas vezes forem
necessárias. Quando uma pessoa tem talento somado ao treinamento, as possibilidades de
conseguir uma performance muito boa, são maiores. Isso é o que Aristóteles chama de
excelência: “Viver em aretê”.
“Em sentido amplo, por aretê, os gregos designavam qualquer boa qualidade conformada
tanto com dotes e valores inerentes e/ou agregados aos seres e aos objetos ou coisas,
quanto com o bem ou a excelência almejada e presente, por anuência ou concessão, em
qualquer prática, ação ou conduta” (SPINELLI, 2014, p.166).
Isso significa que você estará habitualmente (e não excepcionalmente), muito próximo do
máximo de excelência que a natureza permite conseguir. Viver em aretê é jogar quase
sempre em altíssimo nível e não somente às vezes. Dessa forma, você estará habituado a
fazer o melhor.
Nesse ponto dos seus estudos é necessário destacar que a excelência é distinta para cada
um de nós. A excelência é o máximo nos limites e nas condições vividas naquele instante e
proporcionadas pela natureza daquela pessoa que está vivendo. Os limites da natureza são
muito variáveis e cada pessoa precisa levar isso em consideração.
Cada um de nós sabe exatamente do que é capaz e se conhece como ninguém, sendo
assim, somos responsáveis pelo estabelecimento de até onde podemos ir. Toda vez que
você, mesmo sem ninguém ver, conseguir conquistar algo que ainda não tinha conseguido,
estará aspirando a excelência, conseguindo dar o melhor de si para aquela situação.
Objetivos E Metas
Cósmica como toda natureza
A antiguidade clássica é o período da história, entre o século VIII a.C. e o século V d.C.,
centrado no mar Mediterrâneo, abrangendo as civilizações da Grécia e da Roma antigas,
sendo conhecido como mundo greco-romano. Nesse período, as sociedadesgrega e
romana floresceram e exerceram grande influência em toda a Europa, norte de África e Ásia
ocidental.
De um modo geral, surgiram duas formas de conceber o cosmos: a cosmologia antiga
(gregos) e a cosmologia cristã (até certo ponto, latina). Novas teorias foram desenvolvidas a
respeito do homem, do conhecimento e da natureza, baseadas nessas duas cosmologias ou
visões de mundo.
A cosmologia grega, mais especificamente, muito sustentada em Aristóteles e Platão,
compreendia o mundo (o cosmos) como um todo finito e ordenado. Todos os seres, inclusive
o homem, fazem parte do todo e estão sujeitos a uma lei natural imutável. Também são
transitórios, tendo começo, meio e fim. Já o cosmos (o todo), era considerado imortal e
eterno. A natureza com suas leis e limites impõe-se às coisas e aos seres humanos, sendo
estas leis um conjunto de princípios ou ideias superiores, imutáveis, estáveis, permanentes.
A autoridade, então, provém da natureza e não da vontade do homem.
Para os gregos, tudo tinha uma razão de ser e todas as coisas e seres cumprem o seu
papel, inclusive o homem. Por isso, seria tão importante se conhecer, porque este seria o
caminho para descobrir seu papel no mundo e a forma como poderia contribuir com o todo,
considerado mais importante do que suas partes.
Feios, tortos e encantadores
A Eudaimonia é o termo que retrata o grande objetivo/meta dos gregos de cumprir o seu
papel no cosmos, entrando em harmonia com o todo. Este era considerado o ideal da vida,
pois, uma vez em harmonia com o todo, as pessoas seriam felizes e cada um seria o que
nasceu para ser.
“Do grego eudaimonia, felicidade. Doutrina moral segundo a qual o fim das ações humanas
(individuais e coletivas) consiste na busca da felicidade através do exercício da virtude, a
única a nos conduzir ao soberano bem, por conseguinte, à felicidade. É essa identificação
do soberano bem com a felicidade que faz da moral de Aristóteles um eudemonismo;
também a moral provisória de Descartes pode ser entendida como um eudemonismo (que
não se deve confundir com hedonismo).”
(JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2008.)
“Qualquer doutrina que assuma a felicidade como princípio e fundamento da vida moral. São
eudemonistas, nesse sentido, a ética de Aristóteles, a ética dos estoicos e dos
neoplatônicos, a ética do empirismo inglês e do iluminismo. Kant acredita que o
eudemonismo seja o ponto de vista do egoísmo moral, ou seja, da doutrina "de quem
restringe todos os fins a si mesmo e nada vê de útil fora do que lhe interessa" (Antr., I, § 2).
Mas esse conceito de eudemonismo é demasiado restrito, pois o mundo moderno, a partir
de Hume, a noção de felicidade tem significado social, não coincidindo portanto com
egoísmo ou egocentrismo.”
(ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1970)
“Literalmente, 'eudemonismo' significa "posse de um bom demônio", ou seja, gozo ou fruição
de um modo de ser mediante o qual se alcançará a prosperidade e a felicidade.
Filosoficamente, entende-se por 'eudemonismo' toda tendência ética segundo a qual a
felicidade é o sumo bem.
Característica do eudemonismo é considerar que não pode haver incompatibilidade entre a
felicidade e o bem. Os que se opõem ao eudemonismo, em contrapartida, admitem que a
felicidade e o bem podem coincidir, mas não coincidem necessariamente. Para o
eudemonismo, a felicidade é o prêmio da virtude e, em geral, da ação moral. Para o
antieudemonismo, por outro lado, a virtude vale por si mesma, independentemente da
felicidade que pode produzir.”
(MORA, J. Ferrater. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Loyola, 2004)
Em seguida, os seguidores de Jesus, mais especificamente representados por Agostinho e
Tomás de Aquino, deram continuidade à reflexão a respeito do propósito da vida humana e
de como alcançar a felicidade. Aspectos importantes foram trazidos, diametralmente opostos
aos pensamentos gregos aristotélicos. Para os cristãos, Deus planejou nossas metas e
objetivos para alcançarmos a santidade, todavia, não nos obriga a cumprir seus desígnios.
Nesta nova produção filosófica, Deus nos autoriza a sermos livres, senhores das próprias
vidas, conforme textos bíblicos, nos teria sido dado o livre arbítrio. Nosso valor e felicidade
não seriam determinados pelo o que recebemos de antemão, mas sim pela maneira como
investimos nossa natureza no auto-aperfeiçoamento e na dedicação às causas nobres.
Agora é nóis, mano!
Por fim, estudamos o Humanismo, teoria renascentista e europeia (a partir do século XIV na
Itália, final do século XV e século XVI na França) que redescobriu as obras e os textos da
Antiguidade. O movimento defende que é o próprio ser humano quem deve definir como sua
vida deve ser vivida. O humano está acima de tudo, ele é gestor da sua própria trajetória.
Cabe a cada um pensar a respeito do que quer para si e para o mundo. A definição do que a
humanidade deve ser pertence ao próprio homem, portanto, seus objetivos e metas devem
estar ligados a melhor humanidade possível, não só ao eu, egoísta, mas a tudo o que torna
melhor os seres e a sociedade.
“Do latim humanistas. Atitude filosófica que faz do homem o valor supremo e que vê nele a
medida de todas as coisas.
Movimento intelectual que surgiu no renascimento. Lutando contra a esclerose da filosofia
escolástica e aproveitando-se de um melhor conhecimento da civilização grego-romana, os
humanistas (Erasmo, Tomás Morus etc.) se esforçaram por mostrar a dignidade do espírito
humano e inauguraram um movimento de confiança na razão e no espírito crítico. Por uma
espécie de deslocamento, o termo "humanismo" tomou dois sentidos particulares: a) na
filosofia, designa toda a doutrina que situa o homem no centro de sua reflexão e se propõe
por objetivo procurar os meios de sua realização; b) na linguagem universitária, designa a
ideia segundo a qual toda formação sólida repousa na cultura clássica (chamada de
humanidades).”
(JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 5.ed. Rio de
Janeiro: Zahar, 2008.)
“Abordagem filosófica baseada na suposição de que a humanidade é a coisa mais
importante que existe e que não pode haver conhecimento de um mundo sobrenatural -
caso ele exista.”
(VÁRIOS COLABORADORES. O Livro da Filosofia. Tradução de Rosemarie Ziegelmaier.
São Paulo: Globo, 2011)
“Conceder importância superior ao que é humano e não a questões divinas ou
sobrenaturais.”
(LEVENE, Lesley. Penso, Logo Existo: Tudo o que Você Precisa Saber sobre Filosofia.
Tradução de Debora Fleck. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013)
Vale destacar que, na filosofia, as teses se complementam, logo, não se invalida uma teoria
após surgirem outras. Todas possuem importância histórica e filosófica.
Planejamento
Aareia e o caminhãozinho
O mundo vem passando por diversas modificações nos últimos anos e, muitas vezes, não
temos consciência de como tudo está acontecendo de forma rápida. Diante dessa
velocidade, é importante relembrar que os valores são o que fazem valer a vida que
levamos. Nós conversamos, até aqui, sobre metas e objetivos, mas você precisa pensar em
como alcançá-los. A partir do momento que esse objetivo é alcançado, ele é destruído,
restando, portanto, a definição de novas metas e novos objetivos. Sendo assim, podemos
entender que ao conquistar a meta traçada, ela passa a deixar de existir, estando cumprida.
O planejamento da vida é muito importante para todos nós, traçando sempre objetivos e
metas. Os objetivos devem ser alvos específicos e capazes de serem mensuráveis. São de
longo prazo e possuem uma finalidade. Um objetivo é composto por metas, para onde você
deve direcionar os seus esforços, ou seja, a meta corresponde aos pontos estipulados que
se relacionam com o caminho, sendo de curto prazo (CERTO; PETER, 2005).
As metas e objetivos devem ser alcançáveis, ou seja, estarem dentro do seu alcance, senão
você ficará sempre frustrado. Não podem, ainda, estar muito próximos ou fáceis, pois devem
estimularo seu crescimento, busca pelo mérito e desenvolvimento de competências. A ideia
é que as metas e objetivos não sejam nem tão fáceis e nem tão difíceis, sendo razoáveis.
As metas e objetivos devem ser estabelecidos levando-se em conta o meio termo: você
pode ser vitorioso, se e somente se houver crescimento e aperfeiçoamento de si.
Raramente as metas e objetivos dependem apenas de você. As grandes metas e objetivos,
normalmente, são construídas em equipe, de forma coletiva, como, por exemplo, dentro das
organizações. Os objetivos coletivos são entendidos como maiores do que aqueles
estritamente individuais.
Para planejar de forma eficaz, você deve conseguir estabelecer metas e objetivos de forma
coletiva, levando-se em conta as tarefas e as expertises individuais. Afinal, uma meta e um
objetivo serão mais legítimos se conquistarem o sucesso de todos.
Amarrar para conhecer
“Para onde vou agora? O que faço da minha vida? O que é essencial? Sabendo que a morte
é tão próxima a todos, como alcançar o essencial? Você está realizando todo o seu
potencial, a cada instante? Tempo rapidamente se esvai e oportunidade se perde”
(GUIMARÃES, 2020, p. 20).
Com essas perguntas e reflexões, iniciamos esse estudo, sabendo que precisamos ter
objetivos inteligentes e que possam ser alcançados. Os caminhos a serem escolhidos são
inúmeros e o planejamento implica em escolhas. Essas escolhas requerem atribuição de
valores e nem sempre o que é mais rápido, é mais econômico.
Para que seja possível escolher o melhor caminho, você precisa definir as variáveis que
podem interferir no percurso. A essas variáveis chamaremos de estudos. A eficiência a ser
conquistada no caminho dependerá da qualidade do seu estudo e do conhecimento das
variáveis que incidem sob o seu projeto de vida. O mapeamento das variáveis e o estudo
adequado são condições para o sucesso de um bom planejamento.
A raposa e o caminhar
Um homem vinha caminhando pela floresta, quando viu uma raposa que perdera as pernas,
e perguntou-se como ela faria para sobreviver.
Viu, então, um tigre se aproximando com um animal abatido na boca. O tigre saciou a sua
fome e deixou o resto da presa para a raposa.
No dia seguinte, Deus alimentou a raposa usando o mesmo tigre.
O homem maravilhou-se da grandiosidade de Deus e disse a si mesmo:
- Também eu irei me recolher num canto, com plena confiança em Deus, e ele há de prover
tudo o que eu precisar!
Assim fez. Mas, durante muitos dias, nada aconteceu. Estava já quase às portas da morte,
quando ouviu uma voz:
- Ó, tu, que estás no caminho do erro, abre os olhos para a verdade! Siga o exemplo do tigre
valoroso e pare de imitar a raposa aleijada!”
Fonte: Revide, 2013.
O instinto é uma resposta rápida e mecânica a um estímulo. Os animais são instintivos, já o
homem não, pois não temos resposta rápida ao estímulo. Então, como é possível observar
no texto anterior, não é possível que você fique esperando tudo “cair do céu”.
Você é um ser humano e é convidado, todos os dias, a pensar para viver. Essa atitude é um
planejamento, pois o nosso pensamento é para melhor agir em nossa vida.
Os meios e os fins estão no planejamento, e o ato de planejar nada mais é do que a
articulação inteligente, para interligar meios e fins. As estratégias são os meios e os
propósitos são os fins. O planejamento é capaz de alinhar os meios e os fins.
Podemos destacar, nesse ponto dos seus estudos, que não há uma única maneira de atingir
objetivos ou de entender o mundo e resolver problemas. Há uma quantidade infinita delas.
Como seres humanos que somos, saberemos mapear as possibilidades.
O instinto oferece um caminho, mas a humanidade não tem um caminho pronto e
estabelecido. Para o homem, o caminho se faz caminhando. O planejamento é feito
planejando. A execução é feita executando. E a vitória se conquista ganhando. Cada passo
que escolhemos dar nos cria infinitas possibilidades, não havendo apenas um caminho a ser
seguido. Diante da infinidade de possibilidades, como visto até aqui, o homem deve definir a
sua, tomando decisões. O caminho é então feito no ato de caminhar.
COACHING E PLANEJAMENTO DE
CARREIRA
Tempo de Grandes Mudanças
Ao longo da história ocorrem transformações agudas que rearranjam toda a sociedade. Em
pouco tempo tudo muda, e as pessoas não conseguem nem mesmo imaginar como viviam
seus antepassados. Gente que antes mal conhecia o rádio assiste hoje, ao vivo, os eventos
mundiais, e fala com o mundo todo pelo celular, comunica-se por e-mail, invade e é invadido
em sua privacidade pelas redes sociais, pesquisa via internet, recebe milhões de notícias e
informações.
Vivemos em um tempo de grandes mudanças, só que desta vez não é apenas na
sociedade, mas principalmente nas organizações. A tecnologia, a informática, a eletrônica e
as comunicações são os gatilhos dessa transformação, criam descontinuidades e provocam
avanços sem volta, definindo novos paradigmas. A tecnologia da informação e da
comunicação integra a maior parte da sociedade economicamente relevante, revolucionando
a forma de fazer negócios e liderar pessoas. Tal como previsto por Marshall McLuham, em
1971, o mundo se transformou em uma aldeia global.
Todas estas situações estão ligadas pela grande necessidade de mudanças, reorganizações
e de ganhos de produtividade, o que acaba gerando novas formas de trabalho, novos
negócios, novas competências, um novo modelo de trabalhador e, finalmente, uma nova
forma de fazer carreira. Em resumo, mudanças contínuas. Em um ambiente assim, o
gargalo da transformação está nos indivíduos – e não nas organizações – e na capacidade
de investir ou contratar. Pessoas flexíveis, adaptáveis e otimistas vão superar outras, mais
rígidas, pessimistas, difíceis de mudar. A transformação mais significativa está na gestão de
pessoas, provocada pelo surgimento deste novo capitalismo sem capital. Aos fatores
clássicos de produção foi acrescentado um novo e fundamental: o conhecimento. Foi ele
que criou as novas empresas e a nova sociedade que Peter Drucker chamou de “sociedade
do conhecimento”, onde a inovação, a informação e o conhecimento passam a ser tão ou
mais importantes que o capital financeiro. Novas e gigantes corporações, as famosas
ex-empresas de “porta de garagem” do Vale do Silício, como Microsoft, HP, Cisco, Google,
Facebook, Youtube, foram constituídas com muito pouco ou quase nada de dinheiro. Nesta
nova sociedade o “trabalhador do conhecimento” é, finalmente, dono dos meios de produção
e do produto do seu trabalho. Ele faz seus horários e controla sua produção, cuida do
autodesenvolvimento, estabelece prioridades e não precisa estar subordinado a alguém que
fiscalize sua jornada, seu dia de trabalho.
Os avanços tecnológicos permitem a criação de “novas alternativas”, que viram novos
produtos de mercado, e mudam o mundo, tanto econômica quanto socialmente. Sempre há
uma evolução social em consequência de um desenvolvimento econômico, resultado de
aplicações práticas do progresso científico. Por exemplo, a pílula anticoncepcional, nos anos
1960, permitiu que as mulheres pudessem planejar e controlar suas vidas e criou condições
para que entrassem fortemente no mercado de trabalho. Rapidamente passaram dos menos
de 30% de participação na PEA (população economicamente ativa) para os atuais 50%.
Essa rápida entrada das mulheres no mercado de trabalho determinou importantes
consequências como, por exemplo, a necessidade de novos produtos e serviços que
atendessem à recém-criada nova estrutura familiar, na qual marido e mulher permaneciam
fora do lar, o dia inteiro, trabalhando. A partir dessa mudança, com a não existência da
infraestrutura doméstica, novos problemas surgiram, exigindo novas soluções e novos
produtos, entre os quais as lanchonetes fast food, os restaurantes “por quilo”, as comidas
congeladas e o forno de micro-ondas. Um produto é, na realidade, a solução de um
problema, o atendimento de uma necessidade.
Isso tudo é radicalmente novo e muda completamente a maneira de organizar, liderar
pessoase fazer carreira. Esses novos tempos pedem uma nova organização empresarial, e,
portanto, novos profissionais e líderes. O desafio dos novos profissionais é ajudar a criar o
novo e mobilizar as pessoas para que implantem as mudanças.
Para ter sucesso, um profissional precisa, primeiro, conhecer-se muito bem, ou seja, saber
como age e reage, o que sabe, do que gosta, o que quer, por que quer, etc. Em seguida, ele
precisa aprender a conhecer muito bem os outros –como agem e reagem, o que sabem, do
que gostam, o que querem, por que querem, etc. Algumas pessoas podem ter isso como
uma característica pessoal inata, mas outras, sem esse dom natural, serão obrigadas a
desenvolver essas habilidades e competências.
Para esse processo de autoconhecimento existem várias ferramentas que serão aplicadas
ao longo do curso. Vamos iniciar com duas; a ferramenta-exercício 1- áreas da vida e a
ferramenta-exercício 2 – prioridades no trabalho.
Ferramenta-exercício 1: Áreas de sua vida:
Monte um gráfico tipo pizza com o tempo que você gasta com cada uma dessas atividades
hoje e quantas gostaria de gastar num futuro próximo.
Hoje
No futuro
Ferramenta-exercício 2: Prioridades no trabalho
Classifique segundo suas prioridades (de 1 à 8) os temas abaixo (de A à H).
Diga o porquê desta escolha e por que estes interesses são mais ou menos fortes
A- Conteúdo do trabalho
B- Qualidade das relações
C- Salário
D- Nível de responsabilidade
E- Promoção, Formação
F- Grau de autonomia
G- Ambiente
H- Mobilidade profissional
I- Outros
Atividade extra
Assista o filme “Fome de poder”, que conta a história de como o McDonald’s foi o pioneiro
no mercado de fast food em escala mundial, e procure estabelecer uma relação com o
conteúdo da aula.
A Carreira Ontem e Hoje
O processo de coaching de carreira possui uma sequência lógica de acompanhamento que
visa apoiar o profissional em seu desenvolvimento. Todo o processo deve ser constituído por
um método sustentado por ferramentas objetivando a busca por resultados.
Para estruturar as etapas, deve-se considerar três pontos importantes.
O primeiro é o entendimento de que o coaching de carreira não é um processo isolado e
deve ser estruturado dentro de uma visão mais ampla, que leve em conta o plano de vida do
profissional. Carreira, do ponto de vista conceitual, é tudo aquilo que envolve o percurso de
uma vida profissional, e que congrega experiências relacionadas ao trabalho e a
aprendizagem pessoal. Carreiras são dinâmicas, complexas e afetadas por inúmeras
variáveis. Portanto, deve fazer parte do processo de coaching de carreira considerar o
momento de carreira que o profissional está e como o processo vai interferir nos próximos
passos.
O segundo ponto é que todo o processo deve ser estruturado em cima de um método. Esta
metodologia pressupõe a utilização de ferramentas. A escolha e a utilização dessas
ferramentas configura o terceiro ponto importante.
O terceiro é que o método pressupõe a utilização de ferramentas e exercícios. As
ferramentas devem permitir que o profissional possa fazer reflexões sobre seu potencial,
forças, gaps, objetivos, possibilidade, etc. Dentre as ferramentas, pode-se destacar testes,
exercícios, formulários, balanços, etc, que sustentarão o processo.
O processo de coaching de carreira divide-se em três etapas; uma etapa inicial de
investigação e descoberta pessoal, que possibilita a reflexão sobre o desenvolvimento
pessoal e profissional; uma etapa intermediária que, estrutura as estratégias para definição
dos objetivos, considerando os ambientes e cenários da organização, e a etapa de criação
de um sistema de acompanhamento onde se estruturam indicadores e mensuram
resultados.
A investigação: balanços e análises
Esta etapa envolve a análise e reflexão sobre a história pessoal e profissional. É um
exercício árduo e exigente. Há uma prática metodológica para condução do processo de
investigação muito utilizada no mundo que é o chamado Balanço de Competências.
O balanço de competências é um dispositivo que consiste em analisar as competências,
aptidões e motivações, tanto profissionais como pessoais, de modo a definir um projeto
profissional e, um plano de desenvolvimento. O Balanço de Competências permite:
Definir um projeto profissional
Encontrar uma orientação
Determinar a viabilidade de um projeto
Posicionar-se no ambiente profissional e no mercado de trabalho
O balanço não é uma simples avaliação. De acordo com Clavier (2002), o balanço ajuda o
profissional a: apropriar-se de sua história profissional, reconhecer seus valores e
realizações; antecipar possíveis riscos e problemas; avaliar suas ações para que alcance os
objetivos e permita-se o desenvolvimento.
Para a investigação e balanços, propõe-se a seguinte sequência:
O enquadre inicial
Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver
Balanço dos interesses e motivações
Balanço Profissional: Realizações e Competências
O enquadre inicial
O objetivo desta fase é propor reflexões e um quadro objetivo e estruturado que permitirá ao
profissional descobrir suas potencialidades, suas competências seus interesses e
motivações.
O Balanço Pessoal: pontos fortes e a desenvolver
O balanço pessoal tem como objetivo gerar um processo reflexivo que permitirá ao
profissional identificar, através de exercícios e ferramentas seus pontos fortes e os pontos a
desenvolver, suas formas de ser e agir, aumentando a percepção que tem de si e a
percepção dos outros em relação a ele.
O Balanço dos interesses e motivações.
É importante que em um processo que visa o desenvolvimento haja a preocupação em
ajudar o profissional a refletir sobre o que ele gosta de fazer? Como prefere agir? O que o
motiva? Quais são os seus interesses?
Ajudar o profissional a descobrir seus interesses e motivações pode interferir em seu
dinamismo e engajamento.
O Balanço Profissional: Realizações e Competências
O balanço profissional permite que o profissional analise suas principais realizações e
descubra suas potencialidades e competências. Todas estas informações são necessárias
para validação das metas e construção de um plano de ação condizente com suas
características e realidade.
Os balanços aumentam a consciência de si, a capacidade de se responsabilizar pelo próprio
desenvolvimento, e estruturar o foco com objetivos claros para a realização das metas e
projetos.
Estratégia: definições dos objetivos e planejamento
A estruturação de objetivos específicos, análise do ambiente, e um passo a passo,
condizente com um plano de ação para o atingimento das metas. É importante que haja um
equilíbrio entre os objetivos do profissional e as necessidades da empresa. A avaliação do
cenário organizacional é importante para a montagem e validação da estratégia. Após esta
análise, estabelece-se prazos e cronogramas. Monta-se juntamente com o profissional uma
sequência de tarefas e atividades, que ele deverá empreender.
Sistema de acompanhamento
Faz parte do processo de coaching orientar o profissional a ter uma visão do futuro e
apropriar-se dele para que consiga ter e tomar o seu próprio caminho. O mais importante no
processo de coaching de carreira é que ele pressupõe um grau elevado de amadurecimento
do coach porque o método não é apenas a aplicação da técnica e métodos. O coach precisa
ir além da utilização das técnicas, da motivação e indução psicológica.
2. Mudanças no Mundo Corporativo
As mudanças econômicas e sociais provocaram mudanças significativas no mundo
corporativo.
Fazer carreira nos dias de hoje, na era do conhecimento, é diferente do que foi fazer carreira
na era industrial. Esses novos tempos pedem novas organizações, novos profissionais e
novos líderes mais inovadores e criativos.
Em resumo, as grandes mudanças no mundo corporativo podem ser vistas na tabela abaixo.
3. Ferramenta – Exercício 3: Curva de satisfação
Para avaliar o grau de satisfação na vida profissional e pessoal preencher o gráfico abaixo
dando nota de zero a dez avaliando cada ano tanto sob a ótica de vida profissionalcomo na
vida pessoal.
Após dar as notas escreva de forma sucinta a razão da nota alta ou baixa para cada ano de
vida analisado.
Curva de Satisfação (dar uma nota avaliativa para vida profissional e outra para vida
pessoal)
O Significado e Benefícios do Trabalho
Antes, com Mercados Crescentes, ter sucesso era não errar. Fazia carreira quem não
errava, e não errava quem não arriscava. Hoje, com mercados estáveis, ter sucesso é
realizar. Faz carreira quem inova, quem resolve. Esse novo conceito de fazer carreira exige
e pressupõe:
Autoconhecimento,
Conhecer os estilos de aprendizagem,
Desenvolvimento contínuo
Balanço constante de suas competências
Projeto de vida e de carreira alinhados e coerentes
Nesse novo cenário alterou-se o papel das empresas e dos gestores. Antes as empresas
procuravam estabelecer um plano de carreira para seus funcionários. Havia uma sequência
ascendente de cargos e salários pré-estabelecidos pela empresa. Isto já não é mais tão
usual. Hoje as empresas procuram estimular o desenvolvimento individual de cada um de
seus colaboradores, e oferecer suporte e condições para que eles busquem seu próprio
desenvolvimento. Além disso, buscam oferecer diferentes estruturas de carreira como as
carreiras em “y”, tanto para gestão como para uma atuação mais técnica. Em paralelo
disponibilizam instrumentos de gestão que oferecem suporte a:
Decisões individuais sobre a carreira (ferramentas de avaliação)
Gerenciamento de carreira pela empresa (Avaliação de Competências)
Comunicação entre pessoas e a empresa
Meios e ferramentas de Desenvolvimento
As escolas também estão modificando sua forma de atuação e passaram a oferecer novos
cursos e novas formas de aula, como a educação a distância para preparar o profissional
para esses novos tempos.
A nova “escola” tem que formar os novos profissionais e portanto tem que ensinar a:
Pensar e Analisar
Inovar e Modificar
Liderar e Influenciar
Nestes novos tempos o papel dos profissionais também mudou. Os profissionais agora
precisam cuidar da gestão de seu desenvolvimento, de sua competitividade profissional e de
sua evolução na carreira. O ponto de partida é o autoconhecimento, a consciência de si e
das oportunidades para desenvolver. É fundamental ter um projeto pessoal e profissional.
Para ter sucesso o profissional precisa planejar sua vida, definir onde quer estar no futuro,
fazendo o que?, com quem? etc.
Ferramenta – Exercício 5 – Parte 1: Qual o seu Objetivo de vida?
Responda às seguintes perguntas para lhe ajudar a definir seu objetivo:
Daqui a 10 anos, o que você gostaria de ser?
Daqui a 10 anos, o que você não gostaria de ser?
Que formação você desejaria?
Do que você se arrepende de não ter feito?
O que você não tem mais vontade de fazer?
O que você quer continuar a fazer?
Quais são as atividades extraprofissionais que você gostaria de praticar?
Qual o cargo ideal que você gostaria de encontrar?
Ferramenta – Exercício 5 – Parte 2: Onde quer estar no futuro?
Escreva uma Carta para “o você” de daqui a 10 anos.
Tente definir como você será daqui a 10 anos; trabalhando aonde? fazendo o que? Morando
aonde? Casado(a) ou não? Filhos?...etc.
Carreira, Organização e Elaboração de um Plano
de Carreira
Uma carreira profissional de sucesso é construída a partir de um projeto estruturado sobre
três diretrizes básicas: atendimento das necessidades do mercado (o que as empresas
precisam), utilização das competências e habilidades (o que se sabe fazer) e satisfação das
preferências pessoais de comportamento profissional (o que se gosta de fazer).
O processo é basicamente uma avaliação das características e competências pessoais, e da
definição de um projeto de vida e de carreira que aproveite e amplifique estas
características. As vantagens para o profissional é poder redefinir sua trajetória em busca de
performance e satisfação, características fundamentais para o sucesso.
A aplicação do conjunto de ferramentas e meios (balanços, preferências, treinamentos, etc.)
não deve se transformar em um fim em si mesmo, mas servir como forma de permitir
recolocar o profissional em situação de trabalho e renda, o mais rapidamente e nas
melhores condições.
O processo de definição e busca de oportunidades profissionais é “complexo”, mas,
simplificando, podemos ressaltar alguns passos para o sucesso em uma nova carreira
profissional. Antes de tudo, é importante ter um apoio, um conselheiro especialista, para
ajudar a fazer um acompanhamento na montagem do projeto profissional e para estruturar o
processo de exposição e de prospecção ativa do mercado, mapeando oportunidades de
trabalho com dinamismo, organização, e planejamento. É preciso estabelecer um objetivo de
maneira clara e detalhada, como se fosse um projeto de vida. Quem não define para onde
quer ir, tanto faz que caminho pegue, não vai chegar a lugar nenhum.
É importante fazer um balanço das Competências, detalhar realizações, descobrir o que se
gosta de fazer, as motivações, a capacidade de resolver problemas.
É fundamental aprender a desenvolver a capacidade de superar as dificuldades
comportamentais, a pouca “disponibilidade”, a baixa estimulação, os medos e sentimentos
de perda e fracasso. E nunca esquecer que a carreira é apenas um veículo e não o
"destino". E que este veículo tem que ser adaptado a duas coisas: ao objetivo pessoal, ou
seja, o que se quer ter, ser e fazer, e aqueles dois conceitos básicos - o que de que se gosta
de fazer e o que se sabe fazer, ou seja, as preferências e as competências.
A maioria das pessoas não tem um projeto de vida e carreira bem definido. Tem algumas
idéias, mas normalmente não dedicaram tempo suficiente para estruturar uma estratégia, e
um plano de ação.
Ter um projeto não significa ter uma carreira totalmente formatada, sem surpresas. Muito
pelo contrário; na verdade, é ter, permanentemente, duas ou três idéias em mente, e estar
alerta e atento para riscos e oportunidades, para não ser jamais pego de surpresa. Se suas
aspirações mudam, melhor, seu projeto muda.
Não ter um projeto pode gerar problemas na sequência da carreira. Nossas pesquisas
confirmam que, dentre aqueles que estavam tendo sucesso profissional, 87% tinham um
projeto, sabiam com certeza o que queriam e aonde queriam chegar. Por outro lado, 85%
dos que se encontravam em situação difícil não tinham planos ou projetos futuros, mas
estavam disponíveis para o que a empresa precisasse. Estar disponível só não basta. Para
ter sucesso o profissional precisa:
Se conhecer muito bem; como age, o que sabe, do que gosta, com quem gosta, o que
quer...
Conhecer muito bem os outros; como agem, o que sabem, do que gostam, com quem
gostam, o que querem.
E para isto a auto avaliação e a avaliação de desempenho são ferramentas fundamentais.
O importante é conhecer a “ si mesmo ”, naquilo em que se é bom, que problemas sabe
resolver,
o que gosta de fazer. A partir disso o importante é desenvolver suas Forças, suas
Competências, não desperdiçar tempo e dinheiro tentando reduzir as fragilidades.
Descoberta das preferências e aplicações do
Holland
Teste Holland é utilizado no mundo todo para ajudar no autoconhecimento e reflexão sobre
carreira e evolução profissional. Foi construído com base nas teorias do psicólogo John H.
Holland, que divide as pessoas em seis grupos diferentes, de acordo com seus interesses,
traços de personalidade e atividades que gostam de fazer. Como resultado você terá a
hierarquia de suas preferências. As personalidades profissionais são divididas nos tipos
RIASEC, que são; REALÍSTICO, INVESTIGATIVO, ARTÍSTICO, SOCIAL,
EMPREENDEDOR OU CONVENCIONAL.
Confira os 6 perfis:
REALÍSTICO
Estas pessoas gostam de coisas objetivas e concretas. São tidas como simples, sinceras e
práticas. Para elas, o que importa é o reconhecimento objetivo de suas conquistas, tarefas e
metas. Em geral, preferem trabalhar com objetos, ferramentas, instrumentos, literalmente,
“colocando a mão na massa”, evitando assim trabalhos que envolvam papéis, ou muito
contato social.
INVESTIGATIVO

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