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Intoxicação por Antimicrobianos Tipos de Antimicrobianos Sulfas As sulfas ou sulfonamidas são amplamente utilizadas na medicina veterinária com o objetivo de combater uma série de infecções bacterianas e coccidiose. A maioria das sulfas é um ácido fraco e sofre biotransformação por meio da conjugação com o ácido glicurônico ou da acetilação, no caso dos ruminantes e suínos. Os efeitos tóxicos podem ser agudos ou crônicos. Entre os agudos, destacam-se: sialorréia, diarreia, excitação, fraqueza muscular e ataxia, além de nefrotoxicidade aguda. A toxicidade crônica caracteriza-se pelo desenvolvimento de: cristalúria (deposição de metabólitos insolúveis nos túbulos renais) – os sinais clínicos são de estrangúria, hematúria e redução da micção; coagulopatias (inibição da vitamina K epóxido redutase – efeito geralmente observado com a sulfaquinoxalina); anemia aplástica (alteração observada principalmente nas associações de sulfas ao trimetoprim); reações de hipersensibilidade (ceratoconjuntivite seca, urticária, erupções cutâneas, hepatopatia necrosante, anemia hemolítica e até mesmo hipotireoidismo) O tratamento dos sinais clínicos descritos anteriormente baseia-se na suspensão da terapia antimicrobiana, fluidoterapia intensa, alcalinização da urina (bicarbonato de sódio) e vitamina K (durante sete a dez dias) no caso do desenvolvimento de coagulopatias. A ceratoconjuntivite seca costuma ser irreversível, requerendo terapia apropriada com substitutos da lágrima, como a ciclosporina. Os animais que necessitarem de tratamento crônico com sulfonamidas, principalmente cães, precisam receber hidratação adequada e serem monitorizados periodicamente por meio de urinálise, função renal, hemograma completo e teste de produção de lágrimas. Quinolonas O principal risco da utilização das quinolonas, como a enrofloxacina, ciprofloxacina e orbigfoxacina, é o desenvolvimento de artropatias em animais jovens (principalmente de crescimento rápido e potros). As fluorquinolonas também podem desencadear episódios convulsivos, alterações gastrointestinais (náuseas, êmese e diarreia) e hepáticas que geralmente são reversíveis após a interrupção da terapia e aplicação do tratamento sintomático. Em bovinos, foram descritos neurite periférica e degeneração mielínica da medula espinhal. Em aves, a administração de doses elevadas pode causar queda na postura e produção de ovos com casca defeituosa. Em gatos, há relatos de insuficiência renal após a terapia com as sulfas. Aminoglicosídeos São um grupo de fármacos, membros da classe estreptomicina, neomicina, gentamicina, trobamicina; importantes na terapia de Gram negativos. Sua toxicidade é dependente da quantidade de grupamentos aminos livres (Ex: Neomicina – 6 aminos, Estreptomicina – 3 aminos). Gentamicina/Neomicina ✓ Mecanismo de ação: Inibição da síntese proteica (ligação com a subunidade 30S) ✓ Espectro de ação: GRAM+ e GRAM- aeróbios. ✓ Uso clínico: Infecções otológicas, no trato gastrointestinal e em casos de leptospirose Mecanismo de Nefro/Otoxicidade ✓ Acúmulo nas células epiteliais e tubulares proximais renais (lisossomos). ✓ Ruptura da organela e liberação de enzimas. ✓ Lesão tecidual ✓ Processo de saturação – Toxicidade tempo- dependente. ✓ Processo potencialmente irreversível. Sinais Clínicos ✓ Perda de audição ✓ Perda de equilíbrio ✓ Vômitos ✓ Diarreias ✓ Sinais de doença renal – alteração na ingestão de água, inapetência, depressão, coma e morte. Diagnóstico É baseado na história clínica e exclusão de outras patologias. Terapia Consiste na suspensão do fármaco e terapia suporte. Metronidazol ✓ Nitroimidazólico antibacteriano e antiparasitário. ✓ Mecanismo de ação: Inibição da síntese de DNA. ✓ Espectro de ação: Protozoários e bactérias anaeróbicas. ✓ Uso clínico: Giardiose e infecções por bactérias anaeróbicas. ✓ Efeitos colaterais: Vômitos, hepatotoxicidade, neutropenia, sinais neurológicos. ✓ Mecanismo de toxicidade: Modulação do neurotransmissor GABA. Sinais Clínicos ✓ Convulsões ✓ Head Tilt ✓ Quedas ✓ Ataxia ✓ Nistagmo ✓ Tremores Diagnóstico É baseado na história clínica e exclusão de outras patologias. Terapia Consiste na suspensão do fármaco e terapia suporte. Os gatos parecem ser mais sensíveis a ototoxicidade vestibular e a neurotoxicidade, caracterizados por: ataxia, andar cambaleante e alterações posturais.
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