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Extração bagaço de uva

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Compostos antioxidantes presentes no bagaço de uva
O bagaço de uva é um rejeito industrial com um interessante potencial biológico visto que a uva é um fruto rico em vitamina E cujo principal representante é o tocoferol que é um composto que apresenta como característica a proteção contra os efeitos prejudiciais das espécies reativas ao oxigênio. 1
Outra classe de compostos químicos muito interessante que também estão presentes no bagaço de uva são os chamados compostos fenólicos. Dentre eles os taninos se destacam devidos as suas propriedades farmacológicas, efeito antioxidante e combate aos radicais livres, podendo ser extraído principalmente da semente. 2
Os métodos clássicos para extrair óleos são extração com solvente (Soxhlet) e prensagem. Ainda é possível combinar as duas técnicas durante o processo. 3, 4
Devido a indisponibilidade de se realizar a extração pelos métodos mais usuais, optou-se por desenvolver um procedimento experimental utilizando o ultrassom. Esse equipamento emite ondas capazes de produzir mudanças físicas e químicas no material exposto provocando aquecimento, cavitação além de alterações superficiais a nível molecular. 5, 6
Procedimento experimental
Embora o presente trabalho tenha proposto a utilização do bagaço de uva, resíduo industrial do processamento do fruto para a fabricação de vinhos, na prática não foi utilizado o resíduo real. Para a realização do procedimento experimental, foram adquiridas amostras de uva compradas no mercado da cidade de Toledo – PR.
Obtenção do bagaço de uva
Cerca de meio quilograma de uvas foi comprado e enviado para o laboratório da faculdade em temperatura ambiente. 
As uvas foram higienizadas com água corrente a fim de retirar possíveis interferentes e sujidades. Após retirado o excesso de água, a amostra foi transferida para um béquer de plástico com capacidade de dois litros.
Com o auxílio de um pistilo, as uvas foram esmagadas para separar o suco da casca e sementes. Em seguida, com uma peneira o bagaço foi separado e acondicionado em um frasco de vidro com tampa e envolto por papel alumínio.
Extração com ultrassom
Para o procedimento de extração, foi montado um sistema conforme exemplificado na figura 1.
Figura 1: Extração de compostos bioativos do bagaço de uva utilizando ultrassom.
Para o teste foram pesados cerca de dez gramas do bagaço de uva recém preparado em um Erlenmeyer de 250 mL. Foi utilizado como solvente de extração, o etanol 50%, utilizando-se um volume de 70 mL por amostra com um tempo de extração de 90 minutos. O teste foi realizado em triplicata
Os métodos clássicos para obtenção de óleos vegetais empregam o uso do solvente hexano. Diante da necessidade de aplicação do produto na produção de biofilmes, optou-se por utilizar o etanol devido a toxicidade do solvente clássico.
Após o tempo de 90 minutos, a amostra foi filtrada com auxilio de funil e papel qualitativo para um balão volumétrico de 100 mL ambarado. O volume final foi ajustado com o mesmo solvente.
Analise quantitativa e qualitativa dos compostos extraídos
Não foi realizado nenhum teste a fim de identificar e/ou quantificar os compostos extraídos do bagaço de uva nessas condições de extração.
Aplicação do biofilme produzido a partir do bagaço de uva na conservação de alimentos
O objetivo principal do trabalho foi desenvolver a partir de um resíduo industrial, um biofilme com características necessárias para aumentar o tempo de prateleira de alimentos. 
A proposta descrita é de baixo custo e de fácil aplicação sendo que no término da extração, o extrato poderá ser diretamente borrifado sobre o alimento em análise.
Para investigar qualitativamente o potencial antioxidante do bagaço de uva na conservação foram utilizados os frutos maduros banana e maçã.
O produto foi borrifado nos frutos e acondicionados em temperatura e umidade ambiente simulando as condições no qual são expostos nos supermercados. Para cada fruto foi mantido um controle (sem adição do extrato do bagaço de uva). 
Duas vezes ao dia, durante uma semana, os produtos foram visualmente investigados e fotografados e as observações foram anotadas.
Referências bibliográficas:
1 Osakada, F.; Hashino, A.; Kume, T.; Katsuki, H.; Kanenko, S.; Akaike, A.;
Neuropharmacology 2004, 47, 904-915.
2 http://www.ipv.pt/millenium/Millenium_19.htm acessada 09/03/2021.
3 Robbers, J.E.; Speedie, M.K.; Tyler, V.E.; Farmacognosia e
Farmacobiotecnologia, Editorial Premier, SP, 1997.
4 Moretto, E.; Fett, R; Tecnologia de óleos e Gorduras vegetais na indústria de
alimentos, Ed. Varela , São Paulo,1998.
5 Barboza, J.C.S.; Serra, A.A.; Química Nova; SP, 1992, 15, 4, 302-316.
6 Adewuyi, Y.G.; Ind. Eng. Chem. Res., 2001, 40, 4681-4715.

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