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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2021 atualizado

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DESCAMINHO 
Descaminho (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) 
Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; 
II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho; 
III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em 
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou 
importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no 
território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem; 
IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, 
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que 
sabe serem falsos. 
§ 2o Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o 
exercido em residências. 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13008.htm
DESCAMINHO 
Contrabandear consiste 
em importar mercadoria 
proibida 
(total/parcialmente) no 
país; descaminhar 
consiste em não pagar os 
tributos devido da 
mercadoria legal. O 
descaminho era chamado 
de contrabando 
impróprio. Mercadoria é 
toda coisa móvel passível 
de comercialização. 
 
O descaminho pode ser 
total ou parcial. 
O descaminho trata-se de 
norma penal em branco em 
Sentido Lato (Serve-se de outra 
Lei para complementá-la) 
Trata-se de crime comum, formal, 
de forma livre, instantâneo. 
Princípio da insignificância: o 
valor ínfimo autoriza a aplicação 
do princípio. Nesse caso a 
punição será fiscal, e não penal. 
Para o descaminho = R$ 
20.000,00. 
Competência: Justiça Federal. 
SÚMULA 151 STJ - A competência para 
o processo e julgamento por crime de 
contrabando ou descaminho define-se 
pela prevenção do Juízo Federal do 
lugar da apreensão dos bens. 
Facilitação de contrabando ou descaminho 
 
 Art. 318 - Facilitar, 
com infração de dever 
funcional, a prática de 
contrabando ou 
descaminho (art. 334): 
 Pena - reclusão, de 
3 (três) a 8 (oito) anos, 
e multa. 
EXCEÇÃO A TEORIA UNITÁRIA DO CONCURSO DE PESSOAS 
Art. 29, Código Penal - 
Quem, de qualquer modo, 
concorre para o crime incide 
nas penas a este cominadas, 
na medida de sua 
culpabilidade. 
E, se alguém, 
culposamente, deixou de 
pagar o tributo devido ao 
produto, será 
responsabilizada por 
descaminho? 
Seria necessária a conclusão do 
procedimento administrativo 
relativo a exigibilidade do tributo 
devido para a configuração do 
crime de descaminho? 
DESCAMINHO – PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – DESNECESSIDADE. 
Sendo o crime de descaminho formal, inadequado é assentar a necessidade de 
procedimento administrativo fiscal com a constituição do crédito tributário. 
HABEAS CORPUS 121.798/BA. MIN. MARCO AURÉLIO. 29 de maio de 2018. STF 
RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. COMPLEXIDADE DO 
BEM JURÍDICO TUTELADO. CONSUMAÇÃO QUE OCORRE 
COM O TRANSPASSE DAS BARREIRAS ALFANDEGÁRIAS 
SEM O PAGAMENTO DE IMPOSTO OU DIREITO. 
ESGOTAMENTO DA VIA ADMINISTRATIVA COM A 
CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
DESNECESSIDADE. 
A instauração de procedimento administrativo para 
constituição definitiva do crédito tributário no descaminho, 
nos casos em que isso é possível, não ocasiona nenhum 
reflexo na viabilidade de persecução penal. 
RECURSO ESPECIAL n. 1.343.463 - BA do STJ. MINISTRA 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA. 20 de março de 2014. 
STJ 
 
Ainda que o descaminho seja delito de natureza formal, a existência de 
decisão administrativa ou judicial favorável ao contribuinte – anulando o 
auto de infração, o relatório de perdimento e o processo administrativo 
fiscal – caracteriza questão prejudicial externa facultativa que autoriza a 
suspensão do processo penal (art. 93 do CPP). O STF, por ocasião do 
julgamento do HC 99.740-RJ (DJe 1º/2/2011), firmou compreensão no 
sentido de que a consumação do delito de descaminho e a abertura 
de processo-crime não estão a depender da constituição 
administrativa do débito fiscal porque o delito de descaminho 
é formal e prescinde do resultado. E, secundando o entendimento do 
Pretório Excelso, este STJ, por ambas as Turmas com competência em 
matéria penal, vem também decidindo que o descaminho é crime formal, e 
que a persecução penal independe da constituição do crédito tributário, como 
se colhe em reiterados precedentes. Do exposto, resulta que, sendo 
desnecessária a constituição definitiva do crédito tributário para a tipificação 
do delito, não fica a ação penal – instaurada para a apuração de crime de 
descaminho – no aguardo de processo administrativo, ação judicial ou 
execução fiscal acerca do crédito tributário, tendo em vista a independência 
entre as esferas. Todavia, a existência de decisão administrativa ou 
judicial favorável ao contribuinte provoca inegável repercussão na 
própria tipificação do delito, caracterizando questão prejudicial externa 
facultativa que autoriza a suspensão do processo penal (art. 93 do 
CPP). REsp 1.413.829-CE, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 11/11/2014. 
O pagamento do tributo 
devido pela mercadoria, 
depois de iniciado o 
processo-crime, funcionaria 
como causa extintiva da 
punibilidade do crime de 
descaminho? 
DESCAMINHO 
• Causa de Extinção da 
Punibilidade: artigo 34, da Lei 
nº 9.249/95, estabelece: 
“Extingue-se a punibilidade 
dos crimes definidos na Lei nº 
8.137/90, e na Lei nº 4.729/65, 
quando o agente promover o 
pagamento do tributo ou 
contribuição social, inclusive 
acessórios, antes do 
recebimento da denúncia”. 
Há entendimento do STJ 
em sentido contrário, 
RHC 43.558-SP. Rel. Min. 
Jorge Mussi, julgado em 
5/2/2015, DJe 13/2/2015. 
• Poder-se-ia aplicar este 
dispositivo ao crime de 
descaminho? Parte da 
doutrina entende que sim, pois 
ainda que não tratada de 
maneira expressa, seria 
possível a interpretação 
extensiva analógica in 
bonam partem. Porém, frise-
se: Esta não é posição 
unânime. Mirabete pensa 
contrario. 
• Parcelamento do débito: 
suspende o recebimento da 
denúncia; a extinção da 
punibilidade dependerá da 
quitação integral deste. 
HOJE 
DIREITO PENAL. DESCAMINHO E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 
O pagamento do tributo devido não extingue a punibilidade do 
crime de descaminho (art. 334 do CP). A partir do julgamento do HC 
218.961-SP (DJe 25/10/2013), a Quinta Turma do STJ, alinhando-se ao 
entendimento da Sexta Turma e do STF, passou a considerar ser desnecessária, 
para a persecução penal do crime de descaminho, a apuração administrativa do 
montante de tributo que deixou de ser recolhido, tendo em vista a natureza formal 
do delito, o qual se configura com o simples ato de iludir o pagamento do imposto 
devido pela entrada de mercadoria no país. Na ocasião, consignou-se que o bem 
jurídico tutelado pelo art. 334 do CP vai além do valor do imposto sonegado, pois, 
além de lesar o Fisco, atinge a estabilidade das atividades comerciais dentro do 
país, dá ensejo ao comércio ilegal e à concorrência desleal, gerando uma série de 
prejuízos para a atividade empresarial brasileira. Verifica-se, assim, que o 
descaminho não pode ser equiparado aos crimes materiais contra a ordem tributária, o 
que revela a impossibilidade de que o agente acusado da prática do crime de 
descaminho tenha a sua punibilidade extinta pelo pagamento do tributo. Ademais,o art. 
9º da Lei 10.684/2003 prevê a extinção da punibilidade pelo pagamento dos débitos 
fiscais apenas no que se refere aos crimes contra a ordem tributária e de apropriação ou 
sonegação de contribuição previdenciária – arts. 1º e 2º da Lei 8.137/1990, 168-A e 337-
A do CP. Nesse sentido, se o crime de descaminho não se assemelha aos crimes acima 
mencionados, notadamente em razão dos diferentes bens jurídicos por cada um deles 
tutelados, inviável a aplicação analógica da Lei 10.684/2003. RHC 43.558-SP, Rel. Min. 
Jorge Mussi, julgado em 5/2/2015, DJe 13/2/2015. 
 
II Fato Assimilado: é o fato 
semelhante ao descaminho, 
como é o caso da Zona 
Franca de Manaus 
(Decreto-Lei nº 288/67). 
III pune ao comerciante ou 
industrial que vender, ter em 
depósito ou expor à venda a 
mercadoria de procedência 
estrangeira introduzida 
clandestinamente no país, ou 
importada fraudulentamente. 
Aqui o crime é próprio, 
habitual; o dolo é direto. 
I Navegação de Cabotagem: 
é aquela que realiza o 
comércio entre portos do 
território brasileiro. Este 
dispositivo pressupõe a 
existência de outra lei que 
regulamente a navegação 
de cabotagem. 
Norma penal em branco em 
sentido lato (Lei n. 
9.432/1997) 
Figuras Equiparadas a Descaminho 
DESCAMINHO 
O inciso IV trata de punir o 
comerciante ou industrial 
que adquire ou recebe a 
mercadoria estrangeira 
desacompanhada de 
documentação. O dolo é 
direto. O crime é próprio 
e, para alguns autores, 
habitual. 
A reintrodução de 
mercadoria destinada 
especificamente à 
exportação é crime de 
contrabando. 
O § 2º trata-se de norma 
penal explicativa e 
equiparativa, pois 
equipara às atividades 
comerciais o comércio 
irregular, inclusive o 
exercido em residências. 
O § 3º trata de uma causa 
de aumento de pena (em 
dobro), quando o crime 
for praticado em 
transporte aéreo, 
marítimo ou fluvial, o que 
se justifica pela dificuldade 
de fiscalização. Espécie 
de receptação de 
mercadoria 
descaminhada. 
Sendo o descaminho praticado 
em voo regular, aplica-se a 
majorante do § 3º? 
 
"HABEAS CORPUS. PENAL. CONTRABANDO E 
DESCAMINHO. QUALIFICADORA. TRANSPORTE 
AÉREO. ART. 334, § 3º, DO CP. VOO REGULAR. 
APLICAÇÃO. DESCABIMENTO. PENA. REDUÇÃO. 
PRESCRIÇÃO. CONSUMAÇÃO. 
É descabida a aplicação da qualificadora do art. 334, 
§ 3º, do Código Penal quando a prática delitiva é 
realizada por meio de transporte aéreo regular, sendo 
justificada a incidência da majorante tão somente 
quando se tratar de voo clandestino. [...]“ 
Habeas Corpus 148.375/AM, que teve como relator o 
Ministro Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/04/2012 
junto ao Superior Tribunal de Justiça 
E se o descaminho for 
praticado com veículo 
automotor? 
Art. 278-A, CTB. O condutor que se utilize de veículo para a prática do crime de 
receptação, descaminho, contrabando, previstos nos arts. 180, 334 e 334-A do Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), condenado por um desses 
crimes em decisão judicial transitada em julgado, terá cassado seu documento de 
habilitação ou será proibido de obter a habilitação para dirigir veículo automotor pelo 
prazo de 5 (cinco) anos. 
§ 1º O condutor condenado poderá requerer sua reabilitação, submetendo-se a todos 
os exames necessários à habilitação, na forma deste Código. 
§ 2º No caso do condutor preso em flagrante na prática dos crimes de que trata 
o caput deste artigo, poderá o juiz, em qualquer fase da investigação ou da ação penal, 
se houver necessidade para a garantia da ordem pública, como medida cautelar, de 
ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da 
autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da 
habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. 
CONTRABANDO 
Contrabando 
Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos. 
§ 1o Incorre na mesma pena quem: 
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; 
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, 
análise ou autorização de órgão público competente; 
III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à 
exportação; 
IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria proibida pela lei brasileira; 
V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de 
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. 
§ 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
§ 3o A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. 
 
Contrabando 
Trata-se de crime 
comum, formal, de 
forma livre e 
instantâneo; norma 
penal em branco em 
sentido estrito 
(Portarias 
Administrativas da 
Receita Federal, do 
Comando do Exército e 
do Ministério da 
Fazenda). 
Princípio da 
Especialidade em 
relação a: material 
bélico privativo das 
forças armadas 
(Decreto nº 
10.030/2019), armas e 
acessórios (arts. 18 e 
19, da Lei nº 
10.826/2003), drogas 
(art. 33 e § 1º, da Lei nº 
11.343/2006) etc. 
 
Poder-se-ia aplicar o princípio 
da insignificância ao crime de 
contrabando? 
EMENTA: HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. IMPORTAÇÃO DE ARMA 
DE PRESSÃO DE USO PERMITIDO. CALIBRE IGUAL OU INFERIOR A 6 
MILÍMETROS. PRODUTO CONTROLADO PELO EXÉRCITO. CRIME DE 
CONTRABANDO. PROIBIÇÃO RELATIVA. INAPLICABILIDADE DO 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. PRECEDENTES. ORDEM DENEGADA. 
Além do interesse econômico estão envolvidos outros bens jurídicos 
relevantes: saúde, moralidade administrativa e segurança pública. 
07/05/2019 – STF - Segunda Turma - Habeas Corpus 131.943/RS. relator : 
MIN. GILMAR MENDES. 
Configura contrabando – e não 
descaminho – importar, à margem da 
disciplina legal, arma de pressão por 
ação de gás comprimido ou por ação 
de mola, ainda que se trate de artefato 
de calibre inferior a 6 mm, não sendo 
aplicável, portanto, o princípio da 
insignificância, mesmo que o valor do 
tributo incidente sobre a mercadoria 
seja inferior a R$ 10 mil. 
REsp 1.427.796-RS, Rel. Min. Maria Thereza De Assis Moura, 
julgado em 14/10/2014 (Informativo nº 551). 
Existe, no entanto, um julgado isolado, em que o STJ admite a 
incidência do princípio da insignificância ao crime de 
contrabando. Trata-se de uma situação específica de contrabando: 
importação de pequena quantidade de medicamento destinada a 
uso próprio. A importação de pequena quantidade de medicamento 
destinada a uso próprio denota a mínima ofensividade da conduta do 
agente, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzidíssimo 
grau de reprovabilidade do comportamento e a inexpressividade da 
lesão jurídica provocada, tudo a autorizar a excepcional aplicação do 
princípio da insignificância. (EDcl no AgRg no REsp 1.708.371/PR, 5ª 
Turma do STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/04/18) 
Não é correto afirmar, apenas por essa decisão, que a posição do STJ 
é no sentido de reconhecer a aplicação do princípio da insignificância 
ao crime de contrabando. 
Em regra, o STJ veda a aplicação do referido princípio ao crime de 
contrabando. Existe um julgado muito específico, em que o STJ admite 
a incidência do princípio ao contrabando de pequena quantidade de 
medicamento para uso próprio. 
Distinções entre Contrabando e Descaminho 
CONTRABANDO 
Importar ou exportar 
mercadoria proibida, total 
ou parcialmente, no 
território nacional. 
Reclusão de 2 a 5 anos 
Vedada a aplicação do 
princípio da 
insignificância 
 
DESCAMINHO 
Fraudar o pagamento de 
imposto devidopela 
entrada, saída ou 
consumo de mercadoria. 
Reclusão de 1 a 4 anos 
Aplicação do princípio da 
insignificância 
Princípio da Insignificância ou Princípio 
da Irrelevância Penal do Fato 
Os princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato, a propósito, não 
ocupam a mesma posição topográfica dentro do Direito penal: o primeiro é 
causa de exclusão da tipicidade material do fato (ou porque não há 
resultado jurídico grave ou relevante ou porque não há imputação 
objetiva da conduta); o princípio da irrelevância penal do fato é causa 
excludente da punição concreta do fato, ou seja, de dispensa da pena (em 
razão da sua desnecessidade no caso concreto). Um afeta a tipicidade penal 
(mais precisamente, a tipicidade material); o outro diz respeito à 
(desnecessidade de) punição concreta do fato. O princípio da insignificância 
tem incidência na teoria do delito (aliás, afasta a tipicidade material e, em 
consequência, o próprio crime). O outro pertence à teoria da pena (tem 
pertinência no momento da aplicação concreta da pena). O primeiro tem 
como critério fundante o desvalor do resultado ou da conduta (ou seja: 
circunstâncias do próprio fato); o segundo exige sobretudo desvalor ínfimo 
da culpabilidade (da reprovação: primário, bons antecedentes etc.), assim 
como o concurso de uma série de requisitos post-factum que conduzem ao 
reconhecimento da desnecessidade da pena no caso concreto (pouco ou 
nenhum prejuízo, eventual prisão do autor, permanência na prisão por um fato 
sem grande relevância etc.). Opinião do jurista Luiz Flávio Gomes. 
 
 
Paulo Queiroz 
Alguns tribunais têm admitido o princípio da insignificância em crime de contrabando ou descaminho 
(CP, art. 334), quando o valor consolidado do tributo devido não exceda a R$ 10.000,00 (dez mil 
reais), atualmente R$ 20.000,00 (vinte mil reais), nos termos da Lei nº 10.522/02 e da Portaria MF nº 
75/2012, que dispensam a execução forçada do crédito. 
A decisão é correta, mas a fundamentação é equivocada. 
Com efeito, não é o caso de incidência do princípio da insignificância, porque este tem por 
fundamento a absoluta irrelevância jurídico-penal da conduta, traduzida no desvalor da ação e 
resultado. Cuida-se de um postulado de política criminal que visa a afastar do âmbito penal condutas 
que, embora formalmente criminalizadas, não afetam significativamente o bem jurídico penal em 
causa. 
Afinal, se o direito penal, como ultima ratio do controle social formal, pudesse incidir sobre todo e 
qualquer comportamento, independentemente do grau de lesão que representa concretamente, violar-
se-ia o caráter subsidiário do direito penal, cuja intervenção pressupõe o fracasso de outras formas de 
prevenção e controle social (civil, administrativa etc.). O direito penal é a fortaleza e os canhões dos 
demais direitos (Alfonso de Castro). 
Ocorre que, ao contrário da fundamentação invocada pelos tribunais, é, sim, claramente significativa 
uma quantia igual ou superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais), tanto é assim que a Fazenda Nacional 
renuncia à só execução judicial do crédito, mas não aos diversos constrangimentos legais cabíveis, 
tais como: cobrança administrativa, lançamento do nome do devedor no CADIN (Cadastro Nacional 
de Inadimplentes), proibição de contratar com a Administração Pública etc. 
Não há perdão da dívida, nem renúncia às formais legais de constranger o devedor a pagar o débito 
para com a União. 
Trata-se, por conseguinte, de providência de caráter político-administrativo que, embora não afete a 
estrutura do crime, em especial, a tipicidade penal, repercute, diretamente, sobre a punibilidade do 
delito, por constituir uma causa especial de isenção de pena. 
Em suma, seja em razão do desvalor da ação, seja em virtude do desvalor do resultado, constitui uma 
impropriedade falar de princípio da insignificância em tais casos. 
 
 Impedimento, perturbação ou fraude de 
concorrência 
 
Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar 
concorrência pública ou venda em hasta 
pública, promovida pela administração 
federal, estadual ou municipal, ou por 
entidade paraestatal; afastar ou procurar 
afastar concorrente ou licitante, por meio 
de violência, grave ameaça, fraude ou 
oferecimento de vantagem: 
Pena - detenção, de seis meses a dois 
anos, ou multa, além da pena 
correspondente à violência. 
Parágrafo único - Incorre na mesma pena 
quem se abstém de concorrer ou licitar, 
em razão da vantagem oferecida. 
Impedimento, perturbação ou fraude 
de concorrência 
• Art. 335 – Impedimento, 
perturbação ou fraude de 
concorrência 
Este dispositivo foi revogado 
tacitamente pelos 
arts. 337-I e 337-K, CP. 
O artigo referia-se apenas à 
concorrência e leilão, 
excluídas as demais formas 
de licitação. Hoje é 
qualquer procedimento 
licitatório. A antiga Lei de 
Licitações (8.666/93), foi 
revogada pela Lei nº 
14.133, de 1º abril de 2021 
 
Sujeito ativo: qualquer 
pessoa, inclusive o 
funcionário público 
encarregado do 
certame. 
Sujeito passivo: Estado, 
através do 
responsável pelo 
processo licitatório. 
Havendo violência = 
concurso material de 
crimes. 
 
 
 
Inutilização de edital ou de sinal 
 
Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer 
forma, inutilizar ou conspurcar edital 
afixado por ordem de funcionário 
público; violar ou inutilizar selo ou 
sinal empregado, por determinação 
legal ou por ordem de funcionário 
público, para identificar ou cerrar 
qualquer objeto: 
Pena - detenção, de um mês a um 
ano, ou multa. 
 
Inutilização de Edital ou de Sinal 
 
• Art. 336 – Inutilização de 
edital ou de sinal 
Trata-se de tipo penal misto 
alternativo e cumulativo. 
Este crime viola a integridade 
dos selos e sinais 
empregados para a 
identificação ou 
encerramento de qualquer 
objeto. 
Trata-se de crime comum, 
material, instantâneo, de 
forma livre, e plurissubsistente. 
 
 
Edital é o ato emanado de 
autoridade administrativa 
ou judicial para dar avisos e 
intimações (edital de citação; edital de 
casamento e de hasta pública; edital de 
concurso e concorrência pública). 
Transcorrido o prazo 
do edital o crime não 
subsiste (ex.: edital vencido que não foi 
retirado) 
Selo ou sinal: é a marca 
utilizada para identificar 
alguma coisa. Exs.: lacre de cofre, 
porta de estabelecimento comercial, ou de 
testamento; de farmácia pela Anvisa etc. 
Este crime pode concorrer 
materialmente com outros 
visados pelo agente: furto ou 
fraude processual. 
 
 
Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por 
ordem de funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado ..... 
Subtração ou inutilização de livro ou 
documento 
 
Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, 
total ou parcialmente, livro 
oficial, processo ou documento 
confiado à custódia de 
funcionário, em razão de ofício, 
ou de particular em serviço 
público: 
Pena - reclusão, de dois a cinco 
anos, se o fato não constitui 
crime mais grave. 
Subtração ou inutilização de livro ou 
documento 
Art. 337 – Subtração ou inutilização de livro ou 
documento 
Livro oficial é aquele criado por lei para registrar 
interesses da administração (livro de registro de fianças; 
de inquéritos civis e de sentenças); Processo pode ser 
legislativo, judicial ou administrativo (inquérito policial; 
ação penal; ação civil pública; comissão parlamentar de 
inquérito, sindicâncias etc); Documento é todo escrito 
de natureza pública ou de particular em serviço público 
(boletim de ocorrência, termo circunstanciado de 
ocorrência, prova de candidato em concurso público 
etc). 
Trata-se de crime comum (pode ser praticado por 
funcionário público), material e instantâneo. 
 
Artigo 305,CP 
Se o crime for praticado por qualquer 
pessoa que haja destruído documento 
público ou particular destinado à prova 
penal, com o fim de obter vantagem = art. 
305, CP. (crime mais grave)Supressão de documento 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou 
em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não 
podia dispor: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e 
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. 
 
Art. 314, CP 
Se o agente for servidor público, e o 
responsável pela guarda do objeto = art. 
314, CP. 
 
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento 
Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a 
guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou 
parcialmente: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime 
mais grave. 
 
Art. 356, CP 
Se o agente for advogado, e destruiu 
documento que recebeu na qualidade de 
procurador = art. 356, CP. 
 
Sonegação de papel ou objeto de valor probatório 
Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, 
documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de 
advogado ou procurador: 
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. 
 
Art. 155 x Art. 337, CP 
O furto de processo-
crime configura este 
crime, e não o art. 155, 
CP (furto). 
 
 
 
 
Sonegação de contribuição previdenciária 
 
Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social 
previdenciária e qualquer acessório, mediante as seguintes 
condutas: 
I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de 
documento de informações previsto pela legislação 
previdenciária segurados empregado, empresário, 
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este 
equiparado que lhe prestem serviços; 
II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da 
contabilidade da empresa as quantias descontadas dos 
segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador 
de serviços; 
III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros 
auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais 
fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias: 
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. 
Sonegação de Contribuição 
Previdenciária 
O delito a seguir protege o 
patrimônio da União através 
da Seguridade Social, que 
mantém obras assistenciais 
e demais necessidades 
públicas. 
Todo o aparato do sistema 
criminal brasileiro (Polícia, 
Ministério Público e 
Justiça Criminal) são 
chamados a obrigar os 
sujeitos passivos tributários 
a adimplir suas obrigações. 
• Art. 337-A – Sonegação de 
contribuição previdenciária 
Suprimir quer dizer não pagar 
a contribuição 
previdenciária. 
O sujeito passivo é o Estado, o 
INSS. 
I – folha de pagamento: é o 
montante total da 
remuneração que o 
empregador irá pagar aos 
trabalhadores colocados a seu 
serviço. 
 
Sonegação de Contribuição 
Previdenciária 
Empregado: o que presta 
serviços de natureza não 
eventual, mediante salário; 
Empresário: o titular de firma 
individual urbana ou rural; 
Trabalhador avulso: o 
trabalhador sem vínculo, 
como o rural e o estivador; 
Trabalhador autônomo: o que 
presta serviços sem relação 
de emprego: médico, 
dentista, pedreiro, 
advogado, taxista etc 
Equiparado ao autônomo: 
ministro religioso. 
 
II – O agente que não fizer 
constar na contabilidade da 
empresa as quantias que 
descontou dos segurados 
ou devidas pelo 
empregador ou tomador de 
serviços, estará sonegando. 
III – A receita é o faturamento 
da empresa ou do 
empregador, é o ganho 
bruto das vendas de 
mercadorias e serviços. 
Estes casos todos inferem que 
o crime é próprio, formal 
e instantâneo. 
Competência: Justiça Federal. 
 § 1o É extinta a punibilidade se 
o agente, espontaneamente, 
declara e confessa as 
contribuições, importâncias ou 
valores e presta as informações 
devidas à previdência social, na 
forma definida em lei ou 
regulamento, antes do início da 
ação fiscal. 
Sonegação de Contribuição 
Previdenciária 
• Extinção da 
Punibilidade: § 1º 
“Extingue-se a punibilidade 
se o agente, de forma 
espontânea, declara e 
confessa as contribuições, 
importâncias e valores e 
presta as informações 
devidas à Previdência Social, 
consoante o definido em lei 
ou regulamento, antes do 
início da ação fiscal”. 
• A doutrina majoritária entende 
que o benefício deve ser 
concedido mesmo que tenha 
iniciado a ação fiscal, podendo 
ser, inclusive após o 
recebimento da denúncia ou 
queixa subsidiária. 
• Quando a dívida estiver sendo 
paga de forma parcelada fica 
suspenso o prazo prescricional 
bem como a pretensão 
punitiva do Estado. A extinção 
da punibilidade ocorre com a 
quitação integral do débito. 
§ 2o É facultado ao juiz deixar de 
aplicar a pena ou aplicar somente a 
de multa se o agente for primário e de 
bons antecedentes, desde que: 
I – (VETADO) 
II – o valor das contribuições devidas, 
inclusive acessórios, seja igual ou 
inferior àquele estabelecido pela 
previdência social, 
administrativamente, como sendo o 
mínimo para o ajuizamento de suas 
execuções fiscais. 
Sonegação de Contribuição 
Previdenciária 
• O § 2º refere-se ao perdão judicial (o juiz deixa 
de aplicar a pena) e ao privilégio (o juiz aplica 
somente a multa). Aplicada apenas se o agente 
for primário e de bons antecedentes, desde 
que o valor das contribuições sonegadas 
sejam, nos termos do art. 20, da Lei n. 
11.033/04,de valor consolidado igual ou 
inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). Hoje 
é de R$ 20.000,00. 
• Na escolha do perdão judicial ou privilégio o juiz 
levará em conta os critérios do art. 59, CP. 
 
 
 
 
§ 3º 
§ 3o Se o empregador 
não é pessoa jurídica 
e sua folha de 
pagamento mensal 
não ultrapassa R$ 
1.510,00 (um mil, 
quinhentos e dez 
reais), o juiz poderá 
reduzir a pena de um 
terço até a metade ou 
aplicar apenas a de 
multa. 
§ 3º - Causa de 
Diminuição da Pena 
A diminuição incidirá 
quando o empregador 
não for pessoa 
jurídica e sua folha de 
pagamento mensal 
não ultrapassar a R$ 
1.510,00. Neste caso 
o juiz pode reduzir a 
pena de 1/3 até a ½ 
ou aplicar apenas a 
multa. 
 
§ 4º 
§ 4o O valor a que se 
refere o parágrafo 
anterior será 
reajustado nas 
mesmas datas e nos 
mesmos índices do 
reajuste dos 
benefícios da 
previdência social. 
 
§ 4º - Trata do valor do 
§ 3º (R$ 1.510,00), que 
será reajustado nas 
mesmas datas e nos 
índices do reajuste da 
previdência social. 
 
R$ 5.155,31 
DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO 
Publicado em: 16/01/2019 | Edição: 11 | Seção: 1 | Página: 25 
Órgão: Ministério da Economia/Gabinete do Ministro 
 
PORTARIA Nº 9, DE 15 DE JANEIRO DE 2019 
Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto Nacional 
do Seguro Social - INSS e dos demais valores constantes do 
Regulamento da Previdência Social - RPS. 
 
Art. 9º. A partir de 1º de janeiro de 2019: 
Letra c 
VI - o valor de que trata o § 3º do art. 337-A 
do Código Penal, aprovado pelo Decreto-
Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, é 
de R$ 5.155,31 (cinco mil cento e 
cinquenta e cinco reais e trinta e um 
centavos); 
Reingresso de estrangeiro 
expulso 
 
Art. 338 - Reingressar no 
território nacional o 
estrangeiro que dele foi 
expulso: 
Pena - reclusão, de um a 
quatro anos, sem prejuízo de 
nova expulsão após o 
cumprimento da pena. 
Reingresso de Estrangeiro Expulso 
• Art. 338 – Reingresso 
de estrangeiro expulso 
Estrangeiro é aquele que 
possui vínculo com outro 
Estado soberano, e não é 
considerado brasileiro. 
A Expulsão nada mais é 
que a exclusão do 
estrangeiro que 
apresenta indícios sérios 
de periculosidade ou 
indesejabilidade no País - 
(art. 54 da Lei n. 
13.445/2017). 
• Trata-se de crime de mão 
própria; material/formal, 
instantâneo/permanente, que 
admite tentativa. 
• Competência para processo: 
Justiça Federal 
• Nova expulsão após o 
cumprimento da pena: não 
constitui embis in idem, uma vez 
que a Lei de Migração admite que 
nova expulsão seja decretada. 
• O que se pune é o ingresso e 
não a recusa em sair do país. 
• Estrangeiro deportado 
ou extraditado que 
reingressa ao Brasil: não 
há crime. 
Da Expulsão – Lei nº 13.455/2017 
Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada 
compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada 
com o impedimento de reingresso por prazo determinado. 
§ 1º Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença 
transitada em julgado relativa à prática de: 
I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou 
crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do 
Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto nº 
4.388, de 25 de setembro de 2002 ; ou 
II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, 
consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em 
território nacional. 
§ 2º Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a 
duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação 
dos efeitos da expulsão, observado o disposto nesta Lei. 
Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de 
procedimento investigatório criminal, de processo judicial, de 
processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação 
de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe 
crime, infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe 
inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020) 
CUIDADO! O caput foi alterado em 2020 
Denunciação Caluniosa 
• Art. 339 – Denunciação 
caluniosa 
No Império Romano a pena do 
denunciante caluniador era 
feita através de talião (a 
mesma pena do crime 
falsamente imputado). Esta 
medida foi adotada no Brasil 
nos Códigos de 1830 e 1890. 
Para que o delito possa ser 
caracterizado, dois são os 
requisitos: 
Imputação falsa de um crime, 
infração ético-disciplinar ou 
ato de improbidade a 
alguém, sabendo-o inocente 
(conduta); e provocar a 
instauração de investigação 
ou processo (resultado). 
É uma espécie de calúnia 
levada ao conhecimento do 
delegado, juiz ou promotor. 
Sendo apenas calúnia o 
delito é do art. 138, CP. 
Acrescida da 
comunicação à 
autoridade = denunciação 
caluniosa. 
O agente imputa um crime ao 
ofendido, sabendo-o 
inocente (dolo direto). 
Sendo crime, infração 
ético-disciplinar ou 
ato ímprobo o fato 
imputado = art. 339, 
caput; sendo 
contravenção = art. 
339, § 2º. 
Denunciação Caluniosa 
Também respondem as 
autoridades se souberem que 
a pessoa é inocente, e mesmo 
assim determinarem a 
instauração de procedimentos 
policiais, judiciais e 
administrativos (abuso de 
autoridade). 
O agente pode ele próprio 
levar o fato ao conhecimento do 
Delegado de Polícia, ou 
espalhar a notícia, para que 
terceira pessoa, não ciente da 
mentira, comunique o fato à 
Polícia. Pode, ainda, o fato ser 
comunicado através de 
denúncia anônima (neste caso 
aplicar-se-lhe-ia a causa de 
aumento do § 1º). 
 
Não caracteriza o delito se a 
denúncia referiu-se a crime 
acobertado por causa 
excludente da ilicitude; 
culpabilidade; escusa 
absolutória ou extinção da 
punibilidade. 
Pode ocorrer o crime se o 
agente imputa a alguém fato 
mais grave que o praticado 
(roubo, quando era furto). 
Recaindo a imputação sobre 
circunstância de crime, não 
haverá denunciação caluniosa 
(motivo fútil ou torpe do 
homicídio). 
 
Denunciação Caluniosa 
• Procedimentos legais, constitui 
um numerus clausus: 
• Inquérito Policial: é aquele 
procedimento administrativo 
presidido pelo Delegado de 
Polícia na apuração de um 
crime e sua autoria. 
• Procedimento Investigativo 
Criminal (PIC): realizado pelo 
Ministério Público . 
• Processo Judicial: ação penal, 
ou processo-crime. 
• Processo Administrativo 
Disciplinar: 
Instauração de processo 
administrativo disciplinar, desde 
que a falsa imputação envolva uma 
infração ético-disciplinar ou ato 
ímprobo. 
• Inquérito Civil: é a investigação 
instaurada pelo MP visando 
apurar danos efetivos ou 
potenciais a interesses difusos e 
coletivos (crime ambiental). 
• Ação de Improbidade 
Administrativa: Definida na Lei 
nº 8.429/92. 
Denunciação Caluniosa 
Réu ou Testemunha que 
respondendo a perguntas, imputa 
falsamente um crime a alguém, 
responderá apenas pelo art. 138, 
CP (réu), ou art. 342,CP 
(testemunha), e não por 
denunciação caluniosa (que exige 
que o agente dê causa 
espontânea à investigação ou 
processo). 
Caso o réu, num processo 
crime, acusar pessoa que 
sabe inocente como sendo 
seu coautor ou partícipe, 
responderá por 
denunciação caluniosa. 
Sua intenção neste caso 
não é defender-se, mas 
acusar falsamente a 
alguém. 
 
 
Caso alguém delate um 
inocente, crendo-o culpado 
(dolo eventual), não cometeria 
este crime. 
Sendo o dolo subsequente 
(soube depois que a pessoa era 
inocente): Não há crime 
(Estefam). Há crime (Greco). 
Trata-se de tipo penal misto 
alternativo. Crime é material. 
A decisão final no 
processo contra o 
denunciante deve 
aguardar o prévio 
reconhecimento judicial 
da inocência do 
denunciado, quando 
instaurado processo 
contra este (Hungria, Noronha 
e Estefam). 
 
Comunicação falsa de crime ou 
de contravenção 
• Art. 340 – Comunicação 
falsa de crime ou de 
contravenção 
• Conduta: Consiste o delito em 
comunicar à autoridade 
pública crime ou contravenção 
que sabe que não ocorreu. 
(dolo direto) 
• Resultado: O delegado (ao 
elaborar o boletim de 
ocorrência), o juiz e o promotor 
(ao requisitarem a instauração 
de inquérito). 
• Havendo dúvida quanto ao 
crime: Inexiste o art. 340, que 
somente pode ser doloso. 
 
 
 
• Este crime gera um prejuízo 
presumido a toda a sociedade, 
uma vez que desvia o sistema 
judiciário penal para investigar 
crime ou contravenção 
inexistente. 
• A comunicação pode ser 
escrita ou oral. 
• Trata-se de crime comum, 
material, instantâneo, que 
admite a tentativa. 
• Inexiste o crime do art. 340, se 
o agente comunica um delito 
que tenha sido alcançado 
pela prescrição, escusa 
absolutória etc. 
Comunicação falsa de crime ou 
de contravenção 
Empregado que falsamente 
comunica um roubo ao 
dinheiro que transportava, 
com o fim de impedir que se 
descubra que dele se 
apoderara: Responderá pelo 
art. 168 + 340, CP (concurso 
material). 
Agente que comunica 
falsamente o furto de seu 
veículo para receber o 
prêmio do seguro veicular: 
Responderá pelo art. 171, § 
2º, V, CP, em concurso 
material com o art. 340, CP 
(Noronha, Fragoso, Mirabete 
e Rios Gonçalves). 
Arrependimento Eficaz (art. 
15, CP): Admite-se, se logo 
após a comunicação , e 
antes de se praticar qualquer 
ato executório, o sujeito 
revela a falsidade da infração 
comunicada. O agente não 
responderá pelo crime. 
 
 
Autoacusação Falsa 
• Art. 341 – Autoacusação 
falsa 
É a pessoa que se acusa 
perante a autoridade, de 
um crime inexistente ou 
praticado por outrem. 
Esta autoincriminação não 
abrange as figuras 
contravencionais. 
Autoridade: policial, judiciária 
ou ministerial. 
É mister que o fato chegue ao 
conhecimento da 
autoridade. 
Não sendo autoridade: atípico. 
 
• Pode ocorrer quando o 
sujeito assume a autoria de 
um crime praticado por 
terceira pessoa, com o 
intuito de acobertá-la, 
desde que o sujeito não 
tenha participado do crime 
como coautor ou partícipe. 
• Trata-se de crime comum, 
formal, instantâneo e que 
admite a tentativa, embora 
de difícil ocorrência (por 
escrito). 
• Atribuir a si e a terceiro a 
prática de um crime 
inexistente: arts. 339 e 341, 
em concurso formal. 
 
Autoacusação falsa 
Na denunciação caluniosa o agente imputa 
falsamente um crime ou contravenção a uma terceira 
pessoa, que sabe ser inocente, dando causa à 
instauração de investigação ou processo legal. 
Na falsa comunicação de crime ou contravenção, a 
falsidade recai sobre o fatonoticiado, sem que o 
mesmo seja atribuído a alguém. 
Na autoacusação falsa, por sua vez, o próprio autor 
da denúncia atribui a si mesmo a prática de um crime 
inexistente, ou cometido por terceira pessoa. 
 
Falso Testemunho ou Falsa Perícia 
Art. 342 – Falso testemunho 
ou falsa perícia 
• Nas legislações antigas (XII 
Tábuas e Manu) e durante a 
Idade Média era conhecido 
este delito como perjúrio. 
• As Ordenações Afonsinas e 
Manuelinas mandavam 
açoitar e cortar a língua da 
testemunha falsa. As 
Filipinas ordenavam a morte e 
a perda dos bens. 
• O Código Criminal do 
Império tinha-o como crime 
contra a boa ordem e 
Administração Pública. 
• Ocorre o delito quando a 
testemunha, o perito, o 
contador, o tradutor ou o 
intérprete deturpa (afirma uma 
inverdade), contraria (diz não 
saber o que sabe) ou omite 
(silencia a respeito do que 
sabe) a verdade em processo 
judicial ou administrativo, 
inquérito policial ou juízo 
arbitral. 
• Trata-se de crime de mão 
própria, formal. Não admite a 
tentativa. 
• Trata-se de tipo penal misto 
alternativo (pois mais de uma 
conduta leva a crime único). 
 
Falso Testemunho ou Falsa Perícia 
Sedes do falso 
testemunho: 
• Processo judicial: penal, 
civil ou trabalhista (Justiça 
Federal); 
• Inquérito Policial: inquérito 
policial comum e militar; 
• Processo administrativo: 
processo administrativo 
disciplinar, excluído o 
inquérito civil; 
• Juízo arbitral: 
regulamentado pela Lei nº 
9.307/96; 
• Inquérito parlamentar: art. 
4º, II, Lei nº 1.579/52. 
 
Recusar-se a testemunhar 
nada tem a ver com o falso 
testemunho. 
É necessário que o fato 
falsificado tenha relevância 
jurídica para a apuração, pois 
se for irrelevante para o 
deslinde da causa, 
considera-se crime 
impossível por absoluta 
ineficácia do meio. 
Falso é aquilo que não 
corresponde à realidade. 
Opinião da testemunha não 
configura o falso testemunho. 
 
Falso Testemunho ou Falsa Perícia 
A testemunha pode estar 
mentindo para não se 
autoincriminar, o que seria um 
direito seu. Ex.: Dizer que estava 
no bar com amigos, quando 
estava com a amante. 
O informante pode cometer o 
crime de falso testemunho, uma 
vez que não presta o 
compromisso de dizer a 
verdade? = Como o compromisso 
não é elementar do tipo, pode. 
Esta é a posição respeitada da 
doutrina, que entende não ser 
necessário o compromisso para a 
configuração do delito (Hungria, 
Noronha, Damásio). Existe 
posição contrária (Fragoso). 
• É possível o concurso de 
agentes no crime de falso? 
Co-autoria não, somente a 
participação (crime de mão 
própria). 
Competência para apuração: 
Justiça Estadual ou Federal. 
Quando em carta precatória: 
cabe ao juízo deprecado, onde 
foi colhido o depoimento, 
processar o julgar o crime de 
falso cometido em carta 
precatória. 
Falso testemunho em inquérito 
policial: Aplica-se a figura do 
caput. 
Testemunha que mente por estar 
sendo ameaçada de morte: 
não há falso testemunho. 
 
FALSO TESTEMUNHO 
• Caso a testemunha 
mentir por estar sendo 
ameaçada de morte, não 
cometerá o crime de falso 
testemunho; mas o autor 
da ameaça responderá 
por coação no curso do 
processo (art. 344, CP). 
Ademais, o caso poderia 
ser resolvido pelo art. 22, 
CP. 
• Caso o agente depuser 
falsamente em várias fases do 
processo (incluindo a do 
inquérito policial), responderá 
por um único crime. 
• A ação penal por crime de 
falso testemunho pode ser 
iniciada antes da decisão do 
processo onde se deu o 
perjúrio? Pode, mas deve-se 
aguardar a decisão daquele, 
uma vez que poderá ocorrer a 
retratação (STJ). 
 
Falso Testemunho ou Falsa Perícia 
• Retratação: Havendo 
retratação do agente que 
falseou a verdade, 
ocorrerá causa extintiva 
da punibilidade do 
mesmo. Entretanto, é 
necessário que o agente 
diga a verdade antes da 
prolatação da sentença 
do processo em que 
mentiu ( § 2º ). 
A retratação se comunica às 
demais pessoas que tenham 
concorrido para o crime, pois a 
lei diz que “o fato deixa de ser 
punível”. Esta é a posição de 
Noronha, Delmanto, Mirabete 
e Damásio. Exemplo: 
A dá dinheiro a B para mentir em 
juízo. B comete o crime de falso 
testemunho, e depois se retrata. 
A também será beneficiado pela 
retratação de B. 
 Há posição contrária (Hungria 
e Fragoso). 
Corrupção ativa em relação à testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete 
• Art. 343 – Este delito é 
uma espécie de corrupção 
ativa em relação à 
testemunha, perito, 
contador, tradutor ou 
intérprete, onde o corruptor 
dá, oferece ou promete 
dinheiro ou outra vantagem 
aos mesmos, para que 
estes deturpem, contrariem 
ou omitam a verdade. 
• A forma tentada somente 
será admitida no verbo dar. 
Nas demais condutas, 
quando forem escritas. 
• Trata-se de crime comum, 
formal e instantâneo. 
• Sendo oficial (func. púb.) o 
perito, contador, tradutor ou 
intérprete, o crime será o do 
art. 333, CP. 
• Inexiste a retratação. 
• Este delito é uma exceção 
pluralista à teoria unitária 
ou monista quanto à 
culpabilidade do agente. 
• Corrupto = art. 343, CP 
• Corrompido = art. 342, § 
1º, CP 
Coação no curso do processo 
• Art. 344 – Coação no 
curso do processo 
• Consiste no emprego de 
violência ou grave ameaça 
contra a autoridade (juiz, 
promotor, delegado, 
desembargador), parte 
(autor, réu, assistente 
acusação), ou qualquer 
outra pessoa chamada a 
intervir (escrevente, jurado, 
testemunha, perito), 
visando o favorecimento de 
interesse próprio ou alheio 
(de qualquer natureza). 
• Processo judicial: penal, civil ou 
trabalhista (Justiça Federal); 
• Inquérito Policial: inquérito policial 
comum e militar; 
• Processo administrativo: processo 
administrativo disciplinar, excluído 
o inquérito civil; 
• Juízo arbitral: dirimir 
extrajudicialmente as lides 
relativas a direitos patrimoniais 
disponíveis, regulamentado pela 
Lei nº 9.307/96; 
• Inquérito parlamentar: art. 4º, II, 
Lei nº 1.579/52. Se for inquérito 
parlamentar aplicam-se as penas 
do art. 329, CP. 
O rol é taxativo. Fora destes 
casos o delito poderá ser o de 
ameaça (art. 147, CP) 
Coação no curso do processo 
• Trata-se de crime comum, 
formal, instantâneo, admite 
a tentativa. 
• É condição essencial que o 
autor esteja de alguma 
forma vinculado ao 
processo judicial, inquérito 
policial, processo 
administrativo ou ao juízo 
arbitral. 
• Caracteriza o crime mesmo 
quando a intimidação seja 
utilizada pelo agente no caso 
de uma conduta ilícita da 
parte que funcionará na 
decisão do processo (autor 
que sabe de um crime 
praticado pelo juiz). 
 
• Havendo violência física = 
concurso material com o 
art. 129, CP. 
• As vias de fato são 
absorvidas pela elementar 
violência. 
• Inexistindo inquérito 
policial ou processo 
judicial em andamento ou 
não estando o autor a eles 
vinculado = o delito será o 
de ameaça, lesão corporal, 
homicídio ou vias de fato. 
Exercício arbitrário das próprias razões 
 
Art. 345 - Fazer justiça pelas 
próprias mãos, para satisfazer 
pretensão, embora legítima, salvo 
quando a lei o permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a 
um mês, ou multa, além da pena 
correspondente à violência. 
Parágrafo único - Se não há 
emprego de violência, somente se 
procede mediante queixa.

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