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Epífora em cãe TCE 22020 versão final

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Epífora em cães
Revisão de literatura
Ernando Rodrigues Rocha*
 Marcela Viana Triginelli **
Resumo
Epífora ou Dacriocistite é uma inconformidade oftalmica comum em cães. A alteração no funcionamento do sistema resulta em extravasamento do filme lacrimal pelo canto nasal. A interrupção do fluxo lacrimal no ducto, e a estenose de pontos lacrimais podem estar relacionados à epífora. As afecções do aparelho de drenagem lacrimal podem ter causas diversas como: congênitas ou adquiridas, E o tratamento tem como objetivo proporcionar uma melhora na drenagem lacrimal, e está relacionado à correção da causa. Porém como as causas são variadas, é difícil obter a cura completa. 
Este texto tem como missão ser uma revisão de literatura sobre a dacriocistite, e apresentar métodos diagnósticos e terapêuticos para essa afecção.
Palavras chave: Epífora, Lagrima, Cães, Dacriocistitte.
INTRODUÇÃO
Epífora é uma patologia comum na rotina de pequenos animais, caracterizada porum extravasamento do filme lacrimal pela região subocular levando a conjuntivites. É comum em determinadas raças de cães, e normalmente desenvolve-se devido à obstrução do fluxo lacrimal no sistema lacrimonasal no qual o volume de lágrimas excede o sistema de drenagem normal, e deve ser diferenciada da superprodução de lágrimas, denominado lacrimejamento ativo. O filme lacrimal possui papel importante no funcionamento da integridade ocular, sendo essa responsável pela lubrificação e nutrição da córnea, remoção de corpos estranhos e fornecimento de substâncias antibacterianas. Descrito como um fluido trilaminar, constitui-se das camadas lipídica, aquosa e mucosa. (GELATT, 2003), sendo 90 % configurado de camada aquosa. (DAVIDSON, et al; 2004)
Ha algumas variáveis para o início da patologia que alteram a drenagem das lágrimas d desde o fórnice conjuntival até o saco lacrimal (GELATT, 2003). Entre eles, encontram-se: malformações congênitas, agenesia dos pontos lacrimais, geralmente, associada à agenesia canalicular e do saco lacrimal, procedimentos cirúrgicos envolvendo a região medial da órbita comumente para a retirada de tumores, essencialemente o carcinoma basocelular de canto interno, falência da bomba lacrimal por flacidez palpebral ou paralisia facial e a canaliculopatia estenosante (BARROS; GUSSONI, 2003) 	Comment by 06144662618@newtonpaiva.br: Trecho muitoooo longo! Dividir em frases menores, senão fica muito cansativo de ler! Fazer o mesmo com o 1o parágrafo. 
A camada lipídica externa, gera uma cobertura fina e oleosa para a parte aquosa promovendo uma distribuição da lágrima sobre a córnea e retardando sua evaporação (KLEINER, 2003). A porção aquosa é a uma parte intermediária da lágrima, , composto por água, eletrólitos, glicose, glicoproteínas e proteínas lacrimais. A camada mucosa, a mais interna e em contato direto com o epitélio da córnea, é composta por mucina, uma glicoproteína secretada pelas células caliciformes da conjuntiva. Essa camada tem a função de preencher as irregularidades da córnea, promovendo uma superfície ocular opticamente lisa (GELATT., 2003). Parte do filme lacrimal sofre evaporação na superfície ocular, e o restante deve ser drenado pelo sistema de ductos nasolacrimais (GUSSONI; BARROS, 2003). O sistema de drenagem é composto pela puncta lacrimal, canalículo lacrimal, saco lacrimal, ducto nasolacrimal e puncta nasal. A puncta lacrimal é a abertura proximal do canalículo lacrimal, inserido no canto medial das pálpebras superior e inferior. O canalículo promove a comunicação da conjuntiva ocular com o saco lacrimal (SAMPAIO, 2003).
ASPECTOS ANATÔMICOS 
O aparelho de drenagem lacrimal do cão é composto pela puncta, canal lacrimal, saco lacrimal e ducto nasolacrimal (MURPHY; POLLOCK, 1993). Os ductos lacrimais ou canalículos localizam-se na margem da conjuntiva palpebral. A puncta é uma estrutura oval e seu eixo mais longo localiza-se paralelamente à margem palpebral. Ela é a abertura superior e inferior destes ductos (GELLAT, 2003)
A glândula lacrimal está localizada na região dorsolateral do olho e converge sua secreção, através de vários ductos excretores, no saco conjuntival. O fluido lacrimal é coletado por dois pontos lacrimais, que são pequenas aberturas na margem conjuntival das pálpebras superior e inferior, a 3 a 4 mm do ângulo medial. (SAMPAIO, 2005). Os pontos lacrimais conduzem aos canalículos, que convergem para o saco lacrimal, do qual o ducto nasolacrimal propaga o fluido para o meato nasal ventral (figura 1). A drenagem lacrimal é, além disso, auxiliada pela dilatação do saco lacrimal durante o piscar, devido à inserção de fibras do músculo orbicular em sua parede lateral. A subsequente geração de uma pressão negativa puxa as lágrimas do canalículo para o saco lacrimal. Durante relaxamento das pálpebras, o saco lacrimal é comprimido, forçando as lágrimas para dentro do ducto nasolacrimal. (SAMPAIO, 2005). 
Cada canalículo, superior e inferior, possui uma abertura individual; o saco lacrimal. No cão o saco lacrimal é pouco desenvolvido e está localizado em uma leve depressão no osso lacrimal. O ducto nasolacrimal promove a comunicação do saco lacrimal com a cavidade nasal, passando pelo osso lacrimal onde sofre um estreitamento. O ducto passa através de um canal na superfície do osso maxilar e termina no óstio nasolacrimal, localizada um centímetro para dentro das narinas externas. 
Figure 1 Esquema do sistema de drenagem lacrimonasal no cão.
Fonte: VIEIRA et al., 2020
AFECÇÕES DO SISTEMA LACRIMAL
Desordens no sistema da drenagem lacrimal do cão podem ser congênitas (anomalia do desenvolvimento) e adquiridas (inflamação, infecção ou trauma) (WOUK, 2007) sendo a primeira encontrada com mais frequência. Independente da causa da afecção, alterações na drenagem lacrimal cursam acompanhadas de epífora. Define-se epífora como o derramamento da lágrima que, por alterações anatômicas ou distúrbios funcionais, não é drenada pelo sistema lacrimal de maneira adequada. (VIEIRA et al., 2020) Será abordado nessa revisão de literatura, apenas as complicações adquiridas, em singular a dacriocistite 	Comment by 06144662618@newtonpaiva.br: Acredito que esse trecho não caiba na parte de "Aspectos anatômicos", mas como introdução do item "Afecções do sistema lacrimal"
A epífora é na clínica, a mais evidente das afecções oftalmicas, sugerindo a investigação da causa, a fim de se obter um diagnóstico preciso. (CARNEIRO, 1997)
DACRIOCISTITE
A dacriocistite é definida como a inflamação no interior do saco lacrimal e do ducto nasolacrimal. Dacriocistites em cães geralmente são secundárias a corpos estranhos que se alojam no interior do saco lacrimal (KLEINER, 2003). Pode ainda ser causada por dilatações císticas do ducto nasolacrimal ou pelo desenvolvimento de neoformações próximas a ele. Os sinais clínicos que caracterizam essa afecção constituem epífora, conjuntivite persistente, secreção conjuntival purulenta e fístulas que drenam ventralmente ao canto nasal (SAMPAIO, 2005). Para confirmação do diagnóstico o animal deve ser submetido a uma dacriocistografia, exame que permite a visualização do local de obstrução, ou uma dilatação do ducto ou, ainda, uma massa comprimindo parte do sistema de drenagem. Cultura e antibiograma do exsudato devem ser realizados em casos crônicos (GUSSONI; BARROS, 2003). 
A epífora em cães é diagnosticada, mas a causa não é investigada. Isso acontece porque alguns exames de auxílio diagnóstico são negligenciados, dificultando um tratamento efetivo. A dacriocistite causada por corpo estranho pode ser tratada clinicamente através da lavagem retrógrada ou normógrada do sistema de drenagem. Caso o resultado não seja satisfatório, o paciente deve ser submetido a um procedimento cirúrgico. (GELLAT, 2003; KLEINER, 2003) 
 
DACRIOCISTORRINOSTOMIA
Realiza-se a incisão da pele e tecido subcutâneo com 2,5 a 3 cm de comprimento a aproximadamente 1,5 cm do canto nasal e obliquamente a ele. Após dissecção romba e hemostasia por angiotripsia, tem-se acesso aoosso nasal, cujo periósteo é removido utilizando-se elevador periostal. Com uma broca de 2 a 3 mm, faz-se um orifício no osso nasal para acesso à fossa nasal. (WOUK, 2007) A “puncta” inferior é preparada para canulação com auxílio de um dilatador de “puncta” lacrimal. O dilatador é adiantado sob as fibras musculares até a incisão na região do osso nasal. 
No caso de um cão de médio porte deve-se utilizar uma sonda uretral no 6 ou 8 com um comprimento de aproximadamente 8 cm e com uma das extremidades previamente evertida, tornando-se auto-contensiva. No caso de um cão de pequeno porte pode-se utilizar a sonda tipo uretral para gatos do tipo “Tom Cat”.
Após a medição da cânula essa deve ser avançada em direção ao osso nasal, chegando então a cavidade nasal. É importante lembrar a necessidade de manter uma distancia da cavidade de aproximadamente 1 a 2 cm para que não ocorra irritação ocasionando infecções secundarias.
Na síntese, utiliza-se fio não absorvível sintético e pontos interrompidos simples envolvendo pele, subcutâneo e parte das fibras musculares.
Após a retirada da sonda utilizada, a robustez do novo trajeto de drenagem lacrimal pode ser avaliada através da aplicação tópica de fluoresceína no olho que sofreu intervenção, e sua posterior visualização no assoalho da narina ipsilateral. (KLEINER, 2003
CONSIDERAÇÕESFINAIS 
Normalmente as afecções do aparelho de drenagem lacrimal não colocam em risco a acuidade visual do paciente. 	Comment by 06144662618@newtonpaiva.br: Eu colocaria esse trecho no item acima. Nas considerações finais eu "responderia" ao objetivo, ou seja, a revisão permitiu o reconhecimento do problema. 
Dessa forma é necessário lembrar a importância de uma boa anamnese e um exame físico detalhado do animal na clínica. 
Existe uma grande variação e peculiaridades apresentadas no sistema de drenagem lacrimal de variadas raças de cães e gatos, sendo que em algumas, a tortuosidade predispõe o aparecimento de infecções crônicas devido a estase, gerando estenoses e obstruções ocasionando uma provável dacriocistite. 
Abstract
Epiphora or Dacryocystitis is a common non-conformity in dogs. The change in the functioning of this system results in leakage of the tear film through the nasal corner. The interruption of the lacrimal flow in the duct, and the stenosis of lacrimal points may be related to the epiphora. The conditions of the lacrimal drainage apparatus can have different causes, such as: congenital and acquired, and the treatment aims to provide an improvement in the lacrimal drainage, and is related to the correction of the cause. However, as the causes are varied, it is difficult to obtain a complete cure.
This text aims to be a literature review on dacryocystitis, and to present diagnostic and therapeutic methods for this condition.
Keywords: Epífora, Tear, Dogs, Dacryocystitis.
REFERENCIAS
CARNEIRO, FILHO, L. Manual de Oftalmologia Veterinária: um guia prático
para clínicos veterinários. São Paulo: Roca, 1997. .
GELLAT, K.N.. Doenças e cirurgia dos sistema lacrimal e nasolacrimal do cão, p.73-94. In: Ibid. (Ed.), Manual de Oftalmologia Veterinária. Manole, São Paulo. 2003
GUSSONI, F. R. A., BARROS, P. S. M. Epífora no cão: mensuração do pH da lágrima. Braz J Vet Res Anim Sci, n.40, p.87-94, 2003.
KLEINER J.A. Tratamento cirúrgico da epífora crônica em animais de companhia. Dissertação de Mestrado, Setor de Ciências Agrárias, Escola de Agronomia e Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 57p. 2003
MURPHY, C. J., POLLOCK, R.V.H., The Eye. In: EVANS, H. E. Miller’s Anatomy of the Dog. 3 ed. Philadelphia: W. B. Saunders Company, 1993
SAMPAIO, G.R. Estudo morfológico do sistema de drenagem lacrimal no cão [tese]. Botucatu: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, 2005.
VIEIRA, N.M.G et al. Avaliação da epífora de cães usando dacriocistografia e tomografia computadorizada. Pesquisa Veterinária Brasileira, Botucatu/SP, v. 35, n. 12, p. 989-996, 2015
VOLPATO, E.S.N., SILVA, R.C., PIZZANI, L. Manual de Apresentação de Trabalho Científico: tese, dissertação e monografia. Botucatu: Divisão Técnica de Biblioteca e Documentação, 2003.
Slatter D.. 1996 The Lacrimal System. In: Textbook of Small Animal Surgery. 2nd edn. Chicago: W.B. Saunders v.2. pp.1184-1194. 
LAVACH, J.D. Sistema lacrimal. In: SLATTER, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. Manole: São Paulo – SP, 2 ed. V 2, Cap. 84, 1998, p. 1415
SEBOLD, J. Q.; ARAUJO, C. V.; BASSETTO, K. V.; CASTRO, B. G. Cromodacriorreia em cães da raça poodle: aspectos semiológicos e lacrimais. Scientific Electronic Archives, [s. l.], 17 abr. 2019. 
WOUK, A. F. P. F. Cirurgia das vias lacrimais em cães e gatos. Acta Scientiae Veterinariae, Paraná, 2007. 
Graduando do curso Medicina Veterinária, Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte/MG ernando.rocha@gmail.com
**Orientador da disciplina de Estágio Supervisionado, curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte/MG

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