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1. FOTOGRAFIA 1.1 Fotografia como a “ferramenta” do animador q O animador assume-se como o técnico que desenvolve a Animação. q O animador é precisamente quem favorece a autogestão do grupo pelos próprios membros, facilita as atitudes, os comportamentos, as atividades, as relações que permitem uma participação ativa na vida do grupo, no poder de liderança, na tomada de decisões. 1. FOTOGRAFIA q A forma de atuar e de intervir do animador deve ser de acordo com os fins, propósitos, valores e princípios da Animação. q Daí que o seu trabalho consista fundamentalmente em atuar como facilitador, mais do que como coordenador ou organizador de atividades. 1. FOTOGRAFIA q Qualquer que seja o âmbito de atuação e de intervenção do animador, o seu papel compreende quatro aspetos principais que se complementam e, por vezes, cumprem-se em simultâneo: o Como dinamizador/facilitador, suscita, incita, sensibiliza, motiva e interessa as pessoas, dando alento à participação ativa das mesmas em programas ou atividades socioculturais, de acordo com o que as pessoas pensam ser pertinente fazer; o Como assistente técnico, no sentido em que proporciona elementos, conhecimentos e apoio técnico por forma a que, no processo de aprender fazendo, o próprio grupo disponha de apoio que permita realizar melhor as atividades que o grupo considera mais adequadas para dar resposta às suas necessidades e problemas; 1. FOTOGRAFIA q cont: o Como mediador, para contribuir e ajudar as próprias pessoas a terem em conta as suas experiências de vida como fonte de aprendizagem, ao mesmo tempo que ajuda a recuperar, sistematizar, avaliar e a implementar práticas sociais próprias; o Como transmissor, o animador atua no sentido de proporcionar certas informações, conhecimentos, técnicas sociais, habilidades e aprendizagem de novas competências, por forma a que as pessoas se apropriem desses conhecimentos e capacidades facilitadoras da resolução dos seus problemas e necessidades, ajudando a melhorar a qualidade de vida. 1. FOTOGRAFIA q Salienta-se a importância de promover a participação e a inclusão cultural. q A aprendizagem cultural e artística, o estímulo à descoberta das artes e à experimentação artística e o envolvimento em dinâmicas criativas e de cariz coletivo e criativo, devem ser promovidas pelos setores cultural, educativo e social, reconhecendo que «o contributo social das artes é predominantemente entendido como um contributo formativo e capacitante em si mesmo. 1. FOTOGRAFIA q Tais competências são decisivas para a formação das pessoas e a sua capacitação para ultrapassar as barreiras sociais, económicas e simbólicas que definem a sua condição vulnerável ou estigmatizada. 1. FOTOGRAFIA q Assim, é recomendado que haja um reforço da presença das artes e da cultura no meio comunitário, salientando que, para além da aquisição e desenvolvimento de competências técnicas, se somam outras, como o espírito de cooperação e de trabalho em grupo, a capacidade de coordenação e a autodisciplina, a compreensão de si e dos outros, a tolerância e a abertura ao diálogo intercultural. 1. FOTOGRAFIA q Neste âmbito, falar da imagem enquanto ato de comunicação, implica considerar a existência de uma linguagem (visual) e de uma série de signos (visuais), bem como de um processo em que tomam parte diferentes intervenientes, nomeadamente os emissores e os recetores da informação. 1. FOTOGRAFIA q Os diferentes territórios em que a imagem é fabricada e, se quisermos, os diferentes tipos de imagem, possuem uma lógica interna própria, marcada por convenções estilísticas, elementos simbólicos e modos de produção, que são distintos e afetam o significado transportado. q Os modernos estudos da imagem tendem a reforçar a ideia de que a imagem é uma forma de comunicação. 1. FOTOGRAFIA q Os olhos vêem o mundo através do coletivo em que nos situamos. q Em comunidade apuramos o olhar e modelamos os sentidos. q É, também, a comunidade que nos fornece os códigos através dos quais focalizamos o nosso olhar, representamos a realidade e criamos estruturas de sentido que, substituindo a realidade, nos comunicam algo sobre a mesma. 1. FOTOGRAFIA q No trabalho do animador sociocultural, a fotografia e a comunicação podem ser aliadas no processo de crescimento, envolvimento e participação dos públicos-alvo na sua comunidade. q A fotografia participativa pode ser uma forma dos participantes usarem e construírem um discurso apelativo para comunicar os seus interesses, inquietudes e perceções da realidade envolvente, com o propósito de mudança e participação nos contextos onde vivem. 1. FOTOGRAFIA q Aproveitando o grande entusiasmo e interesse das pessoas pela imagem e pelos meios tecnológicos visuais, pretende-se com este recurso criar um espaço de aprendizagem, de forma a poder proporcionar, aos participantes envolvidos, experiências significativas de captação fotográfica. 1. FOTOGRAFIA q Assim, um projeto de animação por meio da fotografia terá como premissa perceber qual o potencial da fotografia participativa como meio de expressão individual e de intervenção na comunidade local. 1. FOTOGRAFIA q Ao colocar desafios fotográficos aos participantes para serem os autores das suas fotografias, estima-se ser igualmente importante dar oportunidade de observar e dialogar sobre as fotografias por eles captadas. q A fotografia pode constituir uma forma de transformação e um meio de comunicação alternativo, atrativo, rápido e eficaz, encontrando-se cada vez mais constante nas suas vivências. 1. FOTOGRAFIA q Espera-se que quando o indivíduo fotografa, se estiver alerta para o poder da comunicação visual, o faça de um modo mais participativo, consciente do ato em si mesmo e, com autonomia, decidir como pode expressar-se e intervir na comunidade através da fotografia participativa. 1. FOTOGRAFIA q Um projeto de intervenção com recurso à fotografia poderá ter por objetivos: o Conhecer a capacidade de observação crítica dos indivíduos, através da fotografia participativa; o Perceber o potencial da fotografia participativa enquanto instrumento de intervenção; o Refletir sobre o papel da fotografia como meio para a comunicação; o Refletir sobre o papel da fotografia participativa na construção de experiências socioeducativas, significativas e prazerosas para um grupo de indivíduos. 1. FOTOGRAFIA q Por exemplo, a criação de um Clube de Fotografia pode despertar o olhar fotográfico, o espírito de observação, o pensamento crítico e divergente sobre a comunidade, promover diálogos e a leitura visual sobre e com fotografias, proporcionando a um grupo de crianças, a construção de experiências educativas. q Promovendo diferentes experiências contextualizadas utiliza-se a imagem fotográfica como meio expressivo para promover o olhar crítico e observador dos membros de uma comunidade e o seu envolvimento na transformação positiva dos contextos onde se movem, incutindo se possível, uma preocupação estética e uma noção de composição visual. 1. FOTOGRAFIA q Assim, estando implícita a participação e a colaboração dos elementos do grupo e, como meio de intervenção em diversos contextos sociais, a fotografia participativa tem o propósito de mudança de atitudes e contextos sociais. q É um processo pelo qual as pessoas podem identificar, representar e melhorar a sua comunidade através de uma técnica fotográfica específica. 1. FOTOGRAFIA q São confiadas câmaras nas mãos de pessoas que lhes permite agir como documentaristas, e potenciais catalisadores de ação social e de mudança, em suas próprias comunidades. q Como forma de intervenção, pode usar-se a fotografia participativa para criar dinâmicas no grupo e com o grupo, apelando à participação dos seus elementos. 1. FOTOGRAFIA q Assim, a fotografia participativa pode contribuir para uma transformação social, capaz de desenvolver o pensamento crítico e criativo e potencializar capacidades expressivas dos participantes. q Dando sequência à ideia de intervenção,com os resultados - fotografias representativas de uma determinada realidade que se perspetiva mudar - procura-se chegar a figuras influentes que podem agir e intervir numa comunidade ou causa social. 1. FOTOGRAFIA q A utilização da fotografia pelo animador poderá levá-lo a transmitir mensagens a partir de um código visual onde são reveladas as suas perspetivas por meio dessa linguagem. q Poderá também levá-lo a questioná-las e a compará-las com as de outros intervenientes no processo de animação, a estabelecer diálogo e debate a partir de elementos visíveis mas subjetivos dessa realidade contextual. 1. FOTOGRAFIA q Enquanto linguagem, esta poderá ser importante para estimular a comunicação, o debate e a participação no contexto comunitário, mas também para ajudar o animador a conhecer e a compreender essa realidade de modo a adequar a sua ação e a progredir no seu desenvolvimento profissional. 1. FOTOGRAFIA q Destacam-se também as potencialidades da fotografia na investigação, especialmente a de tipo qualitativo, enquanto documento que transforma a realidade, reformula identidades, constrói e evoca memórias individuais e coletivas e aumenta o conhecimento. q A ideia de necessidade de integração de cada elemento na comunidade parece encontrar-se subjacente ao mesmo e, nesse domínio, o registo de experiências de ação, interação e partilha com a utilização da fotografia parece-nos ser importante. 1. FOTOGRAFIA q Desse modo, estes registos são indicados para a sensibilização para um percurso que se desenvolve em comunidade num espaço e num tempo que convergem na história da comunidade. q A realização e a partilha de fotografias de forma frequente poderá ajudar a reforçar e a prolongar a identificação e a ligação com a comunidade, por suscitarem memórias e comunicação relativamente às experiências desenvolvidas e às imagens divulgadas. 1. FOTOGRAFIA q Reconhece-se, assim, a fotografia como um instrumento eficaz para o desenvolvimento da perceção visual e capaz de levar o ser humano a uma reflexão de vida, auxiliando, contudo, na construção social e cultural, pois a imagem fotográfica, por usa veracidade, pode propiciar a transformação da consciência humana devido às reflexões e às emoções que provoca. 1. FOTOGRAFIA
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