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O ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – determina que as crianças tenham seus direitos protegidos contra qualquer forma de exploração. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa a publicidade infantil no Brasil, dificultando, deste modo, a universalização desse direito tão importante. Diante dessa perspectiva, faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro, agravando, por meio da publicidade, a obesidade infantil e a antecipação da fase adulta. Em primeiro lugar, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater a obesidade nas crianças, tendo em vista que é um dos empecilhos mais graves da publicidade de alimentos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 340 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos estão obesos no mundo. Assim, torna-se imprescindível a regulamentação de publicidades infantis que visam o consumo excessivo de alimentos. Ademais, é fundamental apontar as inúmeras propagandas que contem erotização precoce como impulsionador da antecipação da fase adulta. Segundo a psicanalista Karin Szapiro, a erotização infantil pode causar danos irreparáveis para as crianças, como por exemplo, a cantora Melody, que aos 8 anos, foi alvo de inquérito do Ministério Público de São Paulo em 2015. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar. Depreende-se, portanto, a necessidade de combater esses obstáculos. Para isso, é mister que o Estado, por meio do Ministério das Comunicações - órgão governamental responsável pela regulação dos serviços de telecomunicação – realize análises fiscais das publicidades, a fim de sanar o uso de meios apelativos para a persuasão das crianças. Somente assim, será possível a realização de publicidades que agregam positivamente na vida das crianças brasileiras.
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