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Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA ANGINA DE PEITO DEFININDO A ANGINA DE PEITO Síndrome clínica caracterizada por episódios ou paroxismos de dor ou pressão na região anterior do tórax. FISIOPATOLOGIA Geralmente está associada a uma obstrução significativa de uma artéria coronária importante, de forma que outra não consiga suprir a área afetada. Tipo de Angina Descrição Estável A dor é previsível e surge mediante esforços e é aliviada durante o repouso. Instável Os sintomas são mais recorrentes e duram mais que a angina estável, podendo haver dor durante o repouso. Intratável ou refretária A dor torácica é tão intensa que incapacita o indivíduo. Variante Há dor mesmo em repouso com elevação reversível do segmento ST. Geralmente causada por vasoespasmo da artéria coronária. Silenciosa O indivíduo não refere sintomas, mas é possível identificar alterações eletrocardiográficas no teste de esforço. Alguns fatores podem estar associados a dor anginosa típica como: o Esforço físico: causa o aparecimento ou piora da dor devido ao aumento de demanda de trabalho miocárdico que está deficiente no recebimento de oxigênio. o Exposição ao frio: causa vasocontrição e aumento da pressão arterial, aumentando a demanda de oxigênio. o Alimentação excessiva: causa o aumento do fluxo para a área mesentérica para a digestão, reduzindo a disponibilidade para o miocárdio. o Estresse ou emoção excessiva: causa a liberação de adrenalina, aumenta a pressão arterial, aumentando a frequência cardíaca e o trabalho miocárdico. A angina de peito pode ser classificada segundo a Canadian Cardiovascular Society: Classe Atividade que provoca angina Limites de atividade I Esforço prolongado Nenhum II Caminhar >2 quarteirões Leve III Caminhar <2 quarteirões Acentuada IV Mínima ou repouso Grave MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A dor anginosa, produzida pela isquemia do miocárdio, pode variar de uma sensação de indigestão até uma sensação de sufocação, peso, desconforto e dor agonizante que vem acompanhada de ansiedade e sensação de morte iminente. A dor geralmente surge na região retroesternal e pode irradiar para pescoço, mandíbula, ombros e face interna dos braços, geralmente o esquerdo. Em mulheres pode ser irradiada também para a região abdominal. Outros sintomas que podem surgir são: fraqueza e dormência nos membros superiores, falta de ar, palidez, vertigem, sudorese, tonteira, náuseas e vômitos. Em pacientes com diabetes melito pode haver percepção reduzida da dor devido a neuropatia que interfere nos neurorreceptores. Em idosos a redução das respostas dos neurorreceptores também pode reduzir a intensidade e percepção da dor anginosa, sendo comum a presença de dispneia. TRATAMENTO A terapia farmacológica pode ser resumida no seguinte quadro: Medicamentos Indicações Nitratos Nitroglicerina Causa vasodilatação seletiva, reduzindo o consumo de oxigênio do miocárdico de curto a longo prazo. Betabloqueadores Metoprolol Atenolol Ao bloquear a estimulação beta-adrenérgica do coração, reduz o consumo de oxigênio. Bloqueadores dos canais de cálcio Anlodipino Diltiazem Indicado para pacientes que não tenham resposta efetiva aos betabloqueadores e em casos de vasoespasmo. Antiplaquetários Ácido Acetilsalicílico Clopidogrel Prasugrel Utilizado para prevenção da agregação plaquetária. Jhoniffer Matricardi – Cuidados de Enfermagem Anticoagulantes Heparina Enoxaparina Dalteparina Utilizado para prevenção da formação de trombos. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM Risco de perfusão tissular cardíaca ineficaz o Avaliar condições hemodinâmicas; o Avaliar tempo de enchimento capilar; o Aferir temperatura corporal; o Avaliar a dor do paciente e relatar: localização, intensidade, irradiação, duração e fatores agravantes; o Administrar oxigênio de 2-4 l/min para manter os níveis de saturação, exceto se houver a presença de DPOC. Risco de débito cardíaco diminuído o Avaliar, inicialmente, a cada 4h o desconforto torácico, realizar ausculta cardíaca e pulmonar e aferir a oxigenação. Ansiedade o Oferecer escuta qualificada; o Encorajar a participação familiar; o Auxiliar o paciente a compreender sua patologia e explicar sobre o prognóstico. Medo o Encorajar a expressar os sentimentos e oferecer apoio emocional; o Explicar sobre os procedimentos que serão realizados e oferecer feedback sobre a situação atual. Risco ou Intolerância à atividade o Auxiliar na deambulação; o Orientar paciente e família para que não realizem atividades que necessite de esforço; Distúrbio no padrão de sono o Manter cabeceira elevada em 45ºc (melhora da ventilação); o Manter ambiente calmo e orientar o paciente sobre as medidas de higiene do sono. REFERÊNCIAS GAZARIAN, P. K. Manejo de Enfermagem | Arritmias e Distúrbios da Condução. In: PELLICO, L. H. Enfermagem Médico-cirúrgica. 1ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2015. p. 440-59. HERDMAN, T. H.; KAMITSURU, S. (Org.). Diagnósticos de enfermagem da NANDA-I: definições e classificação 2018- 2020. 11ª ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2018. HINKLE, J. L. Brunner & Suddarth Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 14ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2020. [recurso online]. NASCIMENTO, J. S. et al. Intervenção da Enfermagem no Diagnóstico da Angina Instável. International Nursing Congress, v. 1, n. 1, 2017. Disponível em:< https://eventos.set.edu.br/cie/article/view/6165/2141>. Acesso em: 19 maio 2021. https://eventos.set.edu.br/cie/article/view/6165/2141
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