Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) DOENÇAS EXANTEMÁTICAS SARAMPO Definição e Etiologia: Doenças infecciosa e altamente contagiosa, causada por vírus de RNA do gênero Morbillivirus da família dos Paramyxoviridae. Epidemiologia: Atinge comumente crianças em idade escolar. Os recém-nascido também tornam-se bastante susceptíveis. Quadro clínico: Possui período prodrômico com febre, tosse, coriza e conjuntivite, seguida do aparecimento de exantema maculopapular generalizado. Sinais e sintomas do sarampo: Febre, mal-estar, tosse, coriza, conjuntive, cefaleia, dor abdominal, diarreia e mialgia. Manchas de Koplik - Desenvolvem-se na mucosa bucal em torno de dois dias antes do aparecimento do exantema. → São patognomônicas do sarampo e consistem de pontos brancos azulados de aproximadamente 1 mm de diâmetro, circundado por eritema. O exantema característico do sarampo começa duas semanas após a infecção, quando as manifestações clínicas são mais graves e sinalizam a resposta imune do hospedeiro para responder à replicação viral. → O exantema é inicialmente eritematoso e maculopapular, mas frequentemente progride para vesicular, petequial ou purpúrico. → O exantema do sarampo começa na forma de máculas eritematosas atrás das orelhas e no pescoço e na linha de implantação dos cabelos. → O exantema progride até atingir a face, o tronco e os braços, com o envolvimento de pernas e pés no final do segundo dia. PREVENÇÃO: IMUNIZAÇÃO AOS 12 MESES E AOS 15 MESES May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) RUBÉOLA Definição e Etiologia: Doença viral causada pelo togavírus e transmitida por via respiratória. Epidemiologia: É menos contagiosa, porém pode atingir crianças não vacinadas aglomeradas em lociis fechados como creches. Quadro clínico: a na fase prodrômica apresenta febre baixa, mal estar, artralgia. Na fase exantemática há exantema maculopapular, róseo, mais brando, há uma distribuição craniocaudal; não há descamação, gânglios retroauriculares e adenomegalia. Presença de enantema, “bolinhas” vermelhas em região de palato e de úvula. A grande maioria dos casos não tem manifestação clínica. A intensidade dos sintomas esta diretamente relacionada à faixa etária. ERITEMA INFECCIOSO Definição e Etiologia: a Doença causada pelo parvovírus humano B19, pode causar aplasia medular, principalmente nos pacientes falcêmicos. Geralmente possui evolução benigna. Epidemiologia: Acomete, preferencialmente, crianças de 2 a 14 anos. Quadro clínico: a na fase prodrômica ocorre febre baixa, cefaleia, sintomas de IVAS e linfadenopatia. Na fase Exantemática, Fase 1, ocorre 3 dias após os sintomas iniciais e se caracteriza por exantema em face, em regiões maxilares (bochecha esbofeteada); Fase 2, após 2 dias, ocorre pela disseminação para o tronco extremidades proximais, e do aspecto rendilhado; e Fase 3, 2 semanas após o desaparecimento do exantema, quando ocorre o surgimento da recidiva discreta em tronco e membros, principalmente com sol, calor e estresse. EXANTEMA SÚBITO OU ROSÉOLA Definição e Etiologia: a Herpes (HHV) 6 e 7 que provocam essa doença Epidemiologia: afeta principalmente crianças pequenas, menores de 2 anos de idade, transmissão ocorre durante período febril por via oral. Quadro clínico: pacientes apresentam febre alta >39,5oC de inicio súbito que dura por 3 dias, seguido de exantema, a criança se apresenta clinicamente estável durante o curso da doença, ela não apresenta outros sintomas. O exantema é leve, maculopapular, róseo, discreto, que dura de 2 a 3 dias. Se inicia na face, pescoço e no mesmo dia se dissemina, predominando no tronco. Raramente vai ter linfadenopatia, pode ter sintomas respiratórios, gastrointestinais. Deve se pedir hemograma para descartar outras doenças, como dengue. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) ESCARLATINA Definição e Etiologia: Doença infecciosa, aguda, causada pelo estreptococo B hemolítico do grupo A. Ocorre frequentemente associada a faringite. Epidemiologia: É muito mais comum no paciente entre 3 e 15 anos, muito raro em lactentes por persistência de anticorpos maternos protetores. Cerca de 20% dos pacientes são portadores assintomáticos. Quadro clínico: Quadro de dor de garganta e febre alta, mal estar geral, anorexia e astenia, que precede o exantema em 2 dias. O exantema inicia-se com vermelhidão no corpo, que começou pelo tronco, puntiforme, áspero, que desaparecia à compressão. A língua da criança apresentou-se inicialmente com uma secreção espessa, esbranquiçada, posteriormente com vários pontos vermelhos. Sete dias após o início do quadro há descamação da pele em placas. Sinais mais clássicos: sinal de Filatow (palidez perioral); sinal de Pastia (intensificação desse exantema nas regiões de dobras); língua de framboesa (bem característico, mas também pode ocorrer na doença de Kawasaki). VARICELA Definição e Etiologia: A varicela, é uma infecção onipresente e extremamente contagiosa, caracterizada por erupção exantemática vesiculosa. Causada pelo vírus vricela-zóster (VZV) Epidemiologia: é geralmente uma doença benigna da infância Quadro clínico: inicia com febre baixa, e após esse período surgem manchas vermelhas na pele, iniciando na face e couro cabeludo. Sobre essas manchas aparecem pequenas vesículas. O conteúdo das vesículas fica espesso, secando e formando uma crosta. As lesões evoluem para tronco, membro, mucosa oral, conjuntiva, conduto auditivo, genitália. Em uma mesma região você pode haver várias lesões em situações diferentes, crosta, vesícula, bolha. Há comprometimento tanto em mucosas quanto em pele. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) SÍNDROME MONO-LIKE Definição e Etiologia: define um quadro caracterizado por linfadenopatia generalizada de instalação aguda ou subaguda, que pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas, dependendo de sua etiologia, tais como: febre, faringite, esplenomegalia, rash cutâneo, fadiga e anormalidades hematológicas. A principal etiologia das SML é a infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV). No entanto, cerca de 10% dos casos têm como etiologia outros agentes infecciosos, são eles: → Os principais são o citomegalovirus (CMV), o Toxoplasma gondii e o HIV, que na fase aguda da infecção podem provocar um quadro semelhante ao da mononucleose infecciosa. Epidemiologia: Mais comum na infância e no final da adolescência Quadro clínico: Lactentes e crianças: → A maior parte das infecções por EBV em lactentes e em crianças pequenas é assintomática ou apresenta- se sob a forma de faringite leve, com ou sem amigdalite. • Idoso: → A mononucleose infecciosa no idoso manifesta-se com frequência por sintomas inespecíficos, como febre prolongada, fadiga, mialgias e mal-estar. → Por outro lado, faringite, linfadenopatia, esplenomegalia e linfócitos atípicos são relativamente raros em pacientes idosos. • Adultos jovens ou adolescente: → Fadiga, mal-estar e mialgia + febre, faringite e linfadenopatia; Exantema: erupções mobiliforme ou papulosa, exantema macular, eritema nodoso e eritema polimorfo. ARBOVIROSES DENGUE Definição e Etiologia: Infecção transmitida por artrópodes e causada por um flavivírus, que apresenta 4 sorotipos (DENV 1, 2, 3 e 4) Epidemiologia: grupos de risco para as formas mais graves são as gestantes, menores de 2 anos, adultos acima de 65 anos, pacientes com comorbidades. Alta prevalência na região nordeste. Quadro clínico: Sintomas mais comuns são febre alta, cefaleia frontal, dor retro-orbitária, mialgia grave. O paciente pode apresentar exantema maculopapular começando pelo tronco e se espalhando para extremidades e face. Prurido cutâneo: → Uma característica importante e que pode causar confusão no diagnóstico é a presença de prurido cutâneo associado. Por vezes, na ausência de febre, os pacientes são erroneamente diagnosticados como portadoresde quadros alérgicos. Manifestações hemorrágicas: → Sangramentos gengivais, epistaxe, metrorragia e petéquias ou equimoses. → Mesmo na dengue sem complicações, pequenas manifestações hemorrágicas podem estar presentes. Assim, sangramentos gengivais, epistaxe, metrorragia e petéquias ou equimoses podem ser observados. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) ZIKA Definição e Etiologia: A febre do zika vírus é uma doença causada pelo vírus do gênero Flavivirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo o Aedes aegypti o principal vetor Epidemiologia: grupos de risco para as formas mais graves são as gestantes, menores de 2 anos, adultos acima de 65 anos, pacientes com comorbidades. Alta prevalência na região nordeste. Quadro clínico: Gripe, febre, cefaleia e mal-estar Exantema maculopapular, conjuntivite, mialgia e artralgia: → Um exantema maculopapular, conjuntivite, mialgia e artralgia geralmente acompanham ou seguem essas manifestações. CHIKUNGUNYA Definição e Etiologia: A Febre de Chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo Aedes aegypti o principal vetor. Epidemiologia: Os grupos de risco para as formas mais graves são as gestantes, menores de 2 anos, adultos acima de 65 anos, pacientes com comorbidades. Alta prevalência na região nordeste. Quadro clínico: Febre, artralgia grave, calafrio + sintomas constitucionais (dor abdominal, anorexia, hiperemia conjuntival, cefaleia, náuseas, fotofobia). Poliartrite migratória. Exantema: → O exantema pode aparecer no início ou até vários dias após; seu desenvolvimento em geral coincide com a defervescência, que ocorre por volta do segundo ou terceiro dia de doença. → O exantema é mais intenso no tronco e nos membros, e pode descamar. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) HERPES SIMPLES Definição e Etiologia: O herpes simples é uma infecção causada pelo vírus herpes humano (HSV), e é uma das infecções mais comuns aos seres humanos. O HSV-1 é responsável por infecções na face e no tronco, enquanto o HSV-2 está relacionado com as infecções na área genital, de transmissão geralmente sexual. A infecção primária pelo HSV-1 geralmente acontece na primeira infância, mas também pode acometer adolescentes e adultos. É transmitida pelo contato direto com os lábios de uma pessoa infectada. O vírus também pode ser transmitido por via sexual. É um vírus de DNA, envelopados. Existem centenas de herpes, mas apenas 8 infectam seres humanos: Os herpes vírus 1 e 2 são chamados de Vírus do Herpes simples (HSV 1 e 2) e são responsáveis pelo acometimento oral ou genital, sendo o HSV-1 de predomínio orofacial e o HSV-2, de predomínio genital. O herpes vírus 3 é também chamado de vírus varicela-zóster, causador da varicela e herpes zoster. O tipo 4 é o Epstein-Barr vírus (EBV), causador da mononucleose infecciosa, além de outras patologias oncológicas como o linfoma de Burkitt. O tipo 5 é o Citomegalovírus (CMV), responsável pela síndrome mononucleose infecciosa. O tipo 6 e 7 são os Roseolovírus, causadores da sexta doença (roséola infantum ou exantema súbito), e, por fim, o herpes vírus tipo 8 é o vírus associado ao sarcoma de Kaposi (KSHV). Patogenia: Na infecção primária, o vírus se incorpora no genoma do hospedeiro em células do local de infecção e em alguns reservatórios do organismo, que são muitas vezes tecidos nervosos, como o gânglio dorsal e o nervo trigêmeo. Após período de latência, que pode durar meses ou até anos, diante de algum estímulo, esse material genético se replica, podendo gerar a doença recidivante. Entre os possíveis fatores que podem desencadear a reativação do vírus, tem-se o estresse, a imunodepressão, uso de corticosteroides e exposição solar. Essa característica de reativação garante a possibilidade de aparecimento da doença em diversos episódios, sempre diante de algum estímulo. Quadro clínico: Infecção oral: O vírus persiste em estado latente nos gânglios trigêmeos. A gengivoestomastite e faringite são as manifestações mais comuns da infecção primária, enquanto o herpes labial é a apresentação mais comum da reativação. A infecção primária tem período de incubação de 2 a 12 dias e se caracteriza por múltiplas lesões orais dolorosas, com linfadenopatia local; pode haver sintomas sistêmicos como febre, mal-estar e cefaleia. As lesões são autolimitadas e, mesmo sem tratamento, duram cerca de 12 dias. Já as lesões por reativação raramente são associadas a sintomas sistêmicos. Cerca de 85% apresenta pródromos 24 horas antes do apa- recimento das lesões periorais como dor, queimação, formigamento e prurido. As lesões se apresentam como vesículas que evoluem para ulceração oral-labial localizada, com borda eri- tematosa e crosta, em cerca de 5 a 8 dias, se não houver tratamento. A frequência das reativações é bastante variável, podendo ocorrer uma vez por mês ou duas vezes ao ano. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) Manifestações cutâneas A infecção da pele do dedo é conhecida como “whitlow herpético” e ocorre pela quebra na barreira da pele. São autolimitadas e, se não tratadas, curam ao longo de 2 a 3 semanas. A infecção que acomete o rosto, pescoço e braços é chamada de herpes gladiatorum. Pacientes portadores de dermatite atópica e herpes vírus po- dem apresentar o eczema herpético, principalmente em uso de imusossupressores. Essas lesões são vesiculares e dolorosas e podem se espalhar rapidamente sem terapia, podendo evoluir com grave morbimortalidade. Manifestações oculares: Ocorrem em até 5% dos pacientes, mas pode levar à perda visual e cegueira, tendo como as complicações mais comuns: a ceratite e a necrose retiniana aguda. Manifestações graves: A presença dessas manifestações está associada a fatores de risco como infecção por HIV, malignidade, transplante de órgãos, desnutrição, gravidez e idade avançada. Podem ocorrer síndromes neurológicas como encefalite, paralisia de Bell, meningite asséptica, hepatite, infecções do trato respiratório e esofagite. Infecção genital As manifestações podem ser divididas em: primária, quando a infecção ocorre em paciente sem anticorpos para o HSV-1 ou HSV-2 e não-primária, que consiste na aquisição do HSV-1 genital em paciente com anti- corpos para o HSV-2, ou o contrário), e a recorrente, na qual a reativação do HSV genital é do mesmo tipo de anticorpos presentes no soro. Cada um dos tipos pode ser sintomático ou assintomático e não há diferenças claras na apresentação clínica do HSV-1 em comparação ao HSV- 2. Quando sintomáticos: Infecção primária consiste geralmente em ul- cerações genitais bilaterais vesicobolhosas, com linfadenopatia dolorosa e possibilidade de sintomas sistêmicos. Em alguns casos mais acentuados, a hiperestesia ou analgesia da região perineal pode cursar com retenção urinária ou constipação. A reativação é mais frequente no primeiro ano após a primo-infecção e é mais comum no HSV-2 do que no HSV-1, as manifestações são menos graves e a duração média das lesões é geralmente mais curta. Mulheres com herpes genital podem transmitir o vírus para os bebês durante o parto, principalmente nos casos de infecção primária. Pacientes imunocomprometidos tendem a apresentar episódios de infecção genital sintomáticos, podendo evoluir com extenso en- volvimento mucocutâneo e desenvolvimento de úlceras crônicas e recorrentes, além de quadros graves. As recorrências tendem a ser mais frequentes, extensas e de maior duração. May Freitas (Febre, Inflamação e infecção) Diagnóstico: O diagnóstico da doença herpética mucosa ou cutânea é feito clinicamente, através da história clínica e apresentação das lesões. Apesar disso, o diagnóstico da herpes genital baseado apenas na história e exame físico pode ser impreciso, até porque a apresentação das lesões podem ser variadas. Por isso, se disponível, pode-seconfirmar a suspeita com exames laboratoriais, como a cultura viral, PCR, anticorpo direto ou testes sorológicos específicos. Tratamento: Existem três aspectos principais a serem abordados neste tópico: terapia farmacológica, controle sintomático e suporte psicológico. Os agentes antivirais disponíveis para a infecção pelo herpes vírus são o aciclovir, o valaciclovir e o famci- clovir, que interferem na síntese do DNA viral. Terapia deve ser iniciada até 72horas após o início dos sintomas Deve-se iniciar a terapia em até 72 horas para alcançar o benefício. O aciclovir pode ser usado por via oral a 200mg, 5 vezes ao dia, porém pode ser feito esquema alternativo de 400mg a cada 8 horas. O valaciclovir, por sua vez, pode ser administrado a 1g, 2 vezes ao dia, e o famciclovir, 250mg, 3 vezes ao dia. O tratamento habitual tem duração de 7 a 10 dias, a depender da gravidade dos sintomas e da resposta à terapia. Episódios recorrentes – analgesia com AINES, anestésicos tópicos
Compartilhar