Análise do filme Mãos Talentosas

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CAMPUS SANTA CRUZ
CURSO DE PSICOLOGIA
FERNANDA FLOR LOPES SANTOS
ANÁLISE DO FILME – MÃOS TALENTOSAS: A HISTÓRIA DE BEN CARSON
RIO DE JANEIRO
ABRIL/2021
FERNANDA FLOR LOPES SANTOS
ANÁLISE DO FILME – MÃOS TALENTOSAS: A HISTÓRIA DE BEN CARSON
Trabalho Para Disciplina Estágio Em Teoria Cognitivo Comportamental. 
Supervisionado pelo Professor: Alexandre Villalba.
RIO DE JANEIRO
ABRIL/2021
Análise do filme: Mãos Talentosas.
Ao longo do texto veremos uma análise do filme Mãos Talentosas a luz da Terapia Cognitivo Comportamental. Para compreendermos tal abordagem é necessário saber que uma de suas proposições fundamentais é a de que a atividade cognitiva influencia o comportamento e que o modo que o ser humano percebe uma situação afeta ou interfere no seu comportamento, sentimento e cognição. Segundo o Modelo Cognitivo há três níveis de cognição, que são os pensamentos automáticos – que são pensamentos eliciados a partir de uma situação e são espontâneos e repentinos, as crenças centrais – que são crenças desenvolvidas na infância, portanto são mais rígidas e inflexíveis e, por fim, as crenças intermediárias – como o nome sugere, são crenças intermediárias às crenças centrais e aos pensamentos automáticos, são regras e pressupostos que o indivíduo possui para si.
Mãos talentosas é o filme que conta a história de um neurocirurgião negro de fama mundial, mas origem humilde chamado Dr. Ben Carson. O filme inicia-se mostrando o neurocirurgião em ação no hospital onde é chefe da neurocirurgia pediátrica e logo sendo solicitado para estudar as possibilidades de realizar uma cirurgia em dois bebês gêmeos siameses unidos pela parte posterior da cabeça.
Em seguida mostra o começo de sua história, ainda na nova escola pra onde precisou ir após a mudança de casa, em determinada parte do filme, a mãe procura ajuda em um centro psiquiátrico e conta um pouco de sua história, morou em um lar adotivo até conhecer seu esposo aos 13 anos e casar-se com ele, mas tudo mudou quando a mãe descobriu que o homem tinha uma outra família e que traficava drogas, por esse motivo ela precisou alugar a casa que ficou para ela e os filhos após o divórcio e mudar-se para uma outra casa para conseguir sustentar os filhos com o aluguel mais o dinheiro que fazia como faxineira e babá.
Ainda na escola no menino parece não se adaptar, começa a tirar notas baixas até que a mãe descobre que isso é decorrente do fato dele precisar usar óculos, mas como sofria com as brincadeiras de mau gosto dos alunos de sua classe por sempre tirar notas inferiores que as deles, Ben sempre se colocava para baixo e descrevia-se como “Eu sou burro”, “Eu não tenho imaginação”, “Meu cérebro não funciona” mesmo que sua mãe dissesse o contrário a você e seu irmão, “Vocês são inteligentes” e quando ele tirou uma boa nota em uma prova “Eu sabia que você ia conseguir”.
Carson ganhou um prêmio na escola como melhor aluno e enquanto parte dos professores e sua mãe comemoravam e o aplaudiam, até que uma de suas professoras fez um discurso um tanto constrangedor, dizendo aos outros alunos que se ele (leia nas entrelinhas, um aluno negro) conseguiu, os outros não conseguiam por que não buscavam. Anos mais tarde, já na universidade de Yale, em um diálogo com sua namorada, Ben fala como se sente na faculdade onde ganhou uma bolsa e diz que “Yale é muito para mim, enquanto você faz 3 horários tenho problemas com 1”, “O que estou fazendo aqui? Todos se graduaram antes de mim e se eu não passar no último exame vou perder a bolsa, não vou ser médico”.
Até que ele começou a usar leitura, o que julgava saber fazer melhor em termos de estudos, como instrumento e técnica para aprender os conteúdos que tinha dificuldade na faculdade para realizar seu exame final e, utilizando-o conseguiu se formar na faculdade.
Após análise do filme, podemos identificar seus pensamentos automáticos através de suas falas que sugerem crenças de desamparo e desvalor. Desamparo é caracterizado quando a pessoa pensa ser frágil, incapaz, incompetente ou inadequada e foi identificada no trecho da conversa que Ben tem com sua namorada na faculdade, onde o mesmo diz não saber o que faz nesse lugar, mesmo tendo passado com uma posição boa para ganhar uma bolsa estudantil. 
O desvalor é caracterizado pela pessoa que tem como ideia absoluta não ter valor algum e em várias de suas conversas com a sua mãe o menino classificava-se como “burro”, além disso, em outros momentos o rapaz viu-se em situações como moralmente ruim, por exemplo quando o colega da escola mexe no seu rádio e eles iniciam uma briga e Carson tenta furá-lo com uma faca. Após o acontecido ele corre para sua casa, entra em seu quarto e começa a orar, pedindo que Deus tire essa raiva que ele tem expressado (nessa situação é possível identificar que o rapaz se sente como uma pessoa intolerável e ruim). Uma das estratégias compensatórias que chama atenção é o menino sempre ter que estudar mais, sua mãe o cobrava isso e na faculdade ele também cobrou de si o mesmo.
O filme nos permite analisar como as crenças disfuncionais podem nos limitar e até mesmo nos fazer parar, mas algo que bom para o rapaz foi o incentivo de sua mãe que sempre mostrava acreditar nele e dizia-o que ele até poderia fazer tudo que os outros faziam, mas de uma maneira melhor.
Referência:
Mãos talentosas: a história de Bem Carson. Direção: Thomas Carter. Produção de John Pielmeier e Dan Angel. Local: TNT, 2009.