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Ventilação Mecânica Profª Rosane Bernardes. Intubação Intubação Paciente em Ventilação Mecânica Traqueostomia Paciente Traqueostomizado Ventilação Mecânica - Conceito Manutenção da oxigenação e/ou ventilação dos pacientes portadores de Insuficiência Respiratória Aguda de maneira artificial, até que estes estejam capacitados a reassumí-la. • “A VM é um método de suporte para o paciente durante uma enfermidade, não se constituindo em um tratamento curativo”. II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, 2000. HISTÓRICO - INÍCIO • Quando se verificou que, com um hemitórax aberto, um animal morria por causa de colapso alveolar, esforço musculatório crescente e alterações hemodinâmicas, começaram a surgir estudos para desenvolver métodos para a insuflação pulmonar. VM - Histórico 1530-PARACELSO- fole manual para insuflação pulmonar de pessoas recentemente falecidas. 1555-ANDREAS VESALIUS- insuflação pulmonar via traqueal (ressuscitação cardiopulmonar). 1869-FREDERIC TRENDELEMBURG- iniciou anestesia em humanos por tubo rígido adaptando-se balonete. VM - Histórico 1887- FELL O’DWYER- Equipamento de intubação laríngea com tubo de metal capaz de oferecer suporte ventilatório para pacientes com obstrução das Vias Aéreas devido difteria. 1893-GEORGE E. FELL- Equipamento semelhante movido por um fole manual para ser aplicado por uma máscara bem vedada (aerofagia) ou por traqueostomia. Carlos R.R Carvalho, Ventilação Mecânica; vol 1 Básico, 2000. Aparelho de Fell-O’Dwyer: 1887, fabricado em aço niquelado com 3 ponteiras cônicas de aço e 2 de “vulcanita”. O ar oriundo de uma sanfona de pé passava aos pulmões através de ponteiras graduadas que eram introduzidas na laringe. VM - Histórico 1928- PHILIP DRINKER e LOIS SHAW- Pulmão de Aço (surtos poliomielite). Primeiro aparelho de ventilação mecânica com pressão negativa. 1932 - Todo hospital Americano possui um modelo. Carlos R.R Carvalho, Ventilação Mecânica; vol 1 Básico, 2000. Equipamento recebido em 1963 pela Faculdade de Medicina da UFRGS, vê-se o Prof. Mario Rigatto introduzindo o paciente no Pulmão de Aço. Pulmão de Aço Pulmão de Aço Epidemia de Poliomielite em 1955. Epidemia de Poliomielite em 1955. VM - Histórico Primeira metade século XX – Ventilador Tipo Couraça (couraça torácica ou toracoabdominal/ rígido/pressões negativas) produzido pela J.H. Emerson Co.(hipoventilação). 1952-LASSEN- Epidemia da poliomielite em Copenhague: TQT-tubo com balonete; compressão manual de bolsa de anestesia com 50% de O2. 200 estudantes medicina foram recrutados (turno de 8 horas). Ventilador Tipo Couraça VM - Histórico 1953-ENGSTRON- desenvolveu respirador mecânico com pressão positiva na inspiração e expiração ativa por cinta inflável na parte inferior tórax. 1957 – HENRY BIRD- 1º Respirador pneumático ciclado à pressão positiva intermitente BIRD MARK 7. 1955- Vacina SALK / 1960 – Vacina SABIN : desaparecimento da insuficiência respiratória pela poliomielite. VM - Histórico ! Técnicas com Pressão Positiva - maiores vantagens sobre a pressão negativa. ! Após 2° Guerra Mundial – ampliação do conhecimento da fisiologia respiratória. Década de 60 / 70 VM Ciclada a Volume ! Surgimento das primeiras UTIs. ! TQT com balonetes cilíndricos de baixa pressão. ! Conceito de modalidade assistida e Ventilação mandatória intermitente (IMV). ! Descrita a SARA ! Ventiladores capazes de garantir fluxo e volume independente da condição pulmonar ! VC = 10 a 15 ml /kg para evitar atelectasia ! PEEP como medida extrema para aumentar PO2 evitar toxicidade O2 Década de 80 – VM Microprocessados ! Surgem diferentes modalidades ventilatórias ! Diferentes formas de fluxo ! Surgimento da pressão controlada ! Surgimento da pressão de suporte Década de 90 ! Conceito de Volutrauma - VC mais baixos ! Conceito de Lesão Pulmonar Induzida pela VM ! VM terapêutica ! Hipercapnia permissiva na SARA e preferência por limitação da pressão ! Uso de PEEP para evitar colapso e LPIV ! Uso racional da VMNI evitando IOT. ! Métodos voltados para o desmame difícil. VM - Histórico VM - Definições ! Ventilação: ação pelo qual o sistema respiratório renova o ar alveolar, disponibilizando-o para a troca gasosa. VM - Definições ! Ventilação espontânea: quando o indivíduo realiza essa tarefa sozinho, utilizando-se da musculatura respiratória (diafragma). ! Ventilação mecânica: necessidade de auxílio de um dispositivo externo para promover a ventilação. ! Ventilador: dispositivo utilizado para executar a tarefa de mover ar para os pulmões. VM – Objetivos Fisiológicos ! Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar (Ventilação Alveolar/Oxigenação Arterial). ! Aumentar o volume pulmonar (insuflação pulmonar respiratória final/otimizar a CRF). ! Reduzir o trabalho muscular respiratório. VM – Objetivos Clínicos ! Reverter hipoxemia;* ! Reverter a acidose respiratória aguda; ! Reduzir o desconforto respiratório;* ! Prevenir ou reverter atelectasias; ! Reverter a fadiga dos músculos respiratórios;* ! Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromuscular; ! Reduzir o consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico; ! Reduzir a pressão intracraniana; ! Estabilizar a parede torácica. * Reduzindo o consumo de oxigênio e aumentando a oferta de oxigênio. VM – Princípios Básicos Didaticamente a VM com pressão positiva pode ser dividida em 4 fases: 1. Fase Inspiratória; 2. Mudança da fase inspiratória para a fase expiratória – ciclagem; 3. Fase expiratória; 4. Mudança da fase expiratória para a inspiratória – disparo. Tins Ciclo Respiratório Texp Inspiração Expiração Ciclo Ventilatório VM – Parâmetros Programáveis Fração Inspirada de Oxigênio (FiO2) - Porcentagem de O2 enviada a cada ciclo ventilatório. - FiO2 21% a 100%. - Manter FiO2 suficiente para obter SaO2 ≥ 90% e PaO2 ≥ 60 mmHg. - É avaliada pela gasometria arterial e pela SaO2. - Índice Oxigenação: PaO2 ≥ 200. FiO2 VM – Parâmetros Programáveis Pressão Positiva ao Final da Expiração (PEEP) - Paciente IOT/TQT: perda da PEEP fisiológica (glote aberta). - 3 a 5 cmH2O (adultos); 2 a 4 cmH2O (crianças). - Utilizada em todas as modalidades. - Relacionada com as trocas gasosas (Melhora oxigenação). VM – Parâmetros Programáveis Volume Corrente (VC) - Está relacionado com o peso corporal (peso ideal). - Volume de gás ofertado aos pulmões em cada ciclo ventilatório. - VC = 6-8 ml/kg. VM – Parâmetros Programáveis Pressão Inspiratória (P insp. / IPAP) - Pressão ofertada aos pulmões na fase inspiratória. - Ajustada no modo ventilatório pressão controlada. - Valores utilizados: 15 – 20 cm H2O. * Observar expansibilidade torácica e Volume Corrente Exalado (Vt). VM – Parâmetros Programáveis VC ou Pinsp ↓ VC ou Pinsp ↑ - hipoventilação. - hiperventilação. - ↑ PaCO2. - ↓ PaCO2. - ↑Efeito shunt. - barotrauma/volutrauma. - atelectasias. - hiperdistensão alveolar. VM – Parâmetros Programáveis Fluxo Inspiratório - Velocidade com que o VC é fornecido ao paciente. - Relação I:E. - 40-60 L/min. - Fluxos baixos/lentos (‹ 40):↓t exp( auto-PEEP). - Fluxos altos/ rápidos (› 60):↓t insp e ↑t exp (DPOC/Asma). • Tempo Inspiratório - Relação I:E. - 0,8 à 1,2 segundos VM – Parâmetros Programáveis Frequência Respiratória (FR) - Número de ciclos respiratóriosdurante 1 minuto. - Depende da faixa etária, doença e do modo de ventilação escolhido. - Deve ser ajustado de acordo com a PaCO2 e pH desejados. - 12 – 20 cpm. VM – Parâmetros Programáveis Pressão de Suporte (PS) - Liberação de uma pressão nas VAs a fim de auxiliar a fase inspiratória. - Objetivos: manter um Vt próximo ao ideal; ↓ o WOB respiratório, evitar a atrofia da musculatura ventilatória e a fadiga muscular, ↓resistência das VAs. - Valores: mínimo 5-7 cmH2O VM – Parâmetros Programáveis Sensibilidade - Utilizada nos ciclos assistidos e espontâneos. - Escala varia -0,5 a -20 cmH2O. Tipos de Ciclos CONTROLADOS: iniciados e finalizados pelo VM. ASSISTIDOS: iniciados pelo paciente e finalizados pelo VM. ESPONTÂNEOS: iniciados e “finalizados” pelo paciente. Tipos de Ciclos Ciclos/Disparo e Ciclagem Disparo Ciclagem Controlados Ventilador Ventilador Assistidos Paciente Ventilador Espontâneos Paciente Paciente Disparo: Tempo: FR Ciclagem: Volume Tempo Insp. Sensibilidade Ciclagem: Volume Tempo Insp. Disparo: C A Ciclos Controlados x Assistidos Disparo: Sensibilidade Ciclagem: Fluxo Fluxo 100% 25% Tempo Ciclos Espontâneos MODOS VENTILATÓRIOS ! Tipos de ciclos disponibilizados pela modalidade - Modos Básicos ! Tipos de controle exercidos sobre os ciclos - Modos de Controle MODOS DE CONTROLE ! Volume Controlado ! Pressão Controlada ! Pressão de Suporte Volume Controlado " Ciclagem : volume " Pressão variável " Ajuste de volume e fluxo inspiratório " Fluxo , frequência respiratória determinam relação I:E " Modo básicos associados: C, A/C ou SIMV Volume Controlado " Vantagens: - volume garantido " Desvantagens: - pressão de vias aéreas variável - na presença de auto – peep risco de barotrauma Pressão Controlada # Pressão constante nas vias aéreas durante toda fase inspiratória . # Ciclagem: tempo # Fluxo livre e decrescente # Volume variável # Tempo inspiratório e frequencia determinam relação I:E # Modo básicos associados: C, A/C ou SIMV Pressão Controlada " Vantagens: -controle da pressão nas vias aéreas -melhor estabilização alveolar (pressão constante) -fluxo livre desacelerado " Desvantagens: - volume variável Pressão de Suporte (PSV) $ Pressão constante nas vias aéreas durante toda fase inspiratória $ Ciclagem: fluxo $ Fluxo livre desacelerando $ Modo:SIMV, espontâneo Pressão de Suporte (PSV) " Vantagens: - controle da pressão - fluxo livre e desacelerado - facilita desmame " Desvantagens: - não garantia do volume Pressão de Suporte (PSV) Parâmetros Pré-determinados PSV Pressão de Suporte PEEP Sensibilidade FiO2 MODOS BÁSICOS ! Controlado ! Assistido/ Controlado ! SIMV Ventilação Mandatória Controlada (CMV) ! Ventilador disponibiliza apenas de ciclos controlados ! f programada ! Ventilador define o período entre os ciclos Ventilação Mandatória Controlada (CMV) Ventilação Assisto Controlada (A/CMV) ! Ventilador disponibiliza de ciclos controlados e assistidos ! f programada ! Ajuste de sensibilidade ( Ciclos Assistidos ) ! O ventilador define as janelas de tempo ! O início do tempo de janela se reinicia a cada ciclo Ventilação Assisto Controlada (A/CMV) Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV) ! A ventilação é intermitente e sincronizada ! Ciclos controlados, assistidos e espontâneos ! Ventilador utiliza janelas de tempo ! Janela de tempo não é reiniciada a cada ciclo Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV) Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada (SIMV) SIMV / Pressão SIMV / Volume Pressão Insp Volume Corrente Tempo insp. Fluxo insp. Pressão de suporte Pressão de suporte PEEP PEEP fR fR FiO2 FiO2 Sensibilidade Sensibilidade • Escolher o tipo de ventilação/ modos de controle e modos básicos. • Essa escolha depende da idade do paciente, da doença e do tipo de aparelho disponível no hospital. • Adequada regulagem dos parâmetros do VM escolhido. No que vou me basear para ajustar a VM? • Diagnóstico; • Quadro Clínico; • Fisiopatologia; • Gasometria; • Radiografia; • Drogas recebidas; • Efeitos fisiológicos das alterações da VM; • Fisiologia Cardio-Respiratória; • ... Como seu último ajuste do ventilador afetou seu paciente ? Apenas olhe, do ponto de vista dele.
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