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PDF POLITICAS 2020 01

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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Políticas Públicas
Para iniciar a disciplina acerca do estudo das políticas públicas, trataremos do 
conceito a respeito do tema, para então aprofundar nas questões relativas aos 
objetivos e finalidades, isso porque, para situar a matéria no contexto histórico 
e compreender seu âmbito de atuação, é importante iniciar com a definição do 
conceito.
Assim, políticas públicas, tradicionalmente, compreende os conjuntos de programas, 
ações e decisões tomadas pelos entes estatais nacionais, estaduais ou municipais, 
com a participação direta ou pela combinação de esforços de determinados setores 
da sociedade civil, com a finalidade de garantir direitos para grupos da sociedade 
ou determinados segmentos sociais, étnicos e econômicos.
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Em outras palavras, políticas públicas são programas desenvolvidos pelo Estado 
dedicados a garantir o bem-estar da população, colocando em prática direitos que 
estão previstos na Constituição Federal e na legislação vigente. Não obstante essa 
consideração, é possível o desenvolvimento de políticas públicas para direitos que 
não estejam previstos na lei, mas que, com o passar do tempo, sejam considerados 
como uma necessidade para o bom convívio em sociedade.
Destarte, a respeito do conceito de políticas públicas, ele pode ser estudado sob 
dois enfoques diferentes: o político e o administrativo.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Pelo sentido político, a política pública é encarada como um processo de tomada 
de decisão pelo governo sobre o que fazer e não fazer a respeito de determinado 
direito, o que naturalmente envolve conflitos de interesses que precisam ser 
debatidos para melhor atender a sociedade. Pelo viés administrativo, de outro lado, 
a política pública compreende o conjunto de projetos, ações e atividades realizadas 
pelo governo.
Com relação à implementação de políticas públicas, o trabalho de planejamento, 
criação e execução das ações e programas é uma tarefa realizada em conjunto 
entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
Logo, tanto o Poder Legislativo quanto o Poder Executivo podem propor políticas 
públicas, sendo tarefa do primeiro a criação das leis referentes a uma determinada 
política pública e do último a do planejamento de ação para aplicação da medida. 
Por fim, o Poder Judiciário tem a tarefa de realizar o controle da lei criada e 
confirmar se a mesma é adequada para cumprir o objetivo a que destina.
No tocante aos direitos garantidos aos cidadãos que podem ser objeto de deliberação 
de políticas públicas, podemos citar educação, saúde, trabalho, assistência social, 
moradia, transporte, meio ambiente, entre outros.
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Evolução Histórica
A importância do campo do conhecimento denominado políticas públicas, 
compreendida como regras e modelos que regem a atuação do Estado, registraram 
um significativo ressurgimento em seu campo de atuação.
Entre os fatores que contribuíram para a maior visibilidade dessa área de atuação 
do Estado, podemos citar as novas visões sobre o papel do governo perante a 
sociedade, a adoção de políticas restritivas de gastos, em especial nos países em 
desenvolvimento, bem como a falta de ações e programas políticos capazes de 
homogeneizar o impulso do desenvolvimento econômico e de promover a inclusão 
social de grande parte da população de um país.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
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Com relação a sua origem, a política pública, na condição de área de conhecimento 
e disciplina acadêmica, nasce nos Estados Unidos, rompendo a tradição europeia 
de estudos e pesquisas nessa área.
De início, importante diferenciar as perspectivas de Governo e de Estado, pois tais 
conceitos estão diretamente inseridos na evolução do estudo das políticas públicas. 
Dessa forma, entendemos como Governo o grupo de indivíduos que ganha uma 
eleição, permanecendo por determinado tempo no poder. O Estado é a estrutura a 
qual o governo representa, ou seja, é a nação politicamente organizada. 
Dessa forma, tanto as ações quanto às “inações” dos governos são passíveis de 
serem estudadas cientificamente, bem como analisadas por pesquisadores 
independentes.
Nesse contexto, na Europa, a área de política pública surgiu como um desdobramento 
das teorias explicativas sobre o papel do Estado e do Governo. Nos Estados Unidos, 
ao contrário da visão europeia, a área da política pública surge no mundo acadêmico 
sem estabelecer relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado, passando 
direto para a foco sobre a ação dos governos.
O caminho da disciplina da política pública nasce como subárea da ciência 
política, no que se refere ao estudo do mundo público. Isso porque o caminho das 
políticas públicas, como um ramo da ciência política, tem a finalidade e objetivo 
de compreender como e por que os governos optam por determinadas ações, 
viabilizando a convivência harmônica da sociedade.
A introdução, propriamente dita, da área da política pública como instrumento das 
decisões dos governos é produto da Guerra Fria e da valorização da tecnocracia 
como forma de enfrentar suas consequências. A partir de então, a proposta de 
aplicação de métodos científicos às decisões do governo sobre problemas públicos 
se expande posteriormente para outras áreas da produção governamental, inclusive 
para a política social.
Com relação, ainda, à origem das políticas públicas, é interessante destacar que, 
para a área, consideram-se quatro grandes fundadores: Harold Laswell, Herbert 
Simon, Charles Lindblom e David Easton. Citaremos a seguir, resumidamente, as 
contribuições trazidas por cada fundador:
a) Laswell (1936): introduz a expressão análise de política pública, como forma de estabelecer o 
diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e governo;
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b) Simon (1957): introduziu o conceito de racionalidade limitada dos decisores públicos, que 
pode ser maximizada com a criação de conjunto de regras e incentivos que enquadre o 
comportamento na direção de resultados desejados, impedindo, com isso, a busca de interesses 
próprios;
c) Lindblom (1959; 1979): propôs a incorporação de outras variáveis à formulação e à análise de 
políticas públicas, incorporando outros elementos às questões de racionalidade, tais como o 
papel das eleições, das burocracias, dos partidos e dos grupos de interesse.
d) Easton (1965): contribuiu para a área da política pública definindo como um sistema, ou seja, 
como uma relação entre formulação, resultados e o ambiente. 
Como se percebe, o campo de estudo e de conhecimento da política pública é 
multidisciplinar, podendo ser objeto de várias áreas e analisado por diversos olhares, 
entre os quais a sociologia, a política e a economia, com o intuito de colocar o 
governo em ação, propondo mudanças democráticas, por meio de programas e 
ações, que produzirão resultados ou mudanças concretas na sociedade. 
Objetivos e Finalidades da Política Pública
No tocante aos objetivos e finalidades da atuação da política pública inserida na 
sociedade, após a compreensão de que tais ações constituem propostas do Estado, 
as políticas públicas possuem o objetivo do cumprimento do papel institucional e 
indelegável do Estado em atuar na promoção do bem-estar de toda população. 
As políticas públicas têm - a finalidade de assegurar a universalização dos direitos 
elementares à cidadania, tais como educação, saúde, habitação, saneamento, 
urbanização, esporte, cultura, e assistência social. 
Como objetivo central, as políticas públicas visam responder às necessidades, 
principalmente dos setores marginalizados da sociedade, aqueles considerados 
como vulneráveis no papel social. Essas necessidades são elucidadas por aqueles 
que ocupam o poder, mas influenciadas por uma agenda que se cria na sociedade 
civil por meio da mobilização social.
Nesse ponto, quanto mais injustas as estruturas estabelecidasnuma sociedade, 
maior a necessidade de intervenção no sentido positivo do Estado com a finalidade 
de proteção social das pessoas que vivem à margem dos benefícios produzidos 
pela população.
A modificação da realidade social, contudo, não se dá apenas com a formulação 
de políticas públicas, mas sim com o encaminhamento dos recursos públicos 
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necessários à implementação dos objetivos, diretrizes e estratégias destinadas à 
sua respectiva execução. 
Conclusão 
Por fim, após toda a análise inicialmente traçada, é necessário mencionar que, no 
sentido de impedir que políticas públicas não permaneçam meras declarações 
retóricas, é imprescindível a previsão de recursos orçamentários indispensáveis ao 
financiamento de tais programas, motivo pela qual, temos a compreensão de que 
a política pública ocupa o lugar da cidadania nos comandos constitucionais, nos 
planos governamentais e orçamentários de uma sociedade. Não esqueça de fazer 
os exercícios previstos para essa aula. Eles ajudarão a fixar os conteúdos.
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Introdução
Como abordado na aula anterior, a expressão “política pública” engloba vários 
ramos do pensamento interdisciplinar, abrangendo áreas do conhecimento das 
ciências sociais, ciências políticas, economia e ciência da administração pública. 
As políticas públicas são o resultado da atividade política, e, portanto, requerem 
várias ações estratégicas que tem como propósito implementar os objetivos 
desejados pela sociedade em determinado campo de atuação.
Em outras palavras, a política pública enfatiza o papel do governo na solução e 
diretrizes de problemas públicos existente em uma sociedade, determinando uma 
orientação à atividade ou omissão de determinado ramo de estudo, decorrendo, 
além disso, de uma orientação política. 
Nesse contexto, a política pública possui dois elementos fundamentais de atuação 
no âmbito social, com a proposta de viabilizar os direitos da sociedade. O primeiro 
deles é a existência do problema público, que diferencia a atual situação vivida 
com a situação ideal possível para a realidade que se almeja. O outro elemento 
é a intencionalidade pública, a qual motiva ações e programas do governo para 
resolução dos problemas sociais, culturais, políticos ou econômicos, como ilustrado 
na ilustração a seguir.
 
 
 
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Nesse sentido, pelo estudo inicial amplo da área da política pública é possível 
perceber que sua caracterização na sociedade se mostrou necessária quando as 
pessoas entenderam que a burocracia, advinda do estado para a prestação de 
serviços, não deveria apenas garantir a ordem e a segurança social, mas também 
prover serviços destinados a diminuir as desigualdades sociais, buscando o 
crescimento econômico.
Concepção de Política Pública
O processo de formulação de política pública, por meio do qual os governos 
manifestam seus propósitos em programas e ações, tem a finalidade de produzir 
resultados ou mudanças que são desejadas pela população, a fim de preservar 
direitos.
Como características dos modelos de política pública, podemos identificar a 
possibilidade de distinção entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato, 
faz, envolvendo diversos atores e níveis de decisão. 
Quando inserida no contexto social, a política pública é uma ação intencional, com 
objetivos a serem alcançados, e, embora tenham impactos no curto prazo, é uma 
política para longo prazo a ser desenvolvida juntamente com a população.
Nesse caso, a política pública é sistematizada e formulada por meio de documentos 
como a legislação, programas e linhas de financiamentos que orientam as ações 
que normalmente envolvem aplicações de recursos públicos. 
Dessa forma, a política pública traduz, em seu processo de elaboração e implantação, 
seus resultados, formas de exercício do poder político, distribuição e redistribuição 
de poder, o papel do conflito social nos processos de decisão e a repartição de 
custos e benefícios sociais.
A concepção da política pública altera conforme a orientação política. Podemos, 
por exemplo, analisá-las sob dois prismas: a visão liberal e a visão social-democrata.
Pela visão liberal, a concepção de política pública opõe-se à universalidade dos 
benefícios de uma política social. Para tal visão, as desigualdades sociais são 
resultado de decisões individuais, sendo apenas residual o papel da política social, 
apenas para ajustar seus efeitos.
Em contrapartida, pela visão social-democrata, os benefícios sociais são encarados 
como proteção à parcela da população mais vulnerável, como compensação às 
inadequações da supremacia do capital, o que, ao mesmo tempo, garante sua 
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reprodução. As políticas públicas, nessa concepção, têm o papel de regulamentar 
as relações econômico-sociais, com a finalidade de investir em áreas estratégicas 
para o desenvolvimento e em programas sociais. 
Desse modo, independentemente da concepção de política pública, com a 
complexidade das sociedades modernas, que incluíram uma maior diversidade de 
demandas da população com o Estado, torna-se necessária a compreensão das 
políticas públicas para que possamos melhor intervir na realidade social, de forma 
a diminuir as desigualdades.
 
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Políticas Públicas Educacionais
Quando tratamos das políticas pública educacionais, precisamos considerar os 
grandes esforços investidos para proporcionar mudanças na educação básica 
brasileira. Tais mudanças ocorreram principalmente no final dos anos de 1980, com 
a consolidação da Constituição Federal de 1988, e durante todo o período dos anos 
de 1990, que foram marcados por consideráveis reformas educacionais. 
Nesse sentido, o período entre 1988 a 2002 é de grande importância para análise 
das legislações e reformas legislativas na área da educação. Tais instrumentos 
constituem um campo de estudos que engloba a estrutura curricular, financiamento 
da educação, avaliação de desempenho e fluxo escolar, formação docente, bem 
como aspectos específicos como raça, gênero e direitos humanos incluídos na área 
da educação.
A Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes Básicas (LDB/1996), o Plano 
Nacional de Educação (PNE/2001) e os Parâmetros Curriculares Nacionais para 
o Ensino Fundamental são frutos de determinados momentos históricos e, sendo 
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assim, expressam valores e costumes da população, mais especificamente, de um 
segmento social.
As políticas públicas, em seu aspecto educacional, foram desenvolvidas com o 
objetivo de se alargar os gastos na educação, buscando garantir um maior acesso 
da população a esse direito fundamental. No artigo 227 da Constituição Federal, 
a promoção da educação é considerada incumbência do Estado, da família e da 
sociedade. 
Tal interesse de implementação de políticas públicas educacionais decorreu de uma 
necessidade da sociedade no sentido de se ampliar o acesso de todos ao ensino 
público, propiciando que pessoas que vivem em situações vulneráveis possam ter 
a oportunidade de ingressar em cursos educacionais que propiciem a entrada no 
mercado de trabalho.
Visando, dessa forma, à implementação das políticas públicas educacionais, com 
base na legislação promulgada para atender a necessidade da população, o Poder 
Público criou uma série de ações e programas com o escopo de propiciar maior 
acesso à educação e, como consequência, possibilitar maior qualificação para o 
mercado de trabalho. 
Entre as influências na configuração das políticas públicas educacionais, podemos 
citar as seguintes ações e programas criados para atender as necessidades da 
sociedade do ponto de vista educacional: Programa Projovem Urbano, FIES e 
PROUNI. 
O Programa Projovem Urbano foi criado pela Lei Federal n. 11.692 de 10 de junho 
de 2008,com o objetivo de promover a reinserção de jovens no âmbito escolar, 
proporcionando a oportunidade de conclusão do Ensino Fundamental
Com outro enfoque, o FIES, Fundo de Financiamento Estudantil, instituído pela Lei 
n. 10.260 de 12 de julho de 2001, tem como finalidade a concessão de financiamento 
para os estudantes de cursos superiores não gratuitos. Nessa mesma linha, o 
PROUNI, criado pela lei nº 11.096, em 13 de janeiro de 2005, é destinado à concessão 
de bolsas de estudo integrais e parciais para estudantes de cursos de graduação 
de formação específica, em instituições privadas de ensino superior.
Nas duas últimas décadas, em decorrência da expansão econômica no Brasil, a 
população passou a ter uma maior preocupação com a qualidade de ensino 
e inserção dos jovens no mercado de trabalho, no sentido de se propiciar uma 
diminuição da desigualdade cultural. Nesse contexto, mostrou-se necessário o 
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incremento do Poder Público, em conjunto com a sociedade, do suprimento dos 
déficits educacionais, por meio da implementação de políticas públicas.
Conclusão
Para finalizar o conteúdo da presente aula, é importante lembrar que atualmente, 
o sentido das políticas públicas educacionais assume uma relação entre Estado 
e sociedade, segundo a qual faz-se necessário o resgate histórico acerca da 
própria formação social brasileira no âmbito educacional. Não esqueça de fazer os 
exercícios previstos para essa aula. Eles ajudarão a fixar os conteúdos.
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Introdução
A relação do Estado e da sociedade, no sentido da compreensão das atuais políticas 
públicas, deve considerar uma análise histórica e fundacional sobre o papel social 
destinado à educação em seus diferentes períodos e níveis.
Nas últimas décadas, observa-se que os países da América Latina iniciaram 
reformas em seus sistemas de ensino, tendo por base um processo de indução 
externa que articula as políticas públicas sugeridas por organismos internacionais. 
Entre as políticas públicas internacionais de influência externa que tem como foco 
a educação, podemos citar a criação da UNESCO, órgão da ONU para Educação, 
Ciência e Cultura, cujo objetivo é o de auxiliar os países membros a atingir as metas 
de Educação para Todos, promovendo o acesso e a qualidade da educação em 
todos os níveis e modalidades, por meio da implementação de políticas nacionais 
com foco na relevância da educação como estratégia para o desenvolvimento 
social e econômico dos países. 
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No Brasil, a representação da UNESCO foi estabelecida em 1964, mas o início de 
suas atividades, entretanto, deu-se apenas em 1972. Como nos demais países em 
que se instalou, aqui, suas prioridades são a defesa de uma educação de qualidade 
para todos e a promoção do desenvolvimento humano e social.
Outro mecanismo externo de importante influência na educação brasileira é o Banco 
Mundial. Tal modelo de organização está concentrado na área da desigualdade 
social, com investimento direcionados em benefício de programas dirigidos à 
saúde, à educação e melhorias dos serviços públicos. 
A mudança mais expressiva que ocorreu na área do ensino, promovida pelo Banco 
Mundial, estabeleceu a ênfase no ensino fundamental, que passou a ser obrigatório 
para a população, de modo a ser financiado pelo poder público.
O Banco Mundial via na educação um meio de compensar a situação de pobreza 
e a elencou no rol dos mecanismos fundamentais de aquisição de um novo padrão 
de acúmulo de capital.
Essas reformas na educação brasileira, influenciadas por fatores externos, foram 
fruto da realização de pesquisas que demonstraram a ineficiência dos sistemas 
de ensino frente às necessidades de reestruturação produtiva entre Estado e 
sociedade, em face da nova ordem mundial.
Nesse sentido, para a consolidação de um cenário globalizado, exige-se de todos 
os países, inclusive do Brasil, um sistema que assegure a igualdade social e cultural 
na formação de recursos humanos. 
A cada governo, então, cabe adequar os serviços educacionais às demandas do 
mercado e dos padrões internacionais de igualdade e fraternidade, garantindo o 
cumprimento das estratégias sugeridas para a melhoria da qualidade do ensino.
Estado e Sociedade no papel educacional
Ao se abordar o tema da educação e inserir tal área de estudo no sistema das 
políticas públicas, é importante analisar o papel da sociedade e do Estado como um 
conjunto de programas e ações necessárias para atender tal preceito fundamental.
A esse respeito, o artigo 227 da Constituição Federal, já abordado em aula 
anterior, estabelece que é dever da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao 
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à educação.
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Na condição de garantia fundamental, a educação, ademais, volta-se ao âmbito 
social e cultural do país, possuindo notório papel na construção de uma sociedade 
igualitária e livre, haja vista que há uma interligação entre ela e seu papel educador.
No conjunto dos fatores que influenciam a educação de uma sociedade, podemos 
citar algumas transformações consideravelmente importantes, tais como a 
democratização do ensino, o avanço tecnológico e a evolução da cultura pelas 
diversidades.
A educação deve reforçar o respeito por essas transformações, em especial pela 
diversidade cultural, compreendendo que elas são interligadas em si mesmas, à 
margem da globalização do ser humano.
A sociedade, durante todo o seu período de evolução, sempre contribuiu de forma 
significativa para o desenvolvimento da educação. Por meio da educação, ela 
promove e recebe diversos benefícios estratégicos e enaltece as raízes nacionais, 
sem deixar de desenvolver um sentido de evolução cultural de um país.
Desse modo, por meio dessa interação entre sociedade e educação, surgem 
contribuições nos setores tecnológico e econômico. Não é difícil se compreender 
porque a sociedade só se torna moderna e desenvolvida financeiramente com a 
evolução da educação, proporcionada à toda a população de um país. 
 
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Nesse contexto, há, todavia, certamente desafios para a educação. Entre eles, 
podemos mencionar: a necessidade promoção de conteúdos que respeitem a 
diversidade cultural e de orientação sexual; a necessidade de ela desenvolver 
o respeito ao meio ambiente e à saúde; a preparação para as novas formas de 
trabalho, etc. São temas que podem não constituir uma disciplina por si só, mas que 
permeiam todas as áreas do conhecimento educacional.
De outro lado, tal como apontado, para o desenvolvimento educacional de um país 
é imprescindível à atuação do Estado. Este, por meio de ações e políticas públicas, 
deve assegurar a melhoria da qualidade de vida da população, de tal modo que, para 
que tenhamos uma educação de qualidade, é preciso que a sociedade reivindique 
seus direitos e os órgãos estatais, por sua vez, façam sua parte, exercendo seu 
verdadeiro papel nas distribuições de verbas e recursos destinados à melhoria da 
educação.
O Estado tem a obrigação de assegurar a consolidação da educação, implementando 
programas que venham valorizar as escolas, além de fornecer subsídios necessários 
à capacitação do corpo docente das escolas brasileiras.
A educação é fundamental e essencial na vida de todo o ser humano. Deve ser 
garantida pelo Estado em colaboração com a sociedade, com a implementação de 
programas e políticas públicas que assegurem a melhoria da qualidade de vida da 
população.
Conclusão
Conforme visto e, para finalizar a presente aula, é importante que se destaque, 
ainda, que a evolução dos processos educacionais se dá na medida em que a 
sociedade também experimenta um processo evolutivo que a mude de patamar, 
inclusive tecnologicamente. Isso,entretanto, deve ser assegurado pelas políticas 
públicas do Estado no sentido de garantir um suporte legal, de modo que o cidadão 
se sinta amparado e protegido independente do seu credo, raça, gênero ou de suas 
diferenças perante à maioria da sociedade constituída. Não esqueça de fazer os 
exercícios previstos para essa aula. Eles ajudarão a fixar os conteúdos.
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Políticas públicas: fundamentos legais 
para a educação brasileira
Introdução
Estudamos nas unidades anteriores a respeito dos diversos conceitos que envolvem 
as políticas públicas e as razões e justificativas para seu desempenho no âmbito 
da educação. Passaremos agora à análise dos fundamentos legais existentes para 
o desenvolvimento da educação brasileira e uma breve evolução histórica deste 
assunto.
Antes de abordar o tema, trataremos da importância e da necessidade de 
fundamentos legislativos como forma de manutenção da ordem e do convívio 
social.
Desde os primórdios da existência do homem, a perspectiva de certo e errado está 
presente na sociedade. Essas concepções conformam a ética e a legislação de 
um povo. A sociedade, por seus representantes, institui leis para proporcionar um 
convívio harmônico entre cidadãos.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Nesse contexto, as leis impõem um conjunto de direitos e deveres à população. 
Quem age contrariando a lei atenta contra o próprio convívio social. No âmbito do 
direito, o termo “lei” possui um sentido estrito: é uma regra de cunho obrigatório 
dotada de força coercitiva e emanada do Poder Legislativo. 
Além das leis, devemos ressaltar as normas constitucionais. Estas podem ser de 
eficácia plena e aplicabilidade imediata ou de eficácia limitada, que dependem de 
outro regramento infraconstitucional para regulamentar o comando constitucional 
que enunciam. 
Estão, do mesmo modo, presentes na constituição, as normas limitativas do poder 
do Estado, assim como diretrizes e princípios que devem ser observados sob o 
prisma da igualdade entre os indivíduos da sociedade.
Nesse contexto legislativo, pelo estudo das ações e programas voltados para a 
implementação de políticas públicas educacionais, a lei deve ser analisada de forma 
ampla e não apenas como acervo normativo. Isso porque a base de fundamentação 
legal abrange o conjunto de princípios, costumes e normas, tidas como mecanismos 
criados para estabelecer as regras que devem ser seguidas pela sociedade na 
busca de um convívio harmônico.
No campo da educação, cabem algumas considerações pontuais e de extrema 
importância para base legislativa da implementação de políticas públicas 
educacionais, almejando atender toda a população.
Fundamentos Legais para a Educação Brasileira
A educação representa, para o Estado democrático, um valor social e moral 
muito importante para o desenvolvimento harmônico da sociedade. Isso porque 
é por meio dela, como direito fundamental, que o indivíduo tem possibilidade de 
desenvolvimento e participação no diálogo democrático. 
Em razão de sua importância para o estado democrático e liberdades individuais, 
a educação está presente em diversas constituições, leis, normas e diretrizes, além 
de possuir previsão em Tratados Internacionais; consagrada, neles, como direito 
social. 
No âmbito dos tratados internacionais que disciplinam o tratamento da educação, 
deve-se citar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, haja vista ser o 
documento basilar para o desenvolvimento dos direitos humanos. A DUDH foi 
introduzida pela Resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 
Paris, em 10 de dezembro de 1948.
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NA EDUCAÇÃO
No corpo da DUDH, está previsto em seu artigo 26 que:
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, 
pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução 
elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será 
acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no 
mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento 
da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos 
direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução 
promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as 
nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das 
Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução 
que será ministrada a seus filhos.
Tais preceitos acima mencionados devem servir de base para a intervenção Estatal 
na educação, por meio de ações e programas de políticas públicas, respeitando o 
limite, também previsto da Declaração Universal, quanto ao direito prioritário dos 
pais na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. 
Por isso, sendo a educação um direito social, passa a ser incumbência do Estado 
prestá-la de forma satisfatória, valendo-se da criação, pelo direito, de políticas 
públicas educacionais, que atendam às determinações contidas na legislação que 
fundamenta o tema. 
No âmbito da CF de 1988, a educação é estabelecida como um direito social, nestes 
termos:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma desta Constituição.
Sem embargo disso, ainda no plano constitucional, há um delineamento do direito 
à educação estabelecido entre os artigos 205 a 214 de nossa Carta Magna. 
No nível infraconstitucional, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 
Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) traçou os princípios pelos quais a 
educação deve ser pautada. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira é a legislação que regulamenta e 
normatiza o sistema educacional público ou privado, da educação básica ao ensino 
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NA EDUCAÇÃO
superior, no Brasil. Sobre tal tema, na história do Brasil, essa é a segunda vez que a 
educação conta com uma Lei de Diretrizes e Bases, a anterior foi promulgada em 
1961 (LDB nº 4024/61).
Entre outras previsões, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabelece 
os princípios da educação e os deveres do Estado, definindo as responsabilidades, 
em regime de colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios.
Ela foi inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana 
e tem como finalidade proporcionar o pleno desenvolvimento do educando, seu 
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. 
O exercício da cidadania é o conjunto de direitos e deveres que uma pessoa possui 
no seio da sociedade em que vive, permitindo, por meio de uma educação efetiva 
e de qualidade, que o indivíduo possa participar de modo direto ou indireto na 
formação do governo e da sua administração.
De forma prática, para o exercício da educação, a LDB dividiu a educação brasileira 
em dois níveis: a educação básica que compreende a educação infantil, ensino 
fundamental e o ensino médio; e o ensino superior, de competência da União, a 
quem cabe autorizar e fiscalizar as instituições privadas de ensino superior.
Fonte: Istock 
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Considerando essa divisão, devem ser mencionadas certas formas de ensino, entre 
elas:
a) Educação Especial: atende as pessoas com necessidades especiais; 
b) Educação à Distância: utiliza de meios e tecnologias de informação e comunicação para 
proporcionar educação a todos; 
c) Educação Profissional e Tecnológica: tem como objetivo preparar os estudantes a exercerem 
atividades produtivas, atualizando e aperfeiçoando seus conhecimentos científicos; 
d) Educação de Jovens e Adultos: para pessoas que não tiveram acesso à educação na idade 
apropriada;e) Educação Indígena: pretende respeitar a cultura e a língua materna de cada tribo.
Dessa forma, o Estado, com fundamento na legislação, cria e implementa políticas 
públicas educacionais, traçando diretrizes para efetividade do próprio direito 
à educação. Do mais, regula a atividade daqueles que prestarão os serviços 
educacionais (Estado e as instituições de ensino privado), visando o oferecimento 
ao educando de um serviço de qualidade, base da igualdade e atuação no Estado 
democrático. 
Evolução histórica
Quando tratamos da educação no Brasil, precisamos adentrar em alguns períodos 
históricos, para compreender o contexto social, político e econômico, uma vez que 
tais questões influenciam diretamente na estrutura e no sistema educacional vivido 
em cada época.
Durante o período em que o Brasil foi colônia de Portugal, a educação não era 
considerada uma prioridade do governo português, isso porque, nesse período 
colonial, Portugal visava exercer total controle social e política sobre o Brasil, motivo 
pelo qual não havia uma legislação específica para o acesso à educação.
Pelo contrário, uma série de restrições eram impostas a colônia, tal como a proibição 
de impressão de livros, o que ocasionava a entrada de poucas obras importadas no 
Brasil, e quando chegavam no território pagavam altas taxas a metrópole, além de 
exigir o conhecimento da língua inglesa, francesa e do latim, o que restringia ainda 
mais a quantidade de pessoas que tinham acesso a educação.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
No entanto, os jesuítas montaram na colônia um sistema educacional equivalente 
ao que chamamos hoje de ensino fundamental e médio. Tal educação dos jesuítas 
era composto por um sistema de catequização e não estava atrelada ao governo. 
Após a expulsão dos jesuítas do Brasil no século XVIII, o sistema educacional brasileiro 
mudou parcialmente com a chegada da família real portuguesa ao Brasil, quando, 
em 1817, ocorreu a abertura dos portos as nações amigas, o que proporcionou o 
acesso a novos livros e novas ideias ao Brasil colônia.
Em decorrência de tal situação, D. João VI adotou no Brasil o modelo educacional 
napoleônico, promulgando decretos que criaram escolas, academias, faculdades e 
centros de pesquisas, sem contudo existir uma legislação voltada totalmente para 
a educação.
A partir da independência do Brasil, em 1822, em que pese a inexistência de uma 
legislação educacional, a Constituição de 1824 deu continuidade ao projeto pensado 
por D. João VI no tocante a educação napoleônica.
Dentre outros direitos básicos, a Constituição de 1824 previa no título 5º. - “Das 
disposições gerais, e garantias dos direitos civis, e políticos dos cidadãos brasileiros” 
-, em seu artigo 179, no item 32, de forma superficial que era direito dos súditos do 
Imperador “a instrução primária, e gratuita”. Ainda, no mesmo título e artigo, no 
item 33, estabelecia que deveriam ser ensinados nos colégios e universidades “os 
elementos das Sciencias, Bellas Letras, e Artes”.
No mesmo período, uma lei complementar promulgou a liberdade irrestrita ao 
estabelecimento de instituições de ensino privado, o que na pratica proporcionou 
o aparecimento de diversas escolas particulares, muitas das quais ligadas a ordens 
religiosas.
Nesse ponto, podemos observar o aparecimento do dualismo educacional, entre 
o ensino público e o privado que persiste até hoje em nosso sistema educacional.
Segundo dados da época, apenas 3% da população brasileira tinham acesso às 
escolas primárias gratuitas, motivo pelo qual, uma lei, promulgada em outubro de 
1827, determinou a criação de escolas elementares em todas as cidades, vilas e 
lugarejos. A mesma legislação determinou a separação de meninos e meninas em 
escolas diferentes com conteúdos diferenciados.
Assim, a Constituição de 1824 só garantia acesso gratuito ao ensino primário, 
deixando evidente que a intenção do Estado era facilitar o acesso da população 
apenas a alfabetização e letramento.
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NA EDUCAÇÃO
Em sequência com os acontecimentos da história do Brasil, a proclamação da 
República, em 1889, trouxe novas mudanças para a educação, sobretudo atreladas 
à Constituição de 1891.
Nos termos da Constituição de 1891 foi instituída a laicização do Estado, pela 
separação entre política e religião, o que permitia o entendimento de que a educação 
seria uma responsabilidade que deveria ser assumida pelos Estados da Federação.
Nesse período o Estado não iria mais oferecer o ensino primário gratuitamente, 
ocasionando a entrega das questões educacionais aos coronéis e os grandes 
proprietários rurais, que passaram a oferecer ensino primário em suas fazendas, 
quase sempre utilizado como meio de manipulação.
Nesses termos, em sequência aos acontecimentos dos períodos brasileiros, foi 
com o Estado Novo de Getúlio Vargas que houveram inúmeros avanços para a 
educação brasileira, dentre os quais a criação de uma legislação especifica, quando 
pela primeira vez foi mencionava a necessidade de uma Lei de Diretrizes, a qual, 
posteriormente, iria compor a Lei de Diretrizes Básicas.
Além disto, o decreto 19.402, de 14 de novembro de 1930, criou o Ministério dos 
Negócios da Educação e Saúde Pública, que posteriormente passou a se chamar 
Ministério da Educação e Saúde; desmembrado em 1953, quando nasceu o Ministério 
da Educação e Cultura (MEC), através da lei 1.920 de 25 de julho de 1953.
Isto posto, pressionado pela Revolução Constitucionalista de 1932, Getúlio Vargas 
acabou promulgando uma nova Constituição em 1934 que tratou das “Disposições 
Preliminares”, no capitulo I, artigo 5º, que “Compete privativamente à União”, no 
inciso XIV, ao Estado “traçar as diretrizes da educação nacional”.
O golpe militar de 1964, deu início aos chamados anos de chumbo, um período 
caracterizado por forte repressão a liberdade de expressão, influenciando 
diretamente a legislação educacional.
Na nova Constituição desse período histórico, a educação que figurava antes no 
item “D” das disposições preliminares, foi para o item “Q”, junto com as normas 
gerais sobre desportos; simbolizando a infima importância que o ensino tinha para 
os militares.
Após o período militar, houve o processo de abertura e redemocratização do Brasil, 
em 1985, segundo o qual, foi promulgada a Constituição de 1988 que reformou a 
educação brasileira para o sistemas educacional atual.
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NA EDUCAÇÃO
A grande novidade foi o conceito de educação voltada para a formação da 
cidadania, com a reintrodução da filosofia e sociologia no ensino Médio, além da 
evidente preocupação com a formação docente, e a obrigatoriedade da formação 
superior para os professores.
Conclusão
Dessa forma, tal como estudado na aula exposta, a educação no Brasil sofreu 
influência a cada período histórico, passando até a visão de sistema educacional 
que possuímos hoje, com a existência de legislação específica voltada para as 
práticas educativas na formação de um cidadão escolarizado e com valores éticos, 
sociais e morais.
Desde o período do Brasil colônia, passando pelo Império e o pelo início da República, 
a legislação educacional avançou muito por meio da criação de uma legislação 
extremamente avançada, em que pese a discrepância entre a previsão contida na 
lei e a forma com a qual a educação é colocada em prática.
Sendo assim, para a construção de um país com um futuro de qualidade para 
a efetivação da legislação e o oferecimento de uma educação para todos é 
imprescindível que cada cidadão atue em prol de alterações legislativas que 
pretendam a melhoria do sistema educacional, além, é claro, de cumprir a atual 
legislação e a fiscalização.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Ação dos representantes dos interesses 
coletivos na formulação das políticas públicas 
em educação
Como já estudado, a educação e suas diretrizes são regulamentadas pormeio de 
leis que fundamentam a implementação e atuação das políticas públicas nessa 
área da sociedade, estabelecendo princípios e regramentos a serem seguidos para 
a execução e efetividade dos preceitos legais.
A esse respeito, sob o ponto de vista da competência legislativa dos entes 
federados, cabe estudar o direito à educação inserido na visão federalista, mais 
especificamente sobre a repartição das competências para elaboração de normas 
e diretrizes sobre a educação.
Assim, ao tratarmos da ação dos representantes dos interesses coletivos na 
formulação das políticas públicas na educação precisamos abordar, inicialmente, a 
temática da competência legislativa, considerando que a educação possui grande 
relevância social e é dever do Estado, da família e da sociedade a garantia de um 
ensino de qualidade, capacitando o ser humano para seu pleno desenvolvimento e 
exercício de todos os direitos da cidadania.
Competência Legislativa
Competência, em um sentido amplo, é a qualidade de alguém para exercer 
determinadas funções e atividades para uma certa matéria. Especificamente, para 
o nosso estudo, de forma direcionada, a competência legislativa diz respeito à 
elaboração de leis e atos normativos cujo regramento é necessário para fins de 
organização estatal.
As competências legislativas estão previstas e disciplinadas na Constituição Federal 
de 1988, e para melhor compreensão de uma política pública em nível nacional, 
constituem um dos principais pontos de análise do federalismo.
O federalismo é a forma de estado adotada no Brasil, e diz respeito a capacidade 
político administrativa que são distribuídas para cada ente da federação por meio 
de uma autonomia prevista no texto constitucional, especificamente no artigo 1º da 
Constituição Federal de 1988, sendo fundamental para a manutenção do Estado.
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NA EDUCAÇÃO
“Art. 1º, CF: A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-
se em Estado Democrático de Direito”.
Com relação ao direito à educação, a Constituição Federal é clara ao atribuir, nos 
termos do artigo 22, inciso XXIV, a competência privativa da União para legislar 
sobre “diretrizes e bases da educação”. 
“Art. 22, CF: Compete privativamente à União legislar sobre: (...) XXIV 
- diretrizes e bases da educação nacional (...)”;
Em outras palavras, tal previsão constitucional dispõe que somente a União pode 
criar, modificar ou extinguir regras jurídicas sobre a educação nacional. Para 
tanto, cabe mencionar ao tema, a lição apresentada pelo doutrinador José Afonso 
da Silva sob a ótica da teoria da predominância de interesses para a repartição 
da competência legislativa, segundo a qual: “à União caberão aquelas matérias 
e questões de predominante interesse geral, nacional, ao passo que aos Estados 
tocarão as matérias e assuntos de predominante interesse regional, e aos municípios 
concernem os assuntos de interesse local”. 
Entretanto, ainda que a competência para legislar sobre as diretrizes e bases da 
educação nacional seja privativa da União, a mesma é delegável, conforme previsto 
no parágrafo único do artigo 22 da Constituição Federal. Em outras palavras, cabe a 
União, privativamente, legislar sobre as normas educacionais, podendo delegar aos 
Estados, por meio de lei complementar, a possibilidade de legislar sobre questões 
específicas relacionadas a educação. 
“Art. 22, CF: Compete privativamente à União legislar sobre: (...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste 
artigo”.
No mais, quando abordamos o tema da competência legislativa no setor do direito 
da educação, há também outra espécie de competência que devemos considerar, 
a competência concorrente.
A competência concorrente está prevista no artigo 24 do Constituição Federal, e 
especificamente, quanto ao direito à educação, consta expressamente no inciso IX 
do mencionado artigo: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: (...) IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, 
tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação”; 
Assim, segundo o conceito de competência concorrente, compete a União dispor 
sobre as normas gerais da educação nacional e, aos Estados e o Distrito Federal, 
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NA EDUCAÇÃO
de forma suplementar, cabe a adaptação destas regras gerais às peculiaridades 
regionais ou locais, garantindo autonomia plena para atender a suas especificidades, 
na hipótese de a União ter permanecido inerte a respeito da matéria. 
Por fim, respeitando a autonomia inerente do próprio conceito de federação, no 
tocante a competência concorrente entre a União, Estados e Distrito Federal, no 
caso de a União legislar sobre tema já tratado pelo Estado, suspende-se a norma 
estadual existente naquilo que for contrária à disposição da União.
Art. 24, CF: “Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: § 3º Inexistindo lei federal sobre normas 
gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. § 4º A superveniência de lei federal 
sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe 
for contrário”.
Dessa forma, pela análise da competência legislativa no âmbito do direito a 
educação, a mesma está prevista pelo requisito material e formal na Constituição 
Federal, e é necessária para que haja a interferência e efetividade do Poder Público, 
representantes dos interesses coletivos, na tomada de decisões de aplicabilidade 
das políticas públicas, aferindo sua relevância no plano prático social.
Representantes dos interesses coletivos 
Após a análise da competência legislativa para tratar da matéria relacionada à 
educação no Brasil, devemos estudar a respeito das ações dos representantes dos 
interesses coletivos na formulação das políticas públicas no direito à educação, 
colocando em prática as diretrizes e princípios legislativos.
Nesse sentido, ao tratarmos dos interesses coletivos, aqueles que tratam de direitos 
compartilhados por classe de pessoas que extrapolam a esfera individual, necessária 
a participação de cada membro da sociedade aja em prol da coletividade, a fim de 
que se desenvolvam relações de reciprocidade e interdependência entre os sujeitos 
e as condições de bem-estar social.
Os interesses coletivos estão fundamentados no princípio da solidariedade e 
possuem um importante papel enquanto direito e garantia fundamental, isso porque 
representa uma nova visão de cidadania e democracia no desenvolvimento sadio 
da dignidade da pessoa humana e de seu convívio em sociedade. 
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NA EDUCAÇÃO
O princípio da solidariedade é o alicerce para a construção de uma sociedade justa 
e igualitária, e deve estar presente em todas as ações do Poder Público na busca 
de um ambiente digno para a construção do desenvolvimento das capacidades 
dos indivíduos, a partir de uma nova maneira de execução dos direitos da sociedade 
em detrimento da limitação do Estado
Portanto, a solidariedade está diretamente ligada aos interesses coletivos e a noção 
de políticas públicas educacionais, guiando os direitos fundamentais de terceira 
geração para as relações jurídicas em geral, com a finalidade de promover a 
igualdade material, a dignidade da pessoa humana e a cooperação mútua entre os 
seus representantes. 
Dessa forma, as ações dos representantes dos interesses coletivos que colocam em 
prática a formulação das políticas pública educacionais devem estar pautadas nos 
direitos e garantias coletivas para a formação do bem-estar de cada cidadão.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, dando efetividade ao princípio 
da solidariedade e visando garantir as ações dos representantes dos interesses 
coletivos, propõe uma participação amplada sociedade no processo de elaboração 
e decisão dos projetos pedagógicos de cada escola, prevendo a participação das 
comunidades escolares por meio de conselhos escolares ou órgão equivalente.
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NA EDUCAÇÃO
Nesse cenário, a professora Maria Eliza Nogueira Oliveira em sua obra “Gestão 
Escolar e Política Pública Educacional, Um Embate entre o Prescrito e o Real”, ao 
tratar do tema, citou: 
“Arelalo (2007, p. 901), considera que o sucesso do processo e do projeto pedagógico 
é fruto de uma reflexão mais coletiva do que tradicionalmente se admitia, e que sua 
adequação aos interesses e necessidades dos diferentes grupos de alunos definirá 
a qualidade de ensino”. 
Sendo assim, a atuação dos representantes dos interesses coletivos para a 
elaboração de planos de educação voltados às políticas públicas, atualmente, tem 
como base de fundamentação a observância do princípio da solidariedade, sendo 
certo que tais atividades deixaram de exclusivas de especialistas, e se tornaram de 
iniciativa e participação democrática, sendo de atuação dos diferentes segmentos 
sociais convidados a se pronunciar e a se envolver na definição de suas diretrizes e 
prioridades para educação de qualidade.
A participação popular dos representantes dos interesses coletivos por meio dos 
conselhos escolares é vista como uma forma de aproximação entre o Estado, a 
sociedade e os pais na vida escolar de suas crianças e adolescentes, fundamental 
para garantir a qualidade da educação. Tal participação considera a diversidade 
de interesses e o surgimento de espaços abertos para o debate dos interesses 
coletivos.
Os conselhos escolares, em atividade prática, são espaços nas escolas que reúnem 
diversos atores da comunidade escolar, como pais, alunos, docentes, demais 
funcionários das escolas, outros membros da comunidade local e o diretor da 
unidade escolar, com a finalidade de favorecer a gestão democrática.
Desse modo, os conselhos escolares, formados por representantes da comunidade 
escolar local, enquanto organizações civis e colegiadas, tem como objetivo 
promover ações que acompanham as questões pedagógicas, administrativas e 
financeiras das escolas. 
Ainda, para a participação direta nas decisões dos governos para ações dos 
representantes dos interesses coletivos podemos citar os Conselhos Nacionais, 
Estaduais e Municipais de educação, permitindo a discussão em que haja o 
surgimento de mudanças que possam trazer mais benefícios para a educação 
nacional. 
O Conselho Nacional de Educação, comprometido com a qualidade do ensino social 
(Portaria MEC nº 1.306 de 02/09/1999, resultante da homologação do Parecer CNE/CP 
nº 99 de julho de 1999), articula e integra um diálogo composto por representantes 
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
da sociedade civil e do Estado, cuja função é assegurar a participação da sociedade 
no aprimoramento da educação nacional de qualidade, formulando e controlando 
a execução das políticas públicas através de reuniões e debates periódicos.
Desse modo, todos os representantes da sociedade podem e devem participar da 
formação das políticas públicas de educação, advindas de pedidos ou necessidades 
que são sugeridas pela população através de processos de participação popular, 
isso porque, para o bom e pleno desenvolvimento da sociedade cabe o oferecimento 
de um ensino de qualidade e participativo na gestão escolar.
Por isso, com a concretização do princípio da solidariedade e a importância do 
papel da educação para a sociedade, surge a importância da participação popular 
e dos entes da federação como representantes dos interesses coletivos, com a 
finalidade de alçar a educação à condição de igualdade preponderante para toda 
a comunidade, fazendo com que, por meio dela, haja a possibilidade de atingir um 
nível de consciência crítica, preparando-se para o exercício de sua soberania e 
cidadania.
Saiba o aluno que a alteração da lei de diretrizes e bases está na ordem do dia. 
Nesse sentido é importante que ele acompanhe o noticiário, a fim de se manter 
atualizado. Com base nessa aula, você poderá interpretar e acompanhar todo o 
processo de alteração da LDB. Não deixe de resolver as questões propostas.
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NA EDUCAÇÃO
Modelos de formulação e análise de políticas 
públicas
As políticas públicas quando analisadas sob o ponto de vista de sua adoção e 
implantação na sociedade podem ser analisadas através de diferentes modelos 
explicativos, que enfatizam o papel da racionalidade e da solidariedade das 
instituições, e portanto são fatores que tratam do comportamento dos grupos 
sociais e o Poder Público na busca de resultados satisfatórios.
Isso ocorre porque a sociedade cobra cada vez mais do Poder Público a efetividade 
no desempenho de suas funções, motivo pela qual as ações estatais devem ser 
construídas de forma mais eficiente para a melhoria da realidade socioeconômica, 
suprindo suas carências. 
Assim, para atingir os objetivos sociais estabelecidos como direitos e garantias 
fundamentais em prol da população, os governos, em seus vários níveis, têm a 
obrigação de implementar suas políticas públicas, criando os incentivos corretos 
para o alcance do resultado desejado.
Para tanto, existem metodologias que podem ser utilizadas para construção de 
uma política pública adequada, com a finalidade de alcançar o resultado desejado, 
cujo sucesso depende da atuação governamental na escolha de tal ação, para que 
a mesma seja capaz de influenciar ou moldar o comportamento do cidadão. 
Análise da Política Pública
No tocante à análise da política pública, considerando tratar-se de ações e 
programas de iniciativa dos governos, em seus vários níveis, a mesma é utilizada 
como forma de suprir uma necessidade presente na sociedade, e, por isso, envolve 
um conjunto articulado de etapas que abrangem a sua formulação, implementação 
e a avaliação. 
De início, a necessidade de programas de políticas públicas é formulada a partir de 
uma demanda da sociedade identificada como um problema social. Tal demanda, 
então, será incluída na agenda pública para início da busca de uma solução. 
A agenda pública é o instrumento que trata dos compromissos assumidos pelo 
governo, seus objetivos ou interesses imediatos, suas prioridades e suas restrições, 
visando estabelecer uma lista de prioridades nas demandas e necessidades que 
afetam a sociedade e merecem atenção do governo na busca de soluções.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Após a inserção da demanda na agenda de um governo, é necessária a análise e 
estudo da questão para que se apresentem alternativas consistentes de resolução 
e eficácia perante a sociedade.
Escolhida a alternativa capaz de atender aos anseios da demanda social, toma-
se a decisão e, posteriormente, realiza-se o planejamento de todas as ações 
envolvidas, compreendendo vários eventos e atividades para dar consecução às 
diretrizes elaboradas; ao final, dá-se início à sua implementação. Importante para 
a implementação é saber em que medida os objetivos foram atingidos, e se os 
resultados são consistentes com os objetivos.
Durante a implementação dos programas e ações, cabe o monitoramento para 
verificar os processos adotados e os resultados preliminares e, ao final do ciclo, deve 
ser realizada uma avaliação para julgar os resultados da política pública aplicada 
e proceder a novas decisões para a realização dos ajustes necessários para dar 
maior abrangência aos resultados pretendidos.
 
I) Agenda Pública (primeira fase): para se iniciar o processo de elaboração e 
posterior implantação de ações e programas de política pública a primeira fase 
possui dimensões técnicas e parte da elaboração da agenda pública. A agenda 
pública é o planejamento inicial, e possui contorno mais politizados para a 
organização das prioridades para a sociedade, ou seja, por meio dessa primeira 
fase são analisadas ascondições determinantes para cada demanda social que 
evidencia uma situação emergencial;
II) Formulação Política (segunda fase): após a elaboração da agenda pública com 
a organização das situações que demanda prioridade, é necessário adentrar na 
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NA EDUCAÇÃO
próxima fase, a formulação política. Na formulação política ocorre a definição do 
detalhamento de quais alternativas serão tomadas definir os objetivos pretendidos 
com as propostas e os planos para a política pública.
III) Tomada de Decisão (terceira fase): na terceira fase de implantação de ações 
e programas de políticas públicas são apresentadas as propostas adotadas para 
resolução da demanda social. Na tomada de decisão são definidos os prazos, 
recursos, modos e meios que serão utilizados para responder aos impactos que se 
pretende solucionar com a política pública implantada.
IV) Implementação Política (quarta fase): nessa fase, após a tomada de decisão com 
a definição dos atos a serem aplicados para a solução da demanda social, ocorre o 
planejamento e a escolha é transformada em atos efetivos. Assim, a implementação 
está diretamente relacionada a efetividade prática da ação ou do programa de 
política pública, com o direcionamento dos recursos financeiros, tecnológicos, 
materiais e humanos capazes de executar a política pública.
V) Avaliação (quinta fase): essa fase está relacionada diretamente ao sucesso da 
ação ou programa escolhido para implementação da política pública, pois é a partir 
da fase de avaliação que há o controle e a supervisão da realização da política, 
possibilitando a correção de possíveis falhas. A finalidade da fase de avaliação é 
proporcionar maior efetivação a conclusão do problema. É por meio da avaliação 
que o Poder Público delibera se há necessidade de reiniciar o ciclo das políticas 
públicas com as alterações cabíveis, ou se simplesmente o projeto é mantido e 
continua a ser executado, pela base da eficiência, efetividade e eficácia.
Dessa forma, a análise das etapas da política pública está diretamente relacionada 
ao processo de democratização e institucionalização da relação entre Estado e 
sociedade, na busca de resoluções para demandas coletivas, refletindo valores de 
solidariedade com vistas ao alcance de determinados objetivos.
Modelo de Formulação de Políticas Públicas
Pela análise das etapas da política pública, por meio da participação de todos 
os atores públicos e privados, compreendidos como governantes, políticos, 
trabalhadores e empresas, que atuam mediante o poder, há uma verificação da atual 
problemática do país em seu aspecto social, organizando ideias e oportunidades 
de estabelecer programas e ações. 
Para tal etapa da política pública, damos o nome de formulação, ou seja, essa é a 
etapa de apresentação de soluções ou alternativas ao problema posto na agenda 
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NA EDUCAÇÃO
pública. É no momento da formulação que é definido o objetivo da política, quais 
serão os programas desenvolvidos e quais as linhas de ação. 
Portanto, a etapa da formulação é caracterizada pelo detalhamento das alternativas 
para minimizar ou eliminar o problema já definido na agenda, compreendendo, 
portanto, a organização das ideias, colocação dos recursos e meios e busca da 
opinião de especialistas, imprescindível para estabelecer os objetivos e resultados 
que se pretendem alcançar com as estratégias adotadas na política pública. 
Ainda, quando falamos em formulação de política pública precisamos conhecer as 
três subfases que a compreendem e delimitam sua forma de atuação na demanda 
social. 
A primeira fase é a coleta de uma massa de informações relevantes; a segunda está 
relacionada as ideias, valores e princípios que se coadunam com as informações 
colhidas, e está direcionada a realização de ações orientadas. Por fim, na terceira 
fase ocorre a transformação do conhecimento normativo advindo do conjuntos de 
ideias e princípio em ações públicas.
Existem, também, três modelos de formulação de políticas públicas, quais sejam:
a) Racionalidade Econômica: são realizados critérios de escolha pública e de 
economia do bem-estar social sem adentrar no julgamento de valores;
b) Racionalidade Político-Sistemática: por meio dessa formulação, são realizados 
acordos entre os atores da política pública, com o aceite da viabilidade da decisão 
sem questionamentos acerca da responsabilidade moral;
c) Formulação Responsável: por meio dessa formulação, a análise é realizada através 
de um processo decisório posto ao debate público, englobando considerações éticas 
a respeito da responsabilidade na formulação de políticas públicas. Tal modelo 
inclui questões a respeito da igualdade, liberdade, solidariedade e democracia.
Dessa forma, pela análise das etapas e métodos de formulação das políticas 
públicas, é possível afirmar que o sucesso e desempenho das ações executadas 
depende das condições políticas, econômicas e sociais, bem como da forma de 
execução de suas atividades e da clareza com que as metas e objetivos são fixados 
— cabendo sempre verificar a demanda e propondo a solução que melhor atenda 
aos interesses da coletividade.
Conclusão
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
A análise de políticas públicas, tal como estudado, tem a finalidade de estudar 
os temas que tratam das escolhas políticas e programas públicos direcionados 
a solução de problemas presentes na sociedade, e que precisam de uma efetiva 
participação do Poder Público.
Nesse contexto, a verificação das etapas e processos de implementação e modelos 
de formulação demanda uma visão complexa e multidisciplinar que acolhe o 
desenvolvimento de ações e decisões de diferentes setores da sociedade e do 
próprio Poder Público.
Em resumo, a análise da política pública associada as formulações e etapas de 
desenvolvimento de programas tem o objetivo único de promover a resolução de 
demandas públicas, promovendo a distribuição de poder, meio e recursos para 
toda a sociedade. 
Portanto, colocar em práticas ações voltadas a implantação de política pública 
de melhoria para toda a população envolve uma análise preventiva de problemas 
públicos urgentes, impactos, consequências, antecipando os possíveis impactos e 
resistências políticas. 
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Compromisso das entidades governamentais 
em relação à educação no terceiro milênio
Terceiro Milênio e a Educação
Quando tratamos do terceiro milênio, precisamos considerar os grandes avanços 
científicos e tecnológicos que atingem direta ou indiretamente todo o mundo, e 
acabam influenciando diversas áreas e campos de atuação da sociedade.
No campo da educação, o terceiro milênio está relacionado ao grande e considerável 
aumento dos negócios mundiais, bem como aos avanços tecnológicos da 
robotização e crescente automação das empresas. Isso se dá porque as profundas 
modificações no mercado de trabalho e profissionalização dos atores desse setor, 
consequentemente, atingem a esfera educacional.
Assim, na tentativa de incorporar os novos recursos e absorver os avanços dos 
negócios presentes no mercado de trabalho, as instituições de ensino e as políticas 
públicas educacionais precisam adquirir as novas tecnologias para obtenção de 
qualificação e sucesso na educação, sem, ao mesmo tempo, alterar a tradição e 
diretrizes iniciais da forma como as aulas e a implementação da educação são 
executadas.
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POLÍTICAS PÚBLICAS 
NA EDUCAÇÃO
Diante das alterações da alta tecnologia, com a constante mudança de paradigmas 
em pouco espaço de tempo, os produtos postos no mercado de consumo, bem 
como a maneira de produzi-los, criam novas profissões e extinguem algumas já 
existentes. 
Por essa razão, diante do avanço do novo milênio, alguns aspectos são considerados 
para a mudança do setor da educação, tais como: 
- O modelo de escola tradicional mostrou-se antiquado e retrógrado;- Necessidade de detectar com urgência os sintomas do mundo que emerge, 
marcado pela ênfase na ciência e na tecnologia, o que transforma rapidamente os 
usos e costumes de uma população;
- Existência de uma cultura da informação baseada na comunicação eletrônica 
que se mostra alienada e massificada mediante o consumo indiscriminado de 
informações sem senso crítico;
- Bombardeio e privilégio da comunicação por meio de imagem, e recursos 
audiovisuais com figuras atraentes e fragmentárias.
Assim, diante das questões apresentadas pelo implemento do terceiro milênio 
e dos grandes avanços tecnológicos com impactos no mercado de trabalho, e 
pela especialização de profissões, o sistema educacional demanda alterações e 
implementações que permitam a continuidade dos estudos e aperfeiçoamento de 
novas técnicas, sem o distanciamento de valores sociais e princípios da igualdade 
com educação para todos.
a) Educação
Após a verificação das transformações a respeito do terceiro milênio, novos são 
os desafios do sistema educacional, que consistem em educar cada indivíduo 
incorporando novas técnicas e promovendo a capacidade de análise crítica das 
imagens e das informações transmitidas pela mídia e pela informática.
Logo, novos são os desafios das entidades governamentais no campo da educação, 
em vista do paradigma da modernidade e da valorização da subjetividade. Nesse 
contexto, as entidades governamentais voltadas à educação devem, por obrigação, 
garantir a autonomia do sujeito e sua inserção nos novos períodos, mantendo 
a tolerância religiosa, ética, laica e de novas culturas e povos, promovendo a 
solidariedade e a paz por meio da conscientização.
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Assim, a UNESCO, órgão da Organização das Nações Unidas, tal como já estudado 
em aula anterior, ocupa-se, entre outros setores, da educação, motivo pela qual 
organizou o novo sistema educacional sob quatro aspectos de aprendizagem, 
com a finalidade de que a educação atinja seus objetivos formalizados de uma 
sociedade igualitária e justa.
a.1) Pilares da Educação no Terceiro Milênio
Conforme já exposto, diante dos avanços tecnológicos e de informação, a educação 
demanda uma nova forma de aprendizagem capaz de suprir as novas buscas e 
tendências do mercado de trabalho e a profissionalização do indivíduo.
Nesse aspecto, os quatro pilares para a Educação no Terceiro Milênio são 
considerados na seguinte ordem de seguimento, visando a formação do indivíduo 
de diversos ângulos:
1º) Aprender a conhecer: nesse aspecto, a educação não deve conceber o 
conhecimento como algo imutável, mas, ao contrário, precisa vê-lo como algo que 
deve ser construído ao longo de toda a existência humana, e em qualquer período 
ou local que for aplicado.
2º) Aprender a fazer: por esse aspecto, é necessário colocar em prática os 
conhecimentos adquiridos ao longo de toda a história, voltado a um leque de 
competências e evitando a prisão em uma única forma. Nessa etapa, tanto o 
educador quanto o educando precisam ser criativos à forma de passar e obter o 
conhecimento. A criatividade demanda grande dose de imaginação atrelada ao 
conhecimento, pois ninguém cria a partir do nada. Para a criação de alguma coisa, 
precisamos estudar, refletir e interpretar para, só então, criar e inovar, colocando 
nossa criação em prática.
3º) Aprender a ser: o aspecto do “aprender a ser” envolve uma percepção 
introspectiva, segundo a qual precisamos nos conhecer, buscar o autoconhecimento 
pessoal e profissional. Por meio dessa etapa do ser, há relação intrapessoal, segundo 
a qual precisamos aprender a ver em nós um indivíduo com múltiplas possibilidades, 
com a finalidade de um aprendizado para ser cada vez melhor com as pessoas. 
4º) Aprender a conviver: essa etapa, o aprender a conviver envolve outras pessoas, 
atuando no campo extrospectivo. É a relação interpessoal da convivência em 
sociedade, viver junto em comunidade. Por meio dessa aprendizagem, o indivíduo 
precisa aprender a ter empatia, ou seja, precisa procurar se colocar no lugar do 
outro para entender seus interesses, necessidade, sentimentos e conhecimentos. Por 
meio dessa etapa, a educação direciona a reflexão sobre o respeito às diferenças, 
pautadas na cultura da solidariedade, paz e compreensão.
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Diante desse panorama proposto, oriundo do terceiro milênio, as instituições de 
ensino e as entidades governamentais, bem como a própria sociedade, precisam 
adequar a visão tida em relação à educação, para que a mesma deixe de ser apenas 
transmissora de conteúdos indiscriminados e seja veiculadora, organizadora e 
sistematizadora do conhecimento.
Todos os envolvidos no sistema educacional precisam abordar e debater a nova 
realidade advinda do terceiro milênio, com o objetivo de envolver os educandos 
para que os mesmos sejam democráticos, empáticos e criativos, por meio da 
atuação do educador com competência técnica para exercer o magistério e ter 
compromisso político com a aprendizagem das gerações. 
Por fim, sob o prisma da própria sala de aula da instituição de ensino, é preciso 
ressaltar que a mesma pode ser vista como uma microssociedade que envolve 
múltiplos relacionamentos interpessoais, razão pela qual o educando precisa 
conhecer o grupo em que está inserido e conviver com ele, observando os seus 
talentos e desenvolvendo conteúdo.
Portanto, as entidades governamentais precisam atualizar seus aspectos e visões, 
aperfeiçoando o educador e as diretrizes das políticas públicas existentes. É 
fundamental o bom preparo técnico-pedagógico e emocional de todos os envolvidos 
na educação, com um compromisso político-pedagógico certo para exercer bem 
seu papel na sociedade, formando pessoas para viverem em um mundo que passa 
por constantes transformações.
Conclusão
Nos termos do conteúdo ora abrangido, verificamos que a educação é um direito 
dinâmico e instável, isso porque, deve ser estar voltado ao atendimento da sociedade 
em cada etapa de formação social e cultural.
Nesse sentido, as entidades governamentais têm o papel de desenvolver trabalhos 
sem fins lucrativos, com a participação da sociedade civil e privada, sob o argumento 
de fortalecer a educação do terceiro milênio, cheio de instabilidades e marcada 
pela era da informação acelerada.
Desse modo, a observância dos quatro pilares para a Educação no Terceiro Milênio é 
imprescindível para a formação plena e completa do cidadão, e por consequência, 
da própria sociedade, considerando todas as informações e situação vivadas por 
essa nova forma de vivência, bem como a necessidade de um ramo de atividade 
direcionado ao tema do terceiro milênio.
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Papel da UNESCO; regras na decisão e 
formulação das políticas públicas 
 
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO 
foi criada em 16 de novembro de 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, com 
a finalidade de formar uma organização educacional e cultural que promovesse a 
solidariedade intelectual e moral da humanidade, a fim de evitar uma nova guerra 
mundial.
O objetivo central da UNESCO é garantir e promover a paz por meio da cooperação 
intelectual entre as nações, acompanhando o desenvolvimento mundial e auxiliando 
os Estados membros na busca de uma sociedade igualitária.
Assim, após a Segunda Guerra Mundial, com a criação UNESCO, houve a expansão 
dos ideais de democratização, crescendo a preocupação com a expansão 
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quantitativa da educação. A ideia da democratização do acesso à educação formal 
estava fortemente vinculada aos ideais de modernização. 
No dia 16 de novembro de 1945, trinta e sete países assinaram a carta que constituiu a 
UNESCO, que entrou em vigor em 4 de novembro de 1946, tendo sido ratificada porvinte países. Atualmente, são 193 países que buscam soluções para os problemas 
que desafiam as nossas sociedades.
A UNESCO atua em áreas de grande importância para o desenvolvimento do País 
e do mundo, consideradas impulsionadoras da solidariedade da humanidade e da 
efetividade do direito à igualdade. Tais áreas dizem respeito a educação, ciências 
naturais, ciências humanas e sociais, cultura e comunicação e informação.
A representação da UNESCO no Brasil foi estabelecida em 1964, iniciando suas 
atividades em 1972, sendo algumas de suas prioridades a defesa de uma educação 
de qualidade para todos e a promoção do desenvolvimento humano e social.
Nesse contexto, usando como base as determinações contidas pela UNESCO, a 
sociedade civil e a iniciativa privada brasileira desenvolvem projetos de cooperação 
técnica em parceria com o governo (União, estados e municípios), além de auxiliar na 
formulação de políticas públicas que estejam em sintonia com as metas acordadas 
entre os Estados membros da Organização.
No momento em que todas as sociedades do mundo procuram novos caminhos 
para a construção da paz e o desenvolvimento sustentável, faz-se necessário um 
poder de inteligência para a inovação da esperança num novo humanismo. 
Por isso, a UNESCO existe para dar os meios e diretrizes necessários para o 
desenvolvimento da solidariedade mundial, buscando, no espírito dos indivíduos, o 
crescimento da paz e as condições do desenvolvimento sustentável.
UNESCO e a Educação
A UNESCO é uma agência internacional que exerce maior influência nos países em 
desenvolvimento, como é o caso do Brasil, e promove orientações e recomendações 
para diversos campo de atuação, entre eles o campo das políticas referentes à 
educação.
Desde sua criação, em diversos documentos, essa organização reitera seu 
propósito de consolidar princípios como a paz, os direitos humanos, a justiça e a 
solidariedade intelectual e moral da humanidade. Para o campo da educação, a 
mesma reconhece tal garantia como o centro de toda a estratégia de consolidação 
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da paz, e orienta ou sugere mudanças para o encaminhamento da educação e das 
políticas educacionais brasileiras. 
Dessa forma, em se tratando de encaminhamentos para o campo da educação 
no Brasil, na perspectiva da UNESCO, podemos citar um importante documento 
produzido e disseminado por essa organização: a “Declaração mundial sobre 
educação para todos – Satisfação das necessidades básicas de aprendizagem”, 
que se tornou o grande marco das políticas educacionais nacionais.
A declaração teve como objetivo a educação básica e tratou, em especial, do papel 
da educação e da forma como poderá ser desenvolvida, destacando a necessidade 
tanto de adquirir conhecimentos, habilidades, valores e atitudes, como também de 
ampliar os espaços educativos e confirmar o envolvimento da sociedade e suas 
responsabilidades.
Decisão e formulação de políticas públicas
No campo da educação, as ideias e princípios da UNESCO são disseminados 
por meio da realização de encontros, conferências e seminários, nos quais são 
produzidos documentos tais como relatórios, declarações e carta de princípios que 
irão afetar as políticas públicas nacionais para o campo da educação.
Do mesmo modo, quando se trata das formas como suas ações se concretizam, a 
UNESCO aceita como referência as experiências de diferentes países consideradas 
por ela como “bem-sucedidas”, levando-se em conta seus princípios e ideias 
lançados em publicações que poderão ser tomados por esses mesmos países como 
modelo para o desenvolvimento de suas próprias ações. 
O critério da UNESCO para a seleção dos projetos considerados por ela bem-
sucedidos é que os mesmos se situem e sejam desenvolvidos em comunidades da 
população vulneráveis, com o emprego de técnicas inovadoras e criativas.
No mais, quando tratamos da educação e da implementação de políticas públicas 
sob o olhar da UNESCO, a mesma tem a concepção de trabalhar na construção de 
um indivíduo adaptado, pela tentativa de reproduzir o movimento do capital social 
como um todo, uma vez que a educação possui importante papel pacificador e é 
vista como um mecanismo de contenção dos conflitos, remetendo ao indivíduo a 
responsabilidade em solucioná-los.
Assim, a proposta é que as escolas se preocupem com a aprendizagem dos sujeitos 
como um todo, partindo como premissa da sua própria capacidade de gerenciar as 
inovações por meio de recursos encontrados na própria comunidade. Essa forma 
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de educação, conforme apresentada pela UNESCO como diretriz, tem o objetivo de 
fortalecer a capacidade do sujeito de solucionar problemas, com menos recursos 
e de forma criativa. 
Além disso, as instituições de ensino, como medida de política pública, também 
devem apontar para a necessidade de uma aprendizagem que traduza os valores 
e princípios em ações, por meio de projetos escolares e em políticas educacionais 
públicas. 
Para tanto, os bons exemplos e as inovações, no âmbito da gestão escolar, são 
ressaltados; entretanto, fica oculto todo o conjunto de fatores que caracteriza o 
sucateamento e a precariedade das escolas.
Educação no Brasil
No Brasil, a UNESCO possui uma representação explícita, oficializando sua ação 
com a promulgação de acordo de cooperação técnica (Cooperação Técnica 
Educacional, Científica e Técnica), segundo o qual foram formuladas políticas a 
partir da utilização da Declaração Mundial de Educação para Todos.
Essa representação no Brasil se expande pela influência de ideias apresentadas em 
documentos orientadores das políticas educacionais, tais como o Plano Decenal 
(1993), o Plano Nacional de Educação (2000), e a própria Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDB n. 9394/96).
a) Plano Decenal: propõe a reforma amparada pela inovação pedagógica, 
defendendo a participação da sociedade civil para traçar as linhas estratégicas, por 
meio da criação de locais para realização de movimentos organizados, associações 
de pais e ex-alunos, grupos de empresários e sindicatos que possam contribuir e 
desempenhar um papel ativo na melhoria da educação oferecida no País.
b) Plano Nacional: propõe a gestão compartilhada, a participação da comunidade 
sobre os alicerces da solidariedade e da colaboração. Por meio dessa medida, 
há um processo de desresponsabilização do Estado no que se refere à educação 
pública, e a consequente transferência de responsabilidades ao setor privado e ao 
voluntariado. Ainda sob a óptica do Plano Nacional, devem ser promovidas ações 
para melhoria da gestão escolar, centrada na participação da comunidade. Tais 
ações devem considerar um diagnóstico dos pontos frágeis da escola e traçar um 
plano estratégico de resolução, criando uma cadeia de responsabilização.
Dessa forma, a partir do desenvolvimento de novos padrões de gestão educacional, 
alianças e parcerias, fundamentadas nas diretrizes e princípios entabulados 
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pela legislação, a diversificação das atividades da escola e da sociedade são 
fundamentais para o avanço educacional e o desenvolvimento de uma cidadania 
democrática pautada na redução da desigualdade e da vulnerabilidade social.
Conclusão
Como estudado na aula apresentada, a UNESCO tem um papel fundamental para a 
promoção de uma educação de qualidade para todos, e com âmbito internacional 
tem maior grau de abrangência e responsabilidade para efetivação dos seus 
objetivos.
É importante entender que, por ser a educação um direito social, de garantia e 
direito fundamental à todos, a mesma deve ser olhada no prisma nacional, por 
meio da legislação criada para cada Ente da Federação, e principalmente pelo 
âmbito internacional, dada a grande importância para tal direito.
Assim, considerando a importância do tema da educação, bem como sua abrangência 
no âmbito internacional e nacional, é necessário

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