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Terapia antimicrobiana de tuberculose Tuberculose • Nem todas as pessoas que entram em contato com a bactéria desenvolvem a doença, normalmente ocorre em pessoas mais susceptíveis, por exemplos imunossuprimidos • Quando o sistema imune não consegue responder de forma adequada temos a reprodução das bactérias levando a formação dos granulomas • Como ocorre a infecção e desenvolvimento da doença: • Micobacterium tuberculosis: o Cultura muito típica. o São bactérias de multiplicação lenta, necessitando de um ambiente mais ácido para a multiplicação. o É um bacillus aeróbico obrigatório → desenvolvem bem em tecidos bastante vascularizados o Sistema membranas: membrana plasmática normal, temos uma parede de peptioglicano (essencial para manter a pressão osmótica), o diferencial é que elas possuem uma camada adicional de ácido micólico (açucares - polissacarídeos), essa caractéristica leva a resistência aos lisossomos. ▪ Dentro do macrófago elas ficam mais protegidas, porque evitam o sistema de complemento e o sistema imunológico como um todo o São bastonetes imóveis, são retos e crescem em formato de corda o Parasitas intracelulares não obrigatórios o Multiplicam em colônias e são pouco resistentes ao calor • Atualmente temos um tratamento muito eficaz na erradicação da tuberculose Contaminação por perdigoto Entra nas células epitelials Fagocitose pelo macrófago Temos a resistência as enzimas do lissosomo Sobrevivência dentro do macrófago Crescimento dentro do macrófago Se disseminam e infectam novos macrófagos Reação inflamátoria constante Formação dos graulomas Crescimento Necrose devido a falata de nutrição central Centro necrótico cheio de bactérias Rompimento desses centros Maior infecção e transmissão Ícones: Flaticon Granuloma não necrótico (direita) e bacilos M.tuberculosis no interior de células gigantes EPIDEMIOLOGIA • Atinge 10% dos infectados com o sistema imunológico normal desenvolverão a doença durante a vida • No HIV+ não tratado ou com debilidade tem uma chance de 10% ao ano: • 75% das infecções são de origem pulmonar • 97% dos pacientes se curam se tratados adequadamente • A imunização com a vacina BCG da cerca de 50-80% de proteção Tratamento • No mínimo de 6 meses, porém devido a características individuais podemos ter o aumento desse período • A problemática mais frequente é a adesão ao tratamento, já que temos uma melhora significativa nos primeiros dois meses, interrompendo o tratamento antes do período → isso pode levar a uma resistência bacteriana e o retorno da doença sendo necessário utilizar outros medicamentos • Outra problemática é o custo da terapia, no entretanto o SUS cobre tudo FÁRMACOS • Precisa passar por muitas membranas plasmáticas, além de ter que ser resistências as enzimas proteolíticas → não nos sobram muitas opções ➔ GRANDE PROBLEMA (se desenvolve resistência ficamos sem opção • Primeira escolha (mais potentes e menor tóxicos) o Em função do longo período podem causar toxicidade e inviabilizar o tratamento o Quem são eles ▪ Isoniazida, rifampicina, pirazinamida e etambutol → usamos em conjunto (tratamentos de monoterapia temos normalmente aparecimento de resistência • Nos 2 primeiros meses → todos • Nos 4 outros → retirados dos dois últimos (caso o paciente está melhor) • Segunda escolha (menos contentes e mais tóxicos) o Só usados em bactérias mais resistentes ou reações alérgicas o Normalmente é um tratamento mais intenso o Quem são eles: ▪ Etionamida, rifabutina, estreptomicina, Canamicina, ciprofloxacina IZONIAZIDA • Pode ser usada no tratamento e prevenção da doença (pacientes com contato com pacientes com tuberculose ativa) • Pilar fundamental, quase sempre prescrita em todos os esquemas de tratamento • Possui ação bacteriostática em bacillus circulantes e naqueles que estão dentro dos macrofagos ela é bactericida ➔ impede a ação de ácido micólico • Mecanismo de ação o Não é 100% elucidado o De uma maneira geral sabemos que ele precisa sofrer um metabolismo por uma enzima bacteriana → esse composto inibe a produção do ácido micólico → perda da parede → atuação das enzimas proteolíticas → altamente seletivo para os Micobactérias • Muito bem absorvido por via oral (92%), sendo que sofre metabolismo de primeira passagem → fármacos acetilados (excretados na urina). Esse metabolismo de forma acetilado varia muito de pessoa para pessoa: o Existem acetiladores lentos e rápidos → muitas vezes fazemos testes para a verificação se a pessoa é um acetilador rápido ou lento para ajuste da dose: ▪ Rápido → efeitos hepatotóxicos ▪ Lento → intoxicação • Efeitos adversos: o Principal: neurite periférica → deficiência de vitamina B6 (a isoniazida leva a redução da absorção) o Febre, eritema, reações hematológicas, náuseas, vômito o ICTERÍCIA → temos que sempre prestar atenção devido aos seus efeitos hepatotóxicos o Neurotoxicidade → pode levar a alterações mentais, normalmente transitórias → relacionado a redução da vitamina B6 (se eles forem persistentes mesmo com a suplementação de B6 é necessário rever a terapia de escolha) o Combina com o hidróxido de alumínio (leite de magnésia) e fica mais complexo de ser absorvido → deve ser evitado essa combinação o Por utilizar o sistema microssomal podemos ter a interação farmacológica, especialmente do SNC como a carbamazepina e fenitoína, podendo predispor a sedação (não é contraindicação absoluta, podendo ter que ser ajustado doses) RIFAMPICINA • Medicamento muito utilizado • Composto com estrutura muito complexa, sendo semissintético • Não é um fármaco com ação exclusiva contra Micobactérias, atuando em GRAM+ e – • Mecanismo de ação o Exerce ação antibacteriana através da inibição da polimerase do RNA dependendo do DNA (RNA polimerase bacteriana), o que leva a supressão da formação da cadeia na síntese do RNA sendo bactericida tanto para microrganismos extracelulares como intracelulares • Penetra bem no macrófago, tem um espectro de ação bem favorável • Farmacocinética: o Tem muitas interações farmacocinéticas o Tem boa biodisponibilidade oral, porém alguns pacientes tem a absorção retardada, principalmente quando temos distúrbios do trato gastrointestinal → influencia o efeito terapêutico o Se liga bem a proteínas plasmáticas, podendo competir com anticoagulantes orais o Predominantemente excretado pelas fezes (pela bile) →75%. 30% é excretado pela urina o São mais acetilados → uma parte delas que chega ao intestino e podem sofrer uma metabolização que as levam para o estado original. o Mesmo após o seu metabolismo ela mantém algum grau de atividade antibacteriana → meia vida mais prolongada o Importante indutor enzimático → interfere no seu próprio metabolismo (começamos com uma dosagem mais baixa e vamos aumentando para compensar essa indução enzimática) e de outros medicamentos (principalmente aqueles metabolizados pelo CYP3A4, como: anticoagulantes orais, corticosteroides, contraceptivos orais, fenitoína e sulfonilureia) o Deve ser evitado em HIV+ utilizando inibidores de proteases • Coloração → vermelho intenso, os fluidos corporais ficam avermelhados devido a essa medicação (fezes, urina, lágrimas, saliva) PIRANZINAMIDA • Mecanismo de ação: o Reação que destrói a membrana plasmática o A piranzinamida destrói as membranas plasmáticas (ela tem um processo metabólico complexo para se tornar ativa, sendo que necessita uma queda de pH para tanto, dessa forma só atinge as bactérias dentro dos macrófagos) ➔ muito eficiente nas bactérias que se multiplicam no interior da lesão o Não tem ação nos bacillus fora da lesão • Farmacocinética o Metabolismo no fígado sendo que sofre hidroxilação é e excretado por meio do rim • Efeitosadversos: o Dores articulares, febre, vômito, anemia, anorexia, reações alérgicas o O que mais chama atenção são as disfunções hepáticas → durante todo o período devemos analisar as enzimas hepáticas (AST e ALT) ETAMBUTOL • Bem seletivo para micobactérias → age no ácido micólico • Tem espectro bom nas bactérias resistentes ➔ Continua na terapêutica caso se identifica resistência a isoniazida • Farmacocinética o Excretado de forma renal sem ser muito metabolizado (2/3 do fármaco é excretado de forma inalterada, não sobrecarregando o sistema hepático, dessa forma é um bom fármaco de escolha para hepatopatas e pacientes em esquema de antirretrovirais ➔ nesses pacientes ele pode permanecer por mais tempo como medicação de escolha para o tratamento) • Mecanismo de ação: o Inibição da transferase de arabinose (ligação do ácido micólico na parede), sem essa enzima ela não incorpora os monômeros e não mantém a parede externa levando a bactéria a morte o É tuberculostático, não tem efeito significativo antes de 24 horas • Efeitos adversos: o Principal: alteração da acuidade visual (2%), mas geralmente com a suspensão do fármaco ele tem o retorno da visão → normalmente o que ocorre é a alteração de visualização de cores. Se não for suspenso imediatamente após o aparecimento desse efeito essa alteração pode ser permanente o Deve se tomar cuidado com pacientes com doença renal → predisposição a acúmulo do medicamento aumentando as chances de aparecimento de alteração visual • Metabolismo hepático não importante: pode tomar junto com disfunção hepática, anticoagulantes, anticoncepcionais, antiepiléticos ADMINISTRAÇÃO DO MEDICAMENTO • Dado de forma diária, sendo que já temos medicamentos que juntam os medicamentos de primeira linha Fases de tratamento • Primeira fase → 2 primeiros meses de tuberculose ativa ➔ coxcip-4 (nome dos 4 medicamentos juntos • Segunda fase → 4 últimos meses ➔ rifampicina + isoniazida • Lembrando que essa forma de tratamento pode mudar de acordo com a individualidade do paciente Medicamentos de segunda linha ETIONAMIDA • Pode entrar no regime terapêutico quando temos alguma contraindicação dos fármacos de primeira linha ou presença de resistência • Farmacocinética o Bem absorvido por via oral o Excretado pelo rim • Mecanismo de ação o Inibe a síntese de ácidos micólicos, sendo por isso um tuberculostático e tuberculicida em bacilos em divisão • Efeitos adversos o Hepatite → 5% dos casos o Náuseas, vômitos, anorexia, convulsões, hipotensão postural severa, sabor metálico RIFABUTINA • Mecanismo de ação o Inibe a polimerase do RNA dependente do DNA, o que leva à supressão da formação da cadeia na síntese de RNA, sendo bactericida • Farmacocinética o Tem biodisponibilidade reduzida por via oral o Sofre metabolização extensa, sendo capaz de induzir seu próprio metabolismo (em menor grau que a rifampicina) • Parecido com a rifampicinas, porém tem menor repercussão hepática (causa menos indução hepática) sendo mais usado em pacientes HIV+ ou pacientes que usam medicamentos influenciados por essa indução hepática
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