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Antibióticos: classificação, mecanismo de ação e toxicidade

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Luiza Andrade @medbyluiza & Luiza Margoto 
 
 
	
	
São substâncias naturais produzidas por organismos vivos (fungos, bactérias) que inibem o crescimento ou 
destroem microrganismos 
• Muitos antibióticos foram descobertos por acaso 
• Com a tecnologia da indústria farmacêutica foi possível melhorar a estabilidade desses medicamentos, 
para um ganho farmacocinético e farmacodinâmico e um desempenho maior 
• Ex.: Penicilinas (de fungo do gênero Penicillium) 
• Em sentido mais amplo é necessário incluir as substâncias sintéticas ou semi-sintéticas com a mesma ação 
® sulfonamidas e rifampcina B 
 
 
 
 
Segundo a estrutura química: 
• Sulfonamidas e drogas relacionadas 
® Sulfametoxazol, dapsona (DDS, 
Sulfona) 
• Quinolonas ® Norfloxacino, 
Ciprofloxacino 
• β lactâmicos ® Penicilinas, 
Cefalosporinas, Carbapenemas 
• Tetraciclinas ® doxicilinas 
• Derivados do Nitrobenzeno ® 
cloanfenicos 
• Aminoglicosídeos ® Gentamicina, 
Neomicina 
• Macrolídeos ® Eritromicina, Roxitromicina, Azitromicina 
• Polipeptídicos ® Polimixina B, Bacitracina 
• Glicopeptídicos ® Vancomicina, teicoplamina 
• Poliênicos ® Anfotericina B, Nistatina 
 
Antibioticoterapia 
ANTIBIÓTICOS 
ORIGEM: 
CLASSIFICAÇÃO: 
Segundo ao espectro de atividade: 
É uma classificação importante para 
evitar resistência bacteriana ® atuar de 
acordo com o grupo específico da 
bactéria. Se não for possível identificar 
a tempo, utilizar um de amplo espectro 
 
 
 
 
 
Segundo à atividade: 
• Bacteriostático ® inibe o crescimento do agente 
infeccioso. Cuidado ao utilizar em pacientes com 
comprometimento do sistema imunológico, uma 
vez que sozinho não será capaz de eliminar o 
agente 
• Bactericida ® destroem o agente infeccioso 
Sem antibiótico ® crescimento exponencial das 
bactérias 
Com bacteriostático ® impede o crescimento e 
estabiliza o número de bactérias, sendo o sistema 
imune responsável por eliminar o agente 
Com bactericida ® o ATB destrói o agente, 
ocorrendo diminuição da infecção de maneira 
exponencial. Possuem maiores efeitos adversos e 
destroem a as bactérias da flora. 
 
 
 
 
1- Inibidores da síntese da parede bacteriana 
2- Inibidores da síntese proteica inibem transcrição, 
inibindo a produção de proteínas e consequentemente 
reprodução das bactérias 
3- Inibidores da transcrição e replicação a nível do material 
genético 
4- Lesão da membrana plasmática ® mais fácil de romper 
5- Inibição da síntese de metabolitos essenciais para a 
formação da bactéria ® replicação e formação do 
material genético 
MECANISMO DE AÇÃO 
 
 
• Mais comum: via oral ® comodidade, economia e facilidade. É reservada para tratamento de casos leves 
a moderados. 
• Via endovenosa: casos graves, uma fez que o fármaco fica 100% biodisponível. Comodidade para 
administrar doses elevadas. 
• Via tópica (nebacetin) e intramuscular (benzetacil) 
 
 
Toxicidade local: 
• Irritação local ® eritromicina, tetraciclina, cloranfenicol e algumas cefalosporinas 
• Dor e formação de abcessos ® IM 
• Tromboflebite ® IV 
Toxicidade sistêmica: um fármaco com alto índice de toxicidade, é toxico em dosagem ALTA é um fármaco 
com baixa toxicidade (mais seguro ® verde), é toxico com dosagem BAIXA (menos seguro ® vermelho) ® é 
diferente de índice terapêutico 
Idade: 
• Cloranfenicol: síndrome do bebê cinzento ® falência cardiorrespiratória devido ao excesso de fármaco. 
Ocorre, pois, a criança não metaboliza o fármaco, que fica acumulado e no 3º/4º dia apresenta sinais e 
sintomas: vômitos, cianose, distensão abdominal, letargia, hipotermia, esforço respiratório podendo 
chegar a óbito. Esse fármaco atravessa a barreira placentária e pelo leite. 
• Sulfonamidas: Encefalopatia bilirrubinica (kernicterus). Ocorre hemólise aguda ® aumento da 
[bilirrubina] ® toxica para o SNC 
• Aminoglicosídeos: efeito de ototoxicidade em idosos 
• Tetraciclinas: deposição de cálcio nos dentes em idosos 
Função renal: necessidade de ajustar a dose. 
• Leve: aminoglicosídeos, vancomicina e cefalosporinas 
• Moderada -grave: carbenicilina, fluorquinolonas e clotrimoxazol 
• Fármacos que devem ser evitados pelo potencial de toxicidade nos rins: cefalotina, cefaloridina, acido 
nalidixico, nitrofurantoina, tetraciclina (exceto doxicilina) 
Função hepática: necessidade de ajustar a dose. 
• Cloranfenicol, metronidazol, clindamicina, rifampicina (uso na TB, induz o citocromo 450) 
• Fármacos que devem ser evitados: tetraciclina, pefloxacina, acido nalidixico, estolato de eritromicina 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
TOXICIDADE: 
Gravidez: evitar o uso dos fármacos 
• Risco para o feto: aminoglicosideos (surdez), tetraciclina (alteração na formação dos ossos) 
• Risco para a mãe: tetraciclina (necrose gordurosa do fígado e pancreatite) 
• Seguros: penicilinas, 
eritromicina e 
cefalosporinas 
• OBS: categoria A, 
não relatam 
problema no 
primeiro trimestre de 
gravidez e X, não 
usar durante a 
gravidez, impacto 
grande no feto. 
 
 
Fator genético: anemia hemolítica ® deficiência da enzima G6PD. Sulfonamidas, cloranfenicol e 
fluoquinolonas causam estresse oxidativo e hemólise 
 
 
Presença de pus e secreções: contêm fagócitos, resíduos celulares e proteínas ® se ligam ao fármaco ® criam 
condições desfavoráveis para a sua ação 
Presença de hematoma: ligação do fármaco a hemoglobina penicilinas, cefalosporinas e tetraciclinas 
Redução do PH no local da infecção: menor atividade dos aminoglicosideos e macrolideos 
Abcessos: comprometimento da penetração do fármaco ® necessidade de drenagem 
 
 
Situação ideal: utilizar o ATB dirigido ao agente e de menos 
espectro, diminuindo resistência e resolvendo a infecção 
1- Diagnóstico do estado infeccioso 
2- Diagnóstico etiológico 
3- Conhecer a sensibilidade do microorganismo 
 
Importante na hora de prescrever um fármaco: 
• Espectro de atividade: gram, espectro 
• Tipo de atividade: bactericida ou bacteriostática 
• Sensibilidade do microorganismo: exame de cultura 
• Toxidade reativa: idade, hepatotoxicidade, renal e neurológica 
• Perfil farmacocinético: ineração? atravessa a BHE? 
• Vias de administração 
• Evidência de eficácia clínica: evidência, literatura médica, estar sempre atualizado 
• Custo 
• Considerar uso combinado de fármacos para maior eficiência 
FATORES QUE AFETAM A AÇÃO DOS ATB: 
PRINCÍPIOS BÁSICOS: 
 
Concentração inibitória mínima (CIM): 
menor concentração da droga capar de inibir o 
desenvolvimento visível do microrganismo. 
Até 32 ocorre crescimento da bactéria, em 64 
não tem mais ® CIM. 64 é a menor 
concentração capaz de inibir o crescimento. 
 
 
Princípio do teste por fita graduada: a placa possui placas com 
concentrações diferentes de ATB e graduações. Ao colocar na placa com 
swab, aparece uma elipse de inibição, que mostra onde começa a 
concentração inibitória 
 
 
Curva concentração x tempo para o 
ATB: o fármaco é absorvido e tem a 
concentração máxima. O declive 
representa o metabolismo e excreção do 
fármaco. Vermelho: tempo em que o 
fármaco permaneceu acima da [] 
mínima. Quanto maior o tempo ® mais 
efeito para combater o microrganismo. A 
área sob a curva (AAC) reflete a 
biodisponibilidade do fármaco. 
OBS: lembrar que alguns fármacos são [] 
dependente ® aminoglicosideos. Já os 
beta lactâmicos, são tempo dependentes 
 
 
 
Bactérias gram positivas: 
• relativamente simples, 
• 50% de peptideoglicanos, 40-45% de 
polímeros ácidos, 
• 5 a 10% de proteínas e polissacarídeos. 
• São mais fáceis de combater 
 
Bactérias gram negativas: 
BACTÉRIAS: 
• espaço periplasmatico 
• camada de peptideoglicano 
• membrana externa 
• porinas 
• polissacarídeos complexos 
• assim que o ATB tenta atuar, as beta-
lactamases atuam 
Lipopolissacarideos: barreira parra alguns ATB ® 
Benzilpenicilina, Meticilina, Macrolídeos, 
Rifampicina, ácido fusídico e Vancomicina 
 
 
 
• 1944 ® S. aureus resistente à penicilina 
• 1961® SARO: aureus resistente à oxacilina 
• 1977 ® GISA: aureus intermediários aos glicopeptideos 
• 2002®GRSA: aureus resistente aos glicopeptideos 
KPC: kleibssiela pneumoniae carbapenase ® superbactéria nos ambientes hospitalares no Brasil 2009-2010. 
• Klebsiella pneumoniae é um dos agentes infecciosos mais importantes entre os neonatos. Esse patógeno 
tem potencial para desenvolver resistência e virulência antimicrobiana aumentadas 
• 2020 ® estudo chinês, a prevalência de CRKP aumentou ao longo dos 14 anos, refletindo uma tendência 
nacional 
 
 
Bactéria resistente e bactéria sensível ® o plasmídeo carrega o 
mecanismo de resistência ® por meio da fibrina sexual, ocorre 
transmissão do material 
genético para a outra 
bactéria. Uso e tempo 
inadequado de ATB 
favorece esse 
mecanismo. 
 
Imagem de um 
plasmídeo carregando 
resistência a alguns 
ATB. 
 
 
Mecanismos principais de resistência: 
1- o material genético confere uma blindagem, que não permite que o ATB entre na célula ® importante 
para os ATB que precisam de entrar na célula para atuar (tradução, transcrição genica) 
2- alterações em enzimas que degradam os ATB ® betalactamases, ex: penicilina 
RESISTÊNCIA BACTERIANA: 
MECANISMO DE RESISTÊNCIA: 
3- Alterações no alvo molecular do ATB 
® os atb que atuam a nível de 
ribossomos confere a bactéria uma 
resistência 
4- Bomba de efluxo ® expulsão do ATB 
do seu interior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O esquema ao lado nos mostra a necessidade 
do fármaco Prontosil Rubrum (descoberto 
pelo médico alemão Gerhard Domagk, em 
1931) de passar por uma modificação 
biológica e então, o seu produto, que recebe 
o nome de Sulfanilamida, ter uma atividade 
antibacteriana (posteriormente começou a 
ser comercializada como antimicrobiano). O 
Prontosil Rubrum era um pró-fármaco 
 
Estrutura: 
Quimicamente, as Sulfonamidas são 
estruturas orgânicas benzênicas, aromáticas, 
sulfatadas e com um radical amida, sendo 
que o seu principal exemplo é a 
Sulfanilamida. A maioria é insolúvel em água, 
mas, ao se combinarem ao sódio, formam um 
radical que tem a capacidade de ser solúvel, 
melhorando as suas características biológicas. 
 
A Sulfanilamida, deu origem à vários outros 
compostos, com diferentes atividades biológicas 
e com diferentes alvos. Alguns exemplos, são: 
• Probenecida, que é um fármaco capaz de 
aumentar a excreção de ácido úrico e, 
portanto, é utilizado no tratamento da 
GOTA; 
SULFONAMIDAS: 
• Clorotiazida e Hidroclorotiazida, que são diuréticos; 
• Propiltiouracil e Tiamazol, que são utilizados em pacientes com Hipotireoidismo; 
• Tolbutamida e Clorpropamida, que são fármacos utilizados na DM tipo II; 
• Proguanila e a Cicloguanila, que são agentes anti-maláricos. 
 
 
• A produção de bases purínicas e de timidinas, são substâncias 
essenciais para a produção de ácido nucleico (RNA e DNA), 
dependem do ácido tetrahidrofólico ® esse ácido, que é derivado do 
ácido fólico (vitamina B9), é essencial para que multiplicação e 
crescimento celular, além de produção de proteínas. 
• Porém, os seres humanos, não são capazes de produzir o ácido 
fólico, também chamado de ácido dihidrofólico, então ele precisa 
ser adquirido por meio da nossa dieta ou a partir de bactérias do 
intestino, para então ser absorvido por meio de transportadores. 
• Já os microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) produzem o 
seu próprio ácido fólico, mas não são capazes de captar esse ácido 
do meio extracelular, ou seja ® eles não apresentam transportadores 
para essa substância, não conseguem captar no meio extracelular 
• Resumindo: os humanos tem uma diferença 
 metabólica na 
produção de bases purínicas e de
timidinas em relação à esses 
microrganismos ® é nessa
diferença que as Sulfonamidas atuam 
® elas têm a 
 capacidade de inibir a enzima diidropteroato 
sintetase,
que é uma das enzimas chave na produção do ácido
fólico nas bactérias, nos fungos e nos 
protozoários. 
• Em
condições normais, esses microrganismo produzem o
ácido dihidropteróico a partir do Paba, com a 
ajuda da
enzima diidropteroato sintetase ® esse ácido é então
incorporado ao glutamato e transformado 
no Ácido Dihidrofólico, que dará origem às bases purínicas e a timidina, possibilitando com que as 
bactérias tenham uma produção normal de DNA e RNA. 
• Logo, as bactérias ficam sem o ac fólico ® não possuem transportadores e sua produção interna é 
bloqueada ® multiplicação paralisada 
 
No início do uso das Sulfonamidas, elas eram utilizadas como monoterapia ® após 40 anos de utilização clínica, 
começou a aparecer muita resistência bacteriana em relação à esse fármaco, sendo necessário desenvolver 
mecanismos que “driblassem” essas resistências. A partir disso, foi desenvolvida na década de 60 uma substância 
chamada de Trimetroprima: 
• age na mesma via de produção do ácido fólico. Porém, ao contrário das Sulfonamidas, ela bloqueia a 
enzima Diidrofolato Redutase ® é a enzima responsável pela conversão do Ácido Dihidrofólico em Ácido 
Tetrahidrofólico (ácido folínico), que é um cofator para a produção de Purina e Timidina. 
• A enzima Diidrofolato Redutase também está presente nos humanos, os quais possuem a capacidade de 
transformar o Ácido Dihidrofólico em Ácido Tetrahidrofólico. 
• O Tripetropim apresenta uma ação muito mais evidente na enzima bacteriana do que na enzima humana, 
ou seja, a enzima bacteriana é mais sensível a esse fármaco. A partir desse bloqueio em dois pontos da via 
MECANISMO DE AÇÃO: 
do ácido fólico, ambas as drogas passaram a ser prescritas de forma 
combinada, dificultando a resistência bacteriana e 
 possibilitando a 
utilização de doses menores de Sulfonamida
® interessante clinicamente 
em função da menor
quantidade efeitos adversos. 
 
Imagem: crescimento bacteriano em uma cultura de E.Coli. Observa-se que o uso 
isolado do sulfametoxazol ou da trimetroprima não são muito eficientes em 
diminuir o crescimento bacteriano (vermelho e azul), quando comparados com o 
seu uso combinado. Isso pode ser explicado pela grande quantidade de resistência 
apresentada pelas bactérias a esses fármacos de forma isolada. Ambos os fármacos 
(roxo) reduzem de forma significativa o crescimento bacteriano. 
 
 
 
 
Sua aplicação clínica é bastante restrita, principalmente pela grande resistência apresentada por vários 
microrganismos, como é o caso da e. coli. Além disso, entraram em desuso pelo desenvolvimento de outras drogas, 
como as cefalosporinas, que apresentam uma ação bactericida e, portanto, mais rápida no curso de algumas 
infecções, e menos toxicidade. Ainda assim, as sulfonamidas ainda são os fármacos de primeira escolha para o 
tratamento ou prevenção de algumas doenças, como: 
• Co-trimoxazol (sulfametoxazol + trimetroprima): utilizado na prevenção de pneumonia causado pelo 
fungo P. carini ® microrganismo oportunista, que ataca pacientes imunossuprimidos, como indivíduos 
soro positivos não tratados. Nomes comerciais são: bactrin, espectrin, infectrin, septra; 
• Fanasulf (sulfadoxina + primetamina ® ação 
semelhante à da trimetroprima): utilizado contra malária 
e toxoplasmose. Essa associação é benéfica para essas 
doenças, já que os fungos e protozoários são mais 
sensíveis à ação da primetamina do que da trimetroprima. 
• Sulfassalazina (azulfin e salazoprin): utilizado em 
casos de colite pseudomembranosa (via oral) e 
queimaduras (pomada ® sulfadiazina de prata ® 
IMAGEM). Mesmo quando utilizada por via oral, a ação 
desse fármaco não é sistêmica, uma vez que ele não é 
absorvido. 
 
Os pacientes que fazem uso crônico desses medicamentos/associações, principalmente o fanasulf no tratamento 
de toxoplasmose, acabam precisando de uma reposição de ácido folínico, já que essa droga está inibindo a via 
do ácido fólico das bactérias intestinais, além de inibir em algum grau a enzima diidrofolato redutase nos humanos. 
Essa interferência do fármaco no organismo acaba tendo uma repercussão na multiplicação de glóbulos brancos 
e de outros tecidos de renovação celular mais rápido. 
 
 
As Sulfonamidas exercem uma ampla faixa de atividade antimicrobianacontra bactérias gram-positivas e 
negativas (aeróbio). Elas já foram muito utilizadas no tratamento de infecções urinárias, bronquite, sinusite, mas, 
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS: 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
atualmente, são mais usadas contra toxoplasmose e pneumonia por pneumocystis, em combinação com a 
trimetoprima. Possuem apenasefeito bacteriostático, fazendo com que o seu uso seja limitado em casos de 
infecções com evolução rápida. 
 
 
Características: 
• Boa absorção, variando de 70 a 100% por via oral ® exceção da sulfassalazina, que praticamente não é 
absorvida no intestino; 
 
• Após absorção, se unem variavelmente a proteínas plasmáticas, sendo que a grande maioria se liga bem à 
essas proteínas; 
• São usadas em doses elevadas, normalmente com mais de 500g em cada comprimido e, em função de se 
acumularem bastante no plasma e se ligarem às proteínas plasmáticas, elas podem ter interações 
farmacocinéticas com outros fármacos que também se ligam a essas proteínas ® ex: varfarina (aumenta 
a fração livre e predispõe à toxicidade) 
• São bastante lipossolúveis ® um alto volume de distribuição (inclusive no líquor); 
 
• Sofrem metabolismo hepático, por acetilação e glicuronidação; 
 
• Sua excreção é, principalmente, por via renal. 
 
 
 
Ela é muito comum e está frequentemente associada a mutações espontâneas e transferências através de 
plasmídeos e ocorre através de 3 mecanismos principais: 
• Mutação da enzima diidropteroato sintetase: faz com que a sulfonamida tenha uma menor afinidade a 
essa enzima e não exerça a sua ação; ou aumento na produção de PABA, que acaba competindo com o 
fármaco pela enzima e conseguem desviar a produção; 
 
• Criação de uma via metabólica alternativa ao ácido fólico: que não envolva a enzima diidropteroato 
sintetase ou até mesmo a diidrofolato redutase; ou desenvolver transportadores para captar ácido fólico do 
meio extracelular; 
 
• Aumento da capacidade de inativar ou destruir a droga: por meio da produção de enzimas específicas. 

 
 
Reações de hipersensibilidade: são os efeitos adversos mais comuns. Muitos pacientes são alérgicos a radicais 
sulfatados, como é o caso desse fármaco. As reações que mais ocorrem são as cutâneas e mucosas, que podem se 
manifestar desde um simples rash cutâneo, até formas mais graves, com o desenvolvimento de um importante 
eritema cutâneo e mucoso, como na Síndrome de Stevens 
Johnson (raro - IMAGEM). O choque anafilático é 
extremamente raro. 
• Síndrome de Síndrome de Stevens- Johnson (mais 
comum em crianças), causada por uma reação de 
hipersensibilidade pelo uso das Sulfonamidas. Na 
imagem da esquerda, observa-se um garoto com um 
forte eritema e descamação na região da face, 
principalmente no tecido mucoso (lábios). Já na imagem 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
RESISTÊNCIA: 
EFEITOS ADVERSOS: 
da direita, observa-se outro paciente com o mesmo quadro, mas agora no tronco e MMSS. 
Transtornos hematológicos: reações hematológicas diversas, principalmente neutropenia e linfopenia, que são 
quadros relacionados a uma diminuição da ação do ácido fólico no organismo. Esse efeito é pouco frequente e 
reversível. 
Trato urinário: cristalúria, que é o acúmulo de grande quantidade de sulfonamidas 
no aparelho renal durante o processo de excreção. Esse acúmulo pode levar à 
produção de cristas que podem lesionar os túbulos renais.
 
• Imagem de uma fotomicroscopia, onde podemos observar-se pequenos 
cristais causados pelo uso de Sulfonamida, encontrados na urina do 
paciente ® cristalúria. 
 
 
 
Interações farmacológicas (IMAGEM): 
sulfoniluréias, anticoagulantes orais, fenitoína e 
fenobarbital. Nesses casos, as sulfonamidas podem 
potencializar os efeitos dos outros fármacos, por 
inibição do metabolismo hepático (atrasando o 
metabolismo) ou por deslocamento desses fármacos 
das proteínas plasmáticas. Caso esses fármacos 
tenham uma janela terapêutica menor, o efeito dessa 
interação será mais deletério ao paciente. 
 
 
 
 
Representantes: 
• Neomicina: VO (tem apenas um efeito tópico intestinal), IM e EV 
• Gentamicina: IM e EV 
• Tobramicina: IM e EV 
• Amicacina: IM e EV
 
• Sisomicina: IM e EV 
• Espectinomicina: IM 
• Estreptomicina: IM e EV 
• Netilmicina: IM e EV 
 
Todos os agentes Aminoglicosídeos apresentam uma certa seletividade para agentes gram-negativos, 
principalmente os aeróbios. Isso porque, para ter o seu efeito, eles precisam ser captados pelas bactérias por um 
transportador de poliaminas, que é oxigênio dependente. 
 
 
Características: 
• Esses fármacos são ativos contra a maioria das espécies gram-negativos aeróbicas. 
 
AMINOGLICOSÍDEOS: 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
• São muito utilizados contra bacilos da TBC (não mais atualmente, devido ao 
desenvolvimento de novos 
fármacos) e infecções por enterococos. 
 
• Quando se deseja ampliar o espectro, ele é utilizado em associação com beta-lactâmicos, como a Penicilina. 
• Alguns dos microrganismos sensíveis aos aminoglicosídeos são: 
 
o Enterobacteriaceae: e. coli, proteus, klebsiella e shigella. 
o Pseudomonas Aeruginosa
 
o Haemophillus e Neisseria
 
o Mycobacterium Tuberculosis 
 
 
 
Características: 
• Eles são fármacos pouquíssimo lipossolúveis; 
 
• São fármacos catiônicos, ou sejam têm carga, o que justifica a sua absorção gastrointestinal ser 
praticamente nula; 
• São administrados por via endovenosa, intramuscular (quando se deseja um efeito 
mais duradouro, como 
é o caso do tratamento da TBC com Estreptomicina) ou tópica (pomadas e cremes); 
 
• Em vias endovenosas, a administração deve ser contínua lenta e não em bolos, uma 
vez que esses 
fármacos causam toxicidade, principalmente ototoxicidade e nefrotoxicidade e, picos muito altos de 
concentração plasmática aumentam essa toxicidade; 
 
• Não se ligam a proteínas plasmáticas e apresentam baixa capacidade de atravessar membranas biológicas 
(como a barreira hematoencefálica); 
 
• Por não conseguirem ultrapassar membranas biológicas, eles geralmente não são metabolizados no fígado, 
já que não conseguem entrar nos hepatócitos; 
 
• Por serem fármacos pouco lipossolúveis, eles são rapidamente eliminados na urina (99%), de forma 
inalterada. Isso explica o porque de pacientes com insuficiência renal precisarem de doses reduzidas desse 
fármaco, já que o acúmulo do 
 
 
Alguns aminoglicosídeos são usados na forma de pomada, principalmente na prevenção de infecções cutâneas e 
em pacientes queimados. Porém, a maioria se apresenta na forma de preparado para administração parenteral. 
Dentre eles, podemos destacar a Gentamicina, que é utilizado contra infecções por agentes gram- negativos, em 
ambiente hospitalar. 
Aminoglicosídeo no organismo pode predispor a outros tipos de intoxicação ou piorar a sua condição renal. 
 
 
A sua margem de segurança estreita ® toxicidade frequente e importante. 
Toxicidade importante vestibulococlear (ototoxicidade) e nefrotoxicidade: algumas células do aparelho 
vestibulococlear e dos túbulos renais conseguem captar os aminoglicosídeos por meio de transportadores 
específicos e, uma vez dentro dessas células, eles criam uma espécie de estresse oxidativo, que causa lesão celular. 
• Pacientes portadores de Insuficiência Renal ® já apresentam um grau de comprometimento renal, que 
pode ser prejudicado por esses fármacos. Porém, de uma maneira geral, essa IR pode acabar sendo 
reversível com a suspensão do fármaco 
 
FARMACOCINÉTICA: 
EFEITOS ADVERSOS: 
• Evitar usos com diuréticos de alça: essa associação predispõe ao aumento da toxicidade tanto 
vestibulococlear, quanto renal. 
 
• Ototoxicidade ® dependendo do período de utilização do fármaco, ela pode ser irreversível (surdez 
permanente), o que foi muito observado antes da década de 70, quando esse fármaco era amplamente 
utilizado em RN prematuros, com o intuito de prevenir infecções hospitalares. Atualmente, existem 
técnicas que conseguem minimizar esse problema, já que a Gentamicina ainda é utilizada nesse tipo de 
paciente. Para isso, é feito o Testeda Orelhinha (teste de emissão otoacusticas evocadas) antes, durante e 
após o uso desse fármaco, para avaliar se há algum grau de interferência do aparelho vestibulococlear 
desses prematuros. Caso alguma alteração importante seja identificada durante o tratamento, a suspensão 
do fármaco é efeito imediatamente, a fim de evitar qualquer dano maior. 
 
o Uma vez no interior dessas células, esses antibióticos criam um estresse oxidativo, causando 
alterações morfofuncionais nessas células externas e internas do aparelho vestibulococlear 
o OBS: em pacientes conscientes, a administração desse fármaco é mais “segura”, uma vez que ele 
próprio começa a relatar sobre a toxicidade vestibular, sendo que isso não acontece em pacientes 
sedados ou pediátricos, necessitando da utilização de emissões otoacusticas para esse 
monitoramento. 
 
Associação com bloqueadores neuromusculares: os aminoglicosídeos pode prolongar o período de bloqueio, 
dificultando a reversão da ação desses fármacos em anestesia cirúrgica. 
 
 
Alguns fármacos aminoglicosídicos são mais propensos a causar os seguintes efeitos adversos: 
 
• Ototoxicidade: amicaina, canamicina e neomicina. Essa toxicidade é mais importante, pois nós não temos 
mecanismos compensatórios para a perda de cílios 
relacionado ao aparelho auditivo, o que pode causar 
surdez em diferentes graus; 
• Toxicidade vestibular: estreptomicina e gentamicina. Existem vários mecanismos proprioceptores 
compensatórios para toxicidade vestibular, ou seja, o paciente consegue compensar 
a perda das células 
celulares; 
 
• Nefrotoxicidade: neomicina, tobramicina e Gentamicina. Na maioria dos casos, a suspensão do uso de 
aminoglicosídeos pode restaurar a função renal do paciente. Outro ponto de destaque é que, essa 
nefrotoxicidade predispõe ao aumento dos níveis plasmáticos dos próprios aminoglicosídeos que estão 
sendo administrados, tendo como consequência um aumento da toxicidade vestibulococlear. 
 
 
 
Os Aminoglicosídeos são essencialmente bactericidas ® eles 
apresentam uma interação com o RNA mensageiro, que resulta 
em uma leitura incorreta desse RNA, fazendo com que a bactéria 
produza proteínas anômalas, ou seja, sem função. Além disso, 
essas proteínas anômalas possuem um enovelamento incorreto, 
formando aglomerados proteicos no interior da célula bacteriana, 
causando a sua morte. 
Imagem: os aminoglicosídeos se ligam na interface entre o 
Ribossomo e o RNAm, na subunidade 50s ribossomal bacteriana 
® toda leitura a partir do RNAt ocorra de forma incorreta, 
MECANISMO DE AÇÃO: 
fazendo com que essa bactéria não faça a renovação das proteínas essenciais para o seu metabolismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas bactérias adquiriram resistência contra esses fármacos, por meio dos seguintes mecanismos: 
• Produção de enzimas que inativam os aminoglicosídeos; 
 
• Inibição do sistema de transporte membranar dos aminoglicosídeos, que era feito por transportadores de 
poliaminas dependente de oxigênio; 
 
• Ribossomos com baixa afinidade aos aminoglicosídeos. 
 
 
 
As Quinolonas ainda são empregadas em infecções do trato urinário, principalmente por bacilos gram-negativos. 
Posteriormente, com a sua incorporação ao flúor, dando origem à fluroquinolona, elas se tornaram mais ativas, 
pois passaram a penetrar com mais facilidade nos tecidos. 
 
Representantes: 
• Norfloxacina: VO 
• Levofloxacina: VO ou EV 
 
• Ciprofloxacina: VO ® principal represente, é utilizado para o tratamento de ITU e contra sinusites 
bacterianas. 
 
• Trovafloxacina: VO ou EV 
 
• Perfloxacina: EV e VO ® penetra bem a barreira hematoencefálica, podendo ser utilizado no tratamento 
de Meningite; 
 
• Lomefloxacina: VO 
 
• Ofloxacina: VO 
 
RESISTÊNCIA: 
QUINOLONAS: 
 
 
Esses fármacos atuam sobre bacilo gram-negativos, incluindo os resistentes às penicilinas, cefalosporinas e 
aminoglicosídeos. Os gram-negativos entéricos são muito susceptíveis à sua ação. 
• São ativas contra pseudomonas e contra bacilos gram-positivos e microrganismos anaeróbios; 
 
• Apresentam uma ampla distribuição pelos tecidos. 
 
 
 
São muito utilizadas para: 
 
• Carbúnculo (Antraxx): devido ao bacillus anthracis
 
• Gonorreia
 
• Infecções do trato urinário leves e graves: as quinolonas são os fármacos de primeira escolha 
• Infecções respiratórias por Pseudomonas Aeruginosa
 
• Otite externa por Pseudomonas Aeruginosa
 
• Osteomielite por bacilo gram-negativo: esses fármacos apresentam uma alta afinidade pelo tecido ósseo, 
por causa do flúor, que se liga bem à substâncias calcificadas do nosso organismo. 
• Prostatite bacteriana
 
• Cervicite (infecção do colo uterino) por bactérias 
 
O espectro de ação das quinolonas se assemelha muito aos dos aminoglicosídeos. As indicações não são as 
mesmas, uma vez que os aminoglicosídeos apresentam uma ação mais rápida, porque são fármacos bactericidas, 
ao contrário das Quinolonas que apresentam um efeito bacteriostático. 
 
 
ESPECTRO DE AÇÃO: 
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS: 
 
 
Baseia-se na diminuição da multiplicação das células bacterianas, ou seja, é um fármaco bacteriostático. Isso é 
feito por meio do seguinte processo: antes da duplicação do DNA, o DNA das bactérias precisa se desenovelar, 
por meio da ação da enzima DNAgirase, para que ele seja lido pela DNApolimerase e a duplicação e multiplicação 
da bactéria ocorra. É nesse processo que as quinolonas agem, se ligando à DNAgirase bacteriana, impedindo o 
desenovelar do DNA e, consequente, impedindo a multiplicação desses microrganismos. 
 
 
Seu metabolismo é predominantemente hepático, pelo sistema citocromo P450 ® ela pode interferir na 
farmacocinética de outros fármacos, como a teofilina. 
• Esse fármaco é um broncodilatador, sendo utilizado para o tratamento da asma, podendo causar vários 
efeitos colaterais quando associado às quinolonas, como convulsões e tremor, em decorrência da sua 
estreita janela terapêutica; 
 
• Sua excreção é renal; 
 
• A maioria não atravessa a BHE, com exceção da 
perfloxacina e pfloxacina; 
 
• Concentram-se nos rins, próstata, pulmão e fagócitos; 
 
• A sua absorção é retardada por cátions bivalentes, não 
podendo ser administrada junto com medicações 
como hidróxido de alumínio, cálcio e hidróxido de magnésio. Isso porque, o flúor das quinolonas se liga 
a esses cátions, formando complexos que são fracamente absorvidos. 
 
 
 
Hipersensibilidade ocorre em menos de 1% dos pacientes; 
 
Erosões nas cartilagens ® são contra-indicadas em pacientes pediátricos. Por elas se ligarem ao tecido ósseo e 
cartilaginoso, o seu uso durante o período de crescimento produz um crescimento anômalo (erosão de cartilagem) 
Sintomas gastrointestinais: são mais comuns, uma vez que as quinolonas 
modificam a população do trato 
gastrointestinal, podendo causar náusea, vômito e 
anorexia; 
 
Sintomas do SNC: cefaleia 
Outros efeitos: 
• Inibição das enzimas hepáticas a curto prazo e elevação a longo prazo.
 
• Aumentam as concentrações séricas de Aminofilina (contra asma); 
• Aumentam a concentração dos anticoagulantes orais. 
 
 
 
Todos os beta lactâmicos possuem em sua estrutura base um anel beta lactâmico. São drogas bactericidas (matam 
as bactérias). Possuem o mesmo mecanismo de ação, mas características farmacocinéticas diferentes. 
Representantes: penicilinas, cefalosporinas, monobactâmicos e carbapenemos. São a classe de antibióticos mais 
prescrita. 
 
 
Promovem inibição da síntese da parede celular das bactérias-> impedem a ligação cruzada dos polímeros de 
mureína, que fazem parte da parede celular bacteriana 
• Gram positiva ® parede celular com conjunto de pontes cruzadas de mureína (EXPOSTA) 
MECANISMO DE AÇÃO: 
FARMACOCINÉTICA: 
EFEITOS ADVERSOS: 
BETA LACTÂMICOS: 
MECANISMO DE AÇÃO: 
• Gram negativa ® parede celular de 
mureína entre a membrana externa e a 
membrana citoplasmática. Nos gram negativos, 
a parede fica protegida, então os fármacos 
precisarão de propriedades específicas para 
atingira parede e destruir as bactérias 
(PROTEGIDA) 
 
As cadeias laterais tetrapepidícas formam uma estrutura de andaime na parede, a partir da ligação cruzada 
peptídica. Os beta lactâmicos irão impedir justamente essa ligação cruzada, o que destrói a estrutura da parede-> 
efeito bactericida: síntese da parede celular alterada + conteúdo celular hiperosmótico = destruição da bactéria. 
 
• Os beta lactâmicos inibem a enzima transpeptidase, uma enzima importante para a formação de ligação 
cruzada. 
 
• Alteração da conformação da 
transpeptidase ® a transpeptidase é a 
proteína de ligação da penicilina, então a 
alteração da conformação dela impede a 
ação da penicilina. 
• Produção de beta lactamases 
(penicilinases) ® são enzimas 
bacterianas que quebram o anel beta 
lactâmico dos fármacos, que não 
conseguem mais interagir de maneira 
eficaz com a transpeptidase. 
 
 
 
 
A penicilina possui como estrutura base um radical + anel beta lactâmico + ácido 6-aminopenicilânico (6-APA). 
Além dela, outros dois sítios são importantes para o estudo da penicilina: o local de ação das beta lactamases e o 
local de ação de enzimas do tipo amidase. 
MECANISMO DE RESISTÊNCIA: 
ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO: 
(o que muda entre essas penicilinas é o radical) 
As modificações realizadas na molécula do 6-APA 
permitem a classificação das penicilinas em grupos: 
 
 
 
 
 
 
 
Primeiras penicilinas: 
• São sensíveis ao ácido ® a hidroxila que faz parte do anel possui atração pelo hidrogênio do ácido, sendo 
que essa ligação muda a estrutura do anel. Isso significa que elas não podem ser usadas por via oral. 
• Não atuam em bactérias gram negativas ® não possuem capacidade de penetrar a membrana externa ® 
espectro reduzido. 
• São sensíveis a beta lactamases. 
A partir dos problemas apresentados pela primeira geração de penicilinas, foram criadas a penicilinas 
semissintéticas. Elas apresentam a estrutura básica do 6-APA com adição de ácido carboxílico, cloretos de acila 
e anidridos de ácidos ® isso possibilitou a criação de penicilinas ácido-resistentes, beta lactamases resistentes e 
de amplo espectro. 
• Penicilinas ácido-resistente: foi adicionado um grupo eletrofílico ligado a cadeia lateral aminada -> isso 
causa diminuição da densidade elétrica da carbonila, o que atrai os hidrogênios dos ácidos para longe dos 
anéis beta lactâmicos. 
• Penicilina beta lactamases resistentes: adição 
de uma estrutura química volumosa, o que 
protege o anel da ação das beta lactamases. Ex: 
meticilina. 
• Penicilina beta lactamases e ácido resistente: 
grupo volumoso + grupo eletrofílico. Ex: 
amoxicilina 
• Penicilinas de amplo espectro: para atravessar 
a membrana externa das bactérias gram 
PENICILINAS: 
negativos, é adicionado um radical hidrofílico na cadeia lateral. Isso permite a penicilina passar pelas 
porinas da membrana externa, atingindo a o espaço periplasmático, onde a mureína e a parede se 
encontram ® IMAGEM 
 
• Inibidores das beta lactamases: ácido clavulânico e sulbactan ® possuem estruturas idênticas ao anel 
beta lactâmico, assim as beta lactamases vão se ligar a elas e irão deixar as penicilinas livres para agir 
sobre as transpeptidases. Podem ser utilizados em associação com as penicilinas, aumentando muito a 
efetividade dessas. 
o Indicações: infecções mistas de origem comunitária, pneumonias aspirativas, peritonite, infecções 
necrotizantes de partes moles, pé diabético, otite e sinusites de infecção (nessa última indicação, 
existem outros antibióticos mais indicados para esse tratamento). 
• Ação antibiótica prolongada: sais de 
penicilina de baixa solubilidade ® 
administração intramuscular em veículo 
oleoso, o que permite a formação de 
depósito que vai sendo liberado 
gradativamente. Dessa forma, a 
concentração sérica desse tipo de 
antibiótico forma um platô após sua 
administração. 
 
 
Problema: algumas bactérias são combatidas de forma proporcional a concentração sérica do antibiótico, dessa 
forma um fármaco de ação prolongada não seria o ideal, já que a concentração não chega a níveis elevados. 
 
• Foram descobertas em 1945, a partir do Cephalosporium acremonium 
• Podem ser divididas em cefalosporina P, N e C, sendo a C a mais importante 
• Possuem isolamento do núcleo ativo do ácido 7-aminocefalosporânico (equivalente ao 6 APA das 
penicilinas) 
• Apresentam espectro de ação mais amplo e resistência a penicilase estafilocócica. 
• São agentes profiláticos e terapêuticos eficazes, sendo muito utilizados na clínica. Entretanto, existem 
muitas bactérias resistentes, causado principalmente pelo uso indiscriminado de antibióticos. 
• Possui dois radicais: a modificação no R1 é responsável pelo aumento do espectro de ação, maior 
resistência contra as beta lactamases e maior 
afinidade com a transpeptidase, enquanto a 
modificação no R2 promove modificação da 
meia vida do fármaco. 
• São divididas em quatro gerações: 
 
CEFALOSPORINAS: 
Cefalosporinas de 1ª geração: 
• De maneira geral, podem ser usadas por via 
oral, ou seja, são resistentes ao ácido. 
Exceção: cefazolina. 
• São estáveis contra beta lactamases clássicas 
(TEM1 e SHV) 
• Ativos contra cepas gram positivas 
• Moderadamente ativas contra gram negativos 
• Conclusão: ampliou o espectro em relação as 
penicilinas, mas ainda é moderadamente ativa 
contra gram negativos 
 
 
Cefalosporinas de 2ª geração: 
• Todos podem ser utilizados por via oral 
• São mais potentes contra alguns gram negativos (E. coli, Klebsiela e Proteus) 
• Boa atividade contra patógenos respiratórios (H. influenzae e Neisseria) 
• Menos ativas contra gram positivas 
• Nenhuma atividade contra Pseudomonas 
• Conclusão: melhor ação contra gram negativos que a 1ª 
geração, pior para gram positivos 
• Particularidades: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas de 3ª geração: 
• São menos ácido resistentes ® usadas por via parenteral. Exceção: cefdinir e cefixima 
• Muito potentes contra gram negativos 
• Boa atividade contra Pseudomonas 
• Menos ativos para gram positivos que a 1ª geração 
• Moderadamente ativo contra anaeróbios, mais eficazes para Enterobactérias 
® Piores para gram +, melhores para gram – 
• Particularidades: 
Cefotaxina: pró fármaco, tem sido utilizado 
de forma eficaz em meningites causadas por 
H. influenzae, S. pneumoniae sensível a 
penicilina (em conjunto com vancomicina) e 
Neisseria meningitidis (também pode ser 
utilizada ceftriaxinona). Não são eficazes 
contra Listeria monocytogenes e 
pneumococos resistentes a penicilina. 
Lembrar que para ser utilizado como 
tratamento de meningite, precisa atravessar a barreira hematoencefálica, o que é feito pelas cefalosporinas 
de 3ª geração. 
 
 
 
Cefalosporinas de 4ª geração: 
• Não são ácido resistentes ® via parenteral 
• Espectro mais equilibrado 
• Permeabilidade de membrana elevado ® 
passam pela barreira hematoencefálica 
• Modesta atividade contra anaeróbios 
 
 
 
 
 
 
 
Cefalosporinas de 5ª geração: 
• Agem contra Staphilococcus aureus resistentes a 
meticilina 
• Custo muito elevado, que muitas vezes inviabiliza o 
uso rotineiro 
 
 
 
 
• Produzidos pelo Streptomyces Cattleya 
• Espectro de ação mais amplo do que os outros beta lactâmicos 
• Principal representante: imipenem (intravenoso, normalmente com cilastatina associada) 
o Cilastatina: é um inibidor da desidropeptidase tubular que renal, que iria provocar diminuição na 
biodisponibilidade do fármaco 
• Atividade contra aeróbios e anaeróbios 
 
• Produzidos pelo Chromobacterium violaceum 
• Principal representante: aztreonam (um dos fármacos mais utilizados em ambiente hospital, especialmente 
para pacientes oncológicos) 
• Atividade restrita para gram negativos-> vai ser usado para infecções hospitalares caso esse seja o perfil 
do serviço 
• Atividade contra enterobactérias e pseudômonas 
® Pseudomonas aeruginosa: um dos principais agentes envolvidos com infecções hospitalares. Estar 
atento porque os agentes de infecção hospitalar normalmente possuemmultirresistência antibiótica. 
 
 
Tuberculostáticos (aula sobre infecções de micobactérias) 
A principal infecção causada por micobactérias é a tuberculose. O tratamento de lepra (hanseníase) é feito de 
forma bem semelhante. 
Tuberculose: 
• Uma boa parte da população, apesar de entrar em contato com a micobactéria tuberculótica, não 
desenvolve a doença devido a fatores imunológicos ® pessoa já com sensibilização prévia do 
patógeno/imunizado ou sistema imunológico capaz de conter a multiplicação 
• Imunossuprimidos normalmente estão vulneráveis a infecção pela micobactéria tuberculótica-> 
micobactéria se reproduz e se acumula no órgão alvo, normalmente no pulmão 
• Bactéria entra no sistema respiratório, por perdigotos, e vai até as células epiteliais dos alvéolos, onde é 
fagocitada pelos macrófagos. Normalmente, uma bactéria fagocitada morre após entrar em contato com 
as enzimas do lisossomo, sendo automaticamente digerida pelas enzimas e pelo ambiente extremamente 
ácido. Entretanto, as micobactérias são resistentes as enzimas lisossômicas, assim irão continuar o 
seu processo de multiplicação mesmo após a fagocitose. 
CARBAPENÊMICOS 
MONOBACTÂMICOS: 
TEORIA ANTIMICROBIANA DA TUBERCULOSE 
• As micobactérias conseguem sobreviver dentro do macrófago, inclusive com aumento da velocidade de 
crescimento por causa do ambiente ácido do fagolisossomo ® meio de proliferação micobacteriano. 
• O macrófago contaminado irá morrer, o que causará contaminação local, com fagocitose por outros 
macrófagos ® processo inflamatório crônico, com vários macrófagos contaminas rodeados por 
neutrófilos que estão tentando realizar o processo de imunidade humoral ® formação do granuloma 
• À medida que esse granuloma cresce, existe dificuldade de aporte energético para o seu centro, que entra 
em necrose (necrose caseosa). Esse centro necrótico fica cheio de bactérias 
• Quando ocorre ruptura das lesões necróticas, a bactéria se dissemina para a circulação sanguínea e para a 
própria via respiratória, o que irá proporcionar a contaminação de novos indivíduos. 
 
Micobacterium tuberculosis: cultura típica. São bacilos aeróbios 
obrigatórios que, de maneira geral, se multiplicam de forma lenta, 
com aceleração em meio ácido. São culturas que demoram vários 
dias para crescer ® cultura precisa ser feita em meio ácido 
• Crescem principalmente em 
tecido bem vascularizados 
• Sistema membranar na 
micobactéria: existe uma 
membrana plasmática normal e uma parede de peptideoglicanos menos extensa 
que a de bactérias gram negativas, que é essencial para manutenção do 
equilíbrio osmótico da bactéria. O diferencial das micobactérias é uma camada 
adicional de ácido micólico, um polissacarídeo ® por isso é resistente a 
fagocitose, já que no lisossomo existem proteases. Assim, essa camada protege 
a estrutura interna da 
bactéria, que é capaz 
de sobreviver e se 
multiplicar. 
• Com a imunização, 
a tuberculose foi 
quase erradicada, com pouquíssimos casos na 
década de 70. Entretanto, com o surgimento do 
HIV a incidência da doença voltou a aumentar. 
Felizmente, a eficácia do tratamento é alta. 
 
 
Todo o paciente diagnosticado precisa de tratamento de no mínimo 6 meses. Mesmo nos casos de cepas 
multirresistentes e mais avançados, o tratamento apresenta boa eficácia, desde que o paciente siga as 
recomendações ® problemas: 
1. Quebra frequente na adesão do tratamento ® a maioria dos sintomas desaparece no começo do tratamento, 
o que causa o abandono do tratamento 
2. Aparecimento de resistências ® em casos de reativação da bactéria após abandono do tratamento, o 
paciente deve começar a usar outros fármacos para atacar microrganismos resistentes 
3. Alto custo, no entanto 100% subsidiado pelo SUS 
TRATAMENTO DA TUBERCULOSE: 
 
Muitos dos fármacos antimicrobianos não são muito permeáveis, ou seja, não atravessam bem camadas lipídicas. 
Isso é um problema porque para o tratamento da tuberculose, o fármaco precisa penetrar o granuloma, entrar no 
macrófago e dentro do fagolisossomo, onde a bactéria está se multiplicando. Adicionalmente, o fagolisossomo é 
um ambiente muito hostil, sendo muito ácido e com muitas proteases, assim além de conseguir penetrar o local o 
fármaco deve não ser degradado nele-> poucos fármacos possuem essas características e podem ser usados 
 
Pré requisitos dos fármacos para tratamento de tuberculose: seguros, permeáveis a barreiras lipídicas e resistentes 
as proteases do lisossoma ® mais ou menos 6 fármacos são usados usualmente, sendo divididos em fármacos de 
1ª e 2ª linha. 
• Primários ® 1ª linha: mais potentes e menos tóxicos: muito importante serem pouco tóxicos, porque 
irão ser usados em longo período. Mesmo sendo pouco tóxicos, normalmente apresentam efeitos colaterais, 
principalmente por serem fármacos que sobrecarregam o sistema microssomal renal e hepático ® 
interferem no metabolismo de outros fármacos, podem predispor a disfunções hepáticas. Fármacos: 
isoniazida, rifampcna, pirazinamida e etabutol 
• Secundários ® 2ª linha: utilizados em cepas multirresistentes ou em casos de efeitos colaterais, sendo 
menos potentes e mais tóxicos. Frequentemente o tratamento de segunda linha é ainda mais extenso. 
Fármacos: etionamida, rifabutamina, estreptomicina, canamicina e ciprofloxacina 
 
O protocolo de tratamento de tuberculose se baseia na combinação de todos os fármacos de 1ª linha, 
principalmente nos dois primeiros meses de tratamento. Isso é feito para diminuir a chance de criação de 
resistência pelas micobactérias. Se ocorre melhora do paciente, nos quatro meses restantes de tratamento são 
receitados isoniazida e rifampicina. O tratamento dura no mínimo 6 meses e só acaba se o paciente não apresenta 
mais granulomas e se encontra sem sintomas. 
Os fármacos de 2ª linha são usados para substituir um ou mais fármacos de 1ª linha, em caso de resistência ou 
efeitos colaterais. 
• Etionamida e rifabutina: específicos para tratamento de tuberculose 
• Estreptomicina, Canamicina e ciprofloxacina: possuem outros usos, principalmente para bactérias gram 
negativas. Estreptomicina e Canamicina ® aminoglicosídeos; ciprofloxacina ® quinolona. 
 
 
 
Características: 
• Fármaco mais conhecido para o tratamento da tuberculose, além de poder ser usado como monoterapia 
para prevenção (feita em casos de convivência com caso ativo de tuberculose) 
• Quase sempre prescrito 
• Ação bacteriostática nos bacilos circulantes e ação bactericida nos bacilos que se encontram dentro dos 
macrófagos com multiplicação acelerada. Ação bactericida: impede a produção de ácido micólico pelas 
bactérias, o que as torna vulneráveis a ação das lisozimas. 
 
Mecanismo de ação: não é 100% elucidado 
FÁRMACOS DE PRIMEIRA LINHA: 
 
ISONIAZIDA: 
• A isoniazida precisa sofrer metabolismo por enzima bacteriana para ter ação bacteriostática. Essa enzima 
é uma catalase perioxidase. 
• O fármaco penetra a bactéria e é transformada pela catalase perioxidase em sua forma ativa. 
• A forma ativa inibe a síntese de ácido micólico, assim a parede de ácido micólico fica vulnerável e pode 
ser degradada no fagolisossomo-> fármaco extremamente seletivo as micobactérias 
 
 
Farmacocinética: 
• Bem absorvido por via oral. 
• Sofre biotransformação hepática, sendo transformado principalmente em um metabólito acetilado, que 
serão excretados na urina (pequena porção é excretada na bile). 
o Fármacos que sofrem acetilação recebem grande influência de pleiomorfismo-> metade da 
população branca é acetiladora lenta e a outra metade acetiladora rápida. 
o Isso é causado por alterações genéticas no gene da enzima acetiltransferase-> determina a 
capacidade rápida ou lenta de acetilação. 
o Por isso, a isoniazida possui meia vida maior em acetiladores lentos do que nos acetiladores rápidos 
® existem testes para determinação disso e consequente dosagem do fármaco 
o Isso também influencia na toxicidade do fármaco ® acetiladores lentos tendem a sofrer com 
neurotoxicidade do medicamento,enquanto os rápidos tendem a ter hepatotoxicidade. 
 
Efeitos adversos: 
• O principal efeito é a neurite periférica, que parece ocorrer por deficiência de vitamina B6. Essa vitamina 
parece deixar de ser absorvida por causa da interação com a isoniazida, o que determina necessidade de 
suplementação de B6 durante tratamento de tuberculose. Outros acometimentos, como vômito, eritema, 
febre e reações hematológicas são comuns e de característica transitória, se normalizando com o uso 
contínuo do fármaco, assim normalmente não causam interrupção do uso desse medicamento. 
• Outro efeito comum é a icterícia, que está relacionado com lesão hepática. Assim, a função hepática dos 
pacientes em tratamento deve ser monitorada, já que eles se encontram em uso de vários medicamentos 
hepatotóxicos (especialmente os acetiladores rápidos) 
• A neurotoxicidade causada pelo medicamento parece exacerbar ou criar transtornos mentais, sendo que 
esses normalmente desaparecem com a suspensão do fármaco. Esse efeito também parece estar 
relacionado com a deficiência de B6. 
 
Interações: 
• O uso de hidróxido de alumínio (tratamento de gastrite) causa a formação de um composto com a 
isoniazida, que é pouco absorvido. Assim, o uso conjunto desses medicamentos deve ser evitado. 
• Por ser um fármaco metabolizada pelo sistema microssomal, ele possui interação com vários outros 
fármacos. Destaque: carbamazepina e fenitoína-> competição entre os fármacos pelas enzimas 
metabolizadoras, o que predispões aos efeitos tóxicos, como sedação. Não é uma contraindicação, mas 
essa associação deve ser evitada. 
 
Contraindicações: grávidas, doentes hepáticos e renais, epiléticos e doentes psiquiátricos (por interação 
medicamentosa). 
RIFAMPICINA: 
 
Características: 
• Também muito utilizado 
• Estrutura molecular bastante complexa, sendo uma substância semissintética originada da rifampicina 
extraída de um microrganismo. 
• Não possui ação seletiva para micobactérias, sendo ativo para gram negativos e gram positivos. 
Mecanismo de ação: inibição da RNA polimerase bacteriana 
• Existe diferença entre as RNA polimerases de procariotas e eucariotas ® a rifampicina se liga a RNA 
polimerase bacteriana, impedindo a leitura do RNA mensageiro e consequentemente a produção de 
proteínas. 
• A não produção de proteínas leva a morte das bactérias, sendo o efeito do fármaco bactericida ® impede 
o metabolismo microbiano. 
 
Farmacocinética: 
• Apesar de ser um fármaco muito utilizado, possui muitas interações medicamentosas. 
• Possui boa absorção por via oral, mas grupo de pacientes com distúrbios intestinais possuem uma absorção 
mais lenta 
• Se liga bem a proteínas plasmáticas, o que pode significar interação com outros agentes com essa 
característica, como os anticoagulantes orais. 
• Fármaco predominantemente excretado pelas fezes (via biliar), também sendo um fármaco acetilado. No 
intestino, parte da rifampicina acetilada pode ser reabsorvida, a partir da desacetilação ® 75% excretada 
pelas fezes e 30% (parte reabsorvida) pela urina. 
• Mesmo após acetilação, a rifampicina mantém algum grau de atividade antimicrobiana ® meia vida 
prolongada, sendo que ela depende da excreção do fármaco e não só da metabolização. 
• Potente indutor enzimático, o que interfere no metabolismo de vários fármacos (enzima CYP3A4 ® 
interferência em anticoagulantes orais, 
corticosteroides, contraceptivos orais, 
fenitoina e sulfonilureia, aumenta 
toxicidade do paracetamol) e dela própria 
® no começo do tratamento o paciente 
usa dose menor de rifampicina, e à 
medida que a metabolização acelera as 
doses vão sendo aumentadas. 
• Não deve ser utilizado em pacientes que 
usam inibidores de proteases, que são 
usadas principalmente em HIV positivos. 
• Possui coloração avermelhada, causando 
mudança de cor dos fluidos corporais 
(todos ficam avermelhados). 
 
 
Características: é bem específico para micobactérias. É muito utilizado no início do tratamento nos adultos, já 
que age nas bactérias da lesão 
PIRANZINAMIDA: 
 
Mecanismo de ação: interação com os lipídios da membrana plasmática, causando destruição da membrana 
• Piranzinamida entra no interior da lesão e dentro da bactéria, sendo convertida pela enzima bacteriana 
piranzinamidase em ácido pirazinóico 
• O ácido piranzinóico é excretado do interior da bactéria para o interior do fagolisossomo, onde ele se 
transforma em ácido piranzinoico conjugado. 
• ácido piranzinoico conjugado entra novamente na bactéria e se liga aos ácidos graxos da membrana, 
causando a destruição dessa. 
o Precisa do ambiente do fagolisossomo para ocorrer, sendo assim não consegue destruir 
micobactérias que não estão dentro dos macrófagos. 
 
Farmacocinética: é bem absorvido por via oral e é metabolizado no fígado, onde sofre hidroxilação e é eliminado 
por via renal. 
 
Principal efeito adverso: alteração hepática, sendo necessária vigilância das transaminases durante o tratamento 
(TGO e TGP).. 
 
 
Características: 
• Bem seletivo para micobactérias, agindo na produção de ácido micólico. 
• Espectro de ação que abrange muitas cepas de micobactérias resistentes a isoniazida e estreptomicina. 
• Normalmente é usado no começo do tratamento, sendo continuado em casos de resistência a isoniazida. 
 
Farmacocinética: É excretado de forma renal sem ser metabolizado-> 2/3 é excretado de forma inalterada, o que 
não sobrecarrega o rim 
o Bom para pacientes com doenças hepáticas, em esquemas complexos de tratamento (ex: HIV 
positivos) ou que utilizam medicamentos metabolizados pelo citocromo P450 -> nesses casos, seu 
uso não se restringe aos primeiros 2 meses de tratamento 
o O uso deve ser monitorado em pacientes em doenças renais, pois existe predisposição ao acúmulo 
de etambutol, o que aumenta a chance de efeitos colaterais. 
 
Mecanismo de ação: inibição da enzima arabnose, que está envolvida na ligação do ácido micólico na parede-> 
não consegue incorporar monômeros, ou seja, não consegue formar a parede. 
 
Principal efeito colateral: alteração da acuidade visual-> neurite óptica, com dificuldade na distinção de cores. 
Com a suspensão do fármaco, tende a voltar. 
 
Esquema de tratamento: no começo do tratamento (2 primeiros meses), todos os fármacos de 1ª linha são 
utilizados todos os dias. Já existem comprimidos que combinam os quatro fármacos. Na segunda fase do 
tratamento (últimos 4 meses), o uso é reduzido para rifampicina e isoniazida. 
• Isso é o esquema padrão, o uso prolongado dos outros fármacos pode ser prescrito de acordo com o caso 
do paciente. 
 
 
ETAMBUTOL: 
 
 
Lembrar que eles são utilizados quando o uso de algum dos fármacos de 1ª linha é contraindicado 
 
 
Mecanismo de ação: relacionado ao ácido micólico, de maneira bem semelhante ao etambutol (impede a 
incorporação do monômero na parede) 
Farmacocinética: é absorvido por via oral e é excretado pelo rim em que 99% é sobre a forma de metabolito 
Efeitos adversos: Causa náuseas, vômito, anorexia, convulsões, hipotensão postural severa, sabor metálico, 
depressão, mas o mais grave é a hepatite em 5% dos casos. Não deve ser utilizada em gestantes. A protionamida 
é um homólogo da etionamida que tem a vantagem de ter maior tolerância a nível gastrointestinal. 
OBS: Controle de enzimas hepáticas é necessário durante o tratamento. 
 
Muito semelhante a rifampicina, mas com menor indução enzimática ® muito utilizada em pacientes em uso de 
outros medicamentos. É um derivado da rifamicina que é eficaz em infecções por micobacterias resistentes à 
rifampicina. Muito utilizada em HIV+ 
 
Mecanismo de ação: Inibe a polimerase do RNA dependente do DNA, o que leva à supressão da formação da 
cadeia na síntese de RNA, sendo bactericida. 
 
Farmacocinética: 
• Tem biodisponibilidade reduzida por via oral. Sofre metabolização extensa, sendo capaz de induzir o seu 
próprio metabolismo, porém em menor grau que a rifampicina. 
• Menor grau de indução enzimática que a Rifampicina 
 
 
Estrutura:anel de lactona macrocíclico 
Mecanismo de ação: interfere na síntese proteica 
bacteriana, sendo os principais alvos do ATB: 
1. RNA transportador carrega 6 aminoácidos 
ligados ao sítio aceptor ® RNAt se liga ao 
peptidil no sítio doador 
2. Transfere a cadeia com os aminoácidos 
3. RNAt não carregado é liberado 
4. A nova cadeia de aminoácidos muda do sitio 
pepetidil para o próximo ® chama-se 
translocação 
OBS: C ® cloronfenicol, M® macrolídeos: interferem 
na etapa 2. T ® tetraciclinas: interferem na etapa 1 
 
 
Estrutura: pouco solúvel em água mas consegue se dissolver em solvidos orgânicos 
FÁRMACOS DE SEGUNDA LINHA: 
 
ETIONAMIDA: 
RIFAMBUTINA: 
MACROLÍDEOS 
ERITROMICINA: 
 
Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica, por meio da ligação RNA ribossomal 50s, o sitio de ligação é 
peptil transferase e o alongamento da cadeia vai ser bloqueado. 
Atividade microbiana: inibitórios ou bacteriostáticos, mas são bactericidas quando utilizados em grandes 
concentrações 
 
Farmacocinetica: a sua base é destruída pelo ácido estomacal e a ingestão de alimentos juntos irá interferir no 
processo de absorção. 
• A dosagem oral é de até 2g por dia, o que leva a uma [] sérica de até 2 mg/ml. No entanto, a partícula ativa 
(biodisponibilidade) é menor. 
• ½ vida entre 1h30 e 5h ® essa variação se da pela taxa de filtração glomerular, ou seja, da capacidade 
renal de realizar o clearance. 
• É absorvida e distribuída por todo o corpo, exceto cérebro e fluido cérebro-espinal 
• Pode ser fagocidade por leucócitos e macrófagos 
• Atravessa a barreira placentária ® atenção na gravidez 
 
Mecanismo de resistência: dependem da codificação de plasmídeos ® permeabilidade reduzida do fármaco a 
atravessar a MC, produção pelas enterobactérias de esterases que hidrolisam os macrolídeos e modificação do 
sítio de ligação ribossomal (proteção ribossomal) 
• Fármaco de 1 escolha para corina bactérias ® difteria e sepse corina bacteriana 
• Sistema respiratório, neonatal, ocular e genital ® usa-se na infecção por clamídia 
• Usada no tratamento de pneumonia adquirida na comunidade 
• Usada em indivíduos com alergia a penicilina 
 
Uso clínico: tratamento de infecções por estreptococos e estafilococos. Atuam nos gram +, como os pneumococos, 
streptococcos e staphylococcos, além dos corinne bactéria. O micoplasma pneumoniae, clamídia tracomatis, h. 
pilory e outras espécies de micobactérias. Os gram negativos são susceptíveis a eritromicina, exceto o hemofilos 
influenza (tem pouca susceptibilidade) 
 
Efeitos adversos: 
• Anorexia, náusea, vômitos e diarreia 
• Intolerância gastrointestinal ® pelo excesso de motilidade 
• Hepatite colestatica aguda ® febre e redução da função hepática ® reação de hipersensibilidade, porém 
os pacientes de recuperam se cessarem o uso 
• Inibição das enzimas do citocromo p450 ® interação com teofilina, varfarina, ciclosporina e 
metilprednisolona 
• Aumenta as [] séricas da digoxina administrada por via oral 
 
 
Estrutura: derivado da eritromicina, mas com melhor estabilidade ao ácido 
 
Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica 
 
CLARITROMICINA 
Atividade microbiana: inibitórios ou bacteriostáticos, mas são bactericidas quando utilizados em grandes 
concentrações. 
 
Farmacocinetica: absorção oral melhor que da eritromicina 
• [] sérica de 2 a 3 mg ao ingerir 500mg 
• ½ vida de 6h ® individuo toma 2x ao dia, de 250 a 500mg (vantagem) 
• Melhor penetração tecidual 
• Metabolismo hepático 
• Princípio ativo ® são excretados pelos rins 
• Pacientes com clearence baixos devem ter dose ajustada 
• Interação parecida com a eritromicina 
 
Uso clínico: Ativa contra mycobacterium avium, mycibacterium leprae, toxoplasma gondii, haemophilus 
influenzae 
 
Efeitos adversos: iguais ao da eritromicina, entretanto, menor incidência da intolerância gastrointestinal 
(vantagem) 
 
 
Estrutura: derivado da eritromicina, adição de um anel de lactona 
 
Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica 
 
Atividade microbiana: inibitórios ou bacteriostáticos, mas são bactericidas quando utilizados em grandes 
concentrações. 
 
Farmacocinetica: 
• uma dose de 500mg produz uma [] sérca de 0,4 mg/ml 
• Penetra na maioria dos tecidos, exceção fluito cérebro-espinal, cérebro e células fagociticas 
• Nos tecidos, excede a concentração serica de 10 a 100x ® vantagem 
• É lentamente liberada pelos tecidos, com ½ vida de 2 a 4 dias 
• Para eliminar o fármaco, demora cerca de 3 dias aproximadamente 
• Dosagem de 1x ao dia 
• Rapidamente absorvida, devendo ser utilizada 1 ou 2h antes da refeição ® evitar concomitante com 
alimento 
• Citocromo p450 ® não inativa as enzimas e portanto, não apresenta interações com outras drogas 
(diferente dos dois últimos fármacos) 
 
Uso clínico: mycobacterium avium, toxoplasma gondii. Menos ativa nos estafilos e estreptos. porém mais ativa 
contra haemofilus influenzae. 
 
 
Estrutura: derivado da lincomicina 
 
AZITROMICINA: 
CLINDAMICINA: 
Mecanismo de ação: inibição da síntese proteica através da sua interação com a formação dos complexos tanto 
de iniciação como nas reações de translocação dos aminoácidos. O sítio de ligação é na subunidade 50s, sendo 
idêntica a eritromicina. 
 
Mecanismo de resistência: enterococco e microorganismos gram – aeróbicos. A resistência se dá pela mutação 
do sítio de ligação ribossomal e também modificação do receptor através de enzimas que são expressas 
constitutivamente que pode mudar o sítio receptor. Os gram – são resistentes pela baixa permeabilidade da 
membrana. 
Farmacocinetica: 
• Via oral, entre 0,15 e 0,3 g de 8 em 8h 
• Produção sérica de 2 a 3 mg 
• Via intravenosal ® 600 mg de 8 em 8h 
• Alta ligação a proteínas plasmáticas 
• Boa penetração nos tecidos, baixa penetração cérebro e fluido cérebro-espinal 
• Boa penetração em abcessos 
• Metabolizada pelo fígado e excretada na bile e urina 
• ½ cerca de 2h30, podento chegar a 6h em pacientes com anúria 
 
Uso clínico: 
• tratamento de infecção de pele e tecidos moles. 
• Ativa contra espécies resistentes a meticilina como o staphylo aureus. 
• Indicada para infecções por microorganismos aeróbios como os bacterioides SP e infecções mistas entre 
os anaeorbios e os resistentes a meticilina. 
• Além disso, pode ser usada com os aminglicosideos e as cefalosporinas, para abcessos de abdome. 
• Infecções do TGU feminino ® diz, abecessos 
• Abcessos pulmonares 
• Prevenção de endocardite (quando estão com cirurgia programada) 
• Pacientes com síndrome da imunodeficiência humana ® clindamicina + climaquina 
 
Efeitos adversos: rash cutâneo, diminuição da função hepática, neutropeia 
 
 
 
 
 
Estrutura celular: 
• Parede celular fúngica: diferente da parede celular bacteriana. É formada por uma substância semelhante 
a celulose, ou seja, parece uma célula vegetal. Poucas substâncias podem influir sobre a formação dessa 
parede. 
• Membrana celular fúngica: formada por ergosterol, um lipídio específico das células fúngicas (algumas 
células vegetais também tem, mas em menor grau). Substituem o colesterol nos fungos ® importantes 
alvos farmacológicos. É relacionado com a fluidez da membrana e participa da cascata de ação de algumas 
enzimas da membrana. 
Antifúngicos, antivirais e antirretrovirais 
ANTIFÚNGICOS: 
o Fármacos: se ligam no ergosterol para causar lise da célula ou inibem a síntese de novas moléculas 
• As outras organelas fúngicas não possuem muitas diferenças se comparadas com as humanas ® por isso 
existem poucos medicamentos que promoveriam destruição seletiva dos fungos 
Infecções causados por fungos: 
• São muito diversas, mas as mais comuns são as dermatomicoses. Mais comumente causadas pelas 
linhagens Tineas (dermatófitos), que tem preferência por colonizar regiões hiperqueratinizadas. Infectam 
os pacientes mesmo sem presença de deficiência imunológica, pois colonizam locais avascularizados, o 
que impede a ação do sistema imunológico no agressor. O tratamento normalmente é longo,envolvendo 
medicamentos que conseguem penetrar nesse espaço avascular (não é fácil). 
• Algumas mucosas também podem ser colonizadas, com destaque para infecções por Candida albicans. 
Normalmente acontece por desequilíbrio da microbiota local (ex: uso de antibióticos). 
• Em casos raros, ocorrem infecções fúngicas sistêmicas. Estão relacionadas com alguma debilidade 
imunológica, já que o organismo humano normal é eficiente para combate dos fungos a partir da 
identificação da parede celular peculiar. Muito comum em HIV positivos não tratados, podendo ser 
acometidos por infecções sistêmicas pouco comuns (ex: infecção sistêmica por Candida albicans). Nesses 
casos, o uso de fungicidas, que são capazes de matar os fungos rapidamente, é primordial para o tratamento 
e controle da infecção. 
Formas: 
• Hifas: normalmente a forma encontrada nas infecções fúngicas. Formam os micélios, células longas que 
podem ser simples ou ramificadas. Possuem a capacidade de penetrar nos tecidos colonizados. 
• Esporos: associados com a proliferação do fungo. São células arredondadas, que podem ser transportadas 
dentro do corpo e se desenvolverem em tecidos distantes. 
 
 
• Comum na América do Sul, especialmente nas regiões de floresta. Ao contrário de outras infecções 
fúngicas sistêmicas, também acomete pacientes imunocompetentes. 
• Geralmente se concentra no pulmão, mas pode se espalhar para o resto do corpo (o nível de dispersão 
normalmente é relacionado com a imunocompetência do hospedeiro). 
• É transmitida a partir da inalação de hifas, que estão presentes principalmente nas regiões de floresta ® 
não existe transmissão pelo hospedeiro 
• As hifas irão se instalar no pulmão e começarão a produzir micélios e esporos, que podem se espalhar pela 
corrente sanguínea, mas são preferencialmente 
fagocitados por macrófagos. Esse fungo pode 
sobreviver mesmo dentro dos macrófagos, o 
que proporciona o surgimento de granulomas. 
• Os granulomas são inflamações crônicas que 
ocorrem na maioria das vezes de forma 
localizada. A fibrose ao redor do granuloma é 
um mecanismo de contenção da doença, mas as 
vezes ela pode se tornar sistêmica ® 
diagnóstico diferencial: tuberculose 
 
PARACOCCIDIODOMICOSE: 
 
 
Histoplasmose: 
• Também pode se tornar sistêmica, sendo causada pelo fungo Histoplasma capsulatum. É comum em 
regiões tropicais. 
• Se dá por inalação dos esporos ou de hifas (sem transmissão pelo hospedeiro), com instalação no pulmão. 
Também sobrevive dentro dos macrófagos, o que facilita a instalação de uma infecção sistêmica-> torna 
o fungo mais resistente a ação imunológica 
• Mais comum em imunodeficientes, mas pode ocorrer em imunocompetentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fármacos antifúngicos: anfotericina 
(B), nistatina (muito parecida com a 
anfotericina, mas usado de forma 
tópica), griseofulvina (usado em 
dermatomicoses com acometimento 
sistêmico), imidazoles, triazoles e 
fluocitosina 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características: 
• Medicamento padrão ouro para tratamento de infecções fúngicas graves. 
• Composto insolúvel em água, macrolídeo com estrutura bem complexa. 
• Possui toxicidade importante, sobretudo toxicidade renal. 
HISTOPLASMOSE: 
HISTOPLASMOSE: 
ANFOTERICINA: 
• Possui afinidade grande por lipídios. 
• As formulações normalmente são feitas de anfotericina associada a outra substância (desoxicolato de sódio 
ou um lipídio). 
o Anfotericina + lipídio: aumenta a solubilidade da droga nos tecidos (aumenta solubilidade) e 
diminui consideravelmente os efeitos colaterais. 
Efeitos colaterais: todo o paciente que faz tratamento com anfotericina está submetido a algum grau de 
insuficiência renal aguda, que pode ou não ser reversível. Apesar desse risco, ela é recomendada em casos graves 
de infecções fúngicas sistêmicas como primeira escolha. Para diminuir o risco de intoxicação renal, a infusão 
deve ser lenta e com concentrações baixas no começo do tratamento. 
• Também causa constante perda de potássio e magnésio durante o tratamento, por causa da insuficiência 
renal. Outros efeitos colaterais são anemia por diminuição da eritropoetina, perda de peso e flebite. 
• Imediatamente após infusão: calafrios, febre, náuseas, vômitos, cefaleia, em casos mais graves hipotensão 
e anafilaxia. 
Formulações: possuem quantidades quase equimolares de anfotericina e de lipídios, formando vesículas 
lamelares (uni ou multi). O uso dessa combinação diminui muito a incidência de efeitos colaterais, porém aumente 
muito o custo do medicamento (chega em 20.000 reais por administração). Também é bastante perecível, por isso 
necessita de um extenso controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo de ação: anfotericina B possui grande afinidade pelo ergosterol. 
• Se liga na membrana plasmática dos fungos, de forma a criar poros. Esses poros irão criar um vazamento 
de íons, principalmente potássio, para o exterior. Isso gera perda do gradiente eletroquímico da célula e a 
torna inviável ® FUNGICIDA de ação rápida se comparada com outros antifúngicos. 
• Outros microrganismos, como protozoários, possuem um grau de ergosterol em suas membranas, sendo 
assim susceptíveis ao uso de anfotericina. Bactérias não possuem susceptibilidade e as células humanas 
são pouquíssimo susceptíveis ao uso de anfotericina. 
 
Resistência: substituição do ergosterol por outro análogo ® diminui a afinidade para anfotericina, o que diminui 
o efeito. 
 
Farmacocinética: 
o Utilizada somente por via endovenosa, sendo utilizada em casos de meningite por via intratecal. 
o Só atravessa a BHE em casos de inflamação de meninges. 
o Possui boa ligação em proteínas plasmais, sendo amplamente distribuída para órgãos bem 
vascularizados (fígado, baço, rins, pulmões). Tende a se concentrar em líquidos corporais (sinovial, 
pleural, peritoneal, humor aquoso). 
o Não é metabolizada pelo fígado, sendo excretada de forma lenta pelos rins em sua forma não 
metabolizada ® não afeta pacientes hepatopatas, mas deve ser monitorada em pacientes com 
doenças renais. 
 
Indicações: 
 
 
 
 
 
 
• Aplicação em mucosas: nistatina ® é uma anfotericina sem a combinação com lipídios. Não tem boa 
ação em dermatomicoses por possuir baixa penetração em tecidos queratinizados. 
o Estrutura muito parecida com a anfotericina 
o É administrada por meio de soluções tópicas ou para bochechos, não sendo aplicada por via 
parenteral ® tratamento de infecções de pele superficiais ou de mucosas 
 
• Representadas principalmente pela caspofungina 
• Inibem a formação da parede celular dos fungos ® inibem a produção de 1,3-betaglicano, um polipeptídeo 
essencial para a formação da parede. 
• Utilizadas em casos em que não se obteve sucesso com o tratamento com anfotericina, principalmente 
para infecções por Candida albicans em imunossuprimidos. 
• São fungicidas para Candida albicans, mas fungiostáticos para outros agentes. 
• Depois da anfotericina B, são os fármacos mais utilizados para combate de infecções fúngicas sistêmicas. 
• São bastantes seguros, sendo metabolizados no fígado e eliminados por via fecal e urinária (proporção de 
3:1). 
• Podem causar insuficiência hepática, mas é muito raro. 
 
Características: 
• Principais representantes: cetoconazol, miconazol e fluconazol 
• Podem ser utilizados para infecções sistêmicas, por causa de resistência as equinocandinas e anfotericina 
ou por causa do custo mais baixo, e em dermatomicoses ou infecções em micoses, quando podem ser 
utilizados de forma sistêmica ou a partir de aplicação tópica. 
 
Mecanismo de ação: inibição da produção de ergosterol. Inibem a enzima lanosina-14alfa-desmetilase, causando 
acúmulo do precursor esteroidal, o que altera as vias enzimáticas e a sobrevivência do fungo. 
• São ativos conta muitas espécies de fungo. 
• São fungiostáticos ® impedem o crescimento. Por isso, tem ação mais lenta se comparados com os outros 
medicamentos que são fungicidas. 
EQUINOCANDINAS: 
AZOIS: 
• Diminuem a ação da anfotericina B® como impedema produção de ergosterol, consequentemente 
diminuem o alvo da anfotericina B. Não devem ser utilizados em associação, pois a dose terapêutica de 
anfotericina nesses casos seria elevada, o que causaria problemas considerando a alta toxicidade desse 
fármaco. 
CETOCONAZOL: 
• Normalmente utilizado por via oral, sendo muito absorvido em meio ácido (antiácidos ou inibidores de 
bomba de prótons normalmente diminuem a biodisponibilidade do cetoconazol). 
• Se liga bem a proteínas plasmáticas. 
• Metabolizado no fígado, gerando metabólitos inativos eliminados nas fezes e urina (mais nas fezes). 
• Não tem influência na insuficiência renal, mas deve ser observado em casos de insuficiência hepática 
(metabolizados pelo CYP450). 
• Interações importantes: uso crônico de rifampicina e fenitoína ® reduz as concentrações de cetoconazol; 
warfarin ® aumenta atividade por competir pelas enzimas hepáticas de metabolização 
• Não atravessa bem a BHE. 
 
 
Parece alterar a produção de colesterol, por isso os efeitos endócrinos causados por alteração hormonal. 
 
• Utilizado exclusivamente para dermatomicoses 
• Mecanismo de ação peculiar: interfere na homeostase dos microtúbulos ® atrapalha a organização dos 
microtúbulos durante a mitose, impedindo a divisão e causando a formação de células multinucleadas, 
que são inviáveis (fungiostáticas). 
• Administradas por via oral. 
• Se depositam nas células precursoras de queratina ® interessante para dermatomicose, já que os locais 
hiperqueratinizados são os locais preferencialmente colonizados. 
• Tratamentos longos. 
• Efeitos colaterais muito pouco comuns: cefaleia, neurite periférica, confusão mental, náusea, vômito, 
diarreia ® todos transitórios, sendo revertidos pela suspensão do uso. 
 
GRISEOFLUVINA: 
FLUCITOSINA: 
• Não é administrada isoladamente, sendo normalmente associada com a anfotericina B ® dois mecanismos 
de ação, com diminuição do surgimento de resistência. 
• Pro-fármaco ® no interior da célula é convertida em 5-fluoruracil 
• Mecanismo de ação: 5-fluoruracil inibe a timidalato sintetase, o que interfere na síntese de DNA 
• Administrado por via oral ou endovenosa 
• Atravessa a BHE e é eliminada de forma inalterada pelos rins. 
 
Existem diversos vírus que podem acometer diferentes sistemas do corpo humano. Destaque para os vírus que 
tem afinidade com o aparelho respiratório (Influenza, SARS, Adenovirus, Coronavírus), que são muito comuns. 
 
 
 
 
Na história, vírus foram responsáveis pelo aparecimento 
de algumas pandemias, inclusive a vivida atualmente. 
Destaque: gripe espanhola e pandemia de corona vírus. 
 
® Infecções por HIV: com o avanço da farmacologia, 
muitos indivíduos infectados conseguem viver uma vida 
normal. A distribuição mundial da infecção, no entanto, 
preocupa especialmente pela incidência no continente 
africano. 
 
 
 
 
• Podem conter material genético de DNA ou RNA 
• São envolvidos pelo envelope e capsídeos, além de 
possuírem proteínas de associação. 
o As proteínas de associação podem explicar 
a afinidade do vírus com determinado 
órgão alvo (ex: Influenza-> sistema 
respiratório). 
ANTIVIRAIS e ANTIRRETROVIRAIS: 
ESTRUTURA VIRAL: 
• Os vírus precisam da célula hospedeira para a replicação, sendo essa exatamente a base da farmacologia 
viral (processo de fixação, entrada na célula, replicação e saída para corrente sanguínea do hospedeiro) ® 
principais alvos farmacológicos. 
• A dependência viral da célula do hospedeiro 
traz uma grande questão para a farmacologia ® 
Como desenvolver fármacos que destruam o 
vírus sem lesar a célula hospedeira? 
• Podem possuir diferentes estruturas ® 
 
 
Classificação dos vírus de acordo com o material 
genético 
 
 
 
• Interação entre célula hospedeira e vírus (fixação), 
seguida por entrada do vírus na célula a partir de 
endocitose ou formação de endossomas. 
• Ocorre o processo de desnudamento, no qual o material 
genético é preparado para ser duplicado, seguido de 
replicação do genoma, com síntese de RNA e proteínas 
da estrutura viral (capsídeos e proteínas do envelope). 
• Montagem da estrutura viral e saída do vírus da célula 
do hospedeiro. 
® O processo de desnudamento, replicação, síntese e 
montagem é realizado a partir da maquinaria da célula 
hospedeira. 
® Em retrovírus, como o da AIDS, ainda existe uma etapa 
antes da saída do vírus da célula chamada de maturação. 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DE VIDA VIRAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Primeiro fármaco aprovado dessa classe: enfuvirtida (T-20) 
• Atua impedindo a entrada do vírus na célula. 
• Administrado por via parenteral, tipicamente por injeções subcutâneas duas vezes ao dia. 
Mecanismo de ação ® exemplo a partir da infecção por HIV 
• Formação de complexo entre GP120 (do vírus) com o CD4 (do hospedeiro), que promove a fixação do 
vírus. Além disso, existe o GP41 (também do vírus), molécula que faz parte do complexo e favorece a 
interação com o hospedeiro. A enfuvirtida prejudica a fixação e aproximação das membranas virais com 
as da célula hospedeira. 
• Quando ocorre interação entre esses complexos, ocorre exposição de regiões de repetição heptadas (região 
heptada 1 – HR1 e região heptada 
2 – HR2). A partir da exposição 
pode ocorrer a mudança de 
conformação dessas proteínas, que 
irão se dobrar no sentido de 
promover a aproximação da 
membrana viral com a membrana 
celular (pedículo de hemifusão). 
• Uma vez que essas membranas de 
fundem (formação de poro de 
fusão), ocorre a troca de material 
genético e o consequente processo 
de replicação do vírus dentro da 
célula. 
CLASSES E AGENTES FARMACOLÓGICOS ANTIVIRAIS: 
INIBIÇÃO DA FIXAÇÃO E ENTRADA DO VÍRUS 
1- 1.INIBIÇÃO DA FIXAÇÃO E ENTRADA DO VÍRUS 
2- 
3- 1.INIBIÇÃO DA FIXAÇÃO E ENTRADA DO VÍRUS 
4- 
5- 1.INIBIÇÃO DA FIXAÇÃO E ENTRADA DO VÍRUS 
6- 
• Ação do T-20: se liga nas regiões heptadas expostas, impedindo a mudança de conformação que levaria a 
dobra que causaria a fusão das membranas ® vírus não consegue entrar na célula. 
 
• Representantes: amantadina e rimantadina 
• Ação exclusiva contra o Influenza A. 
• Amantadina pode causar tontura e dificuldade de concentração ® cuidado com o uso em idosos, porque 
pode causar quedas ou exacerbar déficit cognitivo. A rimantadina tra menos efeitos adversos, tendo uso 
profilático em população vulnerável (idosos acamadas ou que vivem em institutos de longa permanência). 
Mecanismo de ação: 
• O desnudamento ocorre após a entrada no vírus na célula, para causar exposição do material genético. 
Dentro do endossoma, o vírus interage com a membrana desse endossoma a partir da hemoglutinina (HA), 
uma proteína de mebrana que se liga a um receptor intracelular. 
• Na membrana do endossoma (que entrou com o vírus na célula), existe uma bomba de prótons que irá 
transportar prótons para o interior do endossoma e 
modificar o ambiente interno para ácido. 
• A acidez do interior do endossoma causa a abertura 
de canal M2, o que irá permitir a entrada de prótons 
no vírus. A mudança de pH interno do vírus causa a 
mudança de interação entre a HA e a membrana 
endossomal, causando fusão das membranas e 
liberação do vírus no ambiente intracelular. 
o ?: ele usa rompimento da membrana e fusão 
da membrana como sinônimos, então não sei 
se as membranas simplesmente deixam de 
existir ou elas se juntam como se fosse na 
liberação de uma vesícula 
o Amantadina ou rimantadina: bloqueiam os canais M2, impedindo a entrada de prótons dentro do 
vírus mesmo se o ambiente do endossoma estiver ácido ® impede o desnudamento 
 
1- Análogos nucleosídios e nucleotídios anti-herpesvírus (anti herpéticos) 
Nucleosídio = pentose + base nitrogenada; nucleotídeo = nucleosídio + fosfato. 
Mecanismo de ação: esses fármacos irão se comportar como nucleosídios e nucleotídios, o que causa uma 
alteração no material genético do vírus. 
Aciclovir: a estrutura básica do aciclovir é fosforilado pela enzima timidina cinase do herpes vírus e varicela 
zoster

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