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Anatomia dos Tecidos Periodontais o O periodonto (peri: em torno de; odonto: dente), compreende os seguintes tecidos: (1) Gengiva (G) (2) Ligamento Periodontal (PL); (3) Cemento Radicular (RC); (4) Osso Alveolar (AP). - O osso alveolar é constituído por dois componentes: o osso alveolar propriamente dito (ABP) e o processo alveolar; - O osso alveolar propriamente dito (ABP), também chamado de “osso fasciculado”, é contínuo com o processo alveolar e forma a delgada lâmina óssea que reveste o alvéolo dentário; - A principal função do periodonto é inserir o dente no tecido ósseo dos maxilares e manter a integridade da superfície da mucosa mastigatória da cavidade oral; O periodonto, também chamado de “aparelho de inserção” ou “tecidos de suporte dos dentes”, forma uma unidade de desenvolvimento, biológica e funcional, que sofre determinadas alterações com a idade e, além disso, está sujeita a alterações morfológicas relacionadas a modificações funcionais e no meio bucal. - O desenvolvimento dos tecidos periodontais ocorre durante o crescimento e a formação dos dentes; - Após a formação da lâmina dental, inicia-se uma série de processos (estágio de botão, estágio de capuz, estágio de campânula e o desenvolvimento de raiz) que resultam na formação de um dente e seus tecidos periodontais, incluindo o osso alveolar propriamente dito. Gengiva Anatomia Macroscópica A mucosa oral (membrana mucosa) é contínua com a pele dos lábios e a mucosa do palato mole e da faringe. A mucosa oral compreende: - mucosa mastigatória: inclui a gengiva e o revestimento do palato duro; - mucosa especializada: recobre o dorso da língua; - parte restante, chamada mucosa de revestimento. Durante o estágio de capuz, células ectomesenquimais condensam-se em relação ao epitélio oral (o órgão dental [DO]), formando a: - Papila dentária [DP]: dá origem à dentina e à polpa; e o - Folículo dentário [DF]: origina os tecidos periodontais de suporte (o cemento, o ligamento periodontal e o ABP). Órgão dental: é o órgão formador do esmalte. - A gengiva é a parte da mucosa mastigatória que cobre o processo alveolar e circunda a porção cervical dos dentes; - A gengiva consiste em uma camada epitelial e um tecido conjuntivo subjacente, chamado de lâmina própria; - A gengiva assume sua forma e textura definidas em associação com a erupção dos dentes. - Na direção coronal, a gengiva de cor rósea termina na margem gengival livre, que possui um contorno recortado; - No sentido apical, a gengiva é contínua com a mucosa alveolar (mucosa de revestimento) que é frouxa e de cor vermelha mais escura, da qual em geral é separada por uma linha limitante facilmente reconhecida, chamada de junção mucogengival ou de linha mucogengival. - Não há uma linha mucogengival no palato, uma vez que o palato duro e o processo alveolar do maxilar são revestidos pelo mesmo tipo de mucosa mastigatória. Três partes da gengiva podem ser identificadas: 1. Gengiva livre (GF); 2. Gengiva interdental; 3. Gengiva inserida (AG) - A gengiva livre é de cor rósea, tem a superfície opaca e consistente firme. Compreende o tecido gengival das partes vestibular e lingual ou palatina dos dentes, além da gengiva interdental ou papilas interdentais. o Pelos lados vestibular e lingual dos dentes, a gengiva livre estende-se a partir da margem gengival em direção apical até a ranhura gengival livre, que se acha posicionada em um nível correspondente à junção cemento-esmalte (CEJ). o A gengiva inserida é demarcada pela junção mucogengival (MGJ) na direção apical. - A margem gengival livre é frequentemente arredondada de tal forma que uma pequena invaginação ou sulco é formado entre o dente e a gengiva. - Quando uma sonda periodontal é inserida nessa invaginação e forçada apicalmente na direção junção cemento-esmalte, o tecido gengival é separado do dente, e uma “bolsa gengival” ou “sulco gengival” fica aberto artificialmente. - Assim, na gengiva normal ou clinicamente sadia na verdade não há “bolsa gengival” ou “sulco gengival”, pois a gengiva está em contato íntimo com a superfície do esmalte. - Após a completa erupção dentária, a margem gengival livre fica localizada na superfície do esmalte cerca de 1,5 a 2 mm coronariamente à junção cemento-esmalte; - A forma da gengiva interdentária (a papila interdental) é determinada pelas relações de contato entre os dentes, pela largura da superfície proximal destes e pelo contato da junção cemento- esmalte; - Nas regiões anteriores da dentição, a papila interdentária tem forma piramidal, enquanto, nas regiões de molares, as papilas são mais achatadas no sentido vestibulolingual. - Devido a presença das papilas interdentais, a margem gengival livre segue um contorno recortado, mais ou menos acentuado em toda dentição; - Nas regiões de pré-molares e molares, os dentes possuem superfícies de contato proximais em vez de pontos de contato; - Como a papila interdentária tem sua forma de acordo com o contorno das superfícies interdentárias de contato, uma concavidade – área ou região de col – é formada nas regiões de pré-molares e molares em que o dente situado distalmente foi removido. - As papilas interdentárias nessas áreas em geral possuem uma porção vestibular (VP) e uma porção lingaual ou palatina (LP) separadas pela área do col. A área do col, é recoberta por um epitélio delgado não-ceratinizado (setas). Esse epitélio apresenta muitas características em comum com o epitélio juncional. - A gengiva inserida é delimitada, na direção da coroa, pela ranhura dengival (GG- sulco gengival livre) ou, quando tal ranhura está ausente, por um plano horizontal que passa pelo nível da junção cemento-esmalte; - Em exames clínicos, observou-se que a ranhura gengival está presente apenas em cerca de 30 a 40% dos adultos; - O ponto mais apical da vieira gengival marginal é chamado de zênite gengival; - A ranhura gengival livre em geral é mais pronunciada na face vestibular dos dentes. Ocorre com maior frequência nas regiões de incisivos e pré-molares inferiores e, com menor frequência, nas regiões de molares inferiores e pré-molares superiores. - A gengiva inserida estende-se em direção apical até a junção mucogengival, onde se torna contínua com a mucosa alveolar (AM) (de revestimento). Com textura firme e cor rósea, apresenta com frequência pequenas depressões na superfície; - As depressões, chamadas “pontilhando”, dão o aspecto de casca de laranja. Esse tipo de mucosa está firmemente inserida no osso alveolar e cemento subjacentes por meio de fibras do tecido conjuntivo e, portanto, é comparativamente imóvel em relação aos tecidos subjacentes - A largura da gengiva inserida é outro importante parâmetro clínico. É a distância entre a junção mucogengival e a projeção na face externa do sulco gengival ou na bolsa periodontal; - A gengiva é significativamente é mais larga nas pessoas entre 40-50 anos de idade do que naquelas entre 20-30 anos. Essa observação mostra que a largura da gengiva tende a aumentar com o avançar da idade. - Esquema de uma seção histológica descrevendo a composição da gengiva e a área de contato entre a gengiva e o esmalte (E). - A gengiva livre compreende todas as estruturas epiteliais e do tecido conjuntivo (CT) localizadas coronariamente a uma linha horizontal que passa no nível da junção cemento-esmalte (CEJ). O epitélio que recobre a gengiva livre pode ser diferenciado da seguinte forma: - Epitélio oral (OE): fica voltado para a cavidade oral; - Epitélio oral do sulco (OSE): fica voltado para o dente, sem entrar em contato com a superfície do dente; - Epitélio juncional (JE): promove o contato da gengiva com o dente. - O limiteentre o epitélio oral (OE) e o tecido conjuntivo subjacente (CT) segue um curso ondulado. - As partes do tecido conjuntivo que se protejam no epitélio são chamadas de papilas do tecido conjuntivo (CTP), sendo separadas entre si pelas cristas epiteliais. - Na gengiva normal, que não está inflamada, as cristas epiteliais e as papilas do tecido conjuntivo estão ausentes no limite entre o epitélio juncional e o tecido conjuntivo subjacente. - A presença de cristas epiteliais é um aspecto morfológico característico do epitélio oral e do epitélio do sulco, enquanto no epitélio juncional essas estruturas estão ausentes. Foto Anterior: - Em 40% dos adultos, a gengiva inserida apresenta um aspecto pontilhado na superfície. - Modelo da superfície externa do epitélio oral da gengiva inserida. A superfície exibe as depressões diminutas (1-3) que, quando presentes, conferem à gengiva sua aparência pontilhada característica. - Subsuperfície (isto é, a superfície do epitélio voltada para o tecido conjuntivo). Essa subsuperfície do epitélio é caracterizada pela presença de cristas epiteliais que confluem em vário locais (1-3). - As depressões (1-3) vistas na superfície externa do epitélio correspondem aos locais de fusão (1-3) entre as cristas. Assim, as depressões na superfície da gengiva são formadas nas áreas de fusão entre as várias cristas epiteliais. - O epitélio oral é um epitélio pavimentoso estratificado ceratinizado, que, tomando-se por base o grau de diferenciação das células produtoras de ceratina. Pode ser dividido nas seguintes camadas celulares: 1) Camada basal 2) Camada espinhosa 3) Camada granulosa 4) Camada ceratinizada - Além das células produtoras de ceratina, que correspondem a cerca de 90% da população celular total, observa-se que o epitélio oral contém, ainda, os seguintes tipos de células: - Melanócitos; - Céls d Langerhans; - Céls de Merkel; - Céls inflamatórias. * Esses tipos de céls em geral são estrelados e têm prolongamento citoplasmáticos de tamanho e aspecto variados. * Também são chamadas de “céls claras”, pois, nos cortes histológicos, as zonas em torno de seus núcleos apresentam-se mais claras que as céls circunvizinhas produtoras de ceratina. - As céls da camada basal são cilíndricas ou cúbicas e estão em contato com a membrana basal, que separa o epitélio do tecido conjuntivo; - As céls basais têm a capacidade de se dividir (sofrem divisão celular mitótica; - As céls marcadas por setas na fotomicrografia estão em processo de divisão. - É na camada basal que o epitélio é renovado; - Por essa razão, essa camada também é chamada de estrato germinativo e pode ser considerada o compartimento de céls progenitoras do epitélio. - Quando duas células-filhas (D) são formadas por divisão celular, uma célula basal adjacente “mais velha” (OB) é impelida para a camada espinhosa e começa a atravessar o epitélio como um ceratinócito; - Em um dado momento, o número de células que se dividem na camada basal se iguala ao número de células descamadas na superfície; - Assim, sob condições normais, existe um completo equilíbrio entre a renovação celular e a perda de células. É isso que mantém a espessura do epitélio constante. A medida que a célula basal migra pelo epitélio, ela se torna achatada com seu longo eixo paralelo à superfície epitelial. O epitélio oral também contém melanócitos, responsáveis pela produção do pigmento melanina. Os melanócitos são observados nas pessoas que apresentam pigmentação acentuada da mucosa oral, bem como em indivíduos nos quais não são observados sinais clínicos de pigmentação. - Melanócito (MC) está presente na porção inferior da camada espinhosa; - Diferente dos ceratinócitos, essas células contêm grânulos de melanina (MG) e não apresentam tonofilametos nem hemidesmossomos. Epitélio Dentogengival o Os componentes teciduais da região dentogengival atingem suas características estruturais definitivas em associação com a erupção dos dentes. a) Quando o esmalte dentário alcança seu desenvolvimento completo, as células produtoras do esmalte (amareloblastos) sofrem uma redução em sua altura, produzem uma lâmina basal e formam, juntamente com com as demais células do epitélio externo do órgão do esmalte, chamado epitélio reduzido do esmalte (RE). - A lâmina basal (lâmina epitelial de inserção: EAL) fica em contato direto com o esmalte; - O epitélio reduzido do esmalte envolve a coroa do dente do momento em que o esmalte se torna adequadamente mineralizado até que comece a erupção dentária. b) À medida que o dente em erupção se aproxima do epitélio oral, as células da camada externa do epitélio reduzido do esmalte (RE), bem como as células da camada basal do epitélio oral (OE), apresentam aumento da atividade mitótica (setas) e começam a migrar para o tecido conjuntivo subjacente. - O epitélio que migra produz uma massa epitelial entre o epitélio oral e o epitélio reduzido do esmalte, de modo que o dente pode erupcionar sem que ocorra sangramento; - Os ameloblastos primitivos não se dividem. c) Quando o dente penetra na cavidade oral, grandes porções imediatamente apicais à área incisal do esmalte são, então, recobertas pelo epitélio juncional (JE), que contém apenas poucas camadas de células. d) Durante as fases terminais da erupção dentária, todas as células do epitélio reduzido do esmalte são transformadas no epitélio juncional. - Esse epitélio é contínuo com o epitélio oral e promove a inserção da gengiva no dente. - À esquerda está o esmalte (E); - À direita são observados o epitélio juncional (JE), o epitélio do sulco (OSE) e o epitélio oral (OE). - O epitélio do sulco reveste o sulco gengival, localizado entre o esmalte e a parte superior da gengiva livre; - O epitélio juncional difere morfologicamente do epitélio do sulco e do epitélio oral, enquanto estes dois últimos são estruturalmente muito semelhantes; - Embora possam ocorrer variações individuais, o epitélio juncional em geral é mais largo na parte correspondente à coroa (cerca de 15-20 camadas de células), tornando-se mais estreito (3- 4 células) em direção à junção-cemento-esmalte (CEJ); - Na região limite entre o epitélio juncional e o tecido conjuntivo subjacente não estão presentes as cristas epiteliais, exceto quando os tecidos estão inflamados. - O epitélio juncional apresenta uma superfície livre no fundo do sulco gengival (GS); - Assim como o epitélio do sulco e o epitélio oral, o epitélio juncional está sendo constantemente renovado por meio da divisão celular da camada basal; - As células migram até a base do sulco gengival, de onde descamam. Lâmina Própria o O tecido conjuntivo (lâmina própria) é o componente tecidual predominante da gengiva; o Os principais constituintes do tecido conjuntivo são as fibras colágenas (cerca de 60% do volume do tecido conjuntivo), os fibroblastos (cerca de 5%) e os vasos e nervos (cerca de 35%), que estão envolvidos em uma substância fundamental amorfa (matriz). Células Os diferentes tipos de células presentes no tecido conjuntivo são: 1) Fibroblastos: é a célula predominante do tecido conjuntivo (65% da população celular total). - Está relacionado com a produção dos vários tipos de fibras encontrados no tecido conjuntivo e também participa na síntese da matriz do tecido conjuntivo. 2) Mastócitos: é responsável pela produção de determinados componentes da matriz. - Essa célula também produz substâncias vasoativas que podem afetar a função do sistema microvascular e controlar o fluxo de sangue através do tecido. 3) Macrófagos: desempenha várias funções de fagocitose e síntese no tecido. - É apresentado em aumento de microscopia eletrônica. 4) Células inflamatórias: de vários tipos, comoos granulócitos neutrófilos, linfócitos e plasmócitos. - Além disso, o citoplasma também contém inúmeras mitocôndrias (M) e um complexo de Golgi bem desenvolvido. - O desenho ilustra um fibroblasto (F) alojado em uma rede de fibras do tecido conjuntivo (CF); - O espaço intermediário é preenchido com uma matriz (M) que constitui o “meio ambiente” para a célula. Fibras As fibras do tecido conjuntivo são produzidas pelos fibroblastos e podem ser divididas em: 1) Fibras colágenas; 2) Fibras reticulares; 3) Fibras oxitalânicas; 4) Fibras elásticas. * Fibras Colágenas: - Predominam no tecido conjuntivo gengival e constituem o mais importante dos componentes do periodonto; - A micrografia eletrônica mostra cortes transversais e longitudinais de fibras colágenas; - As fibras de colágeno possuem uma característica de bandamento cruzado. * Fibras Reticulares: - São numerosas no tecido adjacente à membrana basal (setas); - Também ocorrem em grande número no tecido conjuntivo frouxo que circunda os vasos sanguíneos; - Estão presentes nas interfaces: Epitélio-tecido conjuntivo; e Endotélio-tecido conjuntivo. * Fibras Oxitalânicas: - São escassas na gengiva, porém numerosas no ligamento periodontal; - São compostas de fibras delgadas e longas; - A fotomicrografia ilustra essas fibras (setas) no ligamento periodontal, onde têm um curso principalmente paralelo ao longo eixo do dente; - A função dessas fibras ainda é desconhecida; - O cemento é visto à direita, e o osso alveolar à esquerda. * Fibras Elásticas - No tecido conjuntivo da gengiva e do ligamento periodontal estão presentes apenas em associação com os vasos sanguíneos; - A lâmina própria e a submucosa da mucosa alveolar (de revestimento) contêm numerosas fibras elásticas (setas); - A gengiva (G), vista em posição coronária em relação à junção mucogengival (MGJ), não contém fibras elásticas, exceto em associação com os vasos sanguíneos. Tipos de Fibras Colágenas - Embora muitas das fibras colágenas na gengiva e no ligamento periodontal estejam distribuídas irregular ou aleatoriamente, a maioria delas tende a se dispor em grupos de feixes com orientação bem definida. De acordo com sua inserção e a trajetória que segue no tecido, os feixes orientados de fibras gengivais podem ser divididos nos seguintes grupos: 1) Fibras circulares (CF): - São feixes de fibras dispostos na gengiva livre e que circundam o dente em forma de um anel. 2) Fibras dentogengivais (DGF): - Estão embutidas no cemento da porção supra-alveolar da raiz, de onde se projetam a partir do cemento, em forma de leque, em direção ao tecido gengival livre das superfícies vestibular, lingual e interproximal. 3) Fibras dentoperiósteas (DPF): - Estão inseridas na mesma porção do cemento que as fibras dentogengivais, porém fazem a trajetória em sentido apical sobre a crista óssea vestibular e lingual, para terminarem no tecido da gengiva inserida; - Na área limítrofe entre as gengivas livre e a inserida, o epitélio não é sustentado por feixes orientados de fibras colágenas; - Nessa área, com frequência está presente a ranhura gengival livre (GG) 4) Fibras transeptais (TF): - Estendem-se entre o cemento supra-alveolar de dentes vizinhos; - As fibras transeptais seguem um trajeto retilíneo sobre o septo interdentário e estão inseridas no cemento de dentes adjacentes. Matriz - A matriz do tecido conjuntivo é produzida principalmente pelos fibroblastos, embora alguns de seus componentes sejam elaborados pelos mastócitos e outros sejam derivados do sangue; - A matriz é o meio no qual as células do tecido conjuntivo se acham embutidas e é essencial para a manutenção da função normal do tecido conjuntivo; - O transporte de água, eletrólitos, nutrientes, metabólitos etc. em direção às células do tecido conjuntivo e o seu retorno ocorrem dentro da matriz; - Os principais componentes da matriz do tecido conjuntivo são macromoléculas de carboidratos e proteínas Ligamento Periodontal - É o tecido conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e celular, que circunda as raízes dos dentes e une o cemento radicular à lâmina dura ou ao osso alveolar propriamente dito. Em direção coronária, o ligamento periodontal é contínuo com a lâmina própria da gengiva e está separado da gengiva pelos feixes de fibras colágenas que conectam a crista do osso alveolar com a raiz (as fibras da crista alveolar). Radiografia de uma região molar pré-molar inferior. Na radiografia, dois tipos de osso alveolar podem ser distinguidos: 1. A parte do osso alveolar que cobre o alvéolo, denotado “lamina dura” (LD). 2. A porção do processo alveolar que, na radiografia, apresenta aspecto trabeculado (osso esponjoso) - Esquema de como o LP está situado entre o osso alveolar propriamente dito (ABP) e o cemento radicular (RC). - O dente é unido ao osso por feixes de fibras colágenas que podem ser divididos nos seguintes grupos principais, de acordo com sua disposição: 1. Fibras de crista alveolar (ACF); 2. Fibras horizontais (HF); 3. Fibras oblíquas (OF); 4. Fibras apicais (APF). - O corte mostra como as principais fibras do ligamento periodontal (PLD) se estendem continuamente desde o cemento radicular até o osso alveolar propriamente dito (ABP); - As principais fibras incorporadas no cemento (fibras de Sharpey) têm um diâmetro menor, mas são mais numerosas do que aquelas incorporadas no próprio osso alveolar. - As fibras de Sharpey (SF) podem ser vistas penetrando não apenas no cemento (C), mas também em toda a extensão do osso alveolar propriamente dito (ABP); - O ligamento periodontal também contém uma pequena quantidade de fibras elásticas associadas com vasos sanguíneos; - As células do ligamento periodontal são: fibroblastos, osteoblastos, cementoblastos, osteoclastos, bem como células epiteliais e fibras nervosas; - Os fibroblastos estão alinhados ao longo das fibras principais, enquanto os cementoblastos revestem a superfície do cemento e os osteoblastos revestem a superfície óssea. - Presença de aglomerados de células epiteliais (ER) no ligamento periodontal (PDL); - Essas células, chamadas de restos de Mallassez, representam remanescentes da bainha epitelial de Hertwig. Cemento Radicular O cemento é um tecido mineralizado especializado que reveste as superfícies radiculares e, ocasionalmente, pequenas porções das coroas dos dentes. - Possui muitas características em comum como o tecido ósseo. Todavia, o cemento não contém vasos sanguíneos e linfáticos, não tem inervação, não sofre remodelação e reabsorção fisiológicas, porém se caracteriza pela formação contínua ao longo da vida. - Como outros tecidos mineralizados, contém fibras colágenas embutidas em uma matriz orgânica. - Sua porção mineral, que é principalmente hidroxiapatita, é aproximadamente 65% de seu peso; um pouco mais que no osso (60%); - O cemento desempenha diferentes funções. Ele insere as fibras do ligamento periodontal na raiz e contribui para o processo de reparo após danos à superfície radicular. As fibras de Sharpey constituem o sistema de fibras extrínsecas do cemento radicular e são produzidas pelos fibroblastos no ligamento periodontal; O sistema de fibras intrínsecas é produzido pelos cementoblastos e compostos por fibras orientadas mais ou menos paralelamente ao longo eixo do dente. - O cemento desempenha diferentes funções. Ele insere as fibras do ligamento periodontal na raiz e contribui para o processo de reparo após danos à superfície radicular. Diferentes formas de cemento: 1) Cemento Acelular de Fibras Extrínsecas (AEFC): é encontrado nas porções coronária e média da raiz e contém principalmente feixes de fibras de Sharpey.Este tipo de cemento é uma parte importante dos tecidos de inserção e conecta o dente ao osso alveolar propriamente dito. 2) Cemento Celular Estratificado Misto (CMSC): está presente no terço apical das raízes e nas áreas de furca. - Ele contém tanto fibras extrínsecas quanto intrínsecas, assim como cementócitos. 3) Cemento Celular de Fibras Intrínsecas (CIFC): é encontrado principalmente nas lacunas de reabsorção e contém fibras intrínsecas e cementócitos. Cemento acelular (AC) mostrando linhas incrementais paralelas ao longo eixo do dente. Essas linhas representam o crescimento aposicional do cemento. Observe as linhas finas e leves que correm para o cemento perpendicular à superfície; estes representam as fibras de Sharpey do ligamento periodontal (PL). Cemento celular (CC) mostrando cementócitos situados dentro das lacunas. O cemento celular é mais espesso que o cemento acelular. A evidência de linhas incrementais também existe, mas são menos distintas do que no cemento acelular. As células adjacentes à superfície do cemento no espaço do ligamento periodontal (PL) são cementoblastos. Osso Alveolar o O processo alveolar é definido como as partes da maxila e da mandíbula que formam e suportam as cavidades dos dentes. O processo alveolar se estende desde o osso basal das mandíbulas e se desenvolve em conjunto com o desenvolvimento e erupção do dentes. - Em conjunto com o cemento radicular e o ligamento periodontal, o osso alveolar constitui o aparelho de inserção dos dentes, cuja função principal é distribuir e absorver as forças geradas, por exemplo, pela mastigação e por outros contatos dentários. - Corte transversal feito através do processo alveolar da maxila no nível da porção média das raízes dentárias. - Observe que o osso que cobre as superfícies das raízes é consideravelmente mais espesso no lado palatino do que no vestibular; - Anatomicamente, as paredes das cavidades (osso alveolar propriamente dito; setas), bem como as paredes externas do processo alveolar, são constituídas por osso cortical compacto; - A área entre os alvéolos e as paredes do osso compacto é ocupada por osso esponjoso; - Assim, o osso esponjoso ocupa a maior parte dos septos interdentários, mas apenas uma porção relativamente pequena das lâminas ósseas vestibular e palatina; - O osso esponjoso contém trabéculas ósseas, cuja arquitetura e tamanho são parcialmente determinados geneticamente e, em parte, resultado das forças às quais os dentes são expostos durante a função. - No aspecto vestibular das mandíbulas, a cobertura óssea das raízes é ocasionalmente muito fina ou totalmente ausente. Uma área sem cobertura óssea na porção marginal da raiz é denominada deiscência (D); - Se algum osso está presente na porção mais coronal do osso vestibular, mas o defeito está localizado mais apicalmente, é denotado fenestração (F).
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