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8. A PROVA 
 
(Teoria Geral da Prova) 
 Prova: todo meio de convencimento racional do juiz da verdade de fato relevante para a causa.  
 
1. Meios de Prova 
Quando a lei não impuser prova especial (ex: certidão de casamento ou óbito), o fato jurídico pode ser provado por confissão, documento, testemunho, presunção ou perícia (art. 369), "As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz". 
O ônus da Prova: (art. 373): o autor tem o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito e o réu o ônus de provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. 
 
2. Prova de fato negativo 
A regra é que a prova fica por conta de quem afirma que algo ocorreu e não de quem nega.  
Fatos negativos não precisam ser provados, (negativas absolutas). Já negativas relativas podem ser provadas, (ex: posso provar que "não estava em Manaus em 01/01/2010").  
 
3. A inversão do ônus da prova  
 
É possível por decisão fundamentada do juiz (com a oportunidade da parte de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído e não gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível), quando: 
 
1. a demanda versar sobre direitos coletivos ou difusos ou relação de consumo. 
2. por peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. 
 
É possível a inversão do ônus da prova por convenção das partes, salvo quando recair sobre direito indisponível da parte ou tornar excessivamente difícil o exercício do direito. 
 
4. Fatos que não dependem de prova  
Não dependem de prova os fatos (art. 374): 
1. notórios,  
2. confessados pela parte contrária,  
3. admitidos, no processo, como incontroversos  
4. em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. 
 
5. Máximas de experiência 
 
O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial (art. 375). 
 
6. Direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário 
 
O juiz conhece o direito (jura novit curia) = direito federal. O direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário cabe à parte provar o teor e a vigência, se assim o determinar o juiz (art. 376) 
 
7. Deveres das partes  
 
Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte (art. 379): 
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado; 
II - submeter-se à inspeção judicial, que for julgada necessária; 
III - praticar o ato que lhe for determinado. 
 
8. Deveres de terceiros  
 
Compete ao terceiro, em relação a qualquer pleito(art. 380): 
I - informar ao juiz os fatos e as circunstâncias, de que tenha conhecimento; 
II - exibir coisa ou documento, que esteja em seu poder. 
· Poderá o juiz, em caso de descumprimento, determinar, além da imposição de multa, outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias (parágrafo único). 
 
9. Produção antecipada de prova 
 
Será admitida a produção antecipada de prova quando (art. 381): 
 
· haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação; 
· a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito; 
· o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação. 
 
· competência: juízo do foro onde a prova deva ser produzida ou do de domicílio do réu.  
· falta de vara federal: A  competência é juízo estadual mesmo com interesse da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal. 
· prevenção: A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta. 
· documentação de fato: a produção antecipada é possível apenas para justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso  (como o caso de documentação de união estável, por exemplo). 
· o arrolamento de bens, mas apenas para a documentação e especificação dos bens, e não a prática de atos de apreensão do patrimônio a ser arrolado (§ 1º). 
 
PROCEDIMENTO 
Art. 382.  Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. 
 
CITAÇÃO 
§ 1o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. 
 
ISENÇÃO DO JUIZ 
§ 2o O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas. 
 
EXTENSÃO A OUTRAS PROVAS 
§ 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora. 
 
INEXISTÊNCIA DE CONTRADITÓRIO 
§ 4o Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. 
 
ENTREGA DOS AUTOS 
Art. 383.  Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. 
 
Parágrafo único.  Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida. 
Quebra de Página 
DO DEPOIMENTO PESSOAL 
 
Definição: Interrogatório da parte, mediante comparecimento pessoal a juízo (art. 385). 
 
Momento: em qualquer estado do processo, o juiz pode determinar de ofício. A parte pode requerer o depoimento pessoal da outra, para a audiência de instrução e julgamento (art. 385) 
 
Quem ainda não depôs: não pode assistir ao interrogatório da outra parte (§ 2º). 
 
Consulta a notas breves: É possível, desde que objetivem completar esclarecimentos (art. 387). 
 
Ausência ou recusa a depor: presunção de confissão dos fatos contra ela alegados. Se a parte empregar evasivas, o juiz poderá declarará, na sentença, se houve recusa de depor (art. 386). 
 
Não há obrigatoriedade de depor sobre fatos: 
I - criminosos ou torpes, que forem imputados ao depoente; 
II - a cujo respeito, por estado ou profissão, o depoente deva guardar sigilo. 
III - acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível; 
IV - que coloquem em perigo a vida do depoente ou das pessoas referidas no inciso III. 
 
Questões de estado e de família:  nessas questões, mesmo que os fatos se enquadrem nas situações acima, há obrigatoriedade de depor (art. 388, parágrafo único). 
 
 
DA CONFISSÃO 
 
Definição: (art. 389): É a admissão da verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao interesse do adversário.  
 
Espécies:  
· judicial (feita em juízo, por petição ou depoimento) 
· extrajudicial (por escrito endereçado à parte ou a seu representante).  
· Tem a mesma eficácia da judicial.  
· Se feita a terceiro ou por testamento, será livremente apreciada pelo juiz.  
· Se verbal, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal (art. 394). 
 
A confissão judicial pode ser(art. 390): 
· espontânea: feita pela própria parte ou por representante com poder especial. 
· A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados (art. 392, § 1º). 
· A confissão feita por um representante somente é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado (art. 392, § 2º). 
· provocada: constará do termo de depoimento pessoal prestado pela parte. 
 
Litisconsortes: A confissão de um não prejudica os demais litisconsortes (art. 391).  
· Nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheironão valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens (parágrafo único). 
 
Direitos Indisponíveis: Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis (art. 392). 
 
Revogação da confissão: A confissão é irrevogável (art. 393). 
 
Anulação da confissão: A confissão pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação, por meio de ação anulatória (se ainda estiver em curso o processo em que foi feita) ou por meio de ação rescisória(depois de transitada em julgado a sentença, da qual constituiu o único fundamento. 
· A legitimidade para essas ações é exclusiva do confitente, mas pode ser transferida a seus herdeiros, se ele falecer após a sua propositura.. 
 
Indivisibilidade: Em regra, a confissão é indivisível (não pode ser aceita só no ponto favorável), exceto se o confitente lhe aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção (art. 395). 
 
DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA 
 
O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa, que se ache em seu poder, quando a parte fizer sua individuação, tão completa quanto possível, as circunstâncias para afirmar que existe e se acha em poder da parte contrária, e esclarecer a finalidade da prova (art. 396/397). 
 
Negativa: Se o requerido afirmar que não possui o documento ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que a declaração não corresponde à verdade.  
 
O juiz não admitirá a recusa: 
I - se o requerido tiver obrigação legal de exibir; 
II - se o requerido aludiu ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito de constituir prova; 
III - se o documento, por seu conteúdo, for comum às partes; 
 
Admissão da verdade: o juiz admitirá como verdadeiros os fatos se: 
I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo de cinco dias. 
II - se a recusa for havida por ilegítima. 
 
Art. 400, Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. 
 
Documento em poder de terceiro: Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias.  
Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse, o juiz designará audiência especial, tomando seu depoimento, o das partes ede testemunhas e proferirá sentença. 
Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a exibição no prazo de 5dias, e descumprir a ordem judicial, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, tudo sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência. 
 
Escusa: A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa: 
I - se concernente a negócios da própria vida da família; 
II - se a sua apresentação puder violar dever de honra; 
III - se a publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro (ou de seus parentes até o 3º grau ou lhes representar perigo de ação penal). 
IV - a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo. 
V –por outros motivos graves, segundo o prudente arbítrio do juiz. 
 
 
DA PROVA DOCUMENTAL 
 
Da produção da prova documental 
 
O que é documento: documento é um objeto corpóreo, resultado da atividade humana, que pelos vestígios de confiabilidade, representa, por si só, permanentemente, um fato idôneo.  
· Documento Público: é o emitido por autoridade pública ou mediante procuração de autoridade pública (ex: escritura pública de compra e venda) (art. 406). 
· Documento Privado: emitidos por um particular ou por autoridade pública fora de suas funções públicas ou atribuições, ou fora de sua competência (art. 407). 
 
Tanto documentos públicos quanto privados podem constituir prova de fato jurídico, ato jurídico ou de negócio jurídico 
 
Momento de apresentação de documentos no processo: Os documentos destinado a provar as alegações das partes devem ser apresentados com a petição inicial ou a resposta  
 
Documentos novos: em qualquer tempo, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. 
 
Contraditório: Sempre que uma das partes requerer a juntada de documento aos autos, o juiz ouvirá, a seu respeito, a outra, no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
Fazem a mesma prova que os originais: 
I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos; 
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público; 
III - as fotocópias de documentos públicos autenticadas ou conferidas em cartório. 
IV - as fotocópias de peças do próprio processo declaradas autênticas pelo próprio advogado, se não lhes for impugnada a autenticidade.  
V - os extratos digitais de bancos de dados públicos ou privados.  
VI - as reproduções digitalizadas juntados aos autos, salvo alegação fundamentada de adulteração antes ou durante o processo de digitalização.  
· Os originais deverão ser preservados pelo seu detentor até o final do prazo para interposição de ação rescisória. 
· O juiz poderá determinar o seu depósito em cartório ou secretaria.  
 
Documento Público Essencial: Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. 
 
Declaração de ciência: o documento particular prova a ciência, mas não o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar que o fato existiu. 
 
Data do documento particular: Quando for arguida dúvida sobre a data de documento particular, provar-se-á por todos os meios de direito. Mas, em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento particular: 
I - no dia em que foi registrado; 
II - desde a morte de algum dos signatários; 
III - a partir da impossibilidade física, que sobreveio a qualquer dos signatários; 
IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo; 
V - do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade da formação do documento.  
 
Autoria do documento: Reputa-se autor do documento particular: 
I - aquele que o fez e o assinou; 
II - aquele, por conta de quem foi feito, estando assinado; 
III - aquele que, mandando compô-lo, não o firmou, porque, conforme a experiência comum, não se costuma assinar, como livros empresariais e assentos domésticos. 
 
Cartas: e registros domésticos fazem prova contra quem os escreveu quando: 
I - enunciam o recebimento de um crédito; 
II - contêm anotação, que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor; 
III - expressam conhecimento de fatos para os quais não se exija determinada prova. 
 
Fotografias, filmes e gravações: As fotografias digitais e as extraídas da internet fazem prova das imagens que reproduzem (art. 422, § 1º). 
· se impugnadas, deve-se apresentar a respectiva autenticação eletrônica. 
· não sendo possível, será realizada perícia. 
· e-mail, se impugnado, segue a mesma regra 
· fotografia analógica, terá de ser acompanhada do respectivo negativo. 
· fotografia publicada em jornal ou revista, caso impugnada, será exigido um exemplar original do periódico. 
 
Borrão: O juiz apreciará livremente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento. 
 
Documentos eletrônicos no processo convencional (art. 439):  
· Sua utilização é possível, mas dependerá: 
· de sua conversão à forma impressa  
· da verificação de sua autenticidade. 
· o juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido. 
 
A Falsidade Documental 
 
Documento público: faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. Tem força probante até que seja judicialmente declarada a falsidade ideológica ou material. 
 
Documento particular: presumem-se verdadeiras as declarações dele constantes em relação aos signatários. Se arguida a falsidade, não produz efeitos até serdeclarada a sua legitimidade. 
 
Aceitação do documento: Compete à parte, contra quem foi produzido documento particular, alegar se lhe admite ou não a autenticidade, presumindo-se, com o silêncio, que o tem por verdadeiro. 
 
Impugnação do documento: A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá (art. 436): 
· impugnar a admissibilidade da prova documental; 
· impugnar sua autenticidade; 
· suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade; 
· a impugnação deverá basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade. 
· manifestar-se sobre seu conteúdo. 
 
Indivisibilidade do documento particular: O documento particular admitido expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado à parte que pretende utilizar- se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os que são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não ocorreram. 
 
Documento admitido por erro, dolo ou coação: Cessa a eficácia da admissão expressa ou tácita, se o documento houver sido obtido por erro, dolo ou coação. 
 
Autenticidade do documento: Considera-se autêntico o documento quando (art. 411): 
· o tabelião reconhecer a firma do signatário. 
· a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei. 
· não houver impugnação da parte contra quem foi produzido o documento. 
 
Falsidade do documento: Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade. 
 
A falsidade consiste: 
I - em formar documento não verdadeiro; 
II - em alterar documento verdadeiro.  
 
Cessa a fé do documento particular: 
I - contestada sua assinatura e enquanto não se lhe comprovar a veracidade; 
II - assinado em branco, for abusivamente preenchido. 
 
Abuso: Dar-se-á abuso quando quem recebeu documento assinado, o formar ou o completar, violando o pacto feito com o signatário.  
 
Ônus da prova: incumbe: 
I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a arguir; 
II - se tratar de contestação de assinatura, à parte que produziu o documento. 
 
Arguição da falsidade (art. 430): A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica 
ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. 
· Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19. 
· A sentença, que resolver o incidente, declarará a falsidade ou autenticidade do documento. 
· A declaração sobre a falsidade do documento, quando suscitada como questão principal, constará da parte dispositiva da sentença e sobre ela incidirá também a autoridade da coisa julgada (art. 433). 
 
Exame pericial: Não se procederá ao exame se a parte que produziu o documento, concordar em retirá-lo e a parte contrária não se opuser ao desentranhamento. 
Quebra de Página 
A PROVA TESTEMUNHAL 
 
Testemunha é uma pessoa distinta dos sujeitos processuais que, convocada na forma da lei, depõe sobre o fato ou ato controvertido de que tem conhecimento entre as partes. 
 
è Elementos caracterizadores da testemunha: 
1-Pessoa natural (obviamente que pessoas jurídicas não podem depor); 
2-Estranha ao feito; 
3-Deve ter conhecimento do fato litigioso (ou detalhe a ele relacionado); 
4-Deve ser convocada regularmente a depor em juízo; 
5-Deve ser capaz e não estar impedida ou ser suspeita; 
 
· São incapazes de depor (art. 447, § 1º, CPC): 
· 1- o interdito por enfermidade ou deficiência mental; 
· 2- o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; 
· 3- o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; 
· 4- o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. 
 
· São impedidos de depor (§ 2º): 
· 1- o cônjuge, o ascendente e o descendente, e o colateral, até o terceiro grau, de qualquer das partes, por consangüinidade ou afinidade,  
· èexceto: 
· se o exigir o interesse público; 
· tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova, que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; 
· 2 - o que é parte na causa (porque presta depoimento pessoal); 
· 3- o que intervém em nome de uma parte; 
· Ex: o tutor na causa do menor, o representante legal da pessoa jurídica, o advogado e outros, que assistam ou tenham assistido as partes.  
· O CPC também elenca o juiz, que obviamente está impedido de depor, não por ter representado a parte, mas por não poder ser testemunha, devido à sua imparcialidade. 
 
· São suspeitos e, por isto, não podem depor (§ 3º): 
· 1 - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; 
· 2 - o que tiver interesse no litígio. 
 
Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores (os demais incapazes não, obviamente), impedidas ou suspeitas (§ 4º) como informantes, ou seja, sem prestarem o compromisso de dizer a verdade, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. 
 
ADMISSIBILIDADE DA PROVA TESTEMUNHAL 
 
è A prova testemunhal é sempre admissível, a menos que a lei dispuser de modo diverso, no entanto, o juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos (art. 442): 
I - já provados por documento ou confissão da parte; 
II - que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.  
 
è Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal 
quando: 
· houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova. 
· o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, depósito necessário ou hospedagem em hotel. 
 
OBS: É lícito provar com testemunhas (art. 446) a divergência entre a vontade real e a vontade declarada (nos contratos simulados) e os vícios de consentimento (nos contratos em geral). 
 
DA PRODUÇÃO DA PROVA TESTEMUNHAL 
 
èA prova testemunhal deve ser requerida na inicial e na resposta e deferida na fase de saneamento, sendo o depoimento da testemunha tomado, em regra, na audiência de instrução e julgamento (art. 453), exceto: 
èas que prestam depoimento antecipadamente13; 
èas que são inquiridas por carta (precatória ou rogatória); 
èas que, por doença, ou outro motivo relevante, estão impossibilitadas de comparecer em juízo (artigo 449, parágrafo único); 
èas que são inquiridas em sua residência, ou onde exercem a sua função: 
- o Presidente e o Vice-Presidente da República; 
- o presidente do Senado e o da Câmara dos Deputados; 
- os ministros de Estado; 
- os ministros do Supremo Tribunal Federal, do Tribunal Federal de Recursos, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União; 
- o procurador-geral da República; 
- os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público; 
- o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado e o procurador-geral do Município; 
- o defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado; 
- os senadores e deputados federais; 
- os governadores dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal; 
- os deputados estaduais e distritais; 
- os desembargadores dos Tribunais de Justiça, os juízes dos Tribunais de Alçada, os juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal; 
- o procurador-geral de justiça; 
- o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa ao agente diplomático do Brasil. 
 
· Em relação a tais pessoas, o juiz solicitará à autoridade que designe dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte, que arrolou como testemunha. 
· Passado 1 (um) mês sem manifestação da autoridade, o juiz designarádia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na sede do juízo. 
· O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento, quando a autoridade não comparecer, injustificadamente, à sessão agendada para a colheita de seu testemunho no dia, hora e local por ela mesma indicados. 
 
ROL DE TESTEMUNHAS 
 
Cada parte pode oferecer, no máximo, dez testemunhas, sendo apenas três para a prova de cada fato, podendo o juiz dispensar as restantes (art. 357, §§6º e 7º). 
 
Esse rol de testemunhas deverá ser apresentado pelas partes no prazo comum que o juiz fixar ao sanear o feito, o qual não será superior a 15 (quinze) dias, salvo quando houver audiência de saneamento em cooperação, caso em que as partes deverão levar o respectivo rol de testemunhas na própria audiência. 
 
COMPARECIMENTO DA TESTEMUNHA 
 
O comparecimento da testemunha pode ser: 
· Espontâneo: quando a própria parte se compromete a apresentar a testemunha à audiência. Nesse caso, se testemunha não comparecer, presume-se que a parte desistiu de sua inquirição (art. 455, § 2º) 
· Provocado: quando a testemunha é intimada ou informada pelo próprio advogado da parte sobre o dia e hora da audiência, por meio de carta com aviso de recebimento (art. 455, § 1º). A inércia na realização da intimação importa na desistência da inquirição da testemunha (§ 3º).  
 
A intimação judicial da testemunha só será feita quando: 
· for frustrada a intimação prevista no § 1o deste artigo; 
· sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz; 
· se a testemunha for servidor público ou militar (o juiz a requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir); 
· a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; 
· a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454. 
 
PENALIDADE À TESTEMUNHA FALTOSA 
 
A testemunha que, intimada pelo advogado ou judicialmente, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento da audiência. 
 
RÉU REVEL 
 
O réu revel, embora não tenha requerido a produção de prova testemunhal (exatamente pela falta de contestação e, portanto, de requerimento), se comparecer no prazo determinado pelo juiz no despacho que designou a audiência, poderá apresentar o seu rol e requerer sejam ouvidas as testemunhas sobre os fatos arguidos pelo autor14. 
 
A SUBSTITUIÇÃO DE TESTEMUNHA ARROLADA 
 
Depois de apresentado o rol, só pode ser substituída a testemunha (art.451): 
èque falecer; 
èque, por enfermidade, não estiver em condições de depor; 
è tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada. 
 
OBS: Além das testemunhas arroladas pelas partes, poderão ser ouvidas, de ofício ou a requerimento da parte, também as referidas, ou seja, as que foram mencionadas nas declarações das partes e de outras testemunhas, como que tenham conhecimento dos fatos ainda não totalmente esclarecidos. 
 
O JUIZ DA CAUSA ARROLADO COMO TESTEMUNHA 
 
Quando for arrolado como testemunha o juiz da causa, este (art. 409): 
· deverá declarar-se impedido, se tiver conhecimento de fatos que possam influir na decisão. 
· Nesse caso, será defeso (proibido) à parte, que o incluiu no rol, desistir de seu depoimento; 
· se nada souber, mandará excluir o seu nome. 
 
ORDEM NA INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS 
 
A prova testemunhal é a última a ser produzida na audiência; primeiramente há os esclarecimentos dos peritos e assistentes técnicos, depois o depoimento das partes e, só então, o juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente; primeiro as do autor e depois as do réu, providenciando de modo que uma não ouça o depoimento das outras (art. 413). 
 
A CONTRADITA 
 
Antes de depor, a testemunha será qualificada e informará se tem relações de parentesco com a parte, ou interesse no objeto do processo (art. 457). 
 
No momento do depoimento, pode a parte, por meio de seu advogado, contraditar a testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição (art. 457, § 1º). Se a testemunha negar os fatos que lhe são imputados, a parte poderá provar a contradita com documentos ou com testemunhas, até três, apresentadas no ato e inquiridas em separado. 
· Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, ou lhe tomará o depoimento como informante (art. 457, § 2º). 
 
Por outro lado, a testemunha pode requerer ao juiz que a escuse (desculpe, dispense) de depor, alegando os motivos abaixo e o juiz decidirá de plano, ouvidas as partes (§ 3º). 
 
O art. 448 trata justamente das hipóteses em que “a testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: 
· que lhe acarretem grave dano,  
· bem como ao seu cônjuge 
· aos seus parentes consanguíneos ou afins 
· em linha reta 
· na colateral em terceiro grau; 
· a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. 
· Nesta última hipótese (violação do segredo profissional), a conduta pode implicar na prática de crime previsto no art. 154, do Código Penal, que assim precreve: 
 
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. 
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação. 
 
O COMPROMISSO DA TESTEMUNHA 
 
Ao início da inquirição, a testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.  
· O juiz advertirá à testemunha que incorre em sanção penal quem faz afirmação falsa, cala ou oculta a verdade (É o crime de falso testemunho - art. 342, CP). 
 
O DEPOIMENTO TESTEMUNHAL 
 
As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, começando pela que a arrolou (art. 459). 
· O juiz não admitirá perguntas que: 
·  puderem induzir a resposta,  
· não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória  
· importarem repetição de outra já respondida. 
· O juiz poderá inquirir a testemunha tanto antes quanto depois da inquirição feita pelas partes. 
 
REGISTRO DO DEPOIMENTO 
O depoimento deve ser gravado, datilografado ou registrado por taquigrafia, estenotipia ou outro método idôneo de documentação e será assinado pelo juiz, pelo depoente e pelos procuradores. 
 
A ACAREAÇÃO 
 
O juiz pode determinar, de ofício ou a requerimento da parte, a acareação, quando houver divergência de declarações sobre fato determinado, que possa influir na decisão da causa (art. 461): 
ède duas ou mais testemunhas entre si; 
ède algumas testemunhas e da parte. 
 
DESPESAS PARA O DEPOIMENTO 
 
A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para comparecimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada, ou depositá-la em cartório dentro de 3 (três) dias (art. 462). 
 
Como o depoimento prestado em juízo é considerado serviço público, a testemunha, quando sujeita ao regime de legislação trabalhista, não sofre, por comparecer à audiência, perda de salário nem desconto no tempo de serviço, o mesmo ocorrendo com o servidor público (art. 463, parágrafo único).  
Quebra de Página 
DA PROVA PERICIAL 
 
O juiz não detém o conhecimento de todos os ramos das ciências, por isto precisa da ajuda de técnicos especializados, que lhe darão subsídios para uma sentença mais justa, ainda que o juiz “apreciará a prova pericial de acordo com o disposto no art. 371, indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito”, conforme o sistema da persuasão racional do juiz. 
 
Espécies: A prova pericial consiste em: 
exame: é a inspeção realizada por meio de perito, sobre pessoas ou  coisas, móveis ou semoventes, para a verificação de fatos ou circunstâncias de interesse da causa.  
vistoria: é a inspeção realizada sobre imóveis, para simples constatação técnica, não juridicamente conclusiva. 
avaliação: é a estimação do valor em moeda corrente de coisas, direitos ou obrigações. 
 
Indeferimento: O juiz indeferirá a períciaquando: 
I - a prova do fato não depender do conhecimento especial de técnico; 
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
III - a verificação for impraticável. 
 
O juiz poderá dispensa a perícia: quando as partes, na inicial e na contestação, apresentarem pareceres técnicos ou documentos elucidativos que ele (juiz) considerar suficientes para a instrução da causa.  
 
O perito: 
Deve ser um técnico especializado na área do conhecimento em que se exige a sua intervenção, somente se admitindo que não tenha conhecimento técnico específico nas localidades onde isto não for possível, caso em que a nomeação recairá sobre pessoa da livre escolha do juiz.  
 
Portanto, a regra geral é a de que o perito deve: 
1-Ser da confiança do juiz ou das partes. 
2-Ser habilitado tecnicamente. 
3-Não ser impedido ou suspeito. 
 
A escolha do perito pelas partes 
 
As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que (art. 471): 
 I - sejam plenamente capazes; 
 II - a causa possa ser resolvida por autocomposição. 
  
==> A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz (§ 3º). 
 
Escusa e Recusa: O perito pode escusar-se ou ser recusado por impedimento ou suspeição (art. 467). 
  
Substituição: O perito pode ser substituído (art. 468) quando:  
I - carecer de conhecimento técnico ou científico; 
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.  
 
Nesse último caso, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva e poderá impor multa ao perito, conforme o valor da causa e o possível prejuízo pelo atraso.  
 
Realização da Perícia: o perito e os assistentes técnicos podem utilizar-se de todos os meios necessários (ouvir testemunhas, obter informações, solicitar documentos que estejam em poder da parte ou em repartições públicas), bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças. 
 
Ciência a Perícia: As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova pericial. 
 
Perícia complexa: é a que abrange mais de uma área de conhecimento especializado. Nesse caso, o juiz poderá nomear mais de um perito e a parte indicar mais de um assistente técnico.  
 
Prazo: O perito apresentará o laudo em cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento. 
 
Se o perito, por motivo justificado, não puder apresentar o laudo dentro do prazo, o juiz conceder-lhe-á, por uma vez, prorrogação, segundo o seu prudente arbítrio. 
 
Assistentes Técnicos: oferecerão seus pareceres no prazo comum de 10 (dez) dias, após intimadas as partes da apresentação do laudo.  
 
Perícia médico legal e exame de documento: o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, com a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame, ao diretor do estabelecimento (IML, IC, etc.). 
 
Exame grafotécnico: na perícia sobre autenticidade de letra ou firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas; na falta destes, o juiz poderá colher em folha de papel, por cópia, ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação. 
 
Perito na Audiência: A parte pode requerer a intimação do perito e do assistente técnico para que compareça à audiência para esclarecimento, formulando desde logo suas perguntas, sob forma de quesitos.  
Nesse caso, o perito e o assistente só estarão obrigados a prestar os esclarecimentos, quando intimados 5  dias antes da audiência. 
 
Livre Convicção do Juiz: O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. 
 
Nova Perícia: Só é possível quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. 
 
A nova perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre que recaiu a primeira, mas não substitui, e destina-se a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu, cabendo ao juiz apreciar livremente o valor de uma e outra. 
 
 
A INSPEÇÃO JUDICIAL 
 
Consiste na inspeção de pessoas ou coisas realizada pelo próprio juiz, a fim de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da causa, podendo ser assistido de um ou mais peritos. 
 
Comparecimento do juiz ao local: O juiz irá ao local, onde se encontre a pessoa ou coisa, quando: 
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; 
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo, sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; 
III - determinar a reconstituição dos fatos. 
 
Direito das Partes: direito a assistir à inspeção, de prestar esclarecimentos e de fazer observações que reputem de interesse para a causa.  
 
Auto: Sobre a inspeção, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa, podendo ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia. 
Quebra de Página 
A AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO 
 
A audiência é a fase do processo em que o juiz ouve os argumentos das partes envolvidas e suas testemunhas visando instruir o processo com as provas necessárias a solucionar o caso e sentenciar o feito. A audiência de instrução e julgamento prepara o processo para chegar a uma solução adequada. Dessa forma, o art. 358 do CPC define o início da Audiência de Instrução e Julgamento: 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar. 
 
Para dar início aos trabalhos, cabe ao magistrado sempre tentar conciliar as partes, independentemente das tentativas anteriores. É o que diz o art. 359 do CPC:  
 
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem. 
 
Para manter a ordem o juiz exerce o poder de polícia da audiência, tendo as obrigações descritas no art. 360 do CPC: 
Art. 360. O juiz exerce o poder de polícia, incumbindo-lhe: 
I - manter a ordem e o decoro na audiência; 
II - ordenar que se retirem da sala de audiência os que se comportarem inconvenientemente; 
III - requisitar, quando necessário, força policial; 
IV - tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo;15 
V - registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência. 
 
As provas orais produzidas em audiência serão ouvidas na forma do art. 361 do CPC:  
 
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente: 
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito; 
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais; 
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas. 
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. 
 
O Código usa a expressão “preferencialmente”, contrariando o CPC de 1973, cujo procedimento era mais rígido, para criar um procedimento mais adaptável às situações, podendo o juiz ter margem para conduzir os trabalhos da melhor forma. 
 
Assim, o juiz tem o poder de modificar a ordem da produção da prova, se assim entender necessário, mas, para isso, o saneamento do processo tem que ser realizado de forma plena e efetiva, de forma que o magistrado entenda e conheça do processo anteriormente. 
 
O parágrafo único do art. 361 do CPC determina que, enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e astestemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz. 
 
Adiamento da audiência 
 
A audiência poderá ser adiada nas hipóteses previstas:  
I - por convenção das partes; 
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; 
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. 
 
O motivo deverá ser comprovado até a abertura da audiência, nos termos do § 1º do art. 362 do CPC. Isso para se evitar uma condução parcial do magistrado de eventual audiência: 
 
Dispensa da prova 
 
§ 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público. 
 
O responsável pelo adiamento da audiência responderá pelas despesas acrescidas, nos termos do art. 362, § 3º do CPC: 
 
A antecipação ou adiamento da audiência 
 
Se a audiência for antecipada ou adiada o juiz determinará a intimação dos advogados para ciência da nova data, nos termos do art. 363 do CPC. Neste caso a lei dispensa a intimação pessoal do advogado em caso de antecipação da audiência. 
 
Os debates 
 
Após as oitivas, passa-se à fase de alegações finais, em que será dada a palavra as partes, nos termos do art. 364 do CPC: 
 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. 
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso. 
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos. 
 
A unicidade da audiência 
A audiência é una e contínua, podendo ser dividida de forma excepcional e justificadamente nos termos do art. 365 do CPC, devendo o juiz marcar seu prosseguimento para data mais breve possível, em pauta preferencial. 
  
A sentença 
Encerrada a fase de alegações finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo de 30 (trinta) dias, nos termos do art. 366 do CPC. 
 
O termo de audiência 
 
O servidor lavrará termo da audiência, ditado pelo juiz, que terá o resumo da audiência, os despachos, as decisões e sentença se houver, nos termos do art. 367 do CPC. Quando o termo da audiência não for registrado por meio eletrônico, o juiz, os advogados, membro do MP e escrivão deverão rubricá-lo para realizar a juntada aos autos. 
 
A audiência pode ser gravada em imagem e vídeo, desde que seja assegurado o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores e conste isto em ata. Além disso, qualquer das partes pode realizar a gravação da audiência, independentemente de autorização judicial: 
 
A publicidade da audiência 
O art. 368 do CPC determina que a audiência sempre será pública, salvo as exceções legais.

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