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Kamilla Galiza / 5º Período / APG Objetivos 1. Compreender a etiopatogenia e os fatores de risco para o bócio e as neoplasias da tireoide 2. Identificar as manifestações clínicas do bócio e as neoplasias da tireoide 3. Discorrer sobre o diagnóstico, prevenção e as condutas terapêuticas do bócio e as neoplasias da tireoide Bócio Definição e Etiologia O bócio é definido como qualquer aumento do volume tireoidiano, podendo ser classificado das seguintes maneiras: § Difuso ou nodular; § Atóxico / Simples (não há hiperfunção da tireoide) § Tóxico / Hipertireoidismo (há hiperfunção da tireoide) § Benigno ou maligno; § Endêmico (quando afeta mais de 5% da população) § Esporádico: pode ser provocado pela ingestão excessiva de substancias que interferem na síntese dos hormônios tireoidianos. O aumento no tamanho da tireoide normalmente é causado por deficiência de iodo ou inflamação da glândula tireoide. Nem todos os casos de aumento no tamanho da tireoide causam sintomas (como inchaço e tosse), mas raramente, os sintomas são aperto na garganta ou dificuldade para respirar. O bócio pode desenvolver-se como consequência de diversas alterações, como: § Distúrbios no funcionamento da tireoide como hipertireoidismo ou hipotireoidismo; § Uso de alguns medicamentos; § Doenças autoimunes como a tireoidite autoimune; § Infecções e tumor na tireoide; § Deficiências em iodo, que fazem com que a glândula da tireoide seja forçada trabalhar mais para capturar o iodo necessário para a síntese dos hormônios tireoidianos. Este trabalho forçado feito por esta glândula leva ao seu aumento de tamanho e assim ao surgimento do bócio. Além disso, existem casos onde o bócio surge logo à nascença, sedo nestes casos é conhecido como bócio congênito. Fisiopatologia A deficiência dietética de iodo reduz a síntese de T3 e T4 e aumenta os níveis de TSH que por sua vez provoca a hipertrofia e a hiperplasia das células foliculares, resultando inicialmente em aumento difuso e simétrico da glândula (bócio difuso). Microscopicamente, as células tornam-se colunares e agrupadas e caso a demanda de hormônio reduzir ou a oferta de iodo aumentar os folículos podem tornar-se ricos em coloide (bócio coloide). Folículos grandes, médios, pequenos e microfolículos separados por septos fibrosos Com isso a síntese hormonal se eleva, levando o paciente na maioria dos casos a um estado eutireoidiano. Com o tempo, episódios recorrentes de hiperplasia e involução se combinam para produzir aumento mais irregular da tireoide, denominado bócio multinodular. Virtualmente todos os bócios difusos de longa duração se convertem em bócios multinodulares. Bócio multinodular tóxico ou síndrome de Plummer - uma minoria dos bócios multinodulares pode se manifestar com tireotoxicose secundária ao desenvolvimento de nódulos autônomos que produzem hormônio tireoidiano independentemente do estímulo do TSH. Os bócios multinodulares são glândulas multilobuladas, assimetricamente aumentadas, que podem atingir tamanho volumoso. A superfície de corte, nódulos irregulares contendo quantidades variáveis de coloide marrom e gelatinoso são evidentes. As lesões mais antigas exibem áreas de fibrose, hemorragia, calcificação e alteração cística. Nódulos na tireoide Definição: É uma lesão intratireoidiana que pode ser palpável ou detectada pelo ultrassom (USG). na tireoide Kamilla Galiza / 5º Período / APG Etiologia Causas benignas: § Tireoidites (Hashimoto) § Bócio Coloide (aumento focal da tireoide) § Cisto Coloide (conteúdo líquido sem presença de células, diferente de nódulo tireoidiano que tem conteúdo é sólido) § Adenomas Foliculares – neoplasia benigna Neoplasias: § Carcinoma Papilífero § Carcinoma Folicular § Carcinoma Medular (Cels C) § Carcinoma Anaplásico (indiferenciado) § Linfoma, sarcoma, metástase Tireoidite viral ou bacteriana não causam nódulos, pois são tireoidites subaguda e aguda respectivamente. Não há tempo para causar defeito no parênquima tireoidiano a ponto de causar nodulação. Fatores de risco Genes de suscetibilidade: cerca de 5 a 10% dos casos são considerados de natureza familiar. Os principais agentes relacionados são os proto-oncogenes, como o RET, Met, c- erb-2, BRAF, Ras responsáveis pela proliferação celular descontrolada e genes supressores tumorais. Antecedentes de neoplasia tireoidiana: O câncer de tireoide anaplásico possui forte associação com o antecedente pessoal de neoplasia de tireoide bem diferenciada. Radiação: produz mutações em locais sensíveis. Esse efeito ocorre sobretudo quando a exposição se inicia desde a infância, período muito radiossensível da tireoide. Além disso. A exposição ao radioiodo leva a morte de células da glândula e pode causar insuficiência tireoidiana Obs: Essa associação entre o CA de tireoide e a radiação ocorre principalmente no tipo papilífero, mas pode ser encontrada em menor quantidade no tipo folicular. Níveis de lodo na dieta: o iodo é um elemento fundamental para produção dos hormônios tireoidianos. A deficiência de iodo = redução no nível de hormônios da tireoide = aumento da secreção de TSH (autorregulação) = fator de crescimento para as células do folículo tireoidiano. Sendo assim, a hipótese é de que o estímulo crônico às células da tiroide pelos níveis elevados de TSH, poderiam levar ao aparecimento, sobretudo do câncer do tipo folicular. Porém, apesar de alguns estudos evidenciarem uma redução do câncer da tireoide do tipo folicular em áreas com suplementação de iodo, houve um aumento na incidência de câncer do tipo papilar (aumento excessivo na captação de iodo secundária). Sexo feminino: acredita-se que exista um papel do estrogênio no aumento da incidência desse câncer. Estudos indicam que na tiroide existem receptores de estrogênio e essa molécula pode levar ao aumento da proliferação celular (ainda incerto) Aumento dos níveis do TSH: o hormônio TSH, através do receptor de TSH, estimula o crescimento e função das células tireoidianas. Diversos estudos demonstraram aumento da expressão dos receptores de TSH em cânceres tireoidianos bem diferenciados. Além disso, estima-se que exista um risco 4x maior do desenvolvimento de malignidade nos nódulos tireoidianos expostos a altos níveis de TSH. Doença autoimune da tireoide: estudos indicam que pacientes com Tireoidite de Hashimoto tem risco de 50% de desenvolver linfoma de tireoide. Características – Nódulo Tireoidiano Quando estivermos diante de um nódulo da tireoide, devemos determinar duas características: § Benigno (90-95%) x maligno § Tóxico (hiperfuncionante = autônomo) x atóxico Os nódulos tireoidianos podem ganhar autonomia e começam a funcionar de forma independente do controle hormonal de feedback. Controle normal da produção hormonal tireoidiana: § TRH (hipotálamo) estimula a hipófise a produzir TSH § TSH estimula a tireoide a produzir hormônio tireoidiano (HT), principalmente o T4 § Quando há quantidade suficiente deT4, o TSH tem seus níveis reduzidos. O nódulo autônomo funciona independente do controle por feedback, mas, se ele produzir de forma autônoma grande quantidade de HT, a produção de TSH é suprimida. Como o nódulo não depende de TSH para produzir HT, não importa a redução de níveis de TSH, pois ele continuará produzindo HT. Todo nódulo autônomo é 100% das vezes benigno. Na maioria das vezes os nódulos não produzem quantidade importante de HT. O nódulo tireoidiano não leva a disfunção tireoidiana, ou seja, não causa hipotireoidismo. Porém, a causa mais comum de hipotireoidismo que é a Tireoidite de Hashimoto, pode levar ao surgimento de nódulos na tireoide, porém, nesse caso, não é o nódulo que causa hipotireoidismo, é o hipotireoidismo que causa nódulo. Patogênese A origem dos tumores malignos da tireoide ocorre pelo desequilíbrio entrea proliferação celular e a apoptose provocado por mutações. Essas mutações ocorrem em três tipos de genes: oncogenes (crescimento celular), genes supressores de tumor (restrição do crescimento) e genes de reparo de DNA. A principal alteração relacionada ao surgimento do carcinoma papilífero é a mutação no gene BRAF, presente em até 70% dos casos. A segunda causa mais comum na patogênese do carcinoma papilifero da tireoide é rearranjo RET/CP. Em relação ao carcinoma folicular (CF) observa-se mutações no gene RAS, além da expressão ou perda de outros genes. No carcinoma medular da tireoide, geralmente se relacionam a mutações germinativas do oncogene RET. Nos tumores anaplásicos as mutações BRAF e do RAS são encontradas em até 10% dos casos. Classificação histológica Carcinoma papilífero: é o principal tipo de tumor maligno da tireoide, representando cerca de 75 a 80% dos casos. Ele se Kamilla Galiza / 5º Período / APG apresenta, na maioria das vezes em pessoas do sexo feminino de idade entre 20 a 40 anos. Geralmente é uma lesão sólida, de contornos irregulares, não encapsulada e com infiltração do parênquima glandular adjacente. Pode apresentar calcificações distróficas. Alteração cística e calcificações distróficas. É o tipo de neoplasias tireoidianas, que mais tem associação com a exposição a radiação, sobretudo na infância. Em termos histopatológicos, podem conter os chamados corpos psamomatosos que são calcificações laminadas concêntricas que podem ser encontradas em associação com células tumorais, dentro dos vasos linfáticos ou dentro do estroma tumoral. Os núcleos são tipicamente claros, com aspecto de vidro fosco, apresentando contornos irregulares, dobras da membrana nuclear e inclusões citoplasmáticas intranucleares. Essa neoplasia, quando avançada tem preferência por disseminação linfática, sendo comum a presença de linfonodos acometidos já no diagnostico. Apesar disso, dentre todos os tumores, esse apresenta um ótimo prognóstico, sendo infrequente a mortalidade associada. Carcinoma folicular: esse é o 2º tipo mais frequente de tumor maligno de tireoide, representando cerca de 10 a 15% dos casos. Geralmente acomete pessoas do sexo feminino e com mais de 50 anos. Em termos morfológicos, ele se apresenta como um tumor sólido, arredondado ou ovoide e encapsulado. Tem muita associação com áreas com deficiência de iodo, sendo a reposição de iodo, um fator protetor. Caracteriza-se por frequentemente se apresentar com invasão da capsula tireoidiana pelo tumor. Além disso, também é comum a invasão vascular, sendo por isso sua via de disseminação mais comum a hematogênica, com metástases preferencialmente para o pulmão e ossos. Tem bom prognostico, porém, existe um subtipo desse tumor, chamado de Tumor de Células de Hurthle, formado por células oxínticas, que acomete pessoas mais idosas, entre 60 a 75 anos e possui um pior prognóstico. Nesse último caso, ocorre rápida invasão de estruturas vizinhas e pouco tempo de sobrevida após o diagnóstico. Carcinoma Medular: O carcinoma medular origina-se das células C da tireoide (produtoras de várias substâncias bioativas, entre elas, a calcitonina). Desde o início desse tipo de câncer ocorre uma hiperplasia das células C, que pode ocupar boa parte do espaço folicular e elevar os níveis de calcitonina no sangue. Por isso, o exame imuno-histoquímico positivo para calcitonina confirma 0 diagnóstico histopatológico desse tumor. Devido ao efeito da calcitonina. alguns pacientes podem apresentar diarreia, fator marcante no quadro clínico. Além disso, cerca de 20% dos carcinomas medulares de tireoide tem associação com as Neoplasias Endócrinas Múltiplas (NEM), um tipo de síndrome genética familiar. Por conta disso, é frequente a presença de câncer de tireoide com outros tipos de tumores, como o feocromocitoma, neuromas de mucosa ou até hiperparatireoidismo e alterações esqueléticas. Em geral, essa neoplasia localiza-se entre os terços superior e médio dos lobos tireoidianos, sendo, via de regra, multicêntricos. Metástases para linfonodos cervicais são frequentes e metástases à distância ocorrem mais comumente para o pulmão, seguido de fígado, osso e cérebro. Carcinoma Anaplásicas: Esses tumores são raros, mas altamente malignos compostos parcial ou totalmente por células indiferenciadas. Geralmente ocorre em pacientes mais idosos e em homens. Os tumores são grandes, infiltrativo, em geral tomam todo o parênquima glandular, invadem tecidos adjacentes e estruturas vizinhas frequentemente, apresentam áreas de necrose e hemorragia. As metástases à distância podem ocorrer em qualquer local. Quadro clínico Os tumores da tireoide são geralmente assintomáticos. sendo usualmente descoberto acidentalmente pelo próprio paciente ou pelo médico. Algumas vezes podem ser encontrados pela presença de nódulos metastáticos palpáveis no pescoço ou observados numa radiografia de tórax. No entanto, em alguns casos, podem se manifestar como disfagia ou disfonia devido ao efeito mecânico e infiltrativo do tumor. Ocasionalmente, pode ocorrer sangramento no interior do nódulo, causando aumento súbito de volume e dor local. Ademais, algumas vezes podem aparecer massas de crescimento gradativo Kamilla Galiza / 5º Período / APG dolorosas ou não que podem estar e associadas a sintomas como disfagia, disfonia ou rouquidão. Usualmente os tumores da tireóide se apresentam como uma massa em um dos lobos tireoidianos e móveis à deglutição. Se houver invasão de estruturas adjacentes, os nódulos podem ser fixos à palpação. Por outro lado, taquicardia, sintomas de hipotireoidismo, história familiar de doença nodular benigna da tireoide ou tireoidites sugerem um processo benigno. Adenoma folicular: os adenomas foliculares crescem lentamente e podem permanecer assintomáticos por anos. 10% dos adenomas podem desencadear hipertireoidismo clínico ou subclínico: outros 10% podem ser pré-tóxicos com uma função tireoidiana no limite da normalidade. Carcinoma do tipo Papilífero: geralmente tem sua disseminação por via linfática, portanto, nesses tipos de canceres pode ser encontrado, no momento do exame físico, a presença de linfonodos palpáveis. Carcinoma do tipo Folicular: apresenta-se por nódulo único na tireoide que crescem lentamente e podem permanecer assintomáticos por anos. A invasão de músculos ou da traqueia é típica dos tumores mais agressivos. Pode apresentar metástases a distância, principalmente para pulmão e ossos. Carcinoma do tipo Medular: apresentam um nódulo palpável, duro, localizado nos dois terços superiores da tireoide, onde estão as células parafoliculares. Além disso, a presença de metástases linfonodais estão presentes em 50% dos pacientes ao diagnostico. Outra manifestação que pode ocorrer nesse tipo de câncer é a diarreia aquosa. Carcinoma do tipo anaplásicos: por ser muito agressivo e invasivo, a maioria dos pacientes apresentam infiltração para músculos, traqueia, esôfago, nervo laríngeo recorrente e laringe. Por conta disso, o paciente geralmente se queixa de rouquidão, disfagia, paralisia da corda vocal, dor cervical e até dispneia quando ocorre metástase pulmonar. Diagnóstico Anamnese § História de irradiação de cabeça e/ou pescoço (devido a uma outra neoplasia por exemplo) § História familiar (carcinoma medular da tireoide, neoplasia endócrina múltiplo tipo 2, ou carcinoma papilífero). § Idade 70 anos (extremos de idade tem maior chance de o nódulo ser um CA de tireoide) § Sexo masculino (o sexo feminino tem mais chance de ter nódulos, mas o sexo masculino quando apresenta um nódulo, esse tem mais chance de ser maligno). § Crescimento Nodular Rápido § Palpação: aderente aos planos profundos, consistência dura, fixo. § Adenopatia cervical (o principal CA de tireoide é o papilífero, que tem disseminação linfática e então alcança mais facilmente linfonodos)§ Disfonia persistente, disfagia ou dispneia. Exames laboratoriais Os testes de função tireoidiana não são de grande valia, pois os pacientes com nódulos tireóideos benignos e malignos, em sua maioria, são eutireoidianos. O nível de TSH sérico serve para identificar pacientes com hipotireoidismo ou tireotoxicose. TSH baixo, devido ao feedback negativo = glândula está produzindo muitos hormônios tireoidianos = nódulo benigno produtor de hormônios tireoidianos (adenoma tóxico). TSH normal = possibilidade de o nódulo ser maligno. A dosagem de calcitonina pode dar o diagnóstico e seguimento pós-operatório dos pacientes com carcinoma medular da tireoide. A tireoglobulina é uma glicoproteína produzida exclusivamente pelas células normais e neoplásicas, ainda diferenciadas, da tireoide. Portanto, essa molécula serve como um marcador tumoral para OS cânceres diferenciados (papilifero e folicular) Cintilografia: pode indicar muita atividade nodular ou difusa da glândula, levando do diagnóstico de adenoma tóxico e Doença de Graves, respectivamente. Por outro lado, se a cintilografia vier sem indícios de hiperatividade nodular, reforça a suspeita de malignidade. Ultrassonografia do pescoço: método simples, acessível e não-invasivo e ele oferece aspectos macroscópicos que permite suspeita de nódulos benignos ou malignos Ademais, apesar de ser sugestivo, não é um exame capaz de confirmar o diagnóstico de lesões malignas, apenas seleciona pacientes para biopsia Sinais ultrassonográficos Nódulo benigno Nódulo maligno Largura do nódulo > altura do nódulo Largura do nódulo < altura do nódulo Nódulo hiperecoico Nódulo hipoecoico Confinado à tireoide Invadindo estruturas vizinhas Calcificações grosseiras Presença de microcalcificações Hipervascularização periférica ou ausente Hipervascularização predominantemente cervical Punção aspirativa por agulha fina (PAAF): é o método padrão-ouro para o diagnóstico de neoplasias tireoidianas. Ela possui alta sensibilidade e especificidade especialmente para o carcinoma papilifero. O ponto mais importante é que o exame citológico realizado através da PAAF é capaz de dar o diagnóstico definitivo dos canceres papilíferos, medulares e anaplásicos, mas não do folicular. No caso do folicular é necessário a realização de tireoidectomia parcial para retirada de material para estudo anatomopatológico confirmação diagnóstica. Normalmente essa punção é classificada de acordo com o grau de suspeição (classificação de Bethesda). Diante dessa classificação, e em associação a outros fatores, é ou não indicado o tratamento. Tratamento No câncer tireoidiano, a principal forma de tratamento é a cirurgia. Além disso, outros tratamentos como iodo radioativo, radioterapia e quimioterapia também podem ser utilizados. Tireoidectomia total: a maioria das literaturas recomendam realização da tireoidectomia total em todos os tumores maiores que 2 a 4 centímetro (cm), em qualquer tipo Kamilla Galiza / 5º Período / APG histológico. Além disso, esse procedimento também é feito em todos os canceres medulares, independente do tamanho. Ademais, muitos autores indicam tireoidectomia total nos canceres papilífero com tamanho superior a 1 a 2 cm e sempre que houver linfonodos acometidos pela extensão da doença. Independente do tipo histológico do tumor, é indicado retirada total da glândula quando há metástase linfonodal. Tireoidectomia parcial: é feito a lobectomia mais a istmectomia da glândula tireoide, deixando somente uma pequena quantidade de tecido. Ela é indicada em: § Carcinomas papilíferos menores que 1 cm § Tumores foliculares menores que 2 a 4 cm. Obs: apesar de o carcinoma folicular ter pior prognóstico que o papilifero, é indicada a sua retirada apenas em tamanhos maiores, já que, não podermos ter certeza da malignidade do tumor papilifero apenas com a PAAF, correndo o risco de retirar um nódulo benigno. Após tireoidectomia parcial nos nódulos foliculares, peça é mandada para patologia, em casos de malignidade comprovada, é feita uma reabordagem cirúrgica para retirada do restante da glândula que ficou. Por fim, na presença de fatores de risco para malignidade, como história familiar de carcinoma da tireoide e história de exposição à radiação ionizante, a tireoidectomia total deve ser considerada. Dissecção linfonodal: A dissecção dos linfonodos cervicais é feita em todos os tipos de câncer medular, pois há um alto grau de invasão ganglionar. Além disso, nos demais tipos de tumores, a dissecção ganglionar está indicada sempre que for diagnosticado acometimento metastático no pré- operatório. Seguimento Após a ressecção total da tireoide deve-se iniciar a reposição de T4 (Levotiroxina), visto que, o paciente ficará impossibilitado de produzir hormônios tireoidianos. Nas tireoidectomias totais em que há evidencia de sobras de tecido, também pode ser empregado o iodo radioativo, já que ele tem a capacidade de destruir células tireoidianas remanescentes, incluindo metástases, funcionando como uma terapia adjuvante no câncer de tireoide Obs: O iodo radioativo nunca pode ser usado em gestantes, pelo risco de acometimento fetal. Deve-se solicitar a tireoglobulina a meses para acompanhamento. Se a tireoglobulina estiver alta, isso pode indicar restos de tecido, podendo nesses casos, ser novamente instituído o uso de iodo radioativo ou o uso de quimioterapia ou radioterapia. Prevenção A maioria dos pacientes com câncer de tireoide não tem fatores de risco conhecidos, de modo que não é possível prevenir todos os casos da doença. Exposição à radiação, especialmente na infância, é um fator de risco conhecido para o câncer de tireoide. Em função disso, os médicos não usam radioterapia para tratar doenças menos graves. Em geral, evitam qualquer exposição desnecessária aos raios X. Exames de sangue estão disponíveis para avaliar mutações em genes encontrados no carcinoma de tireoide medular hereditário. Por essa razão, a maior parte dos casos hereditários do câncer de tireoide medular pode ser prevenida ou tratada precocemente com a retirada da glândula tireoide. Sempre que a doença é diagnosticada numa família, os demais membros devem realizar exames para diagnosticar qualquer alteração genética. Em caso de histórico familiar de câncer de tireoide medular, é importante consultar um médico especializado em aconselhamento genético. Referencias ROSS, Douglas S. et al. Overview of thyroid nodule formation. U: UpToDate, Cooper DS [Internet] Waltham MA: UpToDate, 2017. VILAR, Lucio. Endocrinologia clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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