Buscar

Práticas de Ensino em Química no Ensino Médio



Continue navegando


Prévia do material em texto

Prática de Ensino 
em Química no 
Ensino Médio
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites 
Práticas de Ensino no Ensino Médio
• Introdução;
• Os Currículos;
• Plano de Aula;
• Os Docentes, Colegas de Área ou não;
• O Material Didático;
• O Pessoal de Apoio;
• O Professor Coordenador;
• Os Gestores (Diretor, Vice-Diretor).
 · O novo Ensino Médio.
 · Como utilizar práticas inovadoras?
 · Os PCN e PCN+ no Ensino Médio.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Práticas de Ensino no Ensino Médio
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Introdução
Os professores têm muitas dúvidas de como ensinar e fazer o aluno aprender 
tanto na etapa final da educação básica (EB) quanto no ensino médio (EM). Muito 
se debate de como fazer o aluno aprender e como chamar a atenção do aluno para 
os estudos. Como fazer com que o aluno tenha interesse nos assuntos de Física, 
Química e Biologia? Como deixar os conceitos científicos mais atrativos para o 
aluno? Como explicar números quânticos ou teoria atômica ou os conceitos de 
óptica, movimentos e tantos outros de Física? Realmente essa não é uma lição fácil 
de ser resolvida pelos professores.
A maioria dos docentes se sente em uma direção e sentido muito diferentes e dis-
tantes dos da cabeça do aluno. Independente da disciplina, do conteúdo, da escola, 
da cidade, ou série do E.M., não é nada fácil motivar o aluno a aprender, apreender 
de forma significativa. Pensando nesse árduo momento e na sala de aula, tentare-
mos dar algumas dicas de como trabalhar e não ter que brigar para ensinar.
Teremos que começar com o que temos em mãos:
• Os currículos;
• Plano de aula;
• Os docentes, colegas de área ou não;
• O material didático;
• O pessoal de apoio;
• O professor coordenador;
• Os gestores (diretor, vice-diretor).
Os Currículos
Partiremos do pressuposto que o professor sabe dominar o currículo. Se é o que 
a legislação indica, deve-se cumprir! Não estamos aqui para discutir o currículo, 
demonstraremos como trabalhar com ele.
As áreas do conhecimento de ciências da natureza, matemáticas e suas tecnolo-
gias apresentam características comuns:
[...] procedimentos metodológicos, linguagem, modalização, investigação 
sistemática da natureza e aproximação com a tecnologia. Mas possuem 
também aspectos próprios e objetos de investigação distintos que as 
diferenciam. Bem mais por conveniências práticas e históricas do que 
epistemológicas, o reconhecimento social de áreas de pesquisa, como 
a Física, a Química, a Biologia e a Matemática, influenciou a criação de 
disciplinas escolares com o mesmo nome (BRASIL, 2006, p. 10).
8
9
Desta forma, ensinar qualquer conteúdo das antigas Biologia, Física, Matemática 
e Química passa a ser por meio de uma única grande área: Ciências Naturais e 
suas Tecnologias. O professor, agora, precisa se encontrar nesse contexto e pensar 
o currículo amplo, não só a sua disciplina específica, mas sim correlacionar as 
disciplinas da mesma área.
Segundo os PCN e PCN +, o professor precisa saber trabalhar com:
1.a. Competências
 Sendo o objetivo principal do ensino médio a formação da autonomia crítica 
do educando (BRASIL, 2006), o professor tem que desenvolver atividades que 
levem o aluno a pensar de forma independente, com competência.
Como desenvolver essa competência nos alunos?
• Veja na internet um assunto que esteja na mídia;
• Suponhamos que seja o vencedor de uma time de futebol:
2.a. divida a sala de aula em 4 grandes grupos, como mostra a Figura 1.
Figura 1 – Sala de aula formada por 4 grupos
Fonte: iStock/Getty Images
 Obs. 1: A escolha dos componentes dos grupos é você quem define. Uma suges-
tão é não deixar alunos poucos interessados na atividade juntos no mesmo grupo.
3. Definido o Tema, peça para cada grupo definir:
• 3.a. dois alunos redatores;
• 3.b. quatro alunos pesquisadores (no celular);
• 3.c. dois alunos expositores;
• 3.d. dois alunos controladores do tempo da atividade e do limite da altura de 
voz de cada componente do grupo.
9
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
4. Coloque na lousa a função de cada um e dê as instruções:
• 4.a. escrevem os nomes dos componentes do grupo;
• 4.b. busquem no celular os fatos importantes do jogo: 
• 4.b.1. jogador que fez o gol;
• 4.b.2. jogador que faz mais faltas;
• 4.b.3. qual o goleiro que defendeu mais jogadas a gol;
• 4.b.4. qual o melhor jogador em campo;
• 4.b.5. como se comportaram as torcidas.
• 4.c. todas as respostas da parte do grupo 4.b. devem ser passadas para os 
redatores e para os expositores, que colocarão para os demais grupos da sala 
os resultados das questões;
5. O tempo necessário para essa atividade deve ser quinze minutos;
 6. Após o tempo estipulado, sorteie a ordem dos grupos que iniciarão a 
exposição dos resultados:
• 6.1. Defina o tempo cronometrado para a exposição;
• 6.2. Se algum grupo passar do tempo estipulado, atribua um valor negativo, 
como uma regra que vale para todos os grupos.
7. Ao final das exposições, divida a sala em 2 grandes grupos:
• 7.1. Um grupo defenderá o motivo pelo qual o time dele perdeu;
• 7.2. Um grupo defenderá o motivo pelo qual o time dele ganhou.
 8. Ao final do debate, você pedirá que todos os alunos, no caderno, 
avaliem a atividade e deem uma nota de 0 a 5;
 9. Após os resultados, avise a sala que na próxima aula retornarão a falar 
sobre o jogo de futebol;
 10. Na aula seguinte, introduza o conteúdo de sua disciplina, utilizando 
como gancho a atividade da aula passada;
11. O assunto a ser trabalhado poderá ser dependendo de sua disciplina:
• 11.a. Física:
10
11
 Veja o Quadro 1 a seguir, que explicita os conteúdos a serem ministrado e os 
exemplos de atividades voltadas ao “jogo de futebol” que foi proposto. No Quadro 
2, você vê exemplo de atividades práticas com alguns conteúdos de Física. Essas 
atividades não precisam, necessariamente, de laboratórios específicos e com 
todos os recursos físicos e didáticos para acontecer. O professor pode orientar 
seus alunos a utilizarem materiais de fácil acesso e montarem experimentos que 
expliquem melhoros conceitos científicos.
Quadro 1 – Atividades diversifi cadas de Física
Competências Gerais Sentido e Detalhamento em Física
I.1 
SÍMBOLOS, CÓDIGOS 
E NOMENCLATURAS 
DA C&T
Reconhecer e utilizar 
adequadamente na 
forma oral e escrita 
símbolos, códigos 
e nomenclatura da 
linguagem científica.
· Reconhecer e saber utilizar corretamente símbolos, 
códigos e nomenclaturas de grandezas da Física, 
por exemplo, nas informações em embalagens de 
produtos, reconhecer símbolos de massa ou volume; 
nas previsões climáticas, identificar temperaturas, 
pressão, índices pluviométricos; no volume de alto-
-falantes, reconhecer a intensidade sonora (dB); em 
estradas ou aparelhos: velocidades (m/s, km/h, rpm); 
em aparelhos elétricos, códigos como W, V ou A; em 
tabelas de alimentos, valores calóricos.
· Conhecer as unidades e as relações entre as unidades 
de uma mesma grandeza física para fazer traduções 
entre elas e utilizá-las adequadamente. Por exemplo, 
identificar que uma caixa d’água de 2 m3 é uma caixa 
de 2 000 litros, ou que uma tonelada é uma unidade 
mais apropriada para expressar o carregamento de 
um navio do que um milhão de gramas.
Fonte: <https://goo.gl/gFw9Z>. p. 7. Acesso em: 02 fev. 2018
Importante!
Lembre-se, professor: é importante que haja mudanças nas metodologias utilizadas em 
sala de aula, assim o aluno começará a responder perguntas e a procurar as informações 
necessárias para utilizá-las nos contextos em que forem solicitadas, desenvolvendo as 
seguintes competências: leitura, escrita, refl exão, disciplina, questionamento, ato de 
pensar e aprendizagem de qualquer conteúdo/conceitos de forma signifi cativa.
Importante!
Utilize o rótulo 
de algum 
refrigerante 
patrocinador 
do jogo.
Veja a 
temperatura 
do local 
do jogo; 
a pressão 
atmosférica 
e previsão do 
tempo.
Verifique ou peça para um 
aluno verificar o volume 
em decibéis dos alto 
falantes do estádio e faça 
um comparativo com os 
volumes de TV e celulares.
Verifique o volume de 
água consumida por um 
jogador de futebol durante 
uma partida e compare 
com um aluno depois da 
aula de Educação Física.
Dê alguns valores de espaço e de tempo 
que a bola percorreu em uma jogada 
que resultou em gol e peça para os 
alunos calcularem a velocidade média 
da bola. O cálculo poderá ser efetuada 
nas diferentes unidades de velocidade.
11
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Quadro 2 – Temas de interesse CTS
I.4
ELABORAÇÃO DE COMUNICAÇÕES
Elaborar comunicações orais 
ou escritas para relatar, 
analisar e sistematizar eventos, 
fenômenos, experimentos, 
questões, entrevistas, visitas, 
correspondências.
· Descrever relatos de fenômenos ou acontecimentos que 
envolvam conhecimentos físicos, tais como relatos de viagens, 
visitas ou entrevistas, apresentando com clareza e objetividade 
suas considerações e fazendo uso apropriado da linguagem 
da Física. Por exemplo, elaborar o relatório da visita a uma 
usina termelétrica, destacando sua capacidade de geração de 
energia, o processo de produção e seus impactos locais, tanto 
sociais como ambientais.
· Elaborar relatórios analíticos, apresentando e discutindo 
dados e resultados, seja de experimentos ou de avaliações 
críticas de situações, fazendo uso, sempre que necessário, da 
linguagem física apropriada. Por exemplo, elaborar um relatório 
de pesquisa sobre vantagens e desvantagens do uso de gás 
como combustível automotivo, dimensionando a eficiência dos 
processos e custos de operação envolvidos.
· Expressar-se de forma correta e clara em correspondência 
para os meios de comunicação ou via internet, apresentando 
pontos de vista, solicitando informações ou esclarecimentos 
técnico/científicos. Por exemplo, escrever uma carta 
solicitando informações técnicas sobre aparelhos eletrônicos, 
ou enviar um e-mail solicitando informações a um especialista 
em energia solar, explicitando claramente suas dúvidas.
I.5
DISCUSSÃO E ARGUMENTAÇÃO 
DE TEMAS DE INTERESSE DA C&T
Analisar, argumentar e 
posicionar-se criticamente em 
relação a temas de C&T
· Compreender e emitir juízos próprios sobre notícias com 
temas relativos à ciência e tecnologia, veiculadas pelas 
diferentes mídias, de forma analítica e crítica, posicionando- 
-se com argumentação clara. Por exemplo, enviar um e-mail 
contra-argumentando uma notícia sobre as vantagens da 
expansão da geração termoelétrica brasileira.
· Argumentar claramente sobre seus pontos de vista, 
apresentando razões e justificativas claras e consistentes, 
como, por exemplo, ao escrever uma carta solicitando 
ressarcimento dos gastos efetuados nos consertos de 
eletrodomésticos que se danificaram em conseqüência 
da interrupção do fornecimento de energia elétrica, 
apresentando justificativas consistentes.
Fonte: <https://goo.gl/gFw9Z>. Acesso em: 02 fev. 2018
Item A = Peça para os alunos pensarem em uma viagem a passeio;
• a.1. Colocar no caderno o local;
• a.2. Imaginar que está no local escolhido;
• a.3. Observar os pontos turísticos do local;
• a.4. Relatar com clareza (auxilie se for preciso) qual a relação dos fenômenos 
físicos já estudados;
• a.5. Troque as folhas com os dados entre os alunos e peça que relatem o 
resultado do colega.
Item B = Peça para os alunos sentarem em grupo com quatro componentes;
• b.1. Peça para o grupo 1 buscar na internet as vantagens da energia eólica;
• b.2. Peça para o grupo 2 buscar na internet as desvantagens da energia eólica;
Item A
Item B
Item C
12
13
• b.3. Peça para o grupo 3 buscar na internet as vantagens da energia solar;
• b.4. Peça para o grupo 4 buscar na internet as desvantagens da energia solar;
• b.5. Peça para o grupo 5 buscar na internet as vantagens da energia nuclear;
• b.6. Peça para o grupo 6 buscar na internet as desvantagens da energia nuclear;
• b.7. Peça para o grupo 7 buscar na internet as vantagens da energia das marés;
• b.8. Peça para o grupo 8 buscar na internet as desvantagens da energia 
das marés;
• b.9. Peça para o grupo 9 buscar na internet as vantagens da energia elétrica;
• b.10. Peça para o grupo 10 buscar na internet as desvantagens da ener-
gia elétrica.
 Item C = Peça para os seus alunos, em grupo, escreverem para os alunos do 
9º ano do ensino fundamental as conclusões nas quais chegaram sobre a pro-
dução de diferentes tipos de energia, utilizando a metodologia da Ciência e 
Tecnologia (C&T).
Plano de Aula
Depois de conhecer muito bem os PCN, PCN+ e a proposta curricular de sua 
escola, você precisa elaborar o seu plano de aula para o ano letivo.
1. O que você NÃO pode fazer:
 1.a. Procurar no seu armário ou no seu computador pastas com o Plano de Aula 
do ano passado e copiar tudo, só mudando o ano letivo! 
2. O que você deve fazer:
2.a. Reunir-se com seus colegas de área (mesma disciplina que a sua);
 2.b. Verificar em que conteúdo/atividade/conceito cada professor chegou no 
ano passado, como mostra a Quadro 3.
Quadro 3 – Reorganização e a ampliação das orientações presentes nos PCNEM
Ciência e tecnologia na cultura contemporânea
Compreender a ciência e 
a tecnologia como partes 
integrantes da cultura 
humana contemporânea.
• Identificar a presença do conhecimento químico na cultura 
humana contemporânea, em diferentes âmbitos e setores, como os 
domésticos, comerciais, artísticos, desde as receitas caseiras para 
limpeza, propagandas e uso de cosméticos, até em obras literárias, 
músicas e filmes.
• Compreender as formas pelas quais a Química influencia nossa 
interpretação do mundo atual, condicionando formas de pensar e 
interagir. Por exemplo, discutir a associação irrefletida de “produtos 
químicos” com algo sempre nocivo ao ambiente ou à saúde.
• Promover e interagir com eventos e equipamentos culturais, 
voltados à difusão da ciência, como museus, exposições científicas, 
peças de teatro, programas de televisão
13
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Ciência e tecnologia na atualidade
Reconhecer e avaliar o 
desenvolvimento tecnológico 
contemporâneo,suas 
relações com as ciências, 
seu papel na vida humana, 
sua presença no mundo 
cotidiano e seus impactos 
na vida social.
• Reconhecer o papel do conhecimento químico no desenvolvimento 
tecnológico atual, em diferentes áreas do setor produtivo, industrial 
e agrícola. Por exemplo, na fabricação de alimentos, corantes, 
medicamentos e novos materiais.
• Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas 
tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com 
o ambiente. Por exemplo, o uso de CFC – cloro-flúor-carbono –, de 
inseticidas e agrotóxicos, de aditivos nos alimentos, os tratamentos 
de água e de lixo, a emissão de poluentes que aumentam o efeito 
estufa na atmosfera.
• Articular, integrar e sistematizar o conhecimento químico e 
o de outras áreas no enfrentamento de situações-problema. 
Por exemplo, identificar e relacionar aspectos químicos, físicos 
e biológicos da produção e do uso de metais, combustíveis e 
plásticos, além de aspectos sociais, econômicos e ambientais.
Ciência e tecnologia, ética e cidadania
Reconhecer e avaliar 
o caráter ético do 
conhecimento científico e 
tecnológico e utilizar esses 
conhecimentos no exercício 
da cidadania.
• Reconhecer as responsabilidades sociais decorrentes da aquisição 
de conhecimento na defesa da qualidade de vida e dos direitos do 
consumidor. Por exemplo, para notificar órgãos responsáveis diante 
de ações como destinações impróprias de lixo ou de produtos 
tóxicos, fraudes em produtos alimentícios ou em suas embalagens.
• Compreender e avaliar a ciência e tecnologia química sob o ponto 
de vista ético para exercer a cidadania com responsabilidade, 
integridade e respeito. Por exemplo, no debate sobre fontes de 
energia, julgar implicações de ordem econômica, social, ambiental, 
ao lado de argumentos científicos para tomar decisões a respeito de 
atitudes e comportamentos individuais e coletivos.
Fonte: <https://goo.gl/gTYsVZ>. p. 238. Acesso em: 01 fev. 2018
 Ao identificar o conteúdo/atividade NÃO realizado com os alunos da série β, 
período X, inicie com a série seguinte o conteúdo a partir daquele que não foi 
executado no ano anterior e elabore todo o seu plano iniciando com o conteúdo 
não ministrado.
2.c. Juntamente com seus pares, definam os conteúdos do ano letivo;
 Obs.1: verifique com seus pares os conteúdos mínimos exigidos pela legislação 
e qual o enfoque que deve ser adotado.
 Obs.2: se não houver outro colega da mesma área, disciplina e séries, converse 
com os gestores sobre suas ideias e peça sugestão/orientação.
2.d. Defina as estratégias de ensino:
 2.d.1. Uso de livro didático; apostila, textos da internet; data show; slides; aula 
de laboratório; feiras de ciências; revistas, fotografias; giz e lousa; seminários; 
trabalhos em grupo; elaboração de jogos para fixar conceitos; maquetes; debates 
e outros.
Obs.: NÃO coloque o que NÃO é exequível!
14
15
2.e. Tempo para execução: 
2.e.1. Defina quanto tempo precisará para cumprir cada atividade proposta.
 Obs.: Lembre-se de considerar alguns problemas possíveis que podem diminuir 
o número de aulas do período (aulas previstas e não dadas):
• Falta de energia na escola;
• Reunião de pais e mestres, extraordinária;
• Jogo do Brasil de futebol (Copa do mundo);
• Você precisou faltar;
• Os gestores precisaram usar sua aula para passar avisos gerais;
• Ementa de feriado não prevista no calendário escolar;
• Greve de trem e /ou metrô.
 Caso ocorra alguns desses imprevistos, altere a ordem dos conteúdos, diminua 
o tempo gasto para cada item, faça o que for possível, sem prejudicar o conhe-
cimento do aluno, para alcançar seus objetivos.
Os Docentes, Colegas de Área ou não
Sabe-se que dar aula em escolas de EM não é, simplesmente, fechar a porta e 
iniciar a aula. A escola é viva. Variáveis e improvisos ocorrem, mas o bom convívio 
com seus colegas professores ajuda muito. Tenha um bom trânsito com seus colegas 
docentes, pois isso pode ajudar, e muito, você em seu trabalho diário.
Às vezes, o professor de Arte deixa a sala extremamente “bagunçada”, dadas as 
atividades que desenvolve com seus alunos. Essa aula de Arte pode ser antes da sua 
aula com aquela turma. Toda vez que você vai entrar na sala, a bagunça é total – 
como mostra o quadro a seguir. Se você tiver bom relacionamento com seu colega 
professor de Arte, basta uma conversinha para tentar resolver o incomodo que te 
faz perder tempo com a arrumação da sala.
Sala de aula desorganizada: https://goo.gl/Hq3yeV
Ex
pl
or
Outra situação que, ás vezes, incomoda é a demora dos alunos após a aula de 
Educação Física. Além de atrasados, os alunos chegam suados, com sede, cansados 
e desanimados para executar suas atividades previstas – como mostra a Figura 2. 
Proponha uma atividade de relaxamento na sua própria aula, esse relaxamento 
pode ser feito de forma simples, em silêncio, com voz baixa, por apenas 3 minutos. 
Dessa forma, os alunos vão se acalmando, ficando em silêncio e prontos para sua 
aula começar.
15
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Figura 2 – Alunos após aula de Educação Física
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 3 – Alunos em aula de relaxamento
Fonte: iStock/Getty Images
Você também poderá solicitar à Coordenação Pedagógica que oriente o Profes-
sor de Educação Física, de forma que os alunos venham mais calmos e animados 
para a próxima aula.
O Material Didático
As redes públicas, às vezes, propiciam momentos para que os docentes escolham 
o material didático (PNLD – Plano Nacional do Livro Didático), que são livros 
doados pelo Governo Federal. Nem sempre, contudo, as opções são as que você 
preferia. No entanto, é preciso indicar um ou mais como opção. Escolha o que 
mais lhe convier e faça as adequações necessárias utilizando livros paradidáticos, 
revistas, textos da internet, trabalho de pesquisa, trabalho em grupo e outros.
16
17
O que você NÃO deve fazer?
• Reclamar o tempo todo que o material didático não é completo! Adapte-se 
com ele e faça as devidas introduções de outros materiais;
• Não fazer uso do LD por não gostar dele. Utilize os conteúdos possíveis!
• Dar todo o conteúdo do LD, mesmo que NÃO faça parte do seu Plano de Aula.
Sabemos que não será fácil seu trabalho, mas o aluno não pode ser prejudica-
do por uma falha ou erro de outros órgãos que ninguém tem acesso para resolver 
o problema.
O Pessoal de Apoio
O pessoal de apoio é normalmente:
• Professor Coordenador Pedagógico;
• Inspetor de aluno;
• Agente administrativo;
• Pessoal de limpeza;
• Merendeira.
Quando a escola dispõe de todo o corpo de apoio, já se tem problema. Na 
ausência de alguns deles, o trabalho será muito maior e sem a devida qualidade. 
Porém, você, na sala de aula, deve agir da melhor forma possível, para não preju-
dicar o seu aluno.
Uma escola com falta de funcionários não tem como funcionar bem. A infra-
estrutura física e de pessoal é muito importante para o bom andamento das ativi-
dades escolares.
Escola suja, alunos sem professores e sem material didático tendem a não cum-
prir seu papel principal, ensinar!
Solicite das pessoas competentes a resolução dos problemas e não diga que é 
por você, e sim pelos seus alunos, atores principais de uma escola.
O Professor Coordenador
Nem sempre a escola que tem professor coordenador pedagógico (PCP) tem 
um bom trabalho pedagógico. Às vezes, o PCP não consegue atuar de forma a 
contentar todo o grupo que faz parte de uma escola. Sua função é a de mediar, de 
forma a auxiliar professores e gestores a interpretarem e colocarem em prática as 
propostas curriculares.
17
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Para que esse profissional tenha habilidade e competência para auxiliar, corrigir 
desvios e avaliar o trabalho pedagógico, é necessário que tenha pleno conhecimento 
da proposta pedagógica de todas as disciplinas, do projeto político pedagógico da 
escola e do plano de gestão da instituição.
Não é fácil articular todos os conhecimentos, por isso, nãose engane, o PCP 
pode não ser o profissional que você gostaria para auxiliar o seu árduo trabalho nas 
salas de aula. Contudo, ele não pode ser confundido como um apoio de professores 
com dificuldades em dar aula. O professor é o profissional indicado para isso. 
O PCP pode, no máximo, atender, individualmente, alguns casos de indisciplina de 
aluno, mas somente em extrema necessidade. Não se pode confundir as funções 
de Professor, PCP, Gestor e Família.
Cabe ao PCP:
• Acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico;
• Incentivar e dar plenas condições para a execução de trabalho coletivo entre 
professores e as diversas áreas do conhecimento;
• Analisar os resultados de desempenho dos alunos;
• Levantar dados estatísticos de resultados de avaliação interna e externa dos alunos;
• Garantir que haja ampla participação de professores em reuniões;
• Promover estudos e discussões a respeito de propostas pedagógicas;
• Organizar e escolher os materiais necessários ao processo de ensino-aprendizagem;
• Promover práticas inovadoras de ensino;
• Informar pais e responsáveis sobre a conduta de seus filhos;
• O PCP, além de mediar os problemas da comunidade escolar, deve ser um 
articulador envolvido com os objetivos da escola, possibilitando que “novos 
significados sejam atribuídos à prática educativa da escola e à prática pedagógica 
dos professores.
Os Gestores (Diretor, Vice-Diretor)
Os gestores têm a difícil função de gerenciar com responsabilidade, motivação, 
preocupados com a formação continuada de sua equipe, interagindo com a 
comunidade escolar e, ainda, administrando os recursos humanos e financeiros para 
que a escola atinja todos os objetivos e as metas propostos. É de responsabilidade 
dos gestores receber e gerenciar verbas pública de forma a utilizá-las da melhor 
forma possível e prestar contas dos gastos à Secretaria Estadual da Educação e/ou 
à Fundação para o desenvolvimento da Educação (FDE).
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Práticas Pedagógicas no Ensino Médio: Perspectivas da Docência em Salas-Ambientes
GUERRA, V. P. Práticas pedagógicas no ensino médio: perspectivas da docência 
em salas-ambientes. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Tuiuti do 
Paraná, Curitiba, 2007.
Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino Médio I
MEDEIROS, J. B. L. P.; PONTE, E. L.; CRAVEIRO, A. C. Vida de Aprendiz 2 – 
Estágio Supervisionado no Ensino Médio I. Fortaleza: SEAD/UECE, 2011.
Novas Tecnologias e Mediação Pedagógicas
MORAN, J. M. M. Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo: Papirus 
editora, 2000.
Avaliação da Excelência à Regulação das Aprendizagens: Entre Duas Lógicas
PERRENOUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens: entre 
duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
 Leitura
Habilidades e Competências na Prática Docente: Perspectivas a partir de Situações-Problema
https://goo.gl/rbfzoB
A Afetividade na Sala de Aula e a atuação dos Professores no Ensino Médio – Reflexões Pontuais
https://goo.gl/77xPK3
19
UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensi-
no Médio (PCNEM): bases legais. Brasília, DF: MEC, 2000. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais para o 
Ensino Médio. Ciências Matemáticas e da Natureza e suas tecnologias. v. 3. Brasília, 
DF: Ministério da Educação (Secretaria de Educação Média e Tecnológica), 1999.
CACHAPUZ, A.; GIL-PEREZ, D.; CARVALHO, A. M. P.; PRAIA, J.; VILCHES, 
A. (Orgs.). A Necessária Renovação do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez 
Editora, 2005.
CARDOSO, S. P e COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar 
Química. Química Nova. Ijuí, Unijuí, v. 23, n. 3, p. 401-404. 2000.
20