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Prática de Ensino em Química no Ensino Médio Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Solange de Fátima Azevedo Dias Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Práticas de Ensino no Ensino Médio • Introdução; • Os Currículos; • Plano de Aula; • Os Docentes, Colegas de Área ou não; • O Material Didático; • O Pessoal de Apoio; • O Professor Coordenador; • Os Gestores (Diretor, Vice-Diretor). · O novo Ensino Médio. · Como utilizar práticas inovadoras? · Os PCN e PCN+ no Ensino Médio. OBJETIVO DE APRENDIZADO Práticas de Ensino no Ensino Médio Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Introdução Os professores têm muitas dúvidas de como ensinar e fazer o aluno aprender tanto na etapa final da educação básica (EB) quanto no ensino médio (EM). Muito se debate de como fazer o aluno aprender e como chamar a atenção do aluno para os estudos. Como fazer com que o aluno tenha interesse nos assuntos de Física, Química e Biologia? Como deixar os conceitos científicos mais atrativos para o aluno? Como explicar números quânticos ou teoria atômica ou os conceitos de óptica, movimentos e tantos outros de Física? Realmente essa não é uma lição fácil de ser resolvida pelos professores. A maioria dos docentes se sente em uma direção e sentido muito diferentes e dis- tantes dos da cabeça do aluno. Independente da disciplina, do conteúdo, da escola, da cidade, ou série do E.M., não é nada fácil motivar o aluno a aprender, apreender de forma significativa. Pensando nesse árduo momento e na sala de aula, tentare- mos dar algumas dicas de como trabalhar e não ter que brigar para ensinar. Teremos que começar com o que temos em mãos: • Os currículos; • Plano de aula; • Os docentes, colegas de área ou não; • O material didático; • O pessoal de apoio; • O professor coordenador; • Os gestores (diretor, vice-diretor). Os Currículos Partiremos do pressuposto que o professor sabe dominar o currículo. Se é o que a legislação indica, deve-se cumprir! Não estamos aqui para discutir o currículo, demonstraremos como trabalhar com ele. As áreas do conhecimento de ciências da natureza, matemáticas e suas tecnolo- gias apresentam características comuns: [...] procedimentos metodológicos, linguagem, modalização, investigação sistemática da natureza e aproximação com a tecnologia. Mas possuem também aspectos próprios e objetos de investigação distintos que as diferenciam. Bem mais por conveniências práticas e históricas do que epistemológicas, o reconhecimento social de áreas de pesquisa, como a Física, a Química, a Biologia e a Matemática, influenciou a criação de disciplinas escolares com o mesmo nome (BRASIL, 2006, p. 10). 8 9 Desta forma, ensinar qualquer conteúdo das antigas Biologia, Física, Matemática e Química passa a ser por meio de uma única grande área: Ciências Naturais e suas Tecnologias. O professor, agora, precisa se encontrar nesse contexto e pensar o currículo amplo, não só a sua disciplina específica, mas sim correlacionar as disciplinas da mesma área. Segundo os PCN e PCN +, o professor precisa saber trabalhar com: 1.a. Competências Sendo o objetivo principal do ensino médio a formação da autonomia crítica do educando (BRASIL, 2006), o professor tem que desenvolver atividades que levem o aluno a pensar de forma independente, com competência. Como desenvolver essa competência nos alunos? • Veja na internet um assunto que esteja na mídia; • Suponhamos que seja o vencedor de uma time de futebol: 2.a. divida a sala de aula em 4 grandes grupos, como mostra a Figura 1. Figura 1 – Sala de aula formada por 4 grupos Fonte: iStock/Getty Images Obs. 1: A escolha dos componentes dos grupos é você quem define. Uma suges- tão é não deixar alunos poucos interessados na atividade juntos no mesmo grupo. 3. Definido o Tema, peça para cada grupo definir: • 3.a. dois alunos redatores; • 3.b. quatro alunos pesquisadores (no celular); • 3.c. dois alunos expositores; • 3.d. dois alunos controladores do tempo da atividade e do limite da altura de voz de cada componente do grupo. 9 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio 4. Coloque na lousa a função de cada um e dê as instruções: • 4.a. escrevem os nomes dos componentes do grupo; • 4.b. busquem no celular os fatos importantes do jogo: • 4.b.1. jogador que fez o gol; • 4.b.2. jogador que faz mais faltas; • 4.b.3. qual o goleiro que defendeu mais jogadas a gol; • 4.b.4. qual o melhor jogador em campo; • 4.b.5. como se comportaram as torcidas. • 4.c. todas as respostas da parte do grupo 4.b. devem ser passadas para os redatores e para os expositores, que colocarão para os demais grupos da sala os resultados das questões; 5. O tempo necessário para essa atividade deve ser quinze minutos; 6. Após o tempo estipulado, sorteie a ordem dos grupos que iniciarão a exposição dos resultados: • 6.1. Defina o tempo cronometrado para a exposição; • 6.2. Se algum grupo passar do tempo estipulado, atribua um valor negativo, como uma regra que vale para todos os grupos. 7. Ao final das exposições, divida a sala em 2 grandes grupos: • 7.1. Um grupo defenderá o motivo pelo qual o time dele perdeu; • 7.2. Um grupo defenderá o motivo pelo qual o time dele ganhou. 8. Ao final do debate, você pedirá que todos os alunos, no caderno, avaliem a atividade e deem uma nota de 0 a 5; 9. Após os resultados, avise a sala que na próxima aula retornarão a falar sobre o jogo de futebol; 10. Na aula seguinte, introduza o conteúdo de sua disciplina, utilizando como gancho a atividade da aula passada; 11. O assunto a ser trabalhado poderá ser dependendo de sua disciplina: • 11.a. Física: 10 11 Veja o Quadro 1 a seguir, que explicita os conteúdos a serem ministrado e os exemplos de atividades voltadas ao “jogo de futebol” que foi proposto. No Quadro 2, você vê exemplo de atividades práticas com alguns conteúdos de Física. Essas atividades não precisam, necessariamente, de laboratórios específicos e com todos os recursos físicos e didáticos para acontecer. O professor pode orientar seus alunos a utilizarem materiais de fácil acesso e montarem experimentos que expliquem melhoros conceitos científicos. Quadro 1 – Atividades diversifi cadas de Física Competências Gerais Sentido e Detalhamento em Física I.1 SÍMBOLOS, CÓDIGOS E NOMENCLATURAS DA C&T Reconhecer e utilizar adequadamente na forma oral e escrita símbolos, códigos e nomenclatura da linguagem científica. · Reconhecer e saber utilizar corretamente símbolos, códigos e nomenclaturas de grandezas da Física, por exemplo, nas informações em embalagens de produtos, reconhecer símbolos de massa ou volume; nas previsões climáticas, identificar temperaturas, pressão, índices pluviométricos; no volume de alto- -falantes, reconhecer a intensidade sonora (dB); em estradas ou aparelhos: velocidades (m/s, km/h, rpm); em aparelhos elétricos, códigos como W, V ou A; em tabelas de alimentos, valores calóricos. · Conhecer as unidades e as relações entre as unidades de uma mesma grandeza física para fazer traduções entre elas e utilizá-las adequadamente. Por exemplo, identificar que uma caixa d’água de 2 m3 é uma caixa de 2 000 litros, ou que uma tonelada é uma unidade mais apropriada para expressar o carregamento de um navio do que um milhão de gramas. Fonte: <https://goo.gl/gFw9Z>. p. 7. Acesso em: 02 fev. 2018 Importante! Lembre-se, professor: é importante que haja mudanças nas metodologias utilizadas em sala de aula, assim o aluno começará a responder perguntas e a procurar as informações necessárias para utilizá-las nos contextos em que forem solicitadas, desenvolvendo as seguintes competências: leitura, escrita, refl exão, disciplina, questionamento, ato de pensar e aprendizagem de qualquer conteúdo/conceitos de forma signifi cativa. Importante! Utilize o rótulo de algum refrigerante patrocinador do jogo. Veja a temperatura do local do jogo; a pressão atmosférica e previsão do tempo. Verifique ou peça para um aluno verificar o volume em decibéis dos alto falantes do estádio e faça um comparativo com os volumes de TV e celulares. Verifique o volume de água consumida por um jogador de futebol durante uma partida e compare com um aluno depois da aula de Educação Física. Dê alguns valores de espaço e de tempo que a bola percorreu em uma jogada que resultou em gol e peça para os alunos calcularem a velocidade média da bola. O cálculo poderá ser efetuada nas diferentes unidades de velocidade. 11 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Quadro 2 – Temas de interesse CTS I.4 ELABORAÇÃO DE COMUNICAÇÕES Elaborar comunicações orais ou escritas para relatar, analisar e sistematizar eventos, fenômenos, experimentos, questões, entrevistas, visitas, correspondências. · Descrever relatos de fenômenos ou acontecimentos que envolvam conhecimentos físicos, tais como relatos de viagens, visitas ou entrevistas, apresentando com clareza e objetividade suas considerações e fazendo uso apropriado da linguagem da Física. Por exemplo, elaborar o relatório da visita a uma usina termelétrica, destacando sua capacidade de geração de energia, o processo de produção e seus impactos locais, tanto sociais como ambientais. · Elaborar relatórios analíticos, apresentando e discutindo dados e resultados, seja de experimentos ou de avaliações críticas de situações, fazendo uso, sempre que necessário, da linguagem física apropriada. Por exemplo, elaborar um relatório de pesquisa sobre vantagens e desvantagens do uso de gás como combustível automotivo, dimensionando a eficiência dos processos e custos de operação envolvidos. · Expressar-se de forma correta e clara em correspondência para os meios de comunicação ou via internet, apresentando pontos de vista, solicitando informações ou esclarecimentos técnico/científicos. Por exemplo, escrever uma carta solicitando informações técnicas sobre aparelhos eletrônicos, ou enviar um e-mail solicitando informações a um especialista em energia solar, explicitando claramente suas dúvidas. I.5 DISCUSSÃO E ARGUMENTAÇÃO DE TEMAS DE INTERESSE DA C&T Analisar, argumentar e posicionar-se criticamente em relação a temas de C&T · Compreender e emitir juízos próprios sobre notícias com temas relativos à ciência e tecnologia, veiculadas pelas diferentes mídias, de forma analítica e crítica, posicionando- -se com argumentação clara. Por exemplo, enviar um e-mail contra-argumentando uma notícia sobre as vantagens da expansão da geração termoelétrica brasileira. · Argumentar claramente sobre seus pontos de vista, apresentando razões e justificativas claras e consistentes, como, por exemplo, ao escrever uma carta solicitando ressarcimento dos gastos efetuados nos consertos de eletrodomésticos que se danificaram em conseqüência da interrupção do fornecimento de energia elétrica, apresentando justificativas consistentes. Fonte: <https://goo.gl/gFw9Z>. Acesso em: 02 fev. 2018 Item A = Peça para os alunos pensarem em uma viagem a passeio; • a.1. Colocar no caderno o local; • a.2. Imaginar que está no local escolhido; • a.3. Observar os pontos turísticos do local; • a.4. Relatar com clareza (auxilie se for preciso) qual a relação dos fenômenos físicos já estudados; • a.5. Troque as folhas com os dados entre os alunos e peça que relatem o resultado do colega. Item B = Peça para os alunos sentarem em grupo com quatro componentes; • b.1. Peça para o grupo 1 buscar na internet as vantagens da energia eólica; • b.2. Peça para o grupo 2 buscar na internet as desvantagens da energia eólica; Item A Item B Item C 12 13 • b.3. Peça para o grupo 3 buscar na internet as vantagens da energia solar; • b.4. Peça para o grupo 4 buscar na internet as desvantagens da energia solar; • b.5. Peça para o grupo 5 buscar na internet as vantagens da energia nuclear; • b.6. Peça para o grupo 6 buscar na internet as desvantagens da energia nuclear; • b.7. Peça para o grupo 7 buscar na internet as vantagens da energia das marés; • b.8. Peça para o grupo 8 buscar na internet as desvantagens da energia das marés; • b.9. Peça para o grupo 9 buscar na internet as vantagens da energia elétrica; • b.10. Peça para o grupo 10 buscar na internet as desvantagens da ener- gia elétrica. Item C = Peça para os seus alunos, em grupo, escreverem para os alunos do 9º ano do ensino fundamental as conclusões nas quais chegaram sobre a pro- dução de diferentes tipos de energia, utilizando a metodologia da Ciência e Tecnologia (C&T). Plano de Aula Depois de conhecer muito bem os PCN, PCN+ e a proposta curricular de sua escola, você precisa elaborar o seu plano de aula para o ano letivo. 1. O que você NÃO pode fazer: 1.a. Procurar no seu armário ou no seu computador pastas com o Plano de Aula do ano passado e copiar tudo, só mudando o ano letivo! 2. O que você deve fazer: 2.a. Reunir-se com seus colegas de área (mesma disciplina que a sua); 2.b. Verificar em que conteúdo/atividade/conceito cada professor chegou no ano passado, como mostra a Quadro 3. Quadro 3 – Reorganização e a ampliação das orientações presentes nos PCNEM Ciência e tecnologia na cultura contemporânea Compreender a ciência e a tecnologia como partes integrantes da cultura humana contemporânea. • Identificar a presença do conhecimento químico na cultura humana contemporânea, em diferentes âmbitos e setores, como os domésticos, comerciais, artísticos, desde as receitas caseiras para limpeza, propagandas e uso de cosméticos, até em obras literárias, músicas e filmes. • Compreender as formas pelas quais a Química influencia nossa interpretação do mundo atual, condicionando formas de pensar e interagir. Por exemplo, discutir a associação irrefletida de “produtos químicos” com algo sempre nocivo ao ambiente ou à saúde. • Promover e interagir com eventos e equipamentos culturais, voltados à difusão da ciência, como museus, exposições científicas, peças de teatro, programas de televisão 13 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Ciência e tecnologia na atualidade Reconhecer e avaliar o desenvolvimento tecnológico contemporâneo,suas relações com as ciências, seu papel na vida humana, sua presença no mundo cotidiano e seus impactos na vida social. • Reconhecer o papel do conhecimento químico no desenvolvimento tecnológico atual, em diferentes áreas do setor produtivo, industrial e agrícola. Por exemplo, na fabricação de alimentos, corantes, medicamentos e novos materiais. • Reconhecer aspectos relevantes do conhecimento químico e suas tecnologias na interação individual e coletiva do ser humano com o ambiente. Por exemplo, o uso de CFC – cloro-flúor-carbono –, de inseticidas e agrotóxicos, de aditivos nos alimentos, os tratamentos de água e de lixo, a emissão de poluentes que aumentam o efeito estufa na atmosfera. • Articular, integrar e sistematizar o conhecimento químico e o de outras áreas no enfrentamento de situações-problema. Por exemplo, identificar e relacionar aspectos químicos, físicos e biológicos da produção e do uso de metais, combustíveis e plásticos, além de aspectos sociais, econômicos e ambientais. Ciência e tecnologia, ética e cidadania Reconhecer e avaliar o caráter ético do conhecimento científico e tecnológico e utilizar esses conhecimentos no exercício da cidadania. • Reconhecer as responsabilidades sociais decorrentes da aquisição de conhecimento na defesa da qualidade de vida e dos direitos do consumidor. Por exemplo, para notificar órgãos responsáveis diante de ações como destinações impróprias de lixo ou de produtos tóxicos, fraudes em produtos alimentícios ou em suas embalagens. • Compreender e avaliar a ciência e tecnologia química sob o ponto de vista ético para exercer a cidadania com responsabilidade, integridade e respeito. Por exemplo, no debate sobre fontes de energia, julgar implicações de ordem econômica, social, ambiental, ao lado de argumentos científicos para tomar decisões a respeito de atitudes e comportamentos individuais e coletivos. Fonte: <https://goo.gl/gTYsVZ>. p. 238. Acesso em: 01 fev. 2018 Ao identificar o conteúdo/atividade NÃO realizado com os alunos da série β, período X, inicie com a série seguinte o conteúdo a partir daquele que não foi executado no ano anterior e elabore todo o seu plano iniciando com o conteúdo não ministrado. 2.c. Juntamente com seus pares, definam os conteúdos do ano letivo; Obs.1: verifique com seus pares os conteúdos mínimos exigidos pela legislação e qual o enfoque que deve ser adotado. Obs.2: se não houver outro colega da mesma área, disciplina e séries, converse com os gestores sobre suas ideias e peça sugestão/orientação. 2.d. Defina as estratégias de ensino: 2.d.1. Uso de livro didático; apostila, textos da internet; data show; slides; aula de laboratório; feiras de ciências; revistas, fotografias; giz e lousa; seminários; trabalhos em grupo; elaboração de jogos para fixar conceitos; maquetes; debates e outros. Obs.: NÃO coloque o que NÃO é exequível! 14 15 2.e. Tempo para execução: 2.e.1. Defina quanto tempo precisará para cumprir cada atividade proposta. Obs.: Lembre-se de considerar alguns problemas possíveis que podem diminuir o número de aulas do período (aulas previstas e não dadas): • Falta de energia na escola; • Reunião de pais e mestres, extraordinária; • Jogo do Brasil de futebol (Copa do mundo); • Você precisou faltar; • Os gestores precisaram usar sua aula para passar avisos gerais; • Ementa de feriado não prevista no calendário escolar; • Greve de trem e /ou metrô. Caso ocorra alguns desses imprevistos, altere a ordem dos conteúdos, diminua o tempo gasto para cada item, faça o que for possível, sem prejudicar o conhe- cimento do aluno, para alcançar seus objetivos. Os Docentes, Colegas de Área ou não Sabe-se que dar aula em escolas de EM não é, simplesmente, fechar a porta e iniciar a aula. A escola é viva. Variáveis e improvisos ocorrem, mas o bom convívio com seus colegas professores ajuda muito. Tenha um bom trânsito com seus colegas docentes, pois isso pode ajudar, e muito, você em seu trabalho diário. Às vezes, o professor de Arte deixa a sala extremamente “bagunçada”, dadas as atividades que desenvolve com seus alunos. Essa aula de Arte pode ser antes da sua aula com aquela turma. Toda vez que você vai entrar na sala, a bagunça é total – como mostra o quadro a seguir. Se você tiver bom relacionamento com seu colega professor de Arte, basta uma conversinha para tentar resolver o incomodo que te faz perder tempo com a arrumação da sala. Sala de aula desorganizada: https://goo.gl/Hq3yeV Ex pl or Outra situação que, ás vezes, incomoda é a demora dos alunos após a aula de Educação Física. Além de atrasados, os alunos chegam suados, com sede, cansados e desanimados para executar suas atividades previstas – como mostra a Figura 2. Proponha uma atividade de relaxamento na sua própria aula, esse relaxamento pode ser feito de forma simples, em silêncio, com voz baixa, por apenas 3 minutos. Dessa forma, os alunos vão se acalmando, ficando em silêncio e prontos para sua aula começar. 15 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Figura 2 – Alunos após aula de Educação Física Fonte: iStock/Getty Images Figura 3 – Alunos em aula de relaxamento Fonte: iStock/Getty Images Você também poderá solicitar à Coordenação Pedagógica que oriente o Profes- sor de Educação Física, de forma que os alunos venham mais calmos e animados para a próxima aula. O Material Didático As redes públicas, às vezes, propiciam momentos para que os docentes escolham o material didático (PNLD – Plano Nacional do Livro Didático), que são livros doados pelo Governo Federal. Nem sempre, contudo, as opções são as que você preferia. No entanto, é preciso indicar um ou mais como opção. Escolha o que mais lhe convier e faça as adequações necessárias utilizando livros paradidáticos, revistas, textos da internet, trabalho de pesquisa, trabalho em grupo e outros. 16 17 O que você NÃO deve fazer? • Reclamar o tempo todo que o material didático não é completo! Adapte-se com ele e faça as devidas introduções de outros materiais; • Não fazer uso do LD por não gostar dele. Utilize os conteúdos possíveis! • Dar todo o conteúdo do LD, mesmo que NÃO faça parte do seu Plano de Aula. Sabemos que não será fácil seu trabalho, mas o aluno não pode ser prejudica- do por uma falha ou erro de outros órgãos que ninguém tem acesso para resolver o problema. O Pessoal de Apoio O pessoal de apoio é normalmente: • Professor Coordenador Pedagógico; • Inspetor de aluno; • Agente administrativo; • Pessoal de limpeza; • Merendeira. Quando a escola dispõe de todo o corpo de apoio, já se tem problema. Na ausência de alguns deles, o trabalho será muito maior e sem a devida qualidade. Porém, você, na sala de aula, deve agir da melhor forma possível, para não preju- dicar o seu aluno. Uma escola com falta de funcionários não tem como funcionar bem. A infra- estrutura física e de pessoal é muito importante para o bom andamento das ativi- dades escolares. Escola suja, alunos sem professores e sem material didático tendem a não cum- prir seu papel principal, ensinar! Solicite das pessoas competentes a resolução dos problemas e não diga que é por você, e sim pelos seus alunos, atores principais de uma escola. O Professor Coordenador Nem sempre a escola que tem professor coordenador pedagógico (PCP) tem um bom trabalho pedagógico. Às vezes, o PCP não consegue atuar de forma a contentar todo o grupo que faz parte de uma escola. Sua função é a de mediar, de forma a auxiliar professores e gestores a interpretarem e colocarem em prática as propostas curriculares. 17 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Para que esse profissional tenha habilidade e competência para auxiliar, corrigir desvios e avaliar o trabalho pedagógico, é necessário que tenha pleno conhecimento da proposta pedagógica de todas as disciplinas, do projeto político pedagógico da escola e do plano de gestão da instituição. Não é fácil articular todos os conhecimentos, por isso, nãose engane, o PCP pode não ser o profissional que você gostaria para auxiliar o seu árduo trabalho nas salas de aula. Contudo, ele não pode ser confundido como um apoio de professores com dificuldades em dar aula. O professor é o profissional indicado para isso. O PCP pode, no máximo, atender, individualmente, alguns casos de indisciplina de aluno, mas somente em extrema necessidade. Não se pode confundir as funções de Professor, PCP, Gestor e Família. Cabe ao PCP: • Acompanhar e avaliar o trabalho pedagógico; • Incentivar e dar plenas condições para a execução de trabalho coletivo entre professores e as diversas áreas do conhecimento; • Analisar os resultados de desempenho dos alunos; • Levantar dados estatísticos de resultados de avaliação interna e externa dos alunos; • Garantir que haja ampla participação de professores em reuniões; • Promover estudos e discussões a respeito de propostas pedagógicas; • Organizar e escolher os materiais necessários ao processo de ensino-aprendizagem; • Promover práticas inovadoras de ensino; • Informar pais e responsáveis sobre a conduta de seus filhos; • O PCP, além de mediar os problemas da comunidade escolar, deve ser um articulador envolvido com os objetivos da escola, possibilitando que “novos significados sejam atribuídos à prática educativa da escola e à prática pedagógica dos professores. Os Gestores (Diretor, Vice-Diretor) Os gestores têm a difícil função de gerenciar com responsabilidade, motivação, preocupados com a formação continuada de sua equipe, interagindo com a comunidade escolar e, ainda, administrando os recursos humanos e financeiros para que a escola atinja todos os objetivos e as metas propostos. É de responsabilidade dos gestores receber e gerenciar verbas pública de forma a utilizá-las da melhor forma possível e prestar contas dos gastos à Secretaria Estadual da Educação e/ou à Fundação para o desenvolvimento da Educação (FDE). 18 19 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Práticas Pedagógicas no Ensino Médio: Perspectivas da Docência em Salas-Ambientes GUERRA, V. P. Práticas pedagógicas no ensino médio: perspectivas da docência em salas-ambientes. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade de Tuiuti do Paraná, Curitiba, 2007. Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino Médio I MEDEIROS, J. B. L. P.; PONTE, E. L.; CRAVEIRO, A. C. Vida de Aprendiz 2 – Estágio Supervisionado no Ensino Médio I. Fortaleza: SEAD/UECE, 2011. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógicas MORAN, J. M. M. Novas tecnologias e mediação pedagógicas. São Paulo: Papirus editora, 2000. Avaliação da Excelência à Regulação das Aprendizagens: Entre Duas Lógicas PERRENOUD, P. Avaliação da excelência à regulação das aprendizagens: entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. Leitura Habilidades e Competências na Prática Docente: Perspectivas a partir de Situações-Problema https://goo.gl/rbfzoB A Afetividade na Sala de Aula e a atuação dos Professores no Ensino Médio – Reflexões Pontuais https://goo.gl/77xPK3 19 UNIDADE Práticas de Ensino no Ensino Médio Referências BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensi- no Médio (PCNEM): bases legais. Brasília, DF: MEC, 2000. Disponível em: <http:// portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais para o Ensino Médio. Ciências Matemáticas e da Natureza e suas tecnologias. v. 3. Brasília, DF: Ministério da Educação (Secretaria de Educação Média e Tecnológica), 1999. CACHAPUZ, A.; GIL-PEREZ, D.; CARVALHO, A. M. P.; PRAIA, J.; VILCHES, A. (Orgs.). A Necessária Renovação do Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez Editora, 2005. CARDOSO, S. P e COLINVAUX, D. Explorando a Motivação para Estudar Química. Química Nova. Ijuí, Unijuí, v. 23, n. 3, p. 401-404. 2000. 20