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Ensino de História

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Didática de História como orientação 
ao futuro professor/pedagogo
O que é História? 
A História é fruto da produção cultural do homem na sua interação com o meio físico, social e 
político. Essa interação da pessoa humana no seu mundo implica uma concepção política e 
consciente diante das transformações pelas quais passaram as sociedades humanas, pois a 
transformação e a permanência transformação e a permanência constituem a essência da 
História. Nada permanece igual e é através do tempo que a mudança é percebida, ditada pela 
relação de força, de poder ou de domínio que direciona os conflitos das sociedades.
Para que a escola forme pessoas atuantes e participantes da sociedade, é fundamental que os 
alunos conheçam e entendam os processos de produção do conhecimento histórico como prática 
social que deve estar vinculada à social, que deve estar vinculada à vivência do aluno.
Uma síntese da Didática de História como orientação ao futuro professor/pedagogo. Não está 
errado quem afirma que “a didática é uma técnica de dirigir e orientar a aprendizagem” . Diante 
desse conceito, pensamos que o uso racional da didática para o ensino e para a produção de uma 
aprendizagem significativa de alunos do Ensino Fundamental deve propor o desenvolvimento de 
oito habilidades que devem ser marcantes no professor para serem claramente percebidas, 
compreendidas e utilizadas por seus alunos. Considerando que uma “habilidade” envolve aptidão e 
capacidade para “fazer”, é essencial que seu desenvolvimento se concretize nos alunos quando a 
compreendem, mas também quando se mostram capazes de aplicá-la.
Habilitades para o ensino de História
● Investigar: o professor precisa sempre investigar o que é de domínio do aluno e quais são suas 
hipóteses explicativas para os temas estudados. Ao aluno não basta guardar fatos e compreender 
sua relação com o mundo em que vive, mas também a exploração de seus pensamentos e 
discussões sobre as hipóteses trazidas à escola e a transformação dessas com os conhecimentos 
adquiridos; 
● Diagnosticar: é importante que os professores realizem “diagnósticos” sobre como os seus alunos 
estão compreendendo os conteúdos conceituais e identifiquem quais procedimentos e quais atitudes 
favorecem a associação dos temas à dimensão histórica. Para que esses diagnósticos frutifiquem, 
podem propor questionamentos, orientar pesquisas, comparar versões históricas, analisar 
documentos, sugerir resumos, realizar visitas e, sobretudo, apresentar desafios que ajudem os 
alunos a conquistarem argumentos lúdicos e diferenciados; 
● Relacionar: não existe um bom ensino de História quando os estudantes perdem a oportunidade de 
transformar suas reflexões sobre as vivências sociais no tempo e de relacioná-las com 
acontecimentos que envolvem seu cotidiano e entre acontecimentos ao longo de processos 
contínuos e descontínuos. Pesquisar é ação crucial na aprendizagem histórica, mas é importante 
que o professor considere que essa é uma atividade que nenhum aluno nasce sabendo. Aprender a 
pesquisar significa tornar-se hábil em um “método” e, após apresentar os resultados dessa 
pesquisa, poder refletir sobre a pesquisa e outros estudos históricos, assumindo atitudes éticas e 
criteriosas de respeito e de comprometimento com a realidade social; 
● Questionar: um bom aluno de História é sempre um aluno questionador. A compreensão da 
realidade atual em uma perspectiva histórica que envolve sempre atividades nas quais se possa 
questionar o presente, identificar questões relativas às organizações sociais e suas relações entre o 
presente e o passado, percebendo semelhanças e diferenças, permanências e transformações. Uma 
imprescindível ação questionadora de todo estudante de História é percebê-la na dimensão 
particular de sua vida, na presença de seus hábitos, na sua participação protagonística nos filmes a 
que assiste e nas leituras que realiza;
● Identificar: quando se perceber que os alunos já dominam noções de tempo, cabe ao professor 
identificar esses conhecimentos e desenvolver trabalhos e estudos mais aprofundados sobre 
padrões de medidas de tempo e histórias. Aos alunos é essencial que conquistem, de forma 
autônoma, a capacidade de situar personagens e fatos nas devidas épocas e, dessa maneira, 
aprenderem a discerni-los por critérios de simultaneidade, anterioridade e posterioridade;
● Valorizar: como não se pode ignorar que todo aluno recebe atualmente um volume imenso de 
informações, a partir das quais elabora pensamentos sobre as relações entre o presente e o 
passado, cabe ao professor valorizar essas reflexões, provocá-las com persistência e, sobretudo, 
considerar a necessidade de estarem sempre em movimento, em processo de transformação. É por 
esse motivo que as interpretações dos alunos acerca das relações interpessoais, sociais, econômicas 
e políticas devem sempre ser mais críticas e estar cada vez mais permeadas pela compreensão da 
diversidade, das contradições e das diferentes interpretações; 
● organizar: poucos alunos costumam trazer em sua bagagem procedimental o hábito de organizar as 
informações que acolhem sobre o mundo ou os conteúdos conceituais das diferentes disciplinas que 
aprendem. Por isso, é essencial que o professor ensine os alunos a organizar informações internas e 
externas referentes às pesquisas feitas, textos estudados, sínteses elaboradas ou conclusões 
aferidas de debates com colegas e a intermediação do professor. É justamente da capacidade em 
organizar essas informações e de confrontá-las com outras que se desenvolve a progressiva 
conquista da autonomia intelectual do aluno de História; 
● Diferenciar: quando os alunos já estão prontos para uma autonomia de pensamentos, é importante 
que consigam diferenciar as relações sociais e políticas a partir de diferentes perspectivas históricas. 
Assim, identificam possíveis semelhanças e discordâncias, constroem opiniões e se mostram atentos 
para diferenciar, nas propagandas, nas notícias, nas práticas políticas e nos discursos, as atitudes 
coerentes e as contraditórias, as demagógicas ou autênticas.

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