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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 QUEIXA PRINCIPAL E DOENÇA ATUAL: - A anamnese neurológica geralmente tem início com os dados demográficos habituais, mas também deve incluir a lateralidade (destra ou sinistra) - Muitos profissionais de saúde começam com a história pregressa pertinente, identificando desde o início as doenças prévias ou doenças crônicas importantes. O que significa identificar as principais comorbidades que poderiam ter relação direta ou indireta com a doença atual - Isso ajuda a contextualizar a doença atual e induz a analisar precocemente se o problema neurológico é uma complicação de algum distúrbio ou um processo independente - É ineficiente fazer uma anamnese extensa e difícil em paciente com neuropatia periférica para depois descobrir na história pregressa que ele tem diabetes de longa data - A anamnese deve concentrar-se nos dados da queixa principal - Comece com uma pergunta aberta, como: “Qual é o seu problema?” Perguntas como: “O que o trouxe aqui hoje?” muitas vezes recebem como resposta um meio de transporte. E perguntar: “O que há de errado com você?” só atrai gracejos - Depois de identificar a queixa principal ou o motivo do encaminhamento, solicite que o paciente inicie a história e siga em ordem mais ou menos cronológica. Muitos só farão isso se orientados - Os pacientes supõem rapidamente que algum acontecimento recente seja a causa de sua dificuldade atual. O médico tem de evitar a armadilha de supor que as relações temporais comprovam as relações etiológicas - Deve-se fazer a análise sistemática de cada sintoma da doença atual com uma série de perguntas para esclarecer eventuais ambiguidades - Identifique o período exato de início dos sintomas e se estes são constantes ou intermitentes; se intermitentes, verifique o caráter, a duração, a frequência, a intensidade e a relação com fatores externos - Avalie o avanço ou a regressão de cada sintoma – se há alguma variação sazonal, diurna ou noturna – e a resposta ao tratamento - Em pacientes cuja principal queixa é dor, verifique a localização; o caráter ou a qualidade; a intensidade; os sintomas associados e, se episódica, a frequência, a duração e os fatores específicos que a precipitam ou a aliviam - Embora as descrições espontâneas tenham mais valor – e geralmente se devam evitar perguntas dirigidas –, é perfeitamente admissível, quando necessário, oferecer opções possíveis, como “surda como uma dor de dente” ou “aguda como uma facada” - Em pacientes neurológicos, deve-se dar atenção especial à verificação do tempo de evolução da doença, pois isso, frequentemente, ajuda a identificar a etiologia - Uma doença pode ser estável, remitente, intermitente, progressiva ou estar em fase de melhora - É necessário conhecer os marcos principais da doença: quando o paciente considerou que estava bem pela última vez, quando precisou parar de trabalhar, quando começou a usar um NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 dispositivo auxiliar, quando foi forçado a ficar acamado. Convém verificar com exatidão a avaliação que se faz da situação e da intensidade da própria incapacidade, bem como o que o fez tomar a decisão de procurar o médico - A anamnese meticulosa pode revelar acontecimentos prévios, que o paciente pode ter esquecido ou não ter considerado importantes - Uma história compatível com eventos vasculares prévios, traumatismo ou episódios de desmielinização pode dar um enfoque totalmente novo aos sintomas atuais - Pacientes com queixas neurológicas costumam estar apreensivos com alguma doença terrível, como tumor encefálico, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla ou distrofia muscular. Todos esses distúrbios são bem conhecidos pela população leiga, e às vezes os pacientes ou seus parentes chegam a conclusões inusitadas acerca da causa de algum sintoma. Por vezes, a tranquilização é suficiente REPETIÇÃO DA ANAMNESE: - Pode ser necessário realizar a anamnese mais de uma vez - Uma boa regra geral é repeti-la sempre que houver dúvida acerca do diagnóstico - O “ruído” na informação ocorre quando o profissional faz a anamnese de um paciente depois da anamnese feita anteriormente por um ou mais médicos ou residentes - Embora o “ruído” possa acorrer em consequência da maior habilidade de um profissional experiente na anamnese, há outras explicações possíveis. Às vezes as pessoas esquecem detalhes importantes da história na consulta inicial. Elas também podem estar indispostas, com dor ou desatentas HISTÓRIA PATOLÓGICA PEGRESSA: - É importante porque os sintomas neurológicos podem estar relacionados com doenças sistêmicas - As informações pertinentes incluem relato sobre a saúde geral; história das doenças atuais, crônicas e passadas; hospitalizações; operações; acidentes ou lesões, sobretudo traumatismo cranioencefálico; doenças infecciosas; doenças venéreas; anomalias congênitas; alimentação e padrões de sono - Perguntas sobre alergias e outras reações medicamentosas devem ser feitas - Pessoas vegetarianas ou com história de cirurgia gástrica ou doença intestinal inflamatória podem ter deficiência de vitamina B12, e as complicações neurológicas de distúrbios do tecido conjuntivo, diabetes, doença da tireoide e sarcoidose assumem diferentes formas - Em alguns casos, mesmo em adultos, a história do nascimento e do desenvolvimento inicial é pertinente, inclusive eventuais complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto, traumatismo de parto, peso ao nascimento, doenças pós-natais, saúde e desenvolvimento na infância, convulsões com febre, capacidade de aprendizado e desempenho escolar - O levantamento dos medicamentos em uso, prescritos e de venda livre, é sempre importante. Muitos fármacos têm efeitos colaterais neurológicos consideráveis. A análise dos detalhes do esquema medicamentoso pode demonstrar que o paciente não está administrando determinado medicamento do modo planejado - Em geral, é preciso fazer perguntas específicas para levantar a questão dos fármacos de venda livre, já que muitas pessoas não os consideram medicamentos - Alguns pacientes apresentam efeitos colaterais neurológicos consideráveis provocados por vitaminas bem intencionadas. Eles adquirem medicamentos recomendados por profissionais de terapia alternativa ou em uma loja de produtos naturais supondo que tais agentes sejam seguros porque são “naturais”, o que nem sempre é verdade NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 - Às vezes é proveitoso solicitar todos os medicamentos em uso, prescritos e de venda livre HISTÓRIA FAMILIAR (HF): - É um questionamento sobre a possibilidade de distúrbios heredofamiliares e concentra-se na linhagem do indivíduo - Além das questões habituais sobre câncer, diabetes, hipertensão e doença cardiovascular, a HF é importante principalmente em pacientes com enxaqueca, epilepsia, doença cerebrovascular, distúrbios do movimento, miopatia e doença cerebelar - Em alguns casos deve-se questionar sobre HF de alcoolismo ou outros tipos de abuso de substâncias - O tamanho da família é importante - Algumas doenças podem ser generalizadas em uma família sem que os indivíduos afetados tenham conhecimento disso - Na doença de Charcot-Marie-Tooth, por exemplo, o número de parentes com o distúrbio pode ser tão grande que o pé cavo e a perna de cegonha (ou garrafa de champanhe invertida) não são considerados anormais. Os distúrbios neurológicos incapacitantes crônicos em um parente podem ser atribuídos a outra causa, como “artrite” - É necessário questionar sobre o parentesco entre os pais, explorando a possibilidade de consanguinidade - É importante investiga a origem étnica do paciente, poisalguns distúrbios neurológicos ocorrem em determinados grupos étnicos ou em pacientes de certas regiões geográficas HISTÓRIA SOCIAL: - Inclui elementos como a situação conjugal (incluindo o número de casamentos, a duração do casamento atual e a saúde do parceiro e dos filhos), o nível de educação, a ocupação e os hábitos pessoais - Uma pergunta sobre a natureza do trabalho do paciente faz parte da rotina - A história ocupacional detalhada deve se aprofundar em ocupações atuais e passadas – com especial referência ao contato com neurotoxinas, uso de equipamento de proteção individual, ambiente de trabalho - Se o paciente não trabalhar mais, verificar quando parou e o porquê - Locais de residência anteriores, sobretudo nos trópicos ou em áreas de doenças endêmicas, podem ser importantes - A história de hábitos pessoais é relevante, com referência especial ao consumo de álcool, tabaco, fármacos, café, chá, refrigerante e substâncias semelhantes ou aos motivos de abstinência - Questionar sobre o uso de substâncias ilícitas, se já abusou de medicamentos prescritos ou se já usou substâncias por outra via que não a oral - Muitas vezes é necessário empregar um linguajar mais vulgar, já que os pacientes compreendem melhor, como “fumar crack” - É importante verificar se o paciente já teve comportamento sexual de risco, perguntando a frequência com que o paciente mantém relações sexuais e com quem, se as relações NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 sexuais são sem proteção ou se já teve alguma doença sexualmente transmitida (DST) REVISÃO DE SISTEMAS: - Seu principal objetivo é detectar sintomas relacionados com outros sistemas dos quais pode não haver queixa espontânea, mas que dão indicações para o diagnóstico da queixa principal - A doença neurológica pode causar disfunção de muitos sistemas diferentes ANAMNESE EM ALGUNS DISTÚRBIOS COMUNS: NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6
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