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Aula 2021-03-18 Perdão Judicial e Clemência Estatal

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Perdão Judicial
Sentença declaratória de Perdão Judicial: Não gera efeitos penais.
CP, art. 120: Traz errônea ideia de que a sentença é condenatória, portanto, este dispositivo não costuma ser utilizado.SÚMULA 18, DO STJ: A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
O Perdão Judicial é um Direito Público Subjetivo do réu, ou seja, o Estado deve reconhece-lo obrigatoriamente, desde que preenchidos os requisitos legais. Não é mera faculdade do juiz. 
Legitimidade Ativa: Quem pode requerer o Perdão Judicial.
 - Regra: Defesa do réu que deve juntar nos autos as provas dos requisitos do perdão judicial;
 - Exceções: Ministério Público e o juiz pode conceder de ofício.
Perdão Judicial e o Concurso de Crimes (concurso formal): Duas correntes:
 - 1ª Perdão Judicial não se estende: Ocorre perdão judicial pelo crime que preenche os requisitos e quanto ao outro há condenação.
 - 2ª Perdão Judicial se estende: Ocorre o perdão judicial para os dois crimes, desde que um deles preencha os requisitos, pois deve-se analisar o crime como um todo. Esta corrente tem prevalecido. 
PERDÃO JUDICIAL E HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL CULPOSOS
Há previsão expressa em lei no CP, arts. 121, §5º e 129, §8º; 
Entretanto, no CTB, somente há previsão legal para homicídio e lesão corporal culposos de trânsito (arts. 302 e 303), não havendo, portanto, previsão legal expressa para aplicação do perdão judicial, pois a artigo que previa foi vetado. Assim, deve-se aplicar os artigos 121, §5º e 129, §8º do CP, analogamente, aos artigos 302 e 303, do CTB. (Analogia in bonam partem). 
 Clemência Estatal (CP, art. 107, II)
Procedimento (LEP, arts. 187 a 193)
Indulto e Graça a concessão é feita pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA;
Anistia, a concessão é feita pelo CONGRESSO NACIONAL.
Anistia: Esquecimento jurídico de uma ou mais infrações penais, concedido em casos excepcionais. Não se aplica aos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e crimes hediondos.
Titular: Congresso Nacional (CF, art. 48, VIII)
 A anistia é regulada por uma lei penal retroativa e tem o poder de apagar o fato praticado do mundo penal (não se refere ao autor do fato).
A lei de Anistia NÃO revoga a lei incriminadora anterior, não opera a descriminalização da conduta. 
EFEITOS DA LEI DE ANISTIA: 
 - Apaga todos os efeitos penais (rescisão da SCTJ; trancamento de inquérito policial ou ação penal em andamento). Não gera maus antecedentes, nem reincidência;
 - Efeitos ex tunc (retroativos);
 - Persistem os efeitos de natureza cíveis;
 - Momento: antes ou depois da SCTJ
Espécies de Anistia: 
 - Anistia Total/Plena/Geral: ocorre a extinção da punibilidade. Atinge todos os criminosos;
- Anistia Parcial/Restrita: Não causa a extinção da punibilidade, mas sim a mutação da espécie de pena, sempre em benefício do réu (comutação da pena). Ex.: Conversão de prisão em pena de multa. 
 -Anistia Incondicionada: Não impõe condições (encargo) a serem cumpridas pelo favorecido. 
Em regra, a anistia não pode ser recusada, pois trata-se de direito público subjetivo do réu.
 -Anistia Condicionada: Impõe condições a serem cumpridas pelo réu para concessão da anistia. Esta espécie de anistia pode ser recusada, caso o réu não cumpra o encargo. Ex.: Serão anistiados os acusados que restituírem 50% do valor do dano causado.
Revogação da Lei de Anistia: A lei de anistia não pode ser revogada, pois não pode haver Lei posterior que revogue a anterior e prejudique o réu.
Indulto e Graça: A diferença entre os dois institutos é que o indulto tem caráter coletivo, é espontâneo e incide sobre fatos; já a graça (indulto individual) é individual e, em regra deve ser solicitada. 
TITULAR DO INDULTO E GRAÇA: Presidente da República (CF, art. 84, XII) e é concedido na forma de Decreto Presidencial, porém pode ser delegada a concessão de graça e indulto aos Ministros de Estado, ao PGR ou ao AGU.
O INDULTO É CAUSA DE EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE E NÃO SE CONFUNDE COM AS “SAIDINHAS” (SAÍDA TEMPORÁRIA – LEP, ARTS. 122 A 130), QUE É UM BENEFÍCIO PRISIONAL QUE NÃO EXTINGUE A PENA. 
O indulto refere-se a características da pessoa, mas não é individual e sim coletivo. Ex.: Indulto humanitário em fim de ano – condenado em estado terminal (câncer, aids, etc.). O indulto abrange fatos e uma generalidade de pessoas. Ex.: Todos os presidiários que praticaram furto e são doentes em estado terminal. 
Indulto Individual: é a Graça. Trata-se de indulto nominal, para determinado criminoso.
Momento do Indulto (e da Graça): Antes ou após a SCTJ. 
Efeitos (Indulto e Graça):
- Ex nunc (não retroativo);
- Não rescinde a SCTJ, não apaga o fato praticado, subsistindo, portanto, os maus antecedentes; gera reincidência;
- Se anterior a SCTJ, acarreta o trancamento do Inquérito Policial ou da Ação Penal.
- Se posterior a SCTJ, somente extinguirá a pena;
- Persistem os efeitos cíveis.
Espécies 
 - Indulto total ou pleno: Extingue a punibilidade;
 - Indulto Parcial: Concede diminuição da pena ou sua comutação (substituição por pena menos gravosa);
 - Indulto incondicionado: Não impõe encargo a ser cumprido. Não pode ser recusado; 
 - Indulto Condicionado: Impõe condições a serem cumpridas pelo réu para concessão do indulto. Pode ser recusado, caso o réu não cumpra o encargo.

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