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Aula 3 - Situação da saúde da mulher no Brasil

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SITUAÇÃO DA SAÚDE
DA MULHER NO BRASIL
Políticas de Atenção à Saúde da 
Mulher
ÓBITO
“Desaparecimento permanente de todo sinal de vida, em um momento qualquer 
depois do nascimento, sem possibilidade de ressuscitação”.
Organização Mundial da Saúde (OMS)
ÓBITO DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL (MIF)
AS MORTES DE MULHERES NA FAIXA ETÁRIA DE 10 A 49 ANOS.
MORTALIDADE FEMININA
MORTALIDADE FEMININA NO BRASIL
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM)
2000 - 2010
• 4,8 milhões de óbitos de mulheres
• Taxa de mortalidade bruta AUMENTOU
• 4,56 para 5,00 óbitos por mil mulheres
Refletem o envelhecimento da população feminina brasileira
TABELA 1 – NÚMERO E PROPORÇÃO (%) DOS ÓBITOS DE MULHERES E TAXAS BRUTAS E PADRONIZADAS*DE MORTALIDADE 
GERAL (POR MIL MULHERES) – BRASIL E REGIÕES, 2000 E 2010
Principais causas:
• Doenças do aparelho circulatório (34,2% - 2010)
• Neoplasias (16,5% - 2010)
• Câncer da mama (2,8%)
MORTALIDADE FEMININA NO BRASIL
Tabela 2 – Número absoluto de óbitos, proporção (%) e taxas de mortalidade brutas específicas (por 100 mil
mulheres) para as principais causas de óbito definidas – Brasil, 2000 e 2010
QUADRO 1 - ESTIMATIVAS PARA O ANO DE 2018 DAS TAXAS BRUTAS E AJUSTADAS DE INCIDÊNCIA POR 100 MIL HABITANT ES E DO NÚMERO 
DE CASOS NOVOS DE CÂNCER , SEGUNDO SEXO E LOCALIZAÇÃO PRIMÁRIA*.
Fonte: INCA, 2017 
FIGURA 1 - DISTRIBUIÇÃO PROPORCIONAL DOS DEZ TIPOS DE CÂNCER MAIS INCIDENTES 
ESTIMADOS PARA 2018 NA MULHER, EXCETO PELE NÃO MELANOMA*
Fonte: INCA, 2017
MORTALIDADE FEMININA POR 
AGRESSÃO
Leite et al., 2017.
Análise da tendência da mortalidade 
feminina por agressão no Brasil, 
estados e regiões. Ciência & Saúde 
Coletiva, 22(9):2971-2978, 2017.
MORTALIDADE NA POPULAÇÃO 
FEMININA DE 20 A 59 ANOS
POR AGRESSÕES
Brasil
2002
5,84 por 100 mil mulheres
2012
6,16 por 100 mil mulheres
FEMINICÍDIO
2002 2007 2012
Mato Grosso Mato Grosso Tocantins
Amapá Espírito Santo Espírito Santo
Rondônia Alagoas
Espírito Santo
MORTALIDADE MATERNA
MORTALIDADE MATERNA
Morte de uma mulher durante o período gestacional até 42 dias após o parto ou 
o término da gestação,
independentemente da duração e da localização da gravidez,
por causas relacionadas à gestação e por medidas tomadas em relação a ela, 
excluindo as mortes por causas acidentais ou incidentais.
(OMS e MS)
MORTALIDADE MATERNA
INDICADOR DE ACESSO DA MULHER AOS CUIDADOS DE SAÚDE E 
DA CAPACIDADE DO SISTEMA DE SAÚDE RESPONDER ÀS SUAS 
NECESSIDADES.
CONSTITUI UMA GRAVE VIOLAÇÃO DOS DIREITOS 
REPRODUTIVOS DAS MULHERES, POIS A MAIORIA DAS MORTES 
MATERNAS (92%) PODEM SER EVITADAS COM ATENÇÃO 
PRECOCE À SAÚDE E DE QUALIDADE.
(Ministério da Saúde, 2020)
Morte 
Materna
Obstétrica
Direta Indireta
Não 
Obstétrica
MORTE MATERNA NÃO OBSTÉTRICA
“Resultante de causas incidentais ou acidentais não 
relacionadas à gravidez e seu manejo.”
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE)
CAUSAS OBSTÉTRICAS DIRETAS
Complicações ocorridas durante a gravidez, o parto ou o puerpério em 
função de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de 
eventos resultantes de qualquer uma dessas causas.
Exemplos:
• Gravidez terminada em abortamento (abortamento infectado)
• Síndromes hipertensivos da gravidez, parto ou puerpério
• Outros transtornos maternos relacionados com a gravidez (hemorragia, complicações venosas na gravidez, ITU)
• Complicações do trabalho de parto e parto (hemorragia da segunda metade, complicações de anestesia)
• Complicações relacionadas ao puerpério (infecção puerperal, complicações venosas, embolia amniótica).
Resultante de doenças pré-existentes ou que se desenvolveram durante a gestação, 
não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos 
fisiológicos da gravidez.
Exemplos:
• Afecções anteriores da mãe complicando a gravidez, parto ou puerpério (hipertensão prévia, diabetes mellitus, cardiopatias, 
hemoglobinopatias)
• Doenças infecciosas e parasitárias da mãe complicando a gravidez, parto ou puerpério (sífilis, tuberculose, malária, hepatites)
• Tétano obstétrico
• Doenças causadas pelo HIV
CAUSAS OBSTÉTRICAS INDIRETAS
RAZÃO DE MORTALIDADE MATERNA 
(RMM)
(Taxa de mortalidade materna, 
coeficiente de mortalidade 
materna)
RMM NO BRASIL
SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE (SIM)
1990 - 2010
141
68
100 MIL NV
QUEDA
51%
Gráfico 1 – Razão de mortalidade materna corrigida – Brasil, 1990 a 2010
RAZÃO DE 
MORTALIDADE
MATERNA. 
BRASIL, 1990 A 
2018
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
2018: 59,1 óbitos para cada 100 mil NV.
ODM (Objetivos do Desenvolvimento do 
Milênio): meta 35 óbitos para cada 100 
mil NV até 2015.
ODS (Objetivos de Desenvolvimento 
Sustentável): meta 30 óbitos para cada 
100 mil até 2030.
RMM
2017 • 64,5
2018 • 59,1
8,4%
Redução
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
ÓBITOS REGISTRADOS NO BRASIL DE 1996 A 2018
38.919 
DIRETAS
67%
INDIRETAS
29%
INESPECÍFICAS
4%
Registrados
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
ÓBITOS REGISTRADOS NO 
BRASIL DE 1996 A 2018 
(38.919)
DIRETAS
1. Hipertensão (8.186 óbitos)
2. Hemorragia (5.160 óbitos)
3. Infecção puerperal (2.624 óbitos)
4. Aborto (1.896 óbitos)
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
ÓBITOS REGISTRADOS 
NO BRASIL DE 1996 A 
2018 (38.919)
INDIRETAS
1. Doenças do aparelho circulatório 
(2.484 óbitos)
2. Doenças do aparelho respiratório 
(1.748 óbitos)
3. AIDS (1.108 óbitos)
4. Doenças infecciosas e parasitárias 
maternas (839 óbitos)
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
CARACTERÍSTICAS DAS MULHERES QUE 
FALECERAM POR CAUSAS MATERNAS
13 óbitos: 10 e 14 anos de idade
17 óbitos: 45 e 49 anos de idade
65% óbitos raça/cor preta e parda
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
CARACTERÍSTICAS DAS MULHERES QUE 
FALECERAM POR CAUSAS MATERNAS
50% não vivem em união conjugal33% mulheres com menos de 8 anos de estudo
Fonte: Ministério da Saúde, 2020
REDUÇÃO DA RMM
As políticas e os programas públicos direcionados à expansão e à melhoria 
da atenção à saúde da mulher 
- Programa de Humanização do Parto e do Nascimento (PHPN, 2000), os 
Comitês de Mortalidade Materna e o Pacto Nacional pela Redução da 
Mortalidade Materna (2004) -
contribuíram significativamente para a redução da RMM no Brasil.
(CARRERO, 2014)
ESTRATÉGIAS
REDE CEGONHA
Instituída no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2011
Fortalecimento da rede de assistência à saúde materno-infantil,
visando a assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção 
humanizada durante a gravidez, o parto e o puerpério,
bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento 
saudáveis.
(BRASIL, 2011).
RMM NO BRASIL
Apesar dos avanços, o Brasil ainda apresenta elevadas taxas de 
mortalidade materna quando comparado aos países 
desenvolvidos.
GRAVE PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA
A MORTALIDADE MATERNA E OS NOVOS OBJETIVOS DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2016–2030)
Os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma iniciativa global que
sucederá os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Convocam o mundo para a um esforço de eliminação da mortalidade materna evitável
entre os anos de 2016 e 2030.
Souza, 2015
A MORTALIDADE MATERNA E OS NOVOS OBJETIVOS DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2016–2030)
Metas
Reduzir a razão de mortalidade materna GLOBAL
Para menos de 70 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos
(ODS 3.1)
Souza, 2015
A MORTALIDADE MATERNA E OS NOVOS OBJETIVOS DE 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (2016–2030)
RMM Global atual
210 mortes por 100 mil nascidos vivos!
BRASIL
Meta para 2030
Reduzir a mortalidade materna para cerca de 20 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. 
ESFORÇO PARA 
TODOS OS 
PAÍSES
Souza, 2015
RMM NO BRASIL
Redução da 
RMM
SISTEMA DE 
SAÚDE
PROFISSIONAIS 
DE SAÚDE
POPULAÇÃO
DESAFIO
RMM NO BRASIL
Necessário o aprimoramento e a melhoria na assistência materno-
infantil para que as políticas públicas de saúde implementadas no 
Brasiltenham maior impacto na redução das mortes maternas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Saúde Brasil 
2011: uma análise da situação de saúde e a vigilância da saúde da mulher. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria Nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Instituiu, no âmbito do Sistema
Único de Saúde – SUS – a rede cegonha. Disponível em 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html>. Acesso em 24 mar. 2015.
BRASIL. Portal Brasil. Saúde. OMS: Brasil reduz mortalidade materna em 43% de 1990 a 2013. Publicado em 09 de maio de 
2014. Última modificação em 30 de julho de 2014. Disponível em http://www.brasil.gov.br/saude/2014/05/oms-brasil-reduz-
mortalidade-materna-em-43-de-1990-a-2013. Acesso em 24 mar. 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico nº 20. Volume 51. Maio, 2020.
Leite et al. Análise da tendência da mortalidade feminina por agressão no Brasil, estados e regiões. Ciência & Saúde Coletiva, 
22(9):2971-2978, 2017.
Carrero I., Bonilha A.L.L., Costa J.S.D. Evolução temporal e distribuição espacial da morte materna. Revista Saúde Pública
48(4):662-670, 2014.
Souza, J.P. A mortalidade materna e os novos objetivos de desenvolvimento sustentável (2016–2030). Rev Bras Ginecol Obstet. 
2015; 37(12):549-51.
SUGESTÃO DE VÍDEO
Disponível em:
https://www.youtube.com/w
atch?v=FAhnJtI6WJg

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