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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 1 MÓDULO DE: PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CURSOS DE EAD AUTORIA: TERESA CRISTINA MATÉ CALVO MARIA DA RESSURREIÇÃO COQUEIRO BORGES Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 2 Módulo de: PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO DE CURSOS DE EAD Autoria: Ma. TERESA CRISTINA MATÉ CALVO Primeira edição: 2008 CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste Módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente na aplicação didática, beneficiando e divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização e direitos autorais. E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. Todos os direitos desta edição reservados à ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA http://www.esab.edu.br Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 Bairro Itaparica – Vila Velha, ES CEP: 29102-040 Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 3 Apresentação Caro(a) Aluno(a). O Módulo: Planejamento e Avaliação em cursos de EAD trata de temas relacionados à sistematização do planejamento, implementação, execução e avaliação de cursos desenvolvidos, segundo a proposta da Educação a Distância; de forma específica os cursos em ambiente virtual. O objetivo principal deste módulo é capacitar docentes para o planejamento da Educação a Distância, em todos os contextos de aprendizagem. Nesse sentido, este módulo trata dos aspectos que ampliam a identificação e a interpretação de conceitos básicos do planejamento e organização da Educação a Distância. Ao final, será mais fácil desenvolver e incorporar os recursos da Educação a Distância na prática, a partir da construção de uma visão panorâmica sobre, como os programas de EAD contribuem para um projeto educacional e assim, participar de maneira efetiva na produção e avaliação dos cursos em EAD. Bom estudo! Teresa Maté Objetivo O Planejamento em Educação a Distância. Definição de objetivos educacionais. Abordagens pedagógicas e modelos de curso. Situações de aprendizagem em EAD. O processo de avaliação de cursos a distância. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 4 Ementa Capacitar docentes para o planejamento da Educação a Distância. Promover a apropriação das Tecnologias da Informação e da Comunicação para a Educação a Distância. Identificar as interfaces e o material adequado e necessário para a execução dos cursos da Educação a Distância. Planejar atividades de aprendizagem em ambiente on-line Planejar a avaliação de alunos e cursos, em EAD Organizar a infraestrutura tecnológica Contextualizar as características da EAD com os procedimentos tecnológicos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 5 Sobre o Autor Mestrado em Educação, pela Universidade São Marcos Pós-graduação em Administração Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira Filho Pós-graduação em Psicopedagogia, pela Parceria UVV/Universidade Estácio de Sá Pós-graduação em Planejamento Educacional, pela Universidade Salgado de Oliveira Filho Pós-graduação em Supervisão Escolar, pela Universidade Salgado de Oliveira Filho Pós-graduação em Tecnologia Educacional Aplicada ao Ensino de 1º Grau, pela Associação Brasileira de Tecnologia Educacional Graduação em Pedagogia com Especialização em Orientação Educacional, pela Universidade Federal do Maranhão Educadora dos cursos de graduação, na área Pedagógica; professora de cursos de Pós- graduação. Consultora Educacional e Palestrante Motivacional e Educacional. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 6 SUMÁRIO UNIDADE 1 .............................................................................................................................. 8 Planejamento ....................................................................................................................... 8 UNIDADE 2 ............................................................................................................................ 11 Planejamento nos Cursos de EAD................................................................................... 11 UNIDADE 3 ............................................................................................................................ 14 Tendências de Cursos de EAD on-line ............................................................................ 14 UNIDADE 4 ............................................................................................................................ 17 UNIDADE 5 ............................................................................................................................ 20 Os Princípios Teórico-metodológicos de Moore & Kearsley ........................................ 20 UNIDADE 6 ............................................................................................................................ 23 UNIDADE 7 ............................................................................................................................ 28 UNIDADE 8 ............................................................................................................................ 33 UNIDADE 9 ............................................................................................................................ 38 UNIDADE 10 .......................................................................................................................... 42 Indicadores de Qualidade e o Sistema de Gerenciamento de EAD: sob o olhar pedagógico. ....................................................................................................................... 42 UNIDADE 11 .......................................................................................................................... 46 UNIDADE 12 .......................................................................................................................... 51 O Docente na Ação Construtiva do Projeto .................................................................... 51 UNIDADE 13 .......................................................................................................................... 56 Navegando nos Conceitos e Reflexões sobre Projetos e a Pedagogia de Projetos ... 56 UNIDADE 14 .......................................................................................................................... 61 Projetos e a Interdisciplinaridade .................................................................................... 61 UNIDADE 15 .......................................................................................................................... 63 Pedagogia de Projetos na EAD: uma alternativa? ......................................................... 63 UNIDADE 16 .......................................................................................................................... 67 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 7 Viabilizando a Pedagogia de Projetos ............................................................................. 67 UNIDADE 17 ..........................................................................................................................72 UNIDADE 18 .......................................................................................................................... 75 UNIDADE 19 .......................................................................................................................... 79 UNIDADE 20 .......................................................................................................................... 83 UNIDADE 21 .......................................................................................................................... 88 Avaliação da aprendizagem na EAD ................................................................................ 88 UNIDADE 22 .......................................................................................................................... 91 Modalidades de Avaliação ................................................................................................ 91 UNIDADE 23 .......................................................................................................................... 98 A Avaliação na EAD .......................................................................................................... 98 UNIDADE 24 ........................................................................................................................ 101 Reflexões sobre A Avaliação na EAD ............................................................................ 101 UNIDADE 25 ........................................................................................................................ 105 Memorial da Avaliação na EAD ...................................................................................... 105 UNIDADE 26 ........................................................................................................................ 110 Passos para uma Avaliação Reflexiva .......................................................................... 110 UNIDADE 27 ........................................................................................................................ 114 Avaliação na EAD ............................................................................................................ 114 UNIDADE 28 ........................................................................................................................ 116 Contribuição dos Softwares para a Avaliação de Resultados na EAD ...................... 116 UNIDADE 29 ........................................................................................................................ 121 O Papel do Docente na EAD ........................................................................................... 121 UNIDADE 30 ........................................................................................................................ 124 Considerações Finais: .................................................................................................... 124 GLOSSÁRIO ........................................................................................................................ 126 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 127 Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 8 UNIDADE 1 Objetivos: Apontar conceitos pedagógicos e administrativos para o planejamento em EAD, fazendo uma aproximação entre duas áreas de análise, Pedagogia e Tecnologia; pilares dos cursos a distância contemporâneos. Planejamento No cotidiano, ações sem planejamento são as mais frequentes, ou seja, as ações, quase sempre, são sem um planejar conscientemente, inclusive porque se consegue antecipar resultados, já que o ser humano é capaz de reordenar e adaptar suas atividades ainda em curso. Porém, para situações mais complexas ou não familiares, que envolvem alto risco, alto custo ou parceria com alguém, por exemplo, o ser humano reflete a respeito e costuma agir de forma planejada. Nos cursos da EAD, há um processo educacional específico, bastante heterogêneo e de múltiplas dimensões onde, as novas tecnologias da comunicação contribuem para o sucesso do curso considerando o potencial humano envolvido. Nessas condições observa-se que o planejamento nos cursos em EAD, além de transmitir conhecimento, possibilita ao aluno a independência e individualização de sua aprendizagem; exercitando e desenvolvendo a autonomia do discente. Situação bastante propícia para a utilização das novas tecnologias da comunicação. Como definir Planejamento: O Planejamento na Administração A Previsão da Teoria Clássica da Administração de Henry Fayol (1930) é substituída na Escola Neoclássica, de Chiavenato (1983) pelo planejamento, na função de coordenar, comandar, organizar e controlar. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 9 Assim, planejar é uma atitude que antecipa situações, a partir de contextos previstos, que permite decidir, de forma racional e objetiva, estratégias adequadas para seguir um eixo que orienta e mantém as referências de um processo de elaboração das diferentes atividades humanas. É pelo planejamento que se constrói um instrumento administrativo, que demanda tempo e muitas vezes dinheiro e que, por meio dele, propicia observar a realidade presente e projetar resultados futuros; elaborando os meios apropriados e redirecionando continuamente as etapas previstas anteriormente para alcançar alguns objetivos pré-definidos. Dessa forma, se pode entender o planejamento como um processo cíclico, ou seja, um processo contínuo que envolve interatividade e permanente análise de propostas, situações, soluções e resultados que, baseados na multidisciplinaridade, interferem nas tomadas de decisões. Na Educação é importante o planejamento; com a especificidade que essa área de conhecimento exige. O que é Planejamento??? É a definição das etapas e dos objetivos a serem alcançados na execução de uma atividade. Como é hoje Como deveria ser “Gap Analisys” Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 10 O Planejamento na Educação Na Educação há muitos tipos de planejamento. Pode-se dizer que ele existe para preparar e aprimorar a ação educativa, antevendo o futuro e orientando seus atores na execução do ensino e da aprendizagem prevendo acompanhamento e promovendo avaliação das ações envolvidas no processo do planejamento em si. Com uma visão ampla, Padilha (2001) diz que: o planejamento é um processo de etapas bem definidas que procura o equilíbrio entre meios e fins, recursos e objetivos para melhorar o funcionamento das instituições e requer previsão daquilo que se necessitará; racionalização dos recursos; sejam eles materiais ou humanos, reflexão antes de qualquer tomada de decisão. Para que se concretizem objetivos em prazos anteriormente determinados, por meio de avaliações. Alguns deles são bastante específicos para seus contextos pedagógicos. Quando se pensa em planejamento curricular, fala-se de um planejamento que essencialmente orienta as experiências de aprendizagem oferecidas ao estudante por meio dos componentes curriculares e que pode ser definido como o "processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno" (VASCONCELLOS, 1995, p. 56). Já o planejamento de ensino é específico para a prática docente que, como aponta Padilha (2001), envolve ações e situações de interação entre professor e alunos e entre os próprios alunos. Gandin (1994) aponta para o planejamento operacional que prioriza os meios, ou seja, que ressalta a técnica e os instrumentos que administram a execução das etapas do planejamento. Seja ele do caráter educacional que for. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 11 UNIDADE 2Planejamento nos Cursos de EAD No âmbito da Educação, devido à natureza cada vez mais mutável do hoje, bem como às pressões da economia e dos mercados e ainda a rápida implementação de programas e cursos de Ensino a Distância, as definições do que constitui o ensino e a aprendizagem estão mudando (PALLOFF e PRATT, 2001) O ensino no ciberespaço exige que se pense para além dos tradicionais modelos de Pedagogia, implementando-se novas práticas. Neste espaço, a Docência implica muito mais do que a tradicional sala de aula, com a transferência de conteúdos e verdades prontas. Diferentemente da relação face a face, manifestada na sala de aula convencional, na Educação a Distância, on-line, a atenção das ações devem ser dispostas também para o desenvolvimento do senso de comunidade no grupo de participantes do processo de aprendizagem. Ao falar em Planejamento, nos cursos de EAD, a ideia é de plano coerente, ordenado, sequencial e sistemático, apresentado pela Administração; com os objetivos, elementos e fatores que constituem a ação educativa apresentada pela Pedagogia. Na modalidade de EAD o planejamento deve ultrapassar a prática de organização de conteúdos de forma sequencial, articulando o contexto pedagógico com a importância do tema, com o perfil dos alunos e com os objetivos do curso. Dessa forma, não há fragmentos de conceitos ensinados. O que define a metodologia e a fundamentação teórica trabalhadas na elaboração do material didático de cada curso, com as especificidades de interatividade e dialogicidade encontradas nas aplicações dos meios disponíveis para a produção e Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 12 aplicabilidade de conhecimento. O que permite afirmar que os cursos de EAD caracterizam- se por apresentar um processo de caráter educativo, indo além do instrutivo. O planejamento nos cursos de EAD foca o desenvolvimento das competências técnicas e profissionais, sem esquecer-se da dimensão humana. Tendo como principal desafio, diminuir a distância entre o virtual e o real. Logo, pode-se identificar as etapas do planejamento de um curso de EAD, de forma resumida, já que serão exploradas mais adiante nas próximas unidades, na seguinte ordem: Concepção do curso. Estruturação da equipe de EAD. Elaboração do projeto pedagógico do curso. Elaboração dos diferentes materiais didáticos. Produção do curso com a integração dos materiais didáticos. Implementação do curso. Avaliação do curso. Como ação constante do planejamento tem-se a análise do mesmo, ou seja, o tempo todo se analisa o contexto pedagógico, o cronograma, as estratégias adotadas, as justificativas e os objetivos propostos, assim como, os recursos utilizados e se todo este conjunto atende as necessidades dos alunos. Essa análise traz dados e informações que permitem a avaliação global do curso, considerando cada uma de suas etapas. O que permite a readequação dos constituintes do planejamento, caso seja necessário, e promovem a realização e a gestão de cursos em EAD. Assim, o planejamento não acontece dissociado da avaliação e ambos consideram o perfil do aluno e suas expectativas. É dessa forma que se definem atividades individuais e coletivas que, articuladas aos objetivos educacionais, proporcionem atingir os resultados esperados no Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 13 sistema de ensino-aprendizagem, além de desenvolver competências colaborativas e solidárias. Planejar significa construir uma ponte mental partindo de onde você está agora até onde deseja estar, quando tiver alcançado o objetivo O planejamento é um processo que deve estar presente em todas as atividades, direcionando o profissional nas suas ações. O planejamento tem como principal finalidade nortear e direcionar o profissional para a ação a ser desencadeada, assim, o ato de planejar, garante que a ação proposta seja objetiva, operacional, funcional, executável, contínua e produtiva Agora vá ao Fórum e expresse a sua opinião sobre a importância do Planejamento na Educação. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 14 UNIDADE 3 Objetivo: Discutir sobre as tendências de EAD on-line Tendências de Cursos de EAD on-line O e-Iearning ou Educação pela internet é um mercado crescente no mundo, inclusive no Brasil. É uma tecnologia muito usada para treinamento de funcionários, nas mais diferentes áreas. O fato das empresas terem sido as primeiras a adotar este tipo de curso se explica na necessidade de atualização constante e no corte de custos com treinamento. Em um primeiro momento os cursos de EAD on-line, custavam muito menos que um treinamento presencial, eram autoinstrucionais, com os conteúdos todos publicados na internet e quase sem interatividade. Atendia a flexibilidade de tempo, espaço e ritmo do aluno e a avaliação se dava no próprio ambiente, com a correção feita por um software que apresentava o resultado na hora. Numa segunda fase, as preocupações pedagógicas passaram a ser o diferencial e o aluno o centro. As estratégias pedagógicas, as mídias articuladas ao processo de ensino- aprendizagem e mais, interatividade com chats, fóruns e lista de discussão já são comuns nos cursos de EAD on-line. Para não fugir a regra, na Educação, mais uma vez em sua história, as coisas foram um pouco mais lentas. As primeiras experiências surgiram no atendimento e as áreas que apresentavam mais problemas eram as relacionadas transferências, dependências e reprovações de alunos. Os primeiros progressos foram as ofertas de disciplinas com parte da carga horária à distância. Hoje, com amparo legal, os cursos de graduação já podem ofertar disciplinas completas totalmente a distância e essa realidade, também, se faz presente em cursos de especialização, extensão, qualificação e de curta duração. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 15 Com a possibilidade de aulas, com o uso de tele ou videoconferência, pela internet e com o apoio das mídias, hoje é possível elaborar uma proposta de curso, onde os próprios alunos definem o caminho e assim, encontram-se cursos prontos ou semiprontos, com atividades colaborativas. Acarretando uma aproximação cada vez maior entre empresas e universidades. Cabe ressaltar que as universidades públicas hoje são as detentoras do capital intelectual, consequência do incentivo a pesquisa, porém, são as empresas que possuem os recursos econômicos, a agilidade e o dinamismo. Juntas, numa sinergia impar, elas ganham com a tecnologia dos cursos EAD, principalmente on-line, que usam os Ambientes Virtuais de Aprendizagem. É verdade que a Internet ainda traz muito de texto e mídias já conhecidas, mas o avanço tecnológico permite a incorporação de mais inovações como: a TV interativa, a banda larga, os celulares e o acesso sem fio (wireless), só para citar alguns. O importante nos cursos de EAD, seja em instituições de ensino ou em empresas, é a organização do processo de ensino e aprendizagem. Essa organização está presente ao se planejar, desenvolver e executar o curso. Conhecer o púbico alvo, os alunos, desenvolver sua autonomia para aprendizagem, por meio de ações que promovam a interatividade e a colaboração, depende das estratégias pedagógicas e da forma como os conteúdos foram transpostos para as mídias que comporão o curso no AVA. Alguns estudos indicam que pessoas em período de formação alcançam o sucesso em cursos que combinam o presencial com EAD, como teleaulas ou videoconferências, com atividades individuais ou em grupo. No caso destas últimas, elas estimulam e motivam os alunos, ainda que sejam por chats, listas de discussão ou fóruns. Para pessoas com maturidade intelectual e com domínio tecnológico, cursos mais flexíveis e com menor tempo de interatividade simultânea, costumamser os mais apropriados, porque permitem a organização do tempo para aprendizagem enquanto trabalham, sendo a comunicação assíncrona a mais usada. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 16 Agora que você já teve uma visão geral sobre o planejamento e a sua importância na Educação a Distância on-line leia o texto complementar: Muito Além do Jardim de Infância - O desafio do preparo de alunos e professores on-line de autoria de Wilson Azevedo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 17 UNIDADE 4 Objetivo: Identificar os diferentes modelos do processo de Planejamento em cursos de EAD Tendências dos cursos da EAD on-line I I O marco dos cursos de EAD, e principal característica, é a flexibilidade de espaço e tempo; o que exige do aluno uma postura mais participativa e da equipe pedagógica, um processo de acompanhamento que o motive continuamente, além, de avaliar se, e como, está ocorrendo a aprendizagem no ambiente virtual. Por isso os cursos de EAD devem ser avaliados constantemente em seus processos. Outra característica importante dos cursos on-line, é a proposta de ajuste de conteúdos e estratégias metodológicas, para atender os objetivos pedagógicos do curso, as carências e necessidades educacionais dos alunos. Ponto de partida para caracterizar o modelo de um curso de EAD. Modelos do processo de Planejamento em cursos de EAD São muitos os modelos metodológicos do processo de planejamento e construção de cursos on-line. Aqui, alguns serão abordados; como os de Willis (apud ASSIS, 2002), que afirma que a EAD deve apresentar conteúdos baseados e adaptados de acordo com as necessidades do aluno e deve ser composto por 4 etapas principais: Design: determina necessidades, analisa a audiência e estabelece metas. Desenvolvimento: cria linhas gerais do conteúdo, consulta materiais existentes, organiza e desenvolve o conteúdo, selecionar e desenvolve material e metodologia. Avaliação: revisa as metas e os objetivos, desenvolver a estratégia de avaliação, coleta e analisa dados. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 18 Revisão: desenvolve e implementa o plano de revisão. Figura 1: Modelo de Desenvolvimento de Willis O modelo de Eastmond (apud BARCIA; RODRIGUES, 1998), apóia-se em três pontos. São eles: Diagnóstico: uso de questionários, entrevistas, pesquisa documental, observação participativa, grupos de discussão, envolvimento da comunidade. Desenvolvimento: após análise dos dados, selecionar a melhor alternativa que define o design e a produção de materiais do curso, seguido então para a implantação. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 19 Avaliação: com ênfase no envolvimento da instituição, seleciona-se as estratégias das avaliações, formativas e somativas, e, após a revisão do curso, (re)inicia-se o ciclo. Figura 2 : Modelo de Desenvolvimento de Eastmond Por ser um modelo de desenvolvimento mais detalhado e possuir base teórica e metodológica atual e diferenciada para os cursos de EAD, se dará destaque para as contribuições das ideias de Moore e Kearsley no Ensino a Distância. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 20 UNIDADE 5 Objetivo: Discutir os princípios teórico-metodológicos de Moore & Kearsley Os Princípios Teórico-metodológicos de Moore & Kearsley Os princípios teórico-metodológicos propostos por Moore & Kearsley (apud COMASSETTO, 2006) e Moore (apud AZEVEDO; OLIVEIRA, 2007, http://parcerias.wikispaces.com/; 19/04/2008) são encontrados na Teoria da Distância Transacional que teve sua origem nas tentativas de enunciar uma teoria da Educação a Distância a partir da ideia da palavra “transação”. Esta teoria centra como principal característica e problemática dos cursos de EAD o grau de distância na interação, distância comunicativa ou psíquica, entre alunos e professores, diferente da distância física. Assim há uma troca de ideias, informações e conhecimentos entre professor e aluno e para que essa troca se dê de maneira equilibrada no enfoque pedagógico é preciso pontuar as dimensões que constituem essa teoria. O modelo apresentado por Moore e Kearsley (apud ASSIS, 2002 p. 54) é mais detalhado e tem maior número de etapas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 21 Tipo de Curso Design Implementação Interações Ambiente de Aprendizado - Necessidades dos Alunos - Design Instrucional - Impresso - Tutores - Trabalho - Filosofia da Instituição - Planejamento do curso - Vídeo/Áudio - Administração - Residência - Especialistas - Produção dos materiais - Televisão/Rádio - Colegas - Sala de Aula - Estratégia pedagógica - Estratégias de Avaliação - Softwares - Centros de Aprendizagem - Videoconferência - Redes de Computadores Figura 3. Modelo de Desenvolvimento adaptado de Moore e Kearsley. BARCIA; RODRIGUES, 1998. p. 08. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 22 Para Moore e Kearsley (apud RODRIGUES, 1998) existem variáveis como filosofia, política e objetivos da instituição que já devem ser consideradas na primeira etapa, já que estarão presentes nos valores dispostos no curso e outras variáveis, ainda que extracurriculares, como a família, deveres e interesses sociais, a saúde e o trabalho que podem interferir no desempenho do aluno, porém há uma variável importante que se refere a estrutura dos programas educacionais, especificamente ao binômio flexibilidade – rigidez das estratégias metodológicas de ensino, desenvolvimento e adaptação dos objetivos e dos processos de avaliação aos objetivos dos alunos. A também outra variável que se refere ao diálogo que ressalta a qualidade da interação entre professor e aluno e estimula meio de comunicação que ajudem a diminuir a distância transacional. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 23 UNIDADE 6 Objetivo: Discutir os diferentes tipos de curso de EAD e suas implicações no Planejamento, a partir da análise de algumas variáveis. Para Moore e Kearsley o tipo de curso só é definido após o conhecimento do perfil dos alunos e análise das necessidades de aprendizagem dos mesmos, que deve ser atendida a partir dos princípios filosóficos da instituição. Além disso, é necessário saber e analisar a existência e disponibilidade de especialistas no mercado e como serão trabalhadas as estratégias pedagógicas, peculiares para essa modalidade de ensino. A seguir, como realizar esse processo da análise das variáveis que fazem parte do planejamento. Modalidade de curso e as variáveis no planejamento Para Belloni (1999) duas são as modalidades de curso: Educação Aberta e Educação a Distância. São diferentes e escolher uma delas depende do objetivo da instituição. A Educação Aberta (EA) considera os critérios de acesso ao sistema educacional e flexibilidade de tempo, espaço e ritmo, enquanto a Educação a Distância (EAD) usa de meios técnicos para a comunicação e há separação física entre professor e aluno. Ambas as modalidades podem existir de forma independente ou integrada. No Brasil, o interesse do aluno está no grau de empregabilidade que a certificação proporciona e as duas modalidades fazem uso intensivo de várias tecnologias como áudio, CD-ROM, Internet, material impresso, realidade virtual, vídeo. É importante ressaltar que os critérios definidos pelo MEC para avaliação de reconhecimento para certificação dos cursos nas IES na EA ou na EAD hoje, são iguais aos cursos de modalidade presencial e com esse rigor, evita-se modelos considerados de categoria inferior. Dessa forma, o aluno fica mais tranquilo em relação ao investimento em tempo e dinheiro, Copyright © 2007, ESAB – EscolaSuperior Aberta do Brasil 24 para realizar um curso que atenda suas necessidades profissionais, aceito pelo sistema educacional vigente e reconhecido no âmbito social e profissional. Para Belloni (1999), hoje existem dois tipos de instituições consolidadas que oferecem cursos a distância: Instituições Especializadas – desenvolvem exclusivamente a EAD. Abrangem grande amplitude territorial, em geral são em nível nacional e têm orçamento próprio e independente. Emitem certificados com o mesmo valor formal e legal das IES, que oferecem cursos na modalidade presencial. Instituições Integradas – desenvolvem cursos na modalidade presencial, mas atuam também na EAD. As variáveis: Porter (1996) ao abordar o processo de planejamento de cursos, através do uso de meios tecnológicos considera algumas variáveis: Público: conhecer o perfil cultural, social e econômico dos alunos, assim como suas expectativas e necessidades auxiliam na seleção dos métodos e recursos tecnológicos mais adequados. Conteúdo adequado: um conteúdo que atenda às necessidades do aluno pode superar as deficiências tecnológicas e para isso, é importante que a apresentação da informação se dê de diferentes maneiras; fato este que deve ser considerado no planejamento, desenvolvimento e avaliação do ensino. Neste sentido, vale ressaltar que uma equipe multidisciplinar pode proporcionar distintos enfoques e realidades profissionais na elaboração das atividades ofertadas ao aluno, ajudando-o a superar possíveis problemas psicológicos, sociais e técnicos. Meios tecnológicos: é necessário considerar acessibilidade física e temporal, compatibilidade entre conteúdo e recurso tecnológico e custo. O tipo e o objetivo do Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 25 curso em geral determinam a tecnologia mais adequada. As mais utilizadas são a internet, material impresso, vídeo, videoconferência, videoaula e teleconferência. Fases de implementação e controle: registro e controle das informações dos alunos que podem ser: nível de satisfação com o curso, qualidade dos meios pedagógicos e metodológicos entre outros, auxiliando na validação do modelo do curso. Modelos de Cursos Há alguns componentes que são comuns nos cursos de modalidade presencial e na EAD. São eles: Apresentação do conteúdo; Atividades práticas Interação com professores, alunos através dos meios tecnológicos Suporte pedagógico e logístico Avaliação De acordo com o Institute for Distance Education (IDE, 1997) os cursos a distância podem se apresentar como: Classe distribuída pelo uso das novas tecnologias de informação e comunicação.: O curso que se baseia em sala de aula pode ser expandido para outros locais com o controle do ritmo e do lugar realizado pelos professores da instituição. Aprendizado independente: O aluno recebe o material para estudo individual e o usará para estudar sem que se determine lugar e se estabeleça um horário. O acompanhamento pedagógico se dará por alguém indicado pela instituição. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 26 Aprendizado independente + aula: além do material que o aluno recebe para estudo, também há encontros presenciais ou uso de mídias interativas, para troca entre professores e colegas. Segundo o IDE, as etapas de um planejamento básico para um curso a distância são: Suporte Logístico: refere-se à distribuição de materiais; independente da mídia, estrutura de avaliação de aprendizagem, ressarcimento aos professores e equipe de suporte dos custos com comunicação ou deslocamento para atendimento aos alunos. Suporte aos Alunos: acesso a bibliotecas, atendimento individual para o aluno, acesso a; laboratórios e equipamentos de informática além da orientação acadêmica. Suporte aos Professores: treinamento da tecnologia e metodologia do curso, reconhecimento financeiro e/ou acadêmico do trabalho em EAD; assessoria de especialistas na produção de materiais e acesso ás ferramentas apropriadas; seleção e contratação de bons professores. Avaliação de Processo: o suporte técnico deve ser avaliado tanto pelos professores como pelos alunos. A avaliação do desempenho dos professores deve ser adequada e ser distinta dos outros sistemas de suporte ao aluno. Deve-se avaliar também o suporte ao professor e o treinamento oferecido à este. Laboratório: este espaço poderá ser usado para desenvolvimento de mídias para uso individual, videoconferência, gravação e edição de questões ou simulações como também para encontros presenciais com equipamento adequado. Sendo assim, para planejar um ambiente de Educação a Distância e torná-lo viável é necessário ter domínio e embasamento de múltiplas variáveis que considerem o modelo de curso oferecido e a identidade filosófica da instituição, usando de estratégia pedagógica adequada e assim atender as necessidades e anseios dos alunos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 27 Agora que você já teve a oportunidade de entender os aspectos e as variáveis do Planejamento em Educação a Distância, resolva a lista de exercícios 1 no “link” ATIVIDADES. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 28 UNIDADE 7 Objetivo: Conceituar Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância e explorar os componentes que o compõe. Ao se definir o design de um curso a distância depara-se com as dificuldades da falta de integração e compatibilidade entre os materiais desenvolvidos e o gerenciamento necessário das informações virtuais disponibilizadas. Para resolver esta situação deve-se criar um sistema de gerenciamento próprio para o contexto do Ensino a Distância. Este sistema na verdade é um conjunto de ferramentas para: administração, manipulação de textos e gráficos, acompanhar o desenvolvimento do aluno como avaliações, trabalhos extraclasses, avaliações além de outras exigências do ambiente de ensino. Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância e o Sistema de Software Um sistema de software para este tipo de gerenciamento é composto por: Banco de dados: responsáveis em armazenar as informações relacionadas ao ambiente de ensino e aos usuários como os alunos e professores. Controle de mensagens: administram o tráfego das mensagens das diferentes caixas postais e o endereço de correio eletrônico de cada usuário. Servidores: são os responsáveis pela manutenção e controle da comunicação entre os diversos computadores da rede. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 29 Tutores inteligentes: incluem funções especiais para acompanhar a evolução e o desenvolvimento do aluno, usando para isso de características pessoais de cada aluno. Está baseado nos conhecimentos da Inteligência Artificial. As interfaces precisam ser integradas para facilitar a disponibilização de serviços básicos e assim o sistema de gerenciamento deve dar condições para acesso à: Acompanhamento do progresso e do desenvolvimento dos alunos. Administração de material avaliativo como exercícios, provas e testes que alimentam o banco de dados. Auxílio aos professores no registro de aulas e notas e aos administradores na atualização dos relatórios do andamento das atividades. Comunicação entre professor/aluno, aluno/aluno, instituição/professor, instituição/aluno, etc. Conferência por áudio e/u vídeo. Controle e organização dos conteúdos, reunindo as informações dispersas. Correio eletrônico para comunicação Criação e edição de páginas em HTML, sem a necessidade do domínio desta linguagem, podendo ser usada ferramentas que apresentam tutores assistentes. Edição colaborativa de documentos. Links para informações que se relacionam e se completam em outros pontos do ambiente web. Material multimídia como animação, hipertexto,imagens, som, vídeo, arquivos em Power Point, planilhas eletrônicas e outras mídias que podem estar agrupados em uma página da internet e acessados remotamente em casa, sala de aula ou laboratórios. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 30 Mural de avisos dos professores aos alunos para indicação de tarefas e de trabalhos cooperativos. Páginas pessoais de alunos e professores. Salas de bate papo virtual (chats) e fóruns de discussão. A integração entre o sistema de gerenciamento e o banco de dados também é importante e deve garantir: Autenticação de acesso dos alunos. Atualização automática da vida acadêmica dos alunos como notas e frequências. Criação e manutenção de turmas virtuais. Principais Ferramentas de um Sistema de Gerenciamento de Ensino a Distância Avaliação on-line É uma ferramenta que permite verificar o desempenho do aluno. Em geral os sistemas selecionam automaticamente as questões que estão em um banco de dados e geram o teste que em função das respostas dos alunos, fazem o cálculo automático das notas. Há sistemas, que os testes são vinculados ao conteúdo e permitem ao professor detectar pontos que precisam ser revistos e assim realimentados de informação, o que leva a possíveis adequações do currículo. Bibliotecas Digitais É um sistema que une a tradição de busca, classificação e divulgação do conhecimento com a tecnologia da internet. Apresenta mecanismos automatizados de indexação e de busca de informações através de palavras-chave. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 31 Facilidades de Interação Em geral os sistemas atendem 3 níveis de interação: alunos com conteúdo; alunos com professores e alunos com alunos. Os sistemas preveem o uso de correio eletrônico com conteúdos que podem variar desde mensagens simples até páginas de textos e trabalhos desenvolvidos. Também consideram o uso dos fóruns de discussão que, por apresentarem caráter assíncrono de comunicação, têm sua aplicação na troca de mensagens que são visualizadas de forma organizada e hierárquica. Além do correio eletrônico e dos fóruns existem as salas de bate papo que tem o seu diferencial na comunicação síncrona que dinamiza a discussão entre os participantes. Trabalho Cooperativo São os recursos de rede que são usados para interação entre alunos e professores. Essa interação pode ser síncrona, ou seja, a comunicação se dá em tempo real e simultânea ou assíncrona que é a comunicação entre os participantes em momentos diferentes. Há também a possibilidade de visualizar, adicionar e editar o material compartilhado. Sistemas que apresentam esses serviços em uma única interface costumam ser mais eficientes. O uso de Sistemas de Gerenciamento na Educação a Distância é um elemento da tecnologia que promove o ensino centrado no aluno, na sua participação ativa, na aprendizagem colaborativa tendo o professor o papel de facilitador deste processo. Por serem navegáveis em ambiente web e fáceis de serem usados, são familiares aos alunos e professores; o que reduz o tempo e custo de treinamento. Para se desenvolver os conteúdos do material instrucional, com base em um Sistema de Gerenciamento, o ideal é usar a hipermídia simples, que pode ser criada, em pouco tempo, por pessoas com conhecimentos básicos de informática. Também se pode recorrer ao ambiente de rede e explorar o uso de links. Nessa proposta, os sistemas oferecem maior facilidade de edição, atualização e disseminação das informações. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 32 O padrão de acesso, através de protocolos de comunicação da internet, facilita ao usuário o acesso ao sistema de gerenciamento. O importante é saber que; qualquer que seja o sistema de gerenciamento, ele deve permitir ao professor controlar, analisar e ajustar todo o processo de ensino-aprendizagem. Além de interligar as pessoas que fazem parte deste processo, permiti atualizações que sustentem e facilitem distintas estratégias de ensino com flexibilidade de desenvolvimento e distribuição do material instrucional. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 33 UNIDADE 8 Objetivo: Conhecer os profissionais envolvidos na criação do ambiente de EAD e os possíveis tipos de usuários deste ambiente. A criação do ambiente do sistema de gerenciamento em EAD se constitui basicamente no desenvolvimento do design. É realizado por um provedor de EAD que conhece os princípios pedagógicos e os fundamentos tecnológicos da instituição. Aproveita-se então do potencial das TICs, somado ao conhecimento de uma equipe especializada no aprendizado pelas novas tecnologias, para se definir o design educativo e o design computacional. Dessa forma, é importante a participação de uma equipe multidisciplinar para a construção e desenvolvimento deste ambiente. Equipe multidisciplinar no desenvolvimento de ambiente EAD Designer Educativo O papel do designer educativo é coordenar todo o trabalho de criação do ambiente EAD. Ele é responsável pelo planejamento, desenvolvimento, seleção e acompanhamento de métodos, técnicas e atividades de ensino que facilitem a aprendizagem. É o designer educativo que pensa a arquitetura pedagógica do ambiente com base: na estrutura de ensino da disciplina, no contexto educativo do ambiente, nas definições das estratégias pedagógicas e nas definições do conjunto de ações para implementação. Para tanto considera: Contexto do ambiente: define-se o público alvo, a área de conhecimento, a subárea, os objetivos e conteúdo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 34 Estratégias pedagógicas: define-se como se apresentarão os conteúdos e o modo de intervenção pedagógica. Como estratégias mais comuns se têm: apresentação e demonstração de assuntos, resolução de problemas, respostas e avaliação dos alunos. Definição do conjunto de ações: implementa-se as estratégias com a execução das atividades em diferentes graus de interação, que podem ser síncronas ou assíncronas, como: perguntar, usar gráficos, exemplificar e disponibilizar textos. As estratégias de ensino em EAD: devem atuar de forma macro e sistêmica durante o processo de aprendizagem. Isso pode se dar através de conteúdo texto, exercícios com respostas, figuras, gráficos, índices, perguntas e outras táticas. Assim o ambiente de aprendizagem produzido se apresentará motivador e interativo, já que provocará no aluno o exercício do pensar analítico e crítico em situações reais onde o conhecimento adquirido possa ser aplicado e transcender das representações para a realidade. Além disso, tem como suporte as intervenções do professor que quando necessárias, possibilitarão ao aluno novas estratégias. Designer instrucional Este profissional projeta o ambiente virtual a partir do domínio das metodologias das teorias de ensino e aprendizagem aplicadas nas tecnologias educacionais. Seu papel é ajudar as pessoas através de uma variedade de métodos e formas, a aprender e desenvolver competências. Dessa maneira contribui na definição de quando usar - ou não usar - cada um destes métodos. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 35 Conteudista Profissional que domina o conteúdo do curso e trabalha de forma integrada com o designer instrucional. Em geral é um professor ou especialista, mestre ou doutor, com experiência nas disciplinas de estudo do conteúdo. O material produzido pelo conteudista deve refletir seu saber, mas também as necessidades do projeto de EAD ao qual está inserido. Designer gráfico São os produtores de mídias que, a partir das ideias do designer instrucional e do conteudista, desenvolve o material educacional e define o tipo de mídia que deve ser usada para cada situação.Como especialistas tem-se: Webdesigner Concebe e produz o site, dá identidade visual, mantém as páginas atualizadas, digitaliza e trata as imagens e é responsável pela diagramação e animações. Programador web Concebe e projeta as aplicações no ambiente Web além de: desenvolver, codificar, testar e documentar as aplicações que tratam automaticamente a informação. Animador em computação gráfica Planeja, cria os roteiros e projeta as animações por computação gráfica e outras mídias. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 36 A construção desse ambiente deve atender os objetivos pedagógicos, as expectativas do público alvo, assegurando qualidade da aprendizagem, indo de encontro aos anseios de todos os tipos de usuários. Mas quem são eles? Tipos de Usuários Administrador geral Responsável pela administração geral do ambiente virtual. Pode trabalhar com administradores auxiliares. Define para categoria de usuário seus direitos administrativos e espaço de acesso no ambiente do curso. Administrador auxiliar Tem todos os direitos de acesso que o administrador geral, com exceção de desativar o administrador geral ou outro administrador auxiliar. Professor São vários tipos de professor que podemos encontrar. São eles: Autor Cria cursos, edita conteúdos além de ativar salas de aulas virtuais e definir os tutores para cada uma. Editor Edita o conteúdo dos cursos e administra a tutoria dos mesmos, mas não tem direito administrativo de criar salas virtuais ou ativar tutores. Tutor Administra as rotinas de tutoria dos cursos como atribuir nota às tarefas dos alunos, monitorar a realização de tarefas, além de facilitar e mediar os fóruns. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 37 Não tem o direito administrativo de alterar o curso, criar salas virtuais ou ativar outros tutores. Estudante Desde que inscrito no curso, participa do mesmo com direito de acesso ao conteúdo do e das atividades pedagógicas como: questionários, enquetes, resumos, fóruns, entre outras. Visitante Há espaços de acesso ao ambiente virtual que permitem ao visitante acompanhar e conhecer um pouco do conteúdo, da metodologia usada, da interatividade, enfim da estrutura e dinâmica do curso EAD. Nesta unidade foram abordados os componentes da Equipe Multidisciplinar no ambiente de desenvolvimento de EAD. Você já teve a experiência num desses papéis? Relate a sua percepção no Fórum correspondente. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 38 UNIDADE 9 Objetivo: Conhecer e compreender os indicadores de qualidade em cursos EAD e o Sistema de Gerenciamento de EAD do ponto de vista Pedagógico. Para se atingir um padrão de excelência em um ambiente virtual voltado para a Educação é preciso refletir sobre a qualidade dos cursos em EAD que se quer oferecer e observar quais os aspectos a serem considerados para garantir a qualidade do processo de ensino e aprendizagem no meio digitalizado. Para Demo (1994) qualidade é a representação do desafio de humanizar a realidade e por meio da sociedade estabelecer valores e fins que sejam desejáveis, necessários e éticos do ponto de vista do desenvolvimento humano, sendo a educação e o conhecimento sua base principal. Assim, a busca de indicadores de qualidade em cursos de EAD na verdade é um compromisso de todos aqueles que creem em um trabalho responsável que envolve o desenvolvimento social, principalmente do aluno, sujeito ativo dos processos de aprendizagem que no caso de EAD se dá de forma bastante peculiar. Na Conference Board of Canadá (1991) foram identificadas as competências essenciais para os profissionais do Século XXI. São elas: atitudes positivas; autoaprendizado; ler, escrever, falar e ouvir; ética; flexibilidade às mudanças; pensamento crítico, lógico e numérico; relacionamento interpessoal; responsabilidade; trabalho em equipe; solução de problemas e busca de informação. O ambiente virtual voltado para o ensino e aprendizagem precisa então integrar: pesquisa, navegação, compreensão da informação, aplicação do conhecimento e desenvolvimento das competências do profissional que se quer hoje. Aspectos como infraestrutura tecnológica adequada, coerência entre objetivos propostos e o desenvolvimento do curso, gestão de recursos humanos, atuação dos professores, Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 39 apresentação e nível de conteúdo dos materiais didáticos digitalizados, são pontos que apresentam, em geral, muito descontentamento para os alunos. Como exemplo, o Canadá elaborou um guia de cursos e programas virtuais com suas características e indicadores de qualidade. De forma esquemática, encontra-se em ordem de importância: Vale esclarecer que; como segundo item mais importante para se avaliar a qualidade de um curso EAD, os processos de ensino e aprendizagem incluem: a avaliação dos processos, o suporte do sistema e o uso dos recursos de tecnologia de informação e comunicação. Indicadores de qualidade para ambientes de cursos EAD Como parâmetro de qualidade deve-se estabelecer alguns critérios, considerados fundamentais para os cursos de EAD. Entre eles destacam-se: - Acessibilidade O ambiente deve apresentar conteúdo rico em informação, acessível, interface amigável e de alto nível de interatividade. Neste item interface, deve-se prestar atenção para que esta não esteja dissociada da proposta pedagógica. O mais Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 40 importante é que o acesso de todos esteja garantindo, permitindo ao usuário, seja qual for, usar qualquer ferramenta para entender e interagir com os conteúdos do curso. - Clareza A apresentação visual do ambiente virtual e a estrutura que a informação é transmitida são de extrema importância, pois a aquisição dos conhecimentos e a, conseqüente, aprendizagem dependem muito da clareza e a concisão do material didático produzido. Assim, deve-se ter especial cuidado na seleção e organização de conteúdos, que devem estar adequados a proposta pedagógica que fundamenta o curso, na criação das atividades de estudo e de avaliação de aprendizagem. - Consistência O curso de EAD deve apresentar consistência teórica didática, ou seja, as aulas deverão apresentar objetivos pedagógicos que possam ser alcançados com o suporte dos conteúdos selecionados e com avaliação de aprendizagem coerente com as atividades propostas. Isto significa que há uma uniformidade nas respostas originadas em situações de interação. - Eficiência O acompanhamento do acesso do aluno no ambiente do curso de EAD já pode ser considerado· um indicativo de eficiência, quando este ambiente oportuniza reflexão sobre os progressos atingidos pelo mesmo. É assim que se verifica como os conteúdos estão integrados com as atividades e avaliações que levem ao aprofundamento da compreensão do assunto e como o aluno, sujeito da aprendizagem, aplica seus novos conhecimentos na realidade. Isto significa analisar todas as ações que envolvem o curso de EAD, desde o planejamento até sua execução, embutido aí o atendimento das demandas dos vários tipos de usuários. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 41 - Flexibilidade As ferramentas que se encontram nos ambientes virtuais são muito vantajosas quando se trata da independência de tempo e espaço, ponto-chave hoje nos cursos de EAD. A questão aqui, porém é a flexibilidade das estratégias didáticas que devem ser adaptáveis para atender o aluno para que ele possa aprender em seu próprio ritmo, com os recursos que melhor se ajustem ao sue processo único de aprendizagem. - Quantidade adequada de links É muito importante que se use de elementos de mídia distintos, que motivem e favoreçam o envolvimento do alunono desenvolvimento dos conteúdos, durante o processo de aprendizagem. Assim a interatividade atingida, pela aplicação dos recursos multimídias, deve ser muito bem explorada, já que pelo seu caráter não linear, promove uma atitude investigativa, mas que se for de apelação de extrema ludicidade pode, em vez de ajudar, distrair e tirar o foco do objetivo pedagógico proposto. Os indicadores aqui apresentados são alguns a serem observados. Como essa abordagem está voltada para ambiente de cursos em EAD, há uma dinâmica a ser considerada, própria da característica dos ambientes virtuais. Isso significa que as reavaliações devem ser contínuas para constante ajuste das ações que compõem a implementação de um curso on- line. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 42 UNIDADE 10 Objetivo: Conhecer e compreender os indicadores de qualidade em cursos EAD e o Sistema de Gerenciamento de EAD, do ponto de vista pedagógico. Indicadores de Qualidade e o Sistema de Gerenciamento de EAD: sob o olhar pedagógico. Para aprofundar um pouco mais sobre os indicadores de qualidade deve-se retomar o que foi anteriormente explorado na unidade sobre Sistema de Gerenciamento de EAD, porém enfatizando a reflexão pedagógica que permeia todo o desenvolvimento do ambiente virtual para cursos de EAD. Como primeiro critério para escolha do SG tem-se a concepção epistemológica, isto é, a crença de como se dá a aprendizagem, o desenvolvimento e a aquisição do conhecimento pelo sujeito. Segundo Okada & Santos (2003) há SG que podem ser instrucionistas, interativos e colaborativos. Se instrucionistas, o centro é o conteúdo e isso pode ser verificado pelo material que pode ser impresso e pelo tipo de suporte oferecido pelos tutoriais ou formulários enviados por e-mail; com o mínimo de interação e participação on-line do aluno. Já o SG interativo tem como objetivo a interação on-line com o máximo de participação do aluno. Em geral, os materiais são desenvolvidos durante o curso, já que considera as expectativas e opiniões dos participantes. Há liberdade de escolha do material desejado e de interpretação, vinculado à responsabilidade que cabe ao aluno no decorrer do curso. As atividades se organizam em áreas de interesse e profissionais convidados podem participar. Sem dúvida que a participação do professor é mais intensa nesse SG. Se a concepção epistemológica é cooperativa, o trabalho é colaborativo e se dá pela participação on-line, isto significa que o processo de comunicação e interação é Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 43 muito ativo. Há grande comunicação on-line entre os participantes, dando um ritmo bastante dinâmico para o curso, sendo o sujeito o centro do processo de aprendizagem. Entre os SG mais usados tem-se AulaNet, DotLRN, Intralearn, Moodle, Teleduc, Webaula e Webensino. A tabela abaixo apresenta algumas informações sobre estes Sistemas de Gerenciamento de EAD. Plataforma Virtual Principais Características Concepção ou Abordagem Pedagógica Forma de Distribuição Código Aberto AulaNet Independência de “expertise”: o autor do curso não precisa ser um especialista em Internet; Interatividade: o autor do curso deve enfatizar a interatividade de forma a atrair a participação intensa do aprendiz; Reutilização: o ambiente possibilita a reutilização de conteúdos já existentes em mídia digital, através, por exemplo, da importação de arquivos Não apresenta Gratuito / Livre Não DotLRN Possui arquitetura escalável, modularizada e extensível, foi desenvolvido para suportar comunidades on-line em Não existe claro uma Definição de Abordagem pedagógica. Gratuito/Livr e Sim Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 44 situações de ensino, pesquisa, administração e redes sociais. A escolha é feita pelos professores e desenvolvedores dos cursos e não do ambiente virtual. Intralearn Interatividade e colaboração a partir de um conjunto de ferramentas e recursos digitais. Não apresenta Comercializ ado Não Moodle Promove uma Pedagogia Social Construcionista; Adequado para aulas 100% on-line; Fácil de instalar em qualquer plataforma que suporte o PHP; Independência total da base de dados. Construtivismo Construcionismo Construtivismo social Conectado e separado Gratuito/Livr e Sim TelEduc Facilidade de uso; Flexibilidade quanto ao modo de usar o ambiente; Conjunto enxuto de funcionalidades. Resolução de problemas, interação e a colaboração (Construtivismo, Interacionismo e Gratuito/Livr e Não Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 45 Construcionismo) WebAula Estrutura modular e compõe-se de módulo de sala de aula, tutoria, administrativo, coordenação e ecommerce Não apresenta Comercializ ado Não WebEnsin o Modelos flexíveis de implantação, personalização, integração com outros sistemas, multiplataforma, multilínguas e compatível com os padrões internacionais SCORM e AICC. Não apresenta Comercializ ado Não Tabela 1: Características e informações das plataformas virtuais adaptada de Comassetto, 2006. p 41 Ao se analisar e relacionar os indicadores de qualidade com as características dos diferentes SG pode-se afirmar que, o que de fato traz diferencial nos cursos EAD é a concepção pedagógica. Indo mais além, a importância da equipe multidisciplinar, que na soma das especializações de cada profissional envolvido, amplia as possibilidades, olhares e práticas da didática encontrada nos cursos de EAD que usam as tecnologias da informação. Com o conhecimento desenvolvido até o momento já há condições de se compreender como se dá o desenvolvimento do ambiente de EAD. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 46 UNIDADE 11 Objetivo: Discutir a elaboração do Projeto Pedagógico como fator de identidade de um ambiente de EAD. Para se atingir um padrão de excelência em um ambiente virtual voltado para a Educação é preciso refletir sobre a qualidade dos cursos EAD que se quer oferecer e observar quais os aspectos a serem considerados para garantir a qualidade do processo de ensino e aprendizagem no meio digitalizado. Um curso on-line, como já foi dito anteriormente, deve ter claro sua proposta pedagógica, porém a peculiaridade que envolve o espaço virtual traz a necessidade de mudanças de paradigmas no modo de pensar, elaborar e aplicar um projeto pedagógico. A necessidade da construção de Projeto Pedagógico em EAD Projeto Político Pedagógico Institucional em EAD Em uma empresa o projeto pedagógico de EAD é um investimento para médio e longo prazo, que beneficia a organização e os indivíduos que dela participam. A instituição ganha com a diminuição dos espaços vazios de competências, espaços estes que acabam por se relacionar com estratégias e diretrizes organizacionais, promovendo, portanto a democratização do conhecimento para todos os envolvidos neste processo. Para os funcionários, o ganho se verifica na velocidade do desenvolvimento profissional que o contexto da organização proporciona. São três as etapas que devem ser observadas na implantação do Projeto Pedagógico para EAD em uma instituição. São elas: Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 47 1. Introdução: é preciso adquirir competências pra atuar internamente com EAD e criar na instituição o espaço para isto. Como dificuldades encontradas nesta etapa têm-se: o desconhecimento sobre EAD pelas pessoas, resistência e descaso para o que se desconhece, principalmente, para o pessoal interno; restrições de investimento, pouca, ou nenhuma, infraestrutura técnica e gerencial quesustentem o projeto. 2. Difusão: fase de institucionalização do projeto, ou seja, é o momento que se organiza e se prepara a instituição e seus funcionários para a execução do projeto. Ainda é possível nesta etapa encontrar resistências, mas em geral são decorrentes de conflitos de distribuição de poder entre as distintas áreas de atuação na empresa. Além disso, a infraestrutura ainda pode apresentar problemas o que pode levar a situações de centralização e excesso de burocratização. 3. Consolidação: nesta etapa há a expansão da EAD na organização e resistências pontuais ainda podem ser encontradas. E preciso atentar para que a falta de recursos para a manutenção das ações na implantação do Projeto Pedagógico em EAD não ponha tudo a perder. E importante que a empresa tenha em seus principais líderes, consciência das dificuldades e da sua parcela de responsabilidade para o sucesso do projeto político institucional criado. Projeto pedagógico de um Curso Como um desenho de um plano, o Projeto Pedagógico de um curso deve apresentar unidade e estar coerente com o Projeto Pedagógico da instituição. Nele, encontra-se o delineamento do material didático a ser produzido e as ferramentas tecnológicas do ambiente EAD que serão usadas na mediação com o aluno como proposta de solução educacional. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 48 Para elaborar então um Projeto Pedagógico em EAD considera-se: Público alvo: perfil, necessidades e expectativas Seleção de conteúdos: objetiva atender o desenvolvimento de competências necessárias Meios tecnológicos e suporte técnico: escolha do meio mais apropriado para o desenvolvimento das competências, da especificidade do conteúdo e da acessibilidade dos participantes. Avaliação contínua de aprendizagem: seleção de ferramentas de acompanhamento, inclusive a tutoria. Estratégias e táticas de interatividade e interação: escolha de instrumentos e canais que se integrem e facilitem o processo de aprendizagem. Avaliação do projeto: identificação da metodologia e instrumentos para a avaliação do projeto, desde sua concepção, passando pela implementação até os resultados atingidos pelos alunos e pela organização. Pode-se afirmar então que: A necessidade da construção de um Projeto Pedagógico em EAD se justifica no exercício da interação entre a equipe multidisciplinar, que acaba por dar identidade à organização e ao curso, já que ele possibilita a intervenção positiva, a participação espontânea, o prazer e a responsabilidade da (co)autoria; numa verdadeira construção coletiva de conhecimento. A partir dessa fase é que se determina a escolha do Sistema de Gerenciamento e as ferramentas que irão mediar o processo de ensino e aprendizagem, reconhecendo que apesar de se desenvolver atividades colaborativas, o conhecimento passa a ser apreendido de forma mais individual. Diante deste novo cenário, aspectos teóricos e práticos dos projetos pedagógicos em cursos EAD são (re)conceituados e, nessa nova perspectiva assumem o nome de Desenho Pedagógico. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 49 Desenho Pedagógico É um novo termo conceitual do processo de ensino e aprendizagem e pode ser explicado como a sistematização do uso de procedimentos, estratégicas didáticas e metodologia que resultam em uma aprendizagem eficiente e produtiva. Em ambientes virtuais há algumas adaptações com a inclusão de novos componentes como: a) análise da base de conhecimento sobre as teorias da aprendizagem e das teorias instrucionais, b) desenho da estrutura de referência usado para o contexto, grupo alvo e conteúdo similar c) agrupamento de regras ou procedimentos válidos para regularizar e realizar o processo e o produto do desenho (LOWYCK apud COMASSETTO, 2006 ). Comassettto (2006) também apresenta os desenhos pedagógicos mais encontrados já sob este novo modelo de ensino que usa das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem. - Instruction System Design - ISO Conhecido como Design Instrucional, é um modelo mais voltado para treinamento que facilita a maneira de ensinar e aprender. Sua metodologia está voltada para planejamento e programas de capacitação. Definido como modelo de enfoque sistêmico, apresenta cinco fases de trabalho: Análise, Design, Desenvolvimento, Implementação e Avaliação. A qualidade de seu resultado depende mais dos conhecimentos básicos e conceituais das pessoas que o utilizam. - Cognitive Instructional Design - CIO Esse modelo proporciona ao aluno aprendizagens significativas através de: experiências, estímulos externos e por processos de autorregulações dos alunos, isto é, o aluno se autocontrola e há uma intensificação das atividades mentais, fazendo da aprendizagem um processo reflexivo e ativo. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 50 - Distributed Knowledge Design A aprendizagem passou por uma revolução com a internet já que esta trouxe facilidade para a divulgação e a distribuição das informações. Assim, é possível construir conhecimento com esta tecnologia respeitando as características individuais do aluno, mas através da cooperação e comunicação que são pertinentes a rede. - Computer-Supported Collaborative Learning Design - CSCL Esse modelo baseia-se nas teorias de aprendizagem colaborativa e cooperativa, por meio das tecnologias de informação e comunicação. Onde a construção do conhecimento é um processo educativo, realizado pela participação dos sujeitos em situações que sejam necessárias a discussão, reflexão e tomadas de decisão, sempre de forma colaborativa; o que pode ser favorecido em ambientes virtuais. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 51 UNIDADE 12 Objetivo: Conhecer o papel do docente na construção do Projeto Pedagógico. O Docente na Ação Construtiva do Projeto Na conjuntura da EAD grandes desafios são apresentados e, no sentido de sedimentar no país uma educação de qualidade num formato mais democratizante, esses desafios precisam ser enfrentados. O primeiro deles é a resistência do docente em investir em uma nova proposta; a de partilhar o seu espaço de saber com os atores envolvidos no processo. Incorporada a essa situação tem-se o preconceito em relação à EAD, enraizado na população brasileira e em algumas instituições educacionais. Embora, muitas experiências vêm sido desenvolvidas, no sentido de responder a esses desafios, somente a utilização de novos modelos mediáticos de comunicação não são suficientes para garantir a superação dos mesmos. Assim como não existem fórmulas prontas ou mágicas para a mudança da postura educacional exigida nessa modalidade de ensino-aprendizagem. Outro fato relevante é a resistência da sociedade a mudanças sociais. Como a Educação a Distância envolve, além de uma formação docente mais específica, alterações em documentos e planos institucionais, exigindo, também, a presença de um departamento com objetivos específicos que promovam a inovação educativa das instituições acaba sendo um exemplo dessa resistência. Quanto ao educador, envolto em novas exigências, que abrangem o seu fazer profissional, no contexto universitário, está inserido em uma instituição social que deve ser referência e motor de mudança e inovação na sociedade. Sendo assim, a formação, a capacidade e as atitudes dos docentes tornam essencial a presença do educador na elaboração do Projeto Pedagógico. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 52 Essa capacidade do Professor se inicia com o preparo do material didático impresso, pois a comunicação com os alunos inicia-se com este material. Outro ponto relevante da participação docente está na preparação e execução das teleaulas, pois geralmente são feitas ao vivo e exigem grande preparo e dedicaçãodo docente. Para cumprir com as necessidades citadas anteriormente, o docente de Educação a Distância deve se formar na especificidade de suas funções; que são diferentes das funções do docente tradicional. A seguir, algumas das áreas que este profissional deverá investir: Fundamentos, estruturas e possibilidades de Educação a Distância; Identificação do estudante adulto; Características biopsicosociológicas condicionadoras da aprendizagem; Teorias de aprendizagem, formas de aprender, estilos, ritmos, possibilidades e métodos, recursos, concepções; Conhecimento teórico-prático da comunicação; Utilização dos diferentes recursos tecnológicos que lhe facilitam o trabalho; Integração de recursos didáticos próprios da modalidade (impressos, áudio, vídeo, etc.) adaptando-os para a aprendizagem independente e/ou colaborativa dos estudantes; Conteúdos científicos, tecnológicos e práticos do curso ou matéria em questão; Adaptação do curso às necessidades formativas do estudante; Organização do plano de trabalho; Técnicas de tutoria presencial e a distância, técnicas de feedback; Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 53 Técnicas para fomentar nos alunos a criatividade, a autonomia, a autoaprendizagem, o autocontrole, a automotivação, o autoconceito e a autoreflexão sobre o próprio estilo de aprendizagem; Técnicas de avaliação (autoavaliação e avaliação heterogênea), o quê, como, quando avaliar? Estilos de correção e qualificação e modos de realizar comentários nos trabalhos e provas. Como em qualquer outro curso, o professor precisa ter em mente o fim. O que ele quer que seus alunos aprendam quando interagirem com o material do curso? Que experiência os alunos levarão com eles ao concluí-lo? Assim como em um curso presencial, no curso on- line, o plano de ensino deve permitir que os alunos desenvolvam novas ideias, exercitem sua capacidade de pensar criticamente e saibam pesquisar. Quanto aos objetivos, estes podem ser mais amplos, para que os discentes desfrutem de um curso com base em seus interesses e necessidades, por que ao planejar um curso on-line é importante considerar os resultados esperados conforme o curso floresce. Algo que contribui e leva uma determinada certificação da evolução é a avaliação institucional permanente dos cursos que, por sua vez, são determinantes no diferencial de qualidade dos mesmos. Logo, todas as informações obtidas destas avaliações ajudarão a introduzir as modificações pertinentes para a melhoria do curso, pois, os cursos de ensino a distância devem ser submetidos a um processo permanente de avaliação e correção. No mais, educador e instituições jamais deverão esquecer que a EAD, não veio para substituir a educação tradicional, mas sim complementá-la. Onde a ênfase desta é o aluno, ou seja, o alvo centra-se no aprender a aprender e não simplesmente ensinar, em vista que, a assimilação do saber, da relação professor/aluno á algo particularmente das questões relacionadas à avaliação. Em suma, as técnicas em EAD, praticamente deixam de funcionar quando não há interatividade, obrigando a existência de escala, pois ao contrário do projeto este não tem Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 54 como se viabilizar economicamente. E partir desses ideais, conclui-se que: “(...)ninguém se torna educador da noite para o dia, assim como não nasce pronto ou com faixa escrita, sou educador. A pessoa se faz educador e forma-se permanentemente, por meio da prática e reflexão sobre a própria prática.” Paulo Freire (1986). Porquanto, a construção do saber e a docência são marcadas pelo trabalho de estruturar os componentes de estudo; orientar, estimular e provocar o participante a construir o seu próprio saber. Partindo do princípio de que não há resposta feita a cada um, mas que, na dimensão de busca perpassa a aprendizagem caracterizando-se como uma presença que é representada como um campo quão pode conviver o passado e o futuro, subsidiando projeções a serem vividas autonomamente. A docência caracteriza-se por seu caráter solidário e interativo, possibilitando o relacionamento da pessoa como um ser existente, inclusive para colocar-se entre outros, como uma presença que se põe intencionalmente. Professor e especialmente o tutor é sempre alguém que possui duas características essenciais: domínio do conteúdo técnico- científico e, ao mesmo tempo, habilidade para estimular a busca de resposta pelo participante. Ele é uma figura singular em todas as instituições de ensino a distância, pois é um conselheiro, um orientador, um assessor, etc., que auxilia os alunos no processo de ensino- aprendizagem, com o fito de reduzir ou eliminar as distâncias que definem os estudos por esta modalidade. No mais, o tutor deve ter em mente que a sua funcionalidade centra-se em instantes diferenciados, podendo este ocorrer diretamente ou à distância, enfatizando-se em qualquer um dos dois momentos. O contato com o discente não consiste num jogo de perguntas e respostas, incide no discutir e indicar bibliografia que amplie o raio de visão do educando, que viabilizem a sua prática. No processo de orientação à distância o atendimento realiza-se a partir da necessidade do aluno, que busca situar-se no contexto da aprendizagem. Os recursos tecnológicos são os intermediários do diálogo do tutor com o participante no qual o primeiro deverá contribuir com Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 55 informações adequadas para o processo de construção do conhecimento do aluno, evidenciando. É importante lembrar que dominar conteúdos não é o suficiente, além disto, a capacidade de uma inter-relação entre membros, dinâmica do processo e dizeres relacionados à modalidade de ensino apresentada, é fundamental. Conclui-se que o desenho pedagógico determina a sistematização do processo de ensino e aprendizagem, onde o centro está na construção de conhecimentos por meio de estratégias que envolvem atividades de divulgação e disseminação de informações, interações socioculturais, discussões e reflexões sobre cooperação e colaboração, essência de um curso de EAD. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 56 UNIDADE 13 Objetivo: Discutir sobre Pedagogia de Projetos Navegando nos Conceitos e Reflexões sobre Projetos e a Pedagogia de Projetos Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e cuja meta é o de alcançar objetivos específicos dentro dos limites de tempo e orçamentos dados. É uma ação de investigação que poderá propiciar a interação do sujeito aprendiz com o meio e com o objeto de conhecimento gerando, por consequência, pesquisa, criação, elaboração, depuração, (re) elaboração e múltiplas aquisições. Procedimento de trabalho que diz respeito ao processo de dar forma a ideia que está no horizonte. Estar em diálogo permanente com o contexto, com as circunstâncias e com os indivíduos, de uma maneira ou outra, vão contribuir para esse processo. Transformar uma temática em um problema é construir um projeto de trabalho. A Pedagogia de Projetos surge no início do século, com John Dewey e outros representantes da chamada “Pedagogia Ativa”. Embasada numa concepção de que educação é um processo de vida e não uma preparação para a vida futura e a escola deve representar a vida presente – tão real e vital para o aluno como a que ele vive em casa, no bairro ou no pátio. É uma proposta de intervenção pedagógica que dá a atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem aparecem nas tentativas de resolver situações problemáticas. Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 57 Um projeto gera situações de aprendizagem ao mesmo tempo, reais e diversificadas. É uma