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Pontifícia Universidade Católica de Goiás Escola de Engenharia Curso de Engenharia Civil Gabriela Moreira Lopes RELATÓRIO – NORMOSE – CAPÍTULO III Livro NORMOSE – A PATOLOGIA DA NORMALIDADE FIT 1620 – C01 Goiânia, 2020/2 CAPÍTULO III – DA NORMOSE À PLENITUDE 1. As tentações da Normose (Jean-Yves Leloup) Quando uma nova visão é introduzida, a normose do ambiente é agitada. A história de Cristo e o Inquisidor, contada por Dostoiévski, exemplifica isso. Uma nova visão põe em xeque as certezas e os hábitos de até então. A felicidade em saber que está tudo bem (segurança frágil sobre as situações) já não existe, pois a inquietação diante da realidade começa a surgir. Somos diferentes uns dos outros, portanto não existe uma fórmula mágica que satisfaça a todos. Isto é, se todos pensarmos a mesma coisa, fato é que já não pensamos mais. Somos induzidos pelo pensamento da multidão, como maria-vai-com-as-outras, porém achamos que pensamos de forma semelhante, o que é um grande engano. Devemos procurar encontrar nosso Cristo e Inquisidor próprios: um nos diz para discernir, questionar; o outro nos empurra leis engessadas, alienantes. É preciso avançar sem mentir a si mesmo, ou seja, aceitar o que se é por dentro, ainda que tais constatações provoquem uma reviravolta em nossa normose interior. 2. Trilhos normóticos, trilhas evolutivas (Roberto Crema) Escapar da normose significa despertar da letargia que nos faz esquecer de quem realmente somos. A verdadeira transformação está embasada no autoconhecimento, é transformar-se em quem de fato é. O poeta Jimenez diz: “Eu não sou eu. Eu sou Alguém que caminha ao meu lado”. Descobrir esse alguém é a chave. O normótico é aquele ser incapaz de agir por conta própria, de revelar seu verdadeiro eu. Pode viver a vida escorado na erudição, no poder, nas habilidades que tem ou desenvolveu, sem nunca se tornar humano. Gurdjeff descreve sete tipos de seres humanos. O número sete é aquele em constante busca por aprendizado. É o mais evoluído, o que compreende os outros seis. Por isso, não faz julgamentos, mas ama e perdoa. É esse tipo de ser que a tradição cristã orienta a tornar-se. Somos uma obra em construção. Necessitamos evoluir até chegarmos à excelência do número sete, finalmente humano. 3. Do estagnante ao mutante (Pierre Weil) A diferença entre um normótico (estagnante) e um saudável (buscador, mutante) está na forma com que ele busca a felicidade, a plenitude. O normótico tem muitas expectativas, e acaba decepcionado em algum momento. Ele se apoia em coisas, sensações e pessoas. Ele procura a plenitude “onde a andorinha dorme", sem se dar conta de que tudo já está dentro de nós. O saudável faz a anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória), consciente de que aquilo que ele procura só precisa ser trazido à vista de seus olhos, decodificado dos seus pensamentos interiores. Em busca de tornar-se saudável, alguns pontos devem ser considerados: Educação (para estimular o despertar da normose), Terapia (para reparar os danos causados pela normose), Meditação (proporciona a contemplação do interior, o autoconhecimento, longe das interferências externas) e Amor (a normose ensina a intimidade superficial, o apoderar-se de parte de alguém, a preservar a impessoalidade nas relações. O ser saudável, entretanto, é aquele capaz de oferecer-se e receber o outro por inteiro).
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