Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRANSCRIÇÃO DE PCM (25/02/2021) TEMA: CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES PROFESSOR(a): ANA KATARINA DIRETOR(a): BRUNNO GIORDANO, IANE CASTRO, GABRIELA PESSOA Nossa aula de hoje é bem simples, nós vamos falar sobre a origem das células e um pouco sobre os diferentes tipos celulares que existem e suas propriedades. Nessa primeira etapa a gente usa mais o livro Alberts. 1 CÉLULAS EUCARIONTES E PROCARIONTES OBJETIVOS EVOLUÇÃO Como vocês viram com a professora Melina, a abordagem inicial química celular vem daquele princípio do surgimento da terra até o surgimento da vida. Então, vocês devem ter visto que em algum momento houve formação da Terra. Temos uma datação baseada na ideia do carbono, na hipótese que seria o big bang. Essa datação é em torno de 4,6 x 10^9 anos. Mas, em algum lugar onde essa transformação aconteceu, da formação da terra e seu aperfeiçoamento nos gases e da formação das primeiras moléculas, a gente viu um ponto onde existiu a origem da vida. Lembrando que o meio era anóxico, ou seja, não tinha oxigênio livre e ele passou a permear depois de algum tempo. Com a presença dele, tivemos a delimitação da camada de ozônio que, até então, não existia. Os raios incidiam sobre a crosta terrestre, e toda essa evolução molecular dos átomos se agregando através das descargas elétricas proporcionaram o surgimento da vida. Afinal, a Terra mudou, a radiação diminuiu e os organismos poderiam aparecer. A síntese prebiótica de biomoléculas deu origem a essa vida inicial, vida primitiva que foi se adequando, dando origem ao que chamamos de “era da vida microbiana”. Então, passamos a ter um ambiente onde o oxigênio já estava presente nos lagos, na forma de água que se condensou do vapor de água, do vapor de água condensado que formou os mares. Então, caminhamos para essa origem aqui, que é a origem dos seres fototróficos, até chegar nos primeiros eucariotos que são os mais evoluídos. Esse caminho passa por uma teoria bastante discutida, que é a teoria simbiótica, Nessa teoria, nós vimos que o ser procarioto inicial não conseguia metabolizar o oxigênio, é invadido por seres que faziam o metabolismo do oxigênio, no caso um procarioto simbionte, que ao invadir esse anaeróbio, deu a ele a capacidade de metabolizar o oxigênio. Simbiose já diz - troca -, ele passou a metabolizar o oxigênio para que esse procarioto inicial pudesse ter sua vida preservada, pois o aumento de oxigênio fez com que houvesse uma seleção natural, as células que não respiravam iam morrendo e as células que passaram a respirar iam se perpetuando. 2 TEORIA SIMBIÓTICA Tanto nós vemos a entrada aqui desse (procarionte laranja do slide), quanto desse outro (procarionte verde do slide) que já era um procarioto fotossintetizante, então a esse nós conhecemos como mitocôndria (laranja), e o outro conhecemos como cloroplastos (verde). A teoria simbiótica diz que esse procarioto criou um ser que tem tanto mitocôndria quanto cloroplastos, e que, a partir desse ser que respirava, foi possível, então, observar o surgimento dos animais e dos vegetais. Pergunta do professor: Como é que a gente afirma que isso aqui era um ser ao invés de ser uma organela? R: Então, várias evidências biológicas nos mostram que essa mitocôndria ela era verdadeiramente um ser por quê? Porque a membrana dela é muito parecida com uma membrana de bactéria. As enzimas que ela possui. Mitocôndria tem o próprio DNA, não tem histonas, é um DNA mais rudimentar como as células iniciais. As mitocôndrias também têm ribossomos. No caso, os ribossomos das mitocôndrias e dos cloroplastos são muito parecidos com o dos iniciais, dos seres procariotos simples. E também a gente tem essa síntese a partir dos ribossomos, das proteínas e enzimas. Então, temos toda uma ideia de que uma mitocôndria poderia viver sozinha. A gente tem sais em laboratório nos quais a gente sônica a célula, com um sonicador você rompe as moléculas, aí ela bota para fora todas as mitocôndrias e nós fazemos um ensaio somente com as mitocôndrias. Então, conseguimos manter viva somente a mitocôndria sem ela estar dentro da célula como um todo. A célula não vive sem ela, mas ela eu consigo trabalhar sozinha numa placa. Então tudo isso colabora com a ideia de termos mitocôndria e o cloroplasto como tendo sido procariontes simbióticos de vida livre, que invadiram células inicialmente. Então, essa é a nossa teoria endossimbiótica. Outra ideia é a invaginação das membranas. Como a gente sabe, a célula animal e vegetal é cheia de compartimentos, então não é só o fato de entrar na célula, mas sim dela já ter um núcleo individualizado. Então, essa ideia do endossimbionte, a qual a célula eucarionte ancestral englobou as bactérias aeróbicas, 3 TEORIA ENDOSSIMBIÓTICA que se transformaram nessas organelas conhecidas. Ela também vem em conjunto com a interiorização das membranas. A membrana invaginou e criou esses compartimentos. Você tá vendo aqui que esse núcleo (apontando no slide) já está individualizado e o retículo endoplasmático rugoso que é muito coladinho na membrana nuclear, ele já está aparecendo aqui (apontando no slide), isso é um sinal de endo (entrada de membrana, então é como se essa membrana aqui de fora entrasse, fornecendo, agora, tudo separado como se fosse uma coisa nova, célula nova. Então, como vocês viram, a partir do procarioto ancestral formamos 3 domínios. Domínio arqueobactéria e domínio eucarioto. A partir deles teremos as bactérias e as archeas, as bactérias fotossintetizantes, os cloroplastos que invadiram os Assim, como a mitocôndria, plantas têm cloroplastos e mitocôndrias. Animais e fungos tem mitocôndria. Então, na evolução acredita-se que surgiram primeiro a archea, a bactéria e o eucarioto ancestral. A archea deu origem às arqueobactérias, a bactéria, aquela comum. 4 EUCARIOTOS Vamos lá definir célula. Célula é a unidade fundamental de todo ser vivo, unidadeestrutural, funcional. Se a gente for parar para pensar, a própria célula é a vida. Então, quando uma célula morre, a vida do tecido fica comprometida, então precisamos sempre pensar na vida não como um indivíduo como um todo, mas sim das suas unidades. A célula é uma unidade viva e essa vida que existe nela é a capacidade de criar as suas próprias cópias e reproduzir. A gente conhece a célula como unidade morfofuncional de todos os seres vivos, seja uni ou multicelular. Podemos dizer com toda propriedade que ela tem vida. Se eu tiro um nutriente, ela responde, se encolhe, descola da matriz, então a célula tem vida, e tem uma vida independente. Por isso, a gente vê os tecidos, vê a matriz, vê toda essa estruturação. As células variam muito em tamanho, forma e função e também de acordo com a necessidade química. 5 AS CÉLULAS Tamanho é muito fácil da gente ver. As menores células, como sabemos, são as bactérias.Temos bactérias bem pequenas, esse daqui que é um exemplo clássico (lactobacilo) casei shirota , ele é visto ao microscópio, porque ele tem 1mm dividido por mil que é um mícron. O casei-shirota foi utilizado por uma empresa, já que ele é um lactobacilo, ele consegue transformar o açúcar do leite, que é a lactose, em ácido láctico por fermentação. Utilizado para fazer aqueles leites que se tomam para microbiota intestinal. Por isso, eles ficaram conhecidos como lactobacilos da Yakult. Mas, eles são muito pequenos, dependendo do microscópio não é visto. Porém, assim como o casei shirota é uma célula, eu tenho também um óvulo, olha só que diferença. O óvulo humano pode variar um pouco, de 0,1 a 0,2 μm , ou seja 200 micrometros, e de acordo com alguns autores pode ser visto a olho nu. Se você tiver uma caneta bic, (esfera coincide com o tamanho), o óvulo é bem maior. O tamanho das células vai variar. Quando a gente faz microscopia, a gente vê. Sempre usamos uma escala. Estou mostrando aqui a vocês uma imagem do capítulo do livro 6 (Alberts), que mostra que as células têm variadas formas e tamanhos. Ele trouxe pra nós um neurônio. Nessa célula nervosa de encéfalo, você consegue ver todos os dendritos, axônios, tudo mais, tem uma ideia de célula estrelada no centro. B- É um paramécio, um dos protozoários mais conhecidos. É ciliado e de grande dimensão. C- É uma alga verde. Um ser unicelular bem distribuído em toda a natureza. D- É a Saccharomyces cerevisiae , uma célula de levedura, um fungo (é observada como se fosse bolinhas), bastante utilizada na panificação e em algumas indústrias. E- É a Helicobacter pylori , bactéria causadora da úlcera estomacal. É flagelada, possui vários flagelos que possuem a função de locomoção, como se fossem chicotes. Se difunde facilmente ao estômago causando lesão celular. As células precisam de nutrientes, podem metabolizar o oxigênio, como podem metabolizar qualquer outra molécula. Exemplo, a Lorcifera, que vive no mar mediterrâneo em águas tóxicas. É um ser que não metaboliza oxigênio. No lugar de mitocôndrias para fazer a respiração celular, ela tem hidrogenossomos, fazem um processo semelhante à respiração, mas ao invés de utilizarem oxigênio, usam hidrogênio. Essa micrografia mostra uma cianobactéria. São conhecidas como produtoras de toxinas, mas produzem em dois tipos, as Microcistinas (hexapeptídeo cíclico) e Nodularinas (pentapeptídeo), sendo extremamente tóxicas para o fígado humano. Então, pode-se dizer que as cianobactérias produzem toxinas prejudiciais à saúde humana. São máquinas produtoras de toxina. Por isso, deve-se ter bastante cuidado com águas contaminadas devido ao excesso de peptídeos (solúveis em água). Se ocorrer uma contaminação é possível que ela se espalhe por outros locais, como córregos, rios, lagos e etc. 7 NECESSIDADE QUÍMICA E ATIVIDADES Exemplos: neurônios, paramécio, hemácias, óvulo, bactéria, cloroplastos, fibras celulares. As células podem ter diversas formas e necessidades, mas todas se assemelham em relação ao material genético. Então, as células possuem DNA ou RNA no caso de algumas espécies, mas em sua maioria quem tem a química básica geral tem a molécula de DNA. As células vivas tem o material de toda a sua informação guardado no DNA. O RNA é uma molécula única, simples, na TEORIA DO MUNDO DO RNA se diz que o RNA surgiu primeiro e depois veio de DNA, isso porque existem muitos RNAs diferentes, os mais conhecidos são os RNA transportador, mitocondrial e ribossômico, mas existe muito mais. Por isso que na era atual, as vacinas moldaram a estrutura do RNA, porque sua estrutura é muito fácil de ser manipulada, o próprio corpo humano causa alterações em sua estrutura. O vírus de COVID, por exemplo, surgiu como uma sequência que atualmente já sofreu modificação, por ele ser um vírus de RNA sofre alterações de forma muito rápida. Dessa forma, o DNA substituiu o RNA e por ser uma molécula dupla, em hélice, ele é mais estável e a informação é guardada de forma mais segura para os indivíduos. Diversos tipos de seres possuem a mesma maquinaria química que é a presença de nucleotídeos de DNA. Possibilitou a descoberta das células. 8 DIVERSIDADE CELULAR A INVENÇÃO DO MICROSCÓPIO O microscópio primitivo, bem pequeno, é colocado no dedo. Parecido com uma luneta Monocular, com o uso de lente que permite a visualização de um ponto. A microscopia envolve o uso de lentes, então a indústria evoluiu e as lentes foram aperfeiçoadas. Com isso, a criação dos microscópios foi sendo mais elaborada e conseguindo melhorar a visualização. Em 1665, o cientista Robert Hooke viu uma célula que, na verdade, eram várias cavidades em um pedaço de cortiça, que é um tecido morto. A essas cavidades ele chamou de célula. Mais tarde, depois de muito estudo e visualização com o seu microscópio que foi criado por Christopher Cock chegou a dizer que o tecido era formado por 9 MODELOS DE ORGANIZAÇÃO CELULAR unidades funcionais. Avançou bastante nos seus estudossobre cavidades vazias e mortas e chegou a visualizar verdadeiramente que a célula era a unidade que formava o ser vivo. Esse livro possui inúmeros registros de visualizações dessas células. Com isso, houve bastante evolução. Em 1665, Hooke viu a primeira célula. Em 1674, Anthony van leeuwenhoek conseguiu ver os primeiros protozoários e os chamou inicialmente de animálculos, que estavam na água. Em 1831, Robert Brown descobriu o núcleo das células. Em 1838, Johannes Purkinje denominou o conteúdo ao redor do núcleo, falando sobre o protoplasma, que convencionou-se chamar de citoplasma, depois veio Matthias Schleiden e Friedrich Schwann que fizeram novas visualizações em células vegetais complementando o estudo celular, até que Rudolf e outros conseguiram ver uma divisão celular, em 1855. Ele viu ponto a ponto a divisão da célula dessa planta, e foi desenhando. Hoje, usamos microscopia eletrônica, vejam como a imagem microscópica é idêntica ao desenho dele: A ciência passa por muitas coisas. Tem gente que acha que fazer ciência é fazer de qualquer jeito e tem gente como Eduard Strasburguer, que fez a diferença. Mostrou que, em 10 1880, as pessoas verdadeiramente se dedicavam à ciência e ao conhecimento. Ele fez 45 registros para mostrar o que hoje nós vemos rapidamente através do microscópio. Passou quase 3 horas na frente de um microscópios que deveria ser bem rudimentar, se dedicando a desenhar nos mínimos detalhes esse registro. Hoje, chegamos à Era da Microscopia. Toda Universidade tem um microscópio óptico. A Microscopia vai aparecer na Biologia Celular, junto à Patologia e muitas outras disciplinas. O primeiro microscópio que vemos é o Óptico. Simples, com a luz inferior (seta azul na imagem) e com as objetivas, normalmente em duas ou três (seta vermelha). A microscopia óptica utiliza luz, então devemos colocar a lâmina no charriot (seta verde) para poder a luz passar por ela. Ele permite que aumentemos até 1000 vezes uma imagem, então conseguimos ver 0,2 micra. Só que para isso, tudo tem que estar ajustado de forma correta. O conjunto de lentes é que faz a diferença. Já o microscópio eletrônico é mais elaborado. Tem uma precisão maior, porque é ligado a um computador, então ele faz uma diferença enorme, já que permite que a gente faça vários outros tipos de pesquisa. Podemos fazer microscopia de varredura, com focal, de transmissão, de transmissão de cor, com ondas fluorescentes etc. A imagem estática (à esquerda) é uma imagem de tecido adiposo, sem profundidade, feita em um microscópio óptico. Essa outra imagem (à direita) é uma microscopia de varredura do tecido muscular, as fibras. Como o microscópio eletrônico permite que a gente veja profundidade, dá pra ver bem as fibras, o endomísio, a constituição. A gente usa célula e testa materiais, por exemplo, para fazer um disco de titânio para utilizar como dente de titânio. Será que quando colocar o dente de titânio no paciente, a célula vai aderir? Ou seja, a gengiva vai reagir, interagindo com o dente para que ele fique perfeito na boca do meu paciente. Ou será que se eu colocar um pino ou outra coisa de titânio na boca do paciente, o tecido vai necrosar e ele vai se afastar? Para saber, a gente faz uma microscopia eletrônica de varredura. A gente coloca a célula sobre a superfície de titânio e fotografa pra ver se ela vai aderir ao material ou não. Quando a gente imagina titânio, imagina uma superfície lisa, como se fosse algo bem brilhante... E como conseguimos driblar 11 AS CÉLULAS AO MICROSCÓPIO essas barreiras? Podemos colocar uma substância lá, como soro (plasma sanguíneo), porque tem minerais, proteínas, moléculas que vão fazer uma ponte entre o titânio e a célula. Então, às vezes quando precisamos utilizar um pino de titânio no dente, primeiro tem que se fazer a estrutura de titânio, revesti-la no plasma e só assim colocar na boca do paciente, porque sabemos que o plasma vai promover a adesão da célula, ou seja, vai cicatrizar. Microscopia eletrônica permite fazer fluorescência. Todo mundo gosta de fazer marcação com fluorescência. Isso é possível graças a muitos estudos sobre substâncias fluorescentes. O prêmio Nobel de Química foi dado a Roger Tsein, que publicou o artigo na Science, falando sobre proteínas fluorescentes, o primeiro tom/cor. Com outros pesquisadores, temos hoje um arco-íris de fluorescência, ou seja, um composto que a gente coloca no meio junto com a célula e ele se adere e emite radiação, emite cor. Quando fazíamos experimentos com ratos, tínhamos que abrir o rato, tirar o tecido porque a gente não sabia como tinha sido o tratamento, se tinha cicatrizado etc. Hoje, com essa tecnologia da fluorescência, só precisamos marcar, como um exame, o tecido, a célula, e passa a observar o rato sem precisar abrir, lá no ponto certo ocorre essa emissão de cor. Filtros variados podem medir a intensidade das cores: azul, amarelo, vermelho, etc. Microscopia eletrônica de fluorescência: microvilos intestinais emitindo azul . Então, acabamos de falar de microscopia de fluorescência, que absorve luz e tem um certo comprimento de onda e vai emitir essa luminosidade que pode ser captada. Os microscópios vêm acoplados a um sistema de computador que consegue ler essa intensidade de luz, revelando localização, o que está acontecendo. A gente vê bastante a marcação do DNA, proteínas e outras macromoléculas. A microscopia de transmissão de varredura não utiliza luz, e sim elétrons. Olha pequenas regiões utilizando um canhão de elétrons. Tem uma lente que vai condensar esse feixe de elétrons e depois outro que vai projetar. Mas é importante lembrar que ela parece muito com o microscópio óptico, mas utiliza elétrons. Ele tem várias bobinas magnéticas, então é como se o elemento fosse coberto com um contraste, e quando a microscopia passa sobre aquele elemento, conseguimos observá-lo em 3D. É como se pulasse aos nossos olhos. O que verdadeiramente recobre são sais deurânio e sais de chumbo, então fazemos o feixe de elétrons passar pela superfície banhada por esses sais e conseguimos visualizar: Nesta imagem, apesar de ser em preto em branco, conseguimos visualizar a tridimensionalidade da imagem, que representa grãos de pólen, produzidos pelas plantas para fecundação. Isso aqui é uma microscopia de transmissão de pólen, eu a acho muito bonita. 12 Aqui está a foto do nosso microscópio da Universidade, é um microscópio óptico, falamos justamente sobre isso. O que faz com que vejamos melhor é a qualidade das lentes objetivas, as quais devem ser excelentes. Comentário: Eu usava um Nikon na UFRN que custou certa de 70000 reais, ele é 5x maior que esse pois é invertido, e ele era bom não por outra coisa, mas por causa das lentes. Pergunta da professora: O que se consegue ver na microscopia? R: Tudo que o olho não consegue ver, dependendo da lente, conseguiremos. Falamos aqui também sobre Interferência Diferencial (marcação das células com material que se quer trabalhar ex: Ribossomo em um tom e todo o resto em outro), ou Fluorescência (na imagem se vê uma célula perfeita e outra sofrendo apoptose (processo de morte programada da célula). Vê-se que a morte começa pelo núcleo: do lado de fora a célula está perfeita, enquanto o núcleo vai encolhendo, quebrando todas as pontes do citoesqueleto e desfazendo a cromatina, então a célula vai perdendo todo o controle de divisão e de vida e termina se fragmentando em pequenos pedaços, mas veremos apoptose mais à frente. 13 Saindo da microscopia, nós lembramos que existem dois tipos de serem: Unicelulares (procariotos, exemplo: bactéria) e Pluricelulares (eucariotos, os mais evoluídos); nós sabemos que o que os diferencia é a invaginação e compartimentalização da célula. Os eucariontes possuem vários compartimentos separados que fazem síntese molecular, enquanto o procarioto tem todo o material exposto no centro da célula, delimitado apenas por uma membrana, possuindo flagelo as vezes; é um ser mais simples, podendo ter de 1 a 2 micrômetros de comprimento, enquanto a célula animal pode ser um pouco maior (5 a 100 micrômetros). Pergunta da professora: Os procariotos originaram os eucariotos? R: O que sabemos é que a evolução permitiu a invaginação membranar. A célula procariótica simples começou a ter estágios de invaginação de membrana, formação de retículo e de outras organelas até chegar à célula compartimentalizada que conhecemos hoje. Lembremos dos pontos clássicos: Célula que não têm núcleo individualizado, DNA está liberado no centro dela, são representados principalmente por bactérias e seres unicelulares (como algumas algas). Sabemos que existem várias bactérias, a exemplo a E. coli , e essas bactérias vivem em nosso organismo. A maioria estão no nosso corpo em concentrações pequenas, porém algumas, em grande concentração devido exagerada proliferação, podem causar doenças. O exemplo mais comum e mais conhecido é a Escherichia coli, que está no trato intestinal junto com vários outros microorganismos, compondo nossa microbiota. Deve-se lembrar que bactérias podem ter tamanhos muito variados (de 0,15 a 250 micrômetros), vamos desde pequenos microplasmas até as células maiores. Na microscopia ótica não conseguimos ver bactérias muito bem, a não ser que ela esteja agregada. Sabemos que no início ela está sozinha, mas como se divide bem rápido, logo constitui uma colônia, então conseguimos ver a agregação (tanto de bacilos como de cocos) Obs Colônia de cocos= “estafilococos”. Já os espirilos, que são os víbrios e espiroquetas, nós visualizamos pelo movimento e identificamos quais são flagelados ou quais tem movimento desordenado. → Constituição das Células Procariotas Toda bactéria tem uma constituição diferente de acordo com a que está sendo estudada, são os procariotos mais variados e numerosos da Terra, mas falaremos aqui da constituição básica. ● Parede Celular : A parede celular das Arques não tem peptidoglicano, mas algumas têm moléculas semelhantes, já outras são compostas por proteínas e polímeros. Estou querendo dizer que bactéria tem proteína e carboidrato como todo outro ser vivo, o arranjo é o que pode mudar. Quando falamos em arranjo de carboidratos, lembramos da parede das plantas, de celulose, porém aqui o arranjo é bem semelhante só que ainda mais estruturado. Na fórmula estrutural, temos o ácido do açúcar (da glucosamina), o ácido murâmico, e as ligação com os peptídeos (que são proteínas, 14 TIPOS DE CÉLULAS CÉLULA PROCARIONTE cadeias de aminoácidos). Essa estrutura protegerá a bactéria, sendo essa associação de proteína e carboidrato uma barreira que a bactéria conseguiu criar para garantir sua sobrevivência. É importante que lembremos dessa cadeia de peptidoglicano, pois ela quem diferencia as bactérias gram+ das gram-. Quando falamos dessa parede, lembramos que hoje é possível classificar as bactérias segundo o Método Gram , que é um método de coloração. Esse método foi criado pelo patologista Christian Gram em 1880, no qual faz-se uma coloração na parede da bactéria. Quando se fixa a bactéria, haverá a camada de peptidoglicano na qual o cristal violeta se fixará (para garantir a fixação e a cor, adiciona-se lugol). Depois da coloração inicial há a lavagem com álcool, então há o arraste de alguns componentes do corante, principalmente a gordura (que dá o aspecto de coloração). Após a lavagem adiciona-se um contra-corante (a Safranina), que é vermelha. Nas bactérias gram positivas, a camada de peptidoglicano prende mais o corante que a gram negativa. Uma vez que o corante se fixa mais, a Safranina apenas fecha a ligação, então essas células são bem roxas/violetas, bem visíveis. Já as gram negativas, como possuem uma cadeia de peptidoglicano mais fina, o corante não se adere muito e o excesso é retirado na lavagem e, ao adicionar a Safranina, a coloração resultante é roseada (roxo + vermelho). Então distinguimos as células gram+ das gram- porque uma se core rosae outra se core roxo. Ao vermos essa microscopia, identificamos tanto as gram+, quanto as gram-, a diferença é que na cadeia da positiva a quantidade de membrana peptidoglicana é muito larga, e o ácido teicóico adere ao cristal violeta, já na gram- a cadeia é bem fina/estreita/delgada, e a camada de peptidoglicanos está entre duas membranas, por isso quando se lava sai uma parte e a cor predominante é rosa. Como já citamos, a camada de peptidoglicano é de proteção, como uma cápsula, que reveste a membrana da bactéria, que é o que ocorre perfeitamente nas gram+. Quando essa membrana forma uma parede mais extensa, acaba criando uma barreia. Para quebrar proteínas, existem enzimas, logo: o ser humano é dotado de enzimas capazes de quebrar a barreira, fazendo com que a bactéria fique mais suscetível à entrada de água e sofra lise. Essa barreira é rompida, principalmente, pela enzima Lisozima, que é muito bem distribuída pelo corpo humano, estando em vários pontos do nosso organismo (lágrima, secreção nasal, colostro, saliva) por onde as bactérias podem penetrar. Então todos temos um agente antibacteriano natural no corpo: as lisozimas. Às vezes, quando algo entra no olho, a ideia popular é de promover o choro; quando a lágrima é ativada para lubrificação do olho, a lisozima é também liberada como agente protetivo de ação contra qualquer bactéria, a levando à lise osmótica. A membrana do ser procarioto é composta por uma bicamada de lipídeos e proteínas, entretanto, se apresenta sendo mais simples que as membranas das células eucariontes em sua estruturação. Esta membrana pode apresentar um pouco de carboidrato (glicocálice), responsável por permitir maior aderência ao biofilme (cápsula). Em algumas arqueas, a 15 MEMBRANA PLASMÁTICA membrana plasmática é estruturada com apenas uma camada lipídica (monocamada). Toda essa organização permite fazer com que a bactéria possua grande poder de agregação e fixação para nutrição bacteriana. Os ribossomos estão espalhados no centro da célula e são responsáveis pela síntese proteica. Existem cerca de 15 mil ribossomos por célula bacteriana, justamente pela função primordial da célula: produção de proteínas. A bactéria pode apresentar um nucleóide: - Armazena e transmite a informação genética; - Contém uma molécula circular de DNA que é quase mil vezes maior que a própria célula; - O DNA é empacotado com proteínas e firmemente dobrado no nucleóide, que é menor que 1 µm. - Segmentos circulares menores de DNA; - Alguns plasmídeos contêm genes que codificam enzimas que destroem antibióticos, tornando as bactérias resistentes a ação desses medicamentos; - Pode ser transferido para outras células (conjugação); - Produção de toxinas; - De replicação própria. A transmissão de fragmentos de DNA ocorre através do pili (ou pilus) , que é uma forma de conexão entre células bacterianas. Flagelo é um polímero constituído por uma cadeia protéica, a flagelina, característico das bactérias. Órgão de locomoção . As fímbrias são filamentos curtos e rígidos - pilina - distribuídas por todas as superfícies ou polos. Responsáveis pela fixação. 16 RIBOSSOMOS NUCLEÓIDE PLASMÍDEO FLAGELO E FÍMBRIAS OBS : Alguns autores não falam mais sobre a presença de mesossomos, pois sua função ainda não é consenso na comunidade científica. PERGUNTA DA PROF: “O que é microbiota?” R : População de microorganismos que vai habitar a pele, as membranas, as mucosas, etc. Estes microorganismos não se restringem apenas às bactérias e podem ou não habitar nosso corpo por muito tempo. Alguns se estabelecem por determinado período de tempo, outros são considerados “oportunistas”, patógenos que podem obter vantagem sobre os microorganismos benéficos e acabarem se sobressaindo. São aproximadamente 100 trilhões de microorganismos habitando nosso corpo, que se distribuem em torno de 10 mil espécies diferentes. As relações estabelecidas entre nós e a microbiota são bastante diversificadas. Exemplo: Comensalismo, simbiose, parasitismo, endossimbiose, e, na maioria das vezes, todas essas ocorrem em equilíbrio. Distribuição da microbiota: OBS : 30% da massa seca das fezes humanas é composta apenas por bactérias, o que denota tamanha velocidade de renovação. 17 COMPONENTES MICROBIOTA HUMANA Funções: - Biofilme protetor; - Regulação imunológica; - Homeostasia do organismo; - Auxílio na digestão e absorção dos alimentos. Alguns pensam que a microbiota está no nosso organismo somente porque ela precisa de um meio para viver, mas essas bactérias representam muito mais do que isso. Sabemos que existem doenças, conhecidas como disbiose, resultantes do desequilíbrio dessas bactérias. Portanto, é de fundamental importância lembrar das funções dessa microbiota: proteção, ativação na regulação. A nossa imunidade está diretamente ligada ao que consumimos, ao que nos expomos. São tantas doenças relacionadas à disbiose (disfunção ou desequilíbrio da microbiota intestinal), que devemos saber que o ser humano em seu primeiro ano de vida deve ser preservado, devido a sua microbiota ser imatura (instável) e deve ser cuidado e preservado. Logo após o primeiro ano de vida, sabe-se então que essa microbiota passa por um estágio de maturidade e estabilidade. ● Dieta; ● Remédios; ● Microbiota materna; ● Idade; ● Higiene; ● Estado hormonal; A desregulação desta microbiota (disbiose) pode levar a doenças locais e sistêmicas para o organismo humano, como algumas citadas na tabela abaixo. 18 MICROBIOTA INTESTINAL FUNÇÕES DA MICROBIOTA INTESTINAL DISBIOSE INTESTINAL FATORES QUE INFLUENCIAM NA MICROBIOTA DOENÇAS QUE PODEM DESENVOLVER A DISBIOSE Essa parte da proteção depende da competição entre os microrganismos. Se o indivíduo tem uma alteração nos organismos dessa microbiota, alguns desses seres (no caso os patogênicos) podem provocar danos ao organismo, se estiverem em maioria. PA: A candidíase pode ser evitada se a microbiota estiver saudável? RP: Pode sim. Sabemos que Candida albicansfaz parte da nossa microbiota, mas ela está em pequena quantidade. Porém quando algo de errado acontece ela pode se manifestar. Exemplificando: Nessa micrografia (imagem 30) observamos quais microrganismos estão presentes nessa microbiota vaginal, por meio do esfregaço que foi feito através do exame Papanicolau (ou preventivo). Nela podemos observar uma grande quantidade de Candida albicans, então podemos dizer que as células escamosas intermediárias estão sofrendo com essa superpopulação. Sabemos que esse fungo é um microrganismo saprófito, assim, ele se aproveita do meio, causando diversas consequências ao hospedeiro, como alteração do PH do meio, reação inflamatória dentre outros. 19 Doenças locais Doenças sistêmicas Doença inflamatória intestinal Obesidade Câncer Diabetes Colite pseudomembranosa Alergia Autismo CANDIDA ALBICANS: O QUE DEVEMOS SABER? Existem patógenos que são encontrados em grandes concentrações, o que pode provocar a lise celular. Observamos na figura 18, o processo de citólise celular. O ponto mais escuro (azul escuro) é o núcleo celular e as células são as partes mais claras (azul claro). Podemos observar, nesse exame do Papanicolau da figura 18, a presença de Lactobacillus em alta concentração. Nessa condição ocorre a lise celular. Nessa figura é mostrada uma citólise, as células foram mortas e os núcleos estão todos “desnudos” (expostos) por causa do excesso de Lactobacillus . Assim, como ele é uma bactéria dependente de glicogênio, e no útero tem esse nutriente, ele está aproveitando a situação. Precisa-se então de um tratamento adequado para a recuperação dessa microbiota. PA: Então os lactobacilos não são tão bons? RP: Depende da quantidade desses microrganismos, como podemos ver na imagem 18, eles estão em grande quantidade e consequentemente eles alteraram o PH, os quais produzem substâncias ácidas como o ácido lático, assim o excesso desse ácido pode provocar a morte celular. Portanto na microbiota podemos encontrar tanto a Candida albicans como os Lactobacillus . No Nordeste, fala-se muito em relação a utilizar roupas apertadas todos os dias, como as calças jeans que quando chegaram ao Brasil eram feitas de um jeans muito rígido, já hoje é mais maleável, permitindo que o calor não fique tão concentrado. Portanto, essas alterações podem ocorrer tanto pela alimentação, quanto pela falta de higiene e outros fatores que podem alterar a microbiota intestinal ou a microbiota total do indivíduo. Em resumo, a microbiota tem relação direta com doenças como: disbioses emergentes, com colites, com síndrome do intestino irritável (SII), com doença inflamatória intestinal, com síndrome metabólica, obesidade, diabetes, alguns estudos relataram relação com sintomas de Parkinson, alergias (muito comum de se escutar) e autoimunidade. Essa microbiota tem relação direta com muitos importantes, portanto o tratamento deve ser imediato e é essencial. Também existem algumas tecnologias com relação ao tratamento dessa microbiota, como o transplante fecal de microbiota.. 20 Ela também se relaciona com medicamentos e com alimentos, é muito relevante lembrar dessa relação. Antes de se preocupar com o medicamento, se preocupe primeiramente com o funcional da alimentação. Então para melhorar a microbiota, pode-se utilizar os probióticos (são bactérias vivas) e os prebióticos (são aqueles que não são digeríveis) os quais promovem a seleção das espécies, eles irão trazer benefícios ao hospedeiro. Outros estudos mostram essa microbiota como um órgão, em que consideramos o organismo como um ecossistema devido a existência de grandes populações de microrganismos existentes. Sugestão de leitura: Botulismo: conhecendo os casos brasileiros notificados entre 2007 a junho de 2013 https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/2500#:~:text=Na% 20distribui%C3%A7%C3%A3o%20de%20casos%20por,%25%2C%20foi%20da%20forma %20alimentar . Sobre a bactéria Clostridium botulinum , não é sobre o botox que esse artigo trata. Ele traz um apanhado de 2007 a 2013. Lembrando que o bacilo causador do botulismo é gram positivo e sua reprodução é através de esporos - esporos esses que são muito resistentes. Essa pesquisa, em suas analises, observou que os maiores grupos de risco eram do sexo masculino, da faixa etária dos 20 a 39 anos e que os maiores índices foram em 2009 na região sudeste. Como conclusão do artigo se observou que 60% dos acometidos se curaram e que a principal forma de contaminação foi através da alimentação. O botulismo não é uma doença muito comum, mas por meio deste artigo evidencia-se a necessidade de cuidar da alimentação, principalmente nós que estudamos, trabalhamos e ficamos o dia fora de casa. Com algumas sugestões básicas, como utilizar marmita, comer frutas lavadas e a maioria dos alimentos feitos em casa, pode-se fazer uma dieta normal, sem se preocupar com alterações no organismo. 21 ANAERÓBIOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/2500#:~:text=Na%20distribui%C3%A7%C3%A3o%20de%20casos%20por,%25%2C%20foi%20da%20forma%20alimentar https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/2500#:~:text=Na%20distribui%C3%A7%C3%A3o%20de%20casos%20por,%25%2C%20foi%20da%20forma%20alimentar https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/article/view/2500#:~:text=Na%20distribui%C3%A7%C3%A3o%20de%20casos%20por,%25%2C%20foi%20da%20forma%20alimentar Obs: Danos na membrana --> morte (lise) das bactérias porque esse dano permite a passagem de água para dentro da célula, provocando sua lise. Pode-se estabelecer uma relação com as células eucariontes, que em contato com cloreto de sódio (NaCl) ou hidróxido de sódio (NaOH), incham e lisam, principalmente, em contato com hidróxido de sódio, que tem maior interação. Sabe-se que as células eucarióticas, em geral, são maiores e mais complexas que as das bactérias e das arqueas. E sabe-se também, que elas têm a possibilidade de ter vida independente, como é o caso das amebas, leveduras, ou seja, podem viver agrupadas ou não. Os organismos podem ser organizados por células,classificados como eucariotos. Essa definição é devido à organização do núcleo, mas o que é falado do núcleo é justamente por ser acompanhado por uma variedade de organelas e elas que realizam as funções para a manutenção das células eucarióticas. 22 AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS CÉLULAS EUCARIÓTICAS É uma célula simples, que possui uma membrana delimitando o material, com uma organização simples, sem invaginação, não encontrando nada de um modelo de organismo completo. Mas o fato dele ser delimitado por membrana e possuir um núcleo faz com que ele seja classificado como um eucarioto primitivo. Então, essas células podem ser ciliadas ou flageladas. Alguns podem devorar/atacar outros, como é o caso do Didinium. OBS.: Didinium - (imagens abaixo) protozoário de 150 micrometros. Corpo ciliado, carnívoro, que libera dardos nas presas, outros protozoários. IMAGEM 1 IMAGEM 2 Na imagem 1 é mostrado a “boca” do protozoário. Na imagem 2 é mostrado o protozoário se alimentando de outros. Ele se movimenta rápido, devido aos cílios em forma de saia ao redor dele, como é mostrado na figura acima. Classificação dos protozoários: ciliados, euglenoides, amebas, dinoflagelados, heliozoa. OBS.: AMEBÍASE: nome da doença causada pela ameba Entamoeba histolytica, um protozoário que se aloja na parte gastrointestinal, podendo causar graves sintomas, como diarreia sanguinolenta e intoxicações que geram abscesso no fígado. A amebíase é uma infecção mundial, mas é mais comum em regiões pobres e com saneamento básico precário. O ciclo da ameba é simples e consiste em: 1. O indivíduo ingere água e alimentos contaminados 2. Os cistos se alojam na parte intestinal, onde fazem a reprodução de sua forma vegetativa 3. Causam lesão gerando fezes sanguinolentas, com a presença dessas amebas, que podem ser eliminadas como cistos. 4. Pode-se contaminar o solo e a água, passando essa doença à frente. 23 PROTOZOÁRIO Eles não têm uma estrutura como uma célula para poder ver, geralmente, ao observar o fungo ao microscópio, a estrutura externa da camada, por ser grossa, não permite visualizar muito bem o que ocorre dentro dele. A representante da levedura: Saccharomyces cerevisiae, é um organismo unicelular, tem sua importante utilização na indústria, na fabricação de pães e fermentação para a cerveja. Então, ele é um fungo unicelular, não tão grande, mas importante, quando comparado a animais e plantas. Saccharomyces cerevisiae Ele tem uma parede celular com a composição de açúcares, como hexoses e hexosaminas, e mananas e galactanas (polímeros de manose e galactose). No quesito transporte e movimento, ao contrário do protozoário, o fungo é bem estático, ele se reproduz rapidamente, mas é relativamente imóvel. Ele contém mitocôndrias, por isso tem a coloração clara. Mas realizam toda a parte básica. Todos os estudos genético e bioquímico confirmam que ele tem um mecanismo básico de um ser eucarioto. E a divisão que se pode ver, é que eles são duplicados produzindo células filhas, basicamente uma divisão simples. Com relação a outros tipos de fungos, existem muitos estudos, eles já fazem parte de algumas propriedades que antes atribuíam-se aos carboidratos; já se encontram pesquisas em relação a ação antibacteriana, anti proliferativa e muitas outras. Essa imagem abaixo é uma imagem característica, sendo um modelo clássico de fungo, onde se vê uma microscopia de varredura. Encontra-se o micélio e as hifas em verde, os esporângios de laranjas e os esporos em azul. Como sabe-se, o fungo Penicillium é passado e vai contaminando diversos lugares, porque as hifas e esporos são transportados, e a cada lugar que o esporo bate é formado uma nova hifa. Exemplo do pão: se um pão está com um pontinho de fungo, todo o pacote está contaminado. Como os esporos flutuam no ar, então quando o esporo se estabelece em um ponto ele já contaminou tudo ao seu redor. Então apesar de ser diferente e ter toda sua peculiaridade, eles são considerados eucariotos também. 24 FUNGOS Penicillium sp. Possui o modelo clássico, com membranas, citoplasmas e núcleos. Com o seu núcleo individualizado, com cromatina (material nuclear), nucléolo, membrana porosa, que separa o núcleo do retículo endoplasmático rugoso, possui o RE liso, complexo de Golgi, mitocôndrias, peroxissomos, lisossomos, citoesqueleto. Devido ao citoesqueleto, a célula animal pode ter várias formas, com uma imensa variação da localização nuclear, mas com os mesmos componentes, que fazem com que a célula tenha sua autonomia. Diferente das células animais, as células vegetais possuem três pontos a mais que são importantes, eles são: 1. Parede celular - que sustenta a estrutura, impedindo uma lise osmótica, por exemplo - 2. Cloroplasto – responsável pelo metabolismo para formar pigmentos, fazendo a fotossíntese - 3. Vacúolo – preenchido com água, ou outras substâncias, e de vários tamanhos. 25 CÉLULA ANIMAL CÉLULA VEGETAL Contém uma bicamada lipídica, com proteínas integrais ou periféricas, além das cadeias de açúcares que se agregam aos lipídios, formando glicolipidios, ou às proteínas formando glicoproteínas, constituindo o glicocálix. PERGUNTA: O que é o glicocálix? R.: é a parte de carboidratos que fica por cima da membrana plasmática, tem células que as camadas são muito grossas, bem fechadas. Encontra-se em amarelo na segunda imagem acima. Meio intracelular, com a sua densidade definida através da interação entre carboidratos, proteínas e água. Composto por uma solução aquosa, o citosol e de várias partículas insolúveis suspensas. No citosol encontram-se muitas enzimas dissolvidas, moléculas de RNA, metabólitos e monômeros. Ele é responsável por várias movimentações, devido ao seu gel à base de água que prende as moléculas, então é nele que acontece a maioria das reações. Se tem reação química, tem que ter água. O esqueleto que forma o citosol é chamado de citoesqueleto. Ele é formado por 3 filamentos principais, conforme a micrografia vista na imagem 2 abaixo, encontra-se cadeiasde proteínas entrelaçadas, chamadas citosol, filamentos que prendem a organela. Ou seja, o 26 MEMBRANA PLASMÁTICA CITOPLASMA citoesqueleto é um ponto de organização da estrutura celular, formado por 3 proteínas principais: microfilamentos, filamentos intermediários e os microtúbulos. Todos eles trabalham para estruturar, mas a quantidade de cada um depende da função de cada célula. IMAGEM 1 IMAGEM 2 O esqueleto é muito importante, principalmente, na divisão celular. É importante lembrar que o citosol não é parado, existe muita ação nele e muita reação química, por isso pensa-se que a célula tem um citosol dinâmico, onde há interação entre as proteínas e todo o restante que trabalha em função do metabolismo celular. Além da estrutura principal, que seria as organelas, lembra-se que o sistema de endomembranas originou as organelas derivadas. Organelas que são envolvidas por membranas, como o complexo de golgi, o retículo endoplasmático e os lisossomos têm um papel importante na formação do sistema de endomembranas. O núcleo é a estrutura mais importante de uma célula eucariótica e é composto por uma membrana totalmente diferente da membrana da célula, pois é uma estrutura porosa que permite a passagem de substâncias pelo núcleo o tempo todo. Essa membrana tem uma rede chamada de lâmina nuclear, parecida com uma gaze. Então, existe a membrana externa do núcleo, a membrana interna e essa lâmina para poder constituir a estrutura nuclear. Essa lâmina é um filamento de proteína que dá sustentação e faz com que o envelope nuclear tenha uma forma, na maioria das vezes, arredondada. Os poros parecem uma cestinha de basquete. A visão geral é que eles parecem uma flor, mas quando se olha a sua estrutura, parecem, na verdade, uma cestinha de basquete. Então, aqui se tem o núcleo e a estrutura de um poro (slide). 27 NÚCLEO E MEMBRANA NUCLEAR A célula eucariótica não tem o núcleo como algo delimitador, não é como se o material estivesse aprisionado em seu interior. Quando se tem um quarto com uma porta, tem-se um local com um ambiente fechado, mas quando se tem um com 30 portas, isso quer dizer que esse quarto é apenas um local de movimentação e seleção, mas não de exclusão. Não é que o material genético esteja longe do resto da célula, o núcleo é só um modo de organizar porque o material é grande demais e ele passa por muitas mudanças durante os processos em que a célula se desenvolve. Essa membrana é como um quarto que tem 30 portas, onde se tem um movimento molecular intenso de entrada e de saída. Portanto, o núcleo não é algo restrito, é permeável. E essa membrana, com essa característica, indica que as moléculas podem entrar e sair, dependendo do tamanho. Quando se estuda a parte de síntese proteica, parte dela ocorre dentro do núcleo e parte fora. O RNA é produzido dentro e sai para sintetizar proteínas. É importante ter a ideia de que o núcleo não é para restringir a célula, não é isolante, ele tem função de organização. Caso clínico para identificação das principais moléculas e a sua classificação 28 Pergunta da professora: “Cadê as moléculas? Como é que sei que é diabetes? Como é que eu sei que é hipertensão? Como sei que está havendo lesão renal? Como sei que está havendo dislipidemia? R: 1- Glicose elevada, acima de 100. 2- Sódio e potássio altos estão associados à hipertensão. 3- Creatinina e albumina na urina indicam lesão renal. 4- Dislipidemia pode ser observada pelo colesterol total e triglicerídeos altos. Falamos sobre bactérias, protozoários, fungos, animais e vegetais. As pesquisas hoje usam vários modelos. A bactéria é muito fácil de cultivar, pois já se conhece o DNA, então para estudo molecular ela é muito rápida. O uso desses microrganismos já é preestabelecido. 29 Organismos-modelo Trabalhar com células é trabalhar com cultivo. A célula é cultivada em placas ou em garrafas. Essa placa é estéril e vem com uma matriz que nem se consegue ver. Quando se coloca as células na placa, elas vão crescendo e se desenvolvendo através dessa matriz e, assim, se consegue reproduzir vários tipos de células fora do corpo. Pergunta da professora: “Então o que se usa?” R: “3T3 Fibroblasto da pele, B16 que é melanoma... E, através disso, são feitos estudos de processos celulares, de tratamentos, de vacinas e se estabelece o que um fármaco faz e como ele faz.” A célula não é só isso que é estudado na biologia celular. Ela aborda parte de células-tronco, que já foram consideradas como “a oitava maravilha”. Hoje se tem células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs) com informações importantes para se obter a cura de algumas doenças. Um ritual que vem acontecendo na medicina regenerativa é a descelularização. Em que se cria um molde e coloca-se a célula nesse molde, fazendo com que se tenha um coração de verdade. À medida que se dão banhos de regeneração celular, o tecido vai se formando e se diferenciando. Usa-se plasma rico em plaquetas. É a chamada descelularização ou engenharia de tecidos. Obs: Células tronco pluripotente induzidas (do inglês, induced pluripotent stem cells, IPS), são células de organismos adultos que, através da expressão de fatores de transcrição específicos, ganham uma característica bastante particular de célula embrionária, a pluripotência. Por conta de tal capacidade é esperado que as células tronco pluripotente induzidas revolucionem a medicina regenerativa num futuro próximo. 30 CÉLULAS TRONCO https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula https://pt.wikipedia.org/wiki/Fator_de_transcri%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Fator_de_transcri%C3%A7%C3%A3o
Compartilhar