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9 - LIPÍDIOS (PCM)

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TRANSCRIÇÃO DA DISCIPLINA PCM (22/03/2021) 
TEMA: LIPÍDIOS 
PROFESSOR(a): MELINA 
DIRETOR(a): BRUNNO GIORDANNO, GABRIELA PESSOA e IANE CASTRO 
REVISOR(a): ANA KARLA, VICTOR GUSMÃO E FLÁVIA JÁCOME 
 
 
Nesta aula, será conceituado o que são lipídios e como são classificados, para que 
posteriormente seja possível falar do metabolismo de lipídios com os conceitos principais já 
estabelecidos. 
Os objetivos desta aula são: 
● Conhecer a estrutura dos lipídios; 
● Entender a importância dos lipídios para o funcionamento da célula; 
● Reconhecer os tipos principais dos lipídios e sua classificação; 
● Caracterizar os lipídios; 
● Compreender sua função no organismo; 
● Observar os tipos de lipoproteína e suas classificações; 
Os lipídios são bem presentes na alimentação, e é necessária uma alimentação 
balanceada com bons tipos de lipídios. 
Os lipídios são conhecidos popularmente como gorduras, óleos ou ceras. Eles 
possuem algumas características gerais, entre elas, pode-se dizer que os lipídios são um grupo 
heterogêneo de substâncias amplamente distribuídas em animais e vegetais, sendo insolúveis 
ou pouco solúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, portanto, apresentam escassa 
polaridade. 
 
 
Os lipídios estão presentes em: 
● membranas biológicas; 
● alguns hormônios no nosso organismo; 
● desempenham função energética, pois o adipócito abriga uma quantidade considerável 
de lipídios como reserva energética do nosso organismo; 
● relacionados ao isolamento térmico; 
● ajudam no processo digestivo, através de uma micela mista que será falado 
posteriormente; 
LIPÍDIOS 
IMPORTÂNCIA BIOLÓGICA 
 
● servem de substância impermeabilizante, como no caso da cutícula que reveste as 
folhas das plantas, utilizamos desse lipídio para cosméticos, hidratação do cabelo, 
fortalecimento de unhas.; 
● tem função antioxidante; 
 
 
Os lipídios desempenham funções no nosso organismo e na nossa dieta. 
As funções relacionadas ao organismo são: desempenham função energética, 
funcionam como isolante térmico (quem apresenta menor camada de gordura debaixo da pele 
sente mais frio), serve como protetor dos órgãos vitais (gordura amortece impactos), 
envolvido na transmissão nervosa e no metabolismo celular. É uma substância fundamental 
ao bom funcionamento do nosso organismo, não sendo saudável uma restrição total destes, 
como proposto em algumas dietas, por ser essencial para diversos fatores no corpo humano. 
As funções na dieta são: pode ser considerado fonte de combustível, suprimento de 
nutrientes essenciais, estão relacionados à saciedade e palatabilidade alimentar. Hoje em dia 
observa-se a questão da saciedade quando vemos a situação das sementes, que ao comer 
apenas algumas unidades, trazem a sensação de saciedade. 
 
 
Os lipídios podem ser classificados em cíclicos e alifáticos de acordo com sua 
estrutura química. Um exemplo de lipídios cíclicos é o esterol, no qual o principal 
representante dessa classe é o colesterol. Os alifáticos simples vão ter a cadeia constituída a 
base de carbono, hidrogênio e oxigênio, como exemplo temos ácidos graxos, triglicerídeos, 
cerídeos e ceras de modo geral. Os alifáticos complexos possuem carbono, hidrogênio 
oxigênio, e alguma molécula de fosfato, glicídio associada à cadeia, como exemplo temos o 
fosfolipídio (abundantes na membrana plasmática), os glicolipídios (que podem estar 
presentes na membrana dependendo da natureza da célula). 
FUNÇÕES NA DIETA E ORGANISMO 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
A outra classificação está associada ao aspecto clínico e de avaliação 
laboratorial, considerando os lipídios circulantes (os ácidos graxos, fosfolipídeos, 
triglicerídeos e colesterol), as lipoproteínas e as apolipoproteínas. 
 
São moléculas formadas a base de lipídios e proteínas. Essas lipoproteínas servem 
para transportar através do sangue colesterol e triglicerídeos. 
Tipos de lipoproteínas: Quilomícrons, VLDL, IDL, LDL, HDL. 
PERGUNTA DA PROFESSORA : QUANDO FAÇO UM EXAME DE SANGUE, 
ESSAS LIPOPROTEÍNAS, COMO HDL, LDL E VLDL, APARECEM? 
R: Sim! No entanto, não são observados quilomícrons, nem IDL, pois são 
metabolizados muito rápido. Então depois de um certo intervalo de tempo de jejum não é 
mais necessária a circulação dessas moléculas, pois já sofreram alterações metabólicas. 
 
São moléculas que vão estar presentes na constituição das lipoproteínas que são 
consideradas moléculas endereçadoras. Vão sinalizar o local que a lipoproteína tem que sair 
ou chegar. Por isso é chamada de molécula endereçadora. São elas que vão sinalizar de onde 
a lipoproteína deve sair e onde deve chegar. Essas apolipoproteínas vão ser denominadas 
pelas letras do alfabeto e pode existir mais de um tipo de apolipoproteína por letra ex: A1, 
A2..., B48, B100. Possuem características estruturais e estão relacionadas a um tipo de 
proteína. 
 
 
A maioria dos lipídios são derivados ou possuem em sua estrutura uma unidade de 
ácido graxo. Então esse ácido graxo de um modo geral é a unidade formadora da maioria dos 
lipídios (unidade precursora). São obtidos por meio da hidrólise de gorduras e óleos naturais. 
LIPOPROTEÍNAS 
APOLIPOPROTEÍNAS 
LIPÍDIOS SIMPLES 
ÁCIDOS GRAXOS 
 
Geralmente apresentam um número par de carbono, não apresentam ramificação, e são 
formados a partir de 4 carbonos até 36 carbonos, sempre em número par. 
 
Sua classificação é feita de acordo com o grau de insaturações (duplas ligações). 
Então o que apresenta dupla ligação em sua constituição química vai ser chamado de 
insaturado. Geralmente, os ácidos graxos insaturados são óleos (origem vegetal), em estado 
físico semi-sólido ou liquefeito. Se a estrutura não apresenta dupla ligação, ou seja só possui 
ligação simples, vai ser chamado de ácido graxo saturado (geralmente é de origem animal), 
estado físico mais solidificado. 
 
 
 
Os ácidos graxos saturados não são considerados nutrientes, pois são sintetizados a 
partir da molécula de acetato. Serve para aumentar os níveis de triglicerídeos do corpo 
humano. E como isso funciona? O ácido graxo saturado estimula o fígado a produzir mais 
VLDL (um tipo de lipoproteína que é rica em triglicerídeos), assim, ocorre um aumento de 
triglicérides noorganismo. São abundantes nos animais de uma forma geral, no óleo de coco 
e no óleo de palma. É importante porque ajuda no desempenho do metabolismo energético. 
 
 
 ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS 
 
Podem ser classificados como monoinsaturados (quando apresentam uma única 
ligação dupla), ou poliinsaturados (quando apresentam várias duplas ligações). Nesse 
contexto de ácido graxo poliinsaturado são bastante importantes os eicosanóides, que são 
moléculas relacionadas à resposta imunológica, exemplos de mediadores lipídicos da 
inflamação. Exemplos de eicosanóides: leucotrienos, prostaglandinas, prostaciclinas, 
tromboxanos, participam da resposta imunológica. 
 
 
Primeiro ponto a ser discutido: toda vez que ouvimos a palavra “essencial” é 
porque não é sintetizado pelo organismo e tem que ser proveniente da dieta. Então, os 
ácidos graxos essenciais são ácidos poliinsaturados que não são sintetizados pelos 
mamíferos, obrigatoriamente tem que ser provindo de base alimentar. 
 
Esses ácidos graxos são importantes porque eles participam da formação do ácido 
aracdônico. Mas quem é esse ácido aracdônico? Podemos dizer que o ácido aracdônico é o 
precursor dos eicosanóides, que foi falado anteriormente, e estes estão envolvidos na 
resposta imune. Se não tiver ácido aracdônico, não há produção boa de eicosanóides; e se 
não tem produção boa de eicosanóide, não haverá uma boa resposta inflamatória ou 
resposta imune. A resposta inflamatória é um tipo de mecanismo de defesa. 
 
Então esses ácidos graxos essenciais estão presentes em alimentos ricos em ácidos 
linoleico e alfa-linoleico, ou seja, os ômegas. Lembrar que ácidos graxos essenciais são 
sintetizados pelas plantas, especificamente o fitoplâncton. Então quando falamos que um 
salmão tem boa concentração de ácido graxo essencial, não quer dizer que foi o salmão 
que sintetizou esse ácido graxo, e sim que ele vem da base alimentar do salmão. E quando 
nos alimentamos do salmão, por tabela, adquirimos essa concentração de ácido graxo. 
 
Por isso que, hoje em dia, quando uma pessoa precisa, por exemplo, ter uma 
ingestão boa de ácido graxo essencial, ela deve saber qual a procedência do salmão que 
come. Se for um salmão de cativeiro, onde a base alimentar dele vai ser ração, a 
concentração de ácido graxo desse salmão não vai ser a mesma de um salmão que é 
pescado. 
 
PERGUNTA: Pode repetir isso do salmão? 
R: Quando dizemos que o salmão é rico em ômega, temos que lembrar que não foi o peixe 
que sintetizou o ácido graxo essencial. O ácido graxo essencial que contém na constituição 
do peixe é provindo da base alimentar do peixe, ou seja, o peixe se alimenta de 
fitoplâncton e o ácido graxo é produzido pelo fitoplâncton. 
 
Mais um ponto a ser lembrado: os ácidos graxos vão passar por um processo de 
catabolismo, e nesse catabolismo observa-se um processo de ß-oxidação, através da qual 
esse ácido graxo vai ser quebrado em partículas de Acetil-CoA, e esse Acetil-CoA é muito 
importante quando falamos de metabolismo de lipídios, porque essa molécula é necessária 
para formar outros tipos de lipídios. Então, quando se pergunta: “o processo de 
ÁCIDO GRAXOS INSATURADOS 
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS 
 
metabolismo de ácidos graxos se dá através de que?” Da ß-oxidação. E essa ß-oxidação 
serve para favorecer a formação de Acetil-CoA. 
 
Observa-se que esse processo de ß-oxidação ocorre nos casos de jejum prolongado 
ou diabetes descompensada. Qual a relação do jejum prolongado e do diabetes 
descompensado (com a glicemia fora do controle), o que eles têm em comum? Eles têm 
aquela característica de mau hálito, ou hálito cetônico. Pois ambos os estados favorecem a 
formação excessiva de corpos cetônicos. Veremos mais em detalhes quando estivermos 
estudando metabolismo dos corpos cetônicos, a partir do processo de ß-oxidação. 
 
Quando foi falado da classificação laboratorial das dosagens, tinha ácido graxo, 
mas na rotina laboratorial vê-se bem mais a dosagem de colesterol, triglicerídeos e 
lipoproteínas. O médico geralmente pede ácido graxo somente depois que ele já pediu 
todas as outras solicitações de lipídios e a hipótese diagnóstica não fecha, aí que ele irá 
observar o ácido graxo. Pois como o ácido graxo é metabolizado rapidamente, quando o 
laboratório vai dosar, pode ser que o valor esteja mascarado pelo catabolismo do 
indivíduo, por esse motivo ele não é um parâmetro muito utilizado na rotina. Mas se for 
pedido, os valores de referência são entre 10% e 20% constituído de ácido graxo. 
 
PERGUNTA: Existem casos em que o ácido graxo pode estar alto? 
R: Existe, e aí temos que ver se o paciente possui algum distúrbio do metabolismo, 
por exemplo. Ele pode possuir algum distúrbio que faz com que ele tenha um catabolismo 
exacerbado, e aí temos alguns quadros de distúrbio de metabolismo de lipídio, que aí 
poderemos ver vários tipos de alterações nas concentrações. 
 
 
 
Voltando a falar do grau de insaturação, que está relacionado bastante com o estado 
físico. Aqueles ácidos graxos saturados, observamos que eles apresentam um estado mais 
sólido, por causa de uma maior interação entre as moléculas. Já se queremos algo mais 
fluido, iremos pensar em uma menor interação entre as moléculas. Então podemos pensar 
em um composto que temos a mistura de ácidos graxos saturados com insaturados, que 
nem será tão sólido e nem tão líquido. Então conseguimos modular a textura daquele 
lipídio que queremos produzir, mexendo no grau de insaturação, de forma artificial. 
 
Em exemplos de ácidos graxos, podemos ver três grandes grupos. Sendo eles: 
● Os saturados: Óleo de coco, Babaçu, Amêndoas, Cacau, Dendê, Banha. 
● Os insaturados: 
- Monoinsaturados: Ômega 9, óleo de girassol, azeite de oliva, óleo de 
canola. 
- Poliinsaturados: Ômega 3, Ômega 6, óleo de atum, salmão, algodão, 
girassol. 
GRAU DE INSATURAÇÃO 
 
 
 
Aqui eu também colocarei algumas observações, quanto ao efeito de determinado ácido 
graxo. 
 
 
Artigo interessante : https://www.scielo.br/pdf/rn/v19n6/10.pdf - (Não será cobrado) 
 
Quando se fala de ômega3, tem-se AHA, DHA e EPA. O Ômega 3 é importante na 
alimentação porque promove alguns efeitos, como efeito antiinflamatório; favorece a 
diminuição de risco de aterosclerose e de trombose, além de servir para remoção de 
triglicerídeos da circulação. 
Então se o paciente está com hipertrigliceridemia, ou seja, altos valores de 
triglicérides - acima do valor de referência normal- o uso de ômega 3 pode ajudar na tentativa 
de baixar esses níveis. Isso quer dizer que um paciente que faz ingestão de triglicerídeos 
demasiadamente precisa usar o ômega 3. Não faz referência ao paciente que tem algum erro 
no metabolismo e precisa tomar um fármaco específico para regulação. 
 
EFEITOS DOS ÔMEGAS 3 E 6 
Menos de 150mg/dL é considerado normal; até 199 mg/dL é considerado moderado-alto; 
até 499 mg/dL é considerado alto; e acima de 500 mg/dL é muito alto. 
https://www.scielo.br/pdf/rn/v19n6/10.pdf
 
Já quando se fala em ômega 6, sabe-se que ele está envolvido na resposta 
imunológica; serve para regular a pressão arterial. 
Nesse período de pandemia, percebe-se que nutricionistas são muitos solicitados para 
receitar alguns suplementos que favoreçam a resposta imunológica, ajudando a prevenir 
algumas doenças ou, em caso de adoecimento, que seja de forma mais leve. Alguns 
suplementos prescritos são: vitamina D, vitamina C, ômegas 3 e 6, probióticos e glutamina. 
Além disso, os ácidos graxos, de uma forma geral, podem ser transformados em 
sabão, ou seja, são saponificáveis, quando reagem com a base. Essa reação é uma hidrólise 
salina ou reação de saponificação. 
 
Ouve-se muito falar em sabão virgem, que é um sabão muito presente no interior, 
comprado por pedaço. Possui coloração amarelada, não translúcida e odor fétido bem 
característico. Excelente agente anti-séptico porque, como não tem natureza química de 
corantes, fragrâncias nem passa por tratamento mais rebuscado, retira a sujidade e os 
microorganismos com mais eficiência. Seu odor característico é devido à ausência de aditivo 
químico. 
Foi dado um exemplo de utilização do ácido graxo para produção de sabão, será dado 
outro exemplo de uso do ácido graxo, mas agora pela indústria alimentícia: os produtos 
hidrogenados. 
Quando se fala em gordura hidrogenada, deve-se pensar em um ácido graxo que foi 
modificado artificialmente. A maioria dos acidos graxos que se observa na natureza apresenta 
as duplas ligações em posições cis, ou seja, observa-se todas as duplas ligações do mesmo 
lado da molécula, pensando em conformação espacial. Numa conformação trans, observa-se 
que as duplas ligações são distribuídas de maneira desordenada, estão de um lado e de outro 
da molécula. O nome trans simboliza isso. Como ocorre esse processo de hidrogenação? Se 
adiciona hidrogênio artificialmente ao ácido graxo. Por isso, é chamada de gordura 
hidrogenada. 
 
 
Qual é o benefício de utilizar uma gordura hidrogenada? 
1- Melhora a textura do preparo, a palatabilidade do alimento, tornando-se mais 
saboroso e atraente. Por exemplo: a crocância e textura da batata do McDonalds é obtida pela 
sua fritura em gordura de origem hidrogenada. 
2- Aumenta a vida útil dos alimentos, prolongando o prazo de validade e a 
conservação. 
PERGUNTA DA PROFESSORA: E por que essa gordura é ruim? 
R: Porque aumenta consideravelmente os níveis de LDL. 
PERGUNTA DA PROFESSORA: E por que é ruim quando o LDL está alto? 
R: Porque favorece a deposição de lipídios nos tecidos. Então, se muito lipídio é depositado 
no tecido, corre o risco de se obter uma placa ateromatosa, aumento do risco cardiovascular e 
de infarto agudo do miocárdio. 
 
Os ácidos graxos participam da formação de moléculas que vão favorecer uma 
resposta imunológica no organismo, sendo imprescindíveis para a formação do ácido 
aracdônico. A molécula de ácido aracdônico serve como precursora dos eicosanóides. “E o 
que é uma substância precursora?” É aquela que serve de base de formação para outra. 
Quando o ácido aracdônico sofre a ação de determinada enzima vê-se a formação dos 
eicosanóides. Dentre eles, existem as prostaglandinas, leucotrienos e tromboxanos , 
substâncias que favorecem o processo inflamatório porque promovem a vasodilatação e o 
aumento da permeabilidade vascular, trabalhando em prol de um processo inflamatório; 
afetam o fluxo sanguíneo, e isso mexe com a sensibilidade dos hormônios; elevam a 
temperatura corporal, que também participa do processo de inflamação; além de estimular a 
contração da musculatura lisa (útero). 
EICOSANÓIDES 
 
Quando se tem um processo inflamatório vigente no organismo e é preciso tomar um 
antiinflamatório, esse medicamento possui inibidores da enzima cox (cicloxigenase). Assim, 
ocorrerá uma inibição da cadeia do ácido aracdônico para bloquear o estímulo em prol da 
inflamação. 
Por exemplo: em uma mulher no período menstrual, que possui uma concentração 
hormonal diferenciada, observa-se um fluxo sanguíneo diferenciado na região intra uterina; 
cólica muito forte devido a contração dessa musculatura, pode ter um efeito de tontura, sem 
forças. Isso tudo é favorecido por um processo inflamatório. 
Se não há uma boa concentração de ácido linoleico, há um prejuízo em toda a cascata, 
tanto diretamente na síntese de ácido aracdônico quanto indiretamente nos eicosanóides. 
 
PERGUNTA RETÓRICA: : “Febre é bom?” 
R : “Sim, o estado febril é benéfico para a interação entre os receptores; antígeno e 
anticorpo.” 
 
PERGUNTA DO CHAT: Como funciona a sinalização biológica e dos coágulos? 
 
R: Seguinte, quando falamos em processo inflamatório, espera-se que haja a 
formação de coágulos e redução do fluxo sanguíneo no tecido em que existe processo 
inflamatório vigente. Como os eicosanóides trabalham em prol da inflamação, falamos de 
coágulo. 
 
 
Molécula que apresenta um glicerol unido a 3 unidades de ácidos graxos. Por isso a 
terminologia de tri glicerídeos. Os triglicerídeos estão bem relacionados aos adipócitos 
(reserva energética do nosso organismo), por exemplo. Dos lipídeos presentes nos alimentos 
de maneira geral, 95% é constituído por triglicerídeos. Quando se fala em armazenamento delipídios no nosso organismo, 99% é de constituição de triglicerídeos. Estes triglicerídeos, 
além da função energética, também servem para favorecer o isolamento térmico e a proteção 
mecânica. 
TRIGLICERÍDEOS 
 
Os triglicerídeos passaram de “vilão a mocinho” na dieta. Alimentos que eram 
considerados maléficos, hoje em dia tem consumo recomendado. Observa-se que o ovo era 
tido como um alimento que não deveria ser consumido, alegando-se que ele favorecia o 
aumento de colesterol. Comparando-se com os dados atuais, vê-se que o ovo é uma proteína 
de excelente qualidade. Observa-se também que a associação entre o consumo de ovo e o 
aumento do colesterol estava mais relacionado ao tipo de gordura usado em seu preparo. 
 
 
O gráfico acima denota que precisamos de uma base alimentar diversificada e que 
tudo deve ser consumido com moderação. 
 
 
Os cerídeos são ésteres derivados de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa. Quando 
se fala em cerídeos, lembra-se bastante da linha de cosméticos, já que são muito utilizados na 
fabricação destes, principalmente de cosméticos que favorecem a hidratação e 
impermeabilização. 
Observa-se que os cerídeos servem nos vegetais como fator de proteção, pois formam 
uma barreira impermeabilizante, e, a partir deste princípio, a indústria farmacêutica produz o 
spray de cabelo como impermeabilizante, hidratante, etc. 
 
Lipídios complexos apresentam em sua estrutura outros elementos além do C, H e O, 
como o fósforo, enxofre e nitrogênio. Trazendo complexidade a essa estrutura química, e, 
consequentemente, favorecendo uma especialização relacionada a sua função. 
 
 
CERÍDEOS 
LIPÍDIOS COMPLEXOS 
 
O glicerofosfolipídeo é uma molécula que possui caráter anfipático (porção 
hidrofóbica e porção hidrofílica). 
Pode estar presente na constituição de algumas membranas do organismo. 
OBS : Nossas membranas de uma forma geral, terão lipídios em sua constituição 
química, e, dependendo do tipo celular, pode-se haver concentração maior ou menor de 
determinado tipo de lipídio. 
PERGUNTA RETÓRICA: “Professora, toda bicamada lipídica tem fosfolipídio?” 
R: Tem. 
PERGUNTA RETÓRICA: “Posso ter colesterol em uma membrana?” 
R: Posso, mas determinada membrana de uma célula X pode ter uma concentração 
maior de colesterol que uma célula Y. A célula X pode ter muito glicerofosfolipídeo e a 
célula Y não ter. Isso vai depender da função desempenhada por cada tipo celular. 
A base constituinte é a mesma, porém em diferentes proporções. 
 
PP: PORQUE O ESFINGOLIPÍDIO? 
RP: Por que se relaciona muito com a esclerose múltipla, isso porque, quando se fala 
em mielinização (formação da bainha de mielina) e para que ela seja formada com sucesso 
(processo que se inicia na infância), precisa-se de boa concentração de esfingolipídio. 
 
Existem algumas doenças neurodegenerativas, as quais fazem com que essa bainha de 
mielina seja danificada, ou seja, tem-se um paciente que a bainha vai ser danificada em 
algumas regiões, fazendo com que esse paciente apresente algumas alterações em nível 
neuromotor. Então, quando se fala em esclerose múltipla, verifica-se um processo de 
desmielinização e isso vai comprometer o aspecto motor do paciente. 
PP: Professora, para que serve essa bainha? Para que realmente serve esses 
lipídios? 
RP: Porque para quando impulso nervoso passar, que sabemos que é um impulso de 
natureza elétrica, o lipídio presente nessa bainha faz com que o impulso não seja dissipado. 
Podemos exemplificar da seguinte forma: vamos supor que o nervo ele seja um cabo 
de fibra óptica, assim é interessante que o estímulo não seja dissipado. 
GLICEROFOSFOLIPÍDEO 
ESFINGOLIPÍDIOS 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS RELACIONADAS AOS ESFINGOLIPÍDIOS 
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA “ESCLEROSE MÚLTIPLA" - ELA 
 
 
Outro exemplo para ficar mais claro, relacionado a bainha de mielina na infância, 
assim vamos pensar: quando se tem uma criança na sua primeira infância uma média de 3 
anos de idade, quando ela relata dor, ela não sabe localizar muito bem onde é essa dor, pois 
ela informa que dói tudo, ou seja, a sensação que a dor é generalizada ou dissipada, assim 
pergunta-se: 
PP: Por que a criança tem essa sensação? 
RP: Porque o processo de incrustação de lipídios em sua bainha de mielina está ainda 
em processo de formação, assim preciso que a base alimentar dessa criança seja rica em 
lipídios. Portanto, pode se inserir na alimentação dessa criança lipídios de boa qualidade na 
alimentação dessa criança com o objetivo de que no passar do tempo do desenvolvimento da 
criança para que se tenha uma constituição de uma bainha de mielina de boa qualidade, sendo 
assim o estímulo doloroso não dê essa impressão de estímulo dissipado, permitindo assim 
que ela saiba localizar onde está esse incômodo. 
 
PA: Professora, onde podemos encontrar a fonte alimentar desses 
esfingolipídeos? 
RP: Vou te responder com um exemplo de uma atividade realizada durante a minha 
graduação. Em uma comunidade carente orientava-se a mãe uma estratégia para o auxílio do 
desenvolvimento da criança, para que a criança não tivesse uma sensação de uma dor 
diminuída, pedia-se a mãe que colocasse um fio de óleo de boa qualidade, por exemplo óleo 
de girassol, óleo de canola ou um fio de azeite na mamadeira da criança, seja ela na vitamina, 
no leite ou o que a criança aceitasse. 
 
 Azeite de oliva Óleo de girassol 
 
DOR DISSIPADA NA INFÂNCIA 
FONTES ALIMENTARES DOS LIPÍDIOS 
 
 
 Óleo de canola 
PP: Mas por que colocar esse fio de lipídio a mais? 
RP: Porque ele ia passar despercebido no alimento, o qual ia ser ingerido 
frequentemente e, portanto, eu estaria oferecendo uma concentração boa de qualidade de 
lipídio e se observava num intervalo de 3 a 4 meses, o limiar da dor da criança ia melhorando. 
Então uma medida simples e uma dieta balanceada. 
Porém, hoje em dia essa instrução pode ser feita pelo pediatra ou pelo nutricionista. 
PA: O AUMENTO DO FERRO TAMBÉM FAZ ISSO? O FERRO ALTERA A 
FORMAÇÃO DA BAINHA DE MIELINA? 
RP: O ferroestá muito relacionado à questão da anemia. Lembrando que, no caso da 
esclerose múltipla tem-se uma alteração, uma patologia que favorece o dano a constituição da 
bainha de mielina, no exemplo das crianças, tem-se uma carência de lipídios que podem 
repercutir negativamente. 
PP: A COLINA FAZ PARTE DA COMPOSIÇÃO DO LIPÍDIO? COLINA É O 
QUE? 
RP : Ela pode ser encontrada com a composição de alguns lipídios como 
esfingolipídios, mas não necessariamente todos os lipídios têm colina. Colina é a vitamina do 
complexo B. 
 
Forma estrutural da colina 
 
COLINA 
 
PP: O COMPLEXO B É UMA VITAMINA LIPOSSOLÚVEL E 
HIDROSSOLÚVEL? 
RP : Hidrossolúvel. Tem aspecto viscoso, mas não faz parte da constituição do lipídio. 
A colina sozinha é uma vitamina, não necessariamente quando eu falo do lipídio ela 
faz parte da constituição química, mas por exemplo, num alimento rico em lipídio, observa-se 
os dois juntos, fazendo parte do composto. 
Assim, vamos ter cuidado com os problemas de saúde relacionados à ingestão 
incorreta ou simplesmente exagerada de alguns nutrientes, como os carboidratos, fazendo 
com que se aumente consideravelmente o número de obesidade infantil praticamente a taxa 
metabólica dessa criança é muito baixa e fora a forte influência dos meios digitais como 
televisão, celulares e computadores, consequentemente aumenta o sedentarismo dessas 
crianças. 
PA: Professora, eu estava vendo aqui a tabela que você mostrou dos lipídios 
complexos. Os esfingolipídeos são tanto fosfolipídios como glicolipídios? 
RP : Exatamente! 
Em relação a colina, não devemos confundir ela com lipídio, mas em um alimento 
rico em colina podemos sim encontrar os dois fazendo parte do composto 
PA: no caso o esfingolipídio é formado por PO4 + colina? 
RP: Podemos encontrar sim essa composição, porém podemos encontrar outras 
formas na natureza, não somente essa. Quando pensarmos em esfingolipídio, tem-se uma 
classe de moléculas. Temos vários tipos de esfingolipídios. Dependendo do tipo, teremos a 
sua constituição. 
PP: NA COMPOSIÇÃO PODE-SE TER OS DOIS PRESENTES AO MESMO 
TEMPO? 
RP: Pode sim. 
 
Temos vários tipos de Esfingolipídeos. Dependendo do tipo de esfingolipídeo, 
observamos sua constituição (por isso naquela figura tínhamos, basicamente, duas vertentes: 
de glico e de fosfo); mas sobre esfingolipídeos nós pensamos numa classe, onde se tem um 
álcool ou uma estrutura semelhante como base de formação, mas é toda uma classe, e não 
especificamente 1 só. 
Diferentemente dos demais que estávamos conversando, os esteróis não possuem 
ácido graxo em sua estrutura. Eles são derivados do ciclopentanoperidrofenantreno, um 
composto que é constituído por quatro anéis aromáticos não-planares fusionados, e então nós 
os classificamos de acordo com a cadeia lateral ligada ao carbono 17. 
PP: O que eu preciso saber principalmente agora? 
ESTERÓIS 
 
R: Eu preciso saber que esses esteróis estão intimamente relacionados com funções 
metabólicas, que são: função hormonal, função vitamínica, função detergente e função 
estrutural. Precisamos saber bem sobre essas quatro funções. 
O principal representante do grupo dos esteróis é o colesterol. Muitas vezes tido como 
vilão e outras como mocinho. 
PP: O que preciso saber sobre a importância biológica do colesterol? 
R: É uma molécula essencial em várias funções do nosso organismo. Veremos que o 
colesterol é, por exemplo, essencial para que tenhamos produção dos hormônios esteroidais. 
Já já falaremos sobre essa importância biológica do colesterol, vamos começar 
conversando sobre o colesterol estar presente como componente de membrana. 
PP: O que isso traz em diferença de uma membrana para outra? 
R: De acordo com a concentração de colesterol que uma membrana possui, teremos 
uma fluidez diferenciada. Então o colesterol está intimamente relacionado com a regulação 
da fluidez da membrana, corroborando com o que eu já havia falado anteriormente: 
precisamos de concentrações diferentes de acordo com o tipo celular. Então, dependendo da 
concentração, há variação da fluidez. 
PP: E sobre as funções biológicas do colesterol? O que podemos citar? 
R: O colesterol está envolvido na produção de ácidos biliares, envolvido na síntese de 
vitamina D e serve como precursor de vários hormônios do nosso organismo, dentre eles: 
hormônios sexuais (testosterona e estradiol), faz parte da constituição do cortisol; da 
aldosterona; da prednisona e da prednisolona. 
Então é um lipídio extremamente versátil, pois mexe em toda a regulação hormonal 
feminina e masculina quanto às características sexuais, está presente em um hormônio que 
serve, por exemplo, no despertar do nosso organismo (pico de cortisol pela manhã), é 
essencial em várias funções. 
Nesse âmbito de lipídeos, de uma forma geral, foi possível constatar que eles regulam 
função hormonal, regulam função estrutural, participam do processo inflamatório, servem de 
base energética para nosso organismo, servem como isolante elétrico e térmico no nosso 
organismo, interferem na coagulação sanguínea ( PP : Por que, professora? R : Porque nós 
temos mediadores lipídicos de inflamação, que são os eicosanóides sobre os quais já 
conversamos) e também trabalham na transdução de sinal ( PP : O que é isso? R : É no 
processo de sinalização celular, lá temos moléculas de lipídios trabalhando). 
 Então fechamos essa parte mais centrada em definição (de ácido graxo, triglicerídeo, 
colesterol, lipídios compostos) e vamos falar um pouco, bem brevemente, da digestão desses 
lipídeos no nosso organismo, e a partir desse processo digestório nós entramos em 
lipoproteínas, que são os compostos provenientes da digestão. 
 
CONSIDERAÇÕES 
 
Quando falamos em digestão de lipídeos, vemos que 90% é proveniente de 
triglicerídeos e 10% do restante dos lipídeos presentes na dieta (exemplo: colesterol, 
fosfolipídeos, ácido graxo livre, éster de colesterol e assim por diante). Também vemos que 
alguns locais participam do processo de digestão. 
PP: Que locais são esses? R : A boca, o estômago e o duodeno. 
PP: Por que participam, professora? R : Porque cada local desse terá uma enzima que atua emum tipo de lipídio, ou nos lipídios (já que não estamos particularizando). E então, vimos que 
pode ser uma ação mais ou menos pronunciada. Por exemplo, na boca temos a lipase lingual 
a qual tem pouca ação na boca, apesar de já ser iniciado o processo de participação de 
enzimas atuando no lipídio. Caminhando para o estômago, observamos a presença de lipase 
gástrica, onde, dependendo da variação do ph, ela pode ser inibida (se houver ph bastante 
ácido em nível estomacal). 
PP: O que pode favorecer a variação desse ph? Minhas nutris podem dar n exemplos, me 
deem só 1, ou o pessoal de farmácia. O que observamos? 
R : Observamos o exemplo de alguns medicamentos que, se utilizados de forma exacerbada 
ou desnecessária, podem alterar o ph estomacal, como omeprazol, pantoprazol, antiácidos e 
leite de magnésio, podendo prejudicar o processo digestório de uma forma geral. Por isso, 
devemos ter cuidado com o que a gente bebe ou toma, para não prejudicar outras funções. 
 A digestão propriamente dita se inicia no duodeno, pois lá teremos a participação dos 
sais biliares e a ação da lipase pancreática e da lipase intestinal. Esses sais biliares, a grosso 
modo, vão favorecer o processo de emulsificação das gorduras. Posteriormente, detalharemos 
esse processo de digestão quando estudarmos a via de metabolização dos lipídios, 
mostraremos o passo a passo desse metabolismo. 
Participação de aluno(a): “O alimento que diminui essa secreção gástrica é a 
espinheira-santa ” 
R - Prof: “Muito bem! Olhaí, estou aprendendo com meus alunos, não sabia; não sou muito 
de chás. A gente compartilha o conhecimento.” 
PP: O que mais precisamos lembrar em relação aos lipídeos? 
R: Observamos que o processo de digestão é controlado pelo sistema hormonal. Logo, se 
tivermos uma falta de regulação do sistema hormonal, haverá comprometimento do 
metabolismo energético. Tudo no nosso organismo é desencadeado de forma sistêmica (o 
famoso Efeito Dominó): se falta regulação aqui, vai desregular ali, e outro desregula para 
compensar, e assim sucessivamente. 
 Trouxe esta imagem somente para criar uma expectativa, espero que não de pavor, 
mas expectativa no intuito de aprendizado. 
DIGESTÃO 
 
 
PP: Todo esse processo de digestão visa o que? 
R: Visa que o lipídio chegue disponível na circulação, para que da circulação ele possa 
chegar até à alguma célula do organismo. Então, para que isso ocorra para que aquele lipídio 
ingerido na dieta passe pela digestão e seja disponibilizado no sangue e transportado por uma 
glicoproteína, haverá todo um processo de ação de enzimas interferindo, por isso falamos de 
metabolismo lipídico. 
PP : Esse processo é extenso? É complexo? 
R: SIM. Nada é simples no nosso organismo, mas estudaremos o passo a passo. 
Como chegamos no universo do sangue, no transporte desse lipídio no sangue para 
que o colesterol e o triglicerídeo chegue na célula, entramos no âmbito das Lipoproteínas. 
Lembrando: estamos falando de lipoproteínas de forma conceitual, posteriormente falaremos 
sobre seu metabolismo. 
Podemos caracterizar as lipoproteínas como sendo macromoléculas sintetizadas no 
fígado e no intestino delgado e que são formadas por proteínas e lipídeos, podendo ser 
encontradas no sangue, transportando colesterol e triglicerídeos. 
 
PARTE 8 – LAÍS CHRISTINE - (1h57min-2h11min) 
 Então a estrutura básica da lipoproteína, como pode-se observar, é uma molécula que 
terá caráter hidrofílico em uma porção e hidrofóbico em outra. Observa-se a presença de mais 
de um tipo de lipídio, como fosfolipídio, colesterol não estratificado, triglicerídeo e éster do 
colesterol. Também vamos observar algumas porções proteicas, como a apoproteína, que 
pode ter característica estrutural na lipoproteína. Pode-se classificar a lipoproteína em duas 
vertentes: 
LIPOPROTEÍNAS 
 
● Por eletroforese 
● De acordo com a densidade (baseada na ultracentrifugação) 
PP: Qual é a mais utilizada no meio clínico/laboratorial? 
R: Geralmente utiliza-se a classificação por ultracentrifugação, mas quando forem a um 
endocrinologista e comentarem sobre os tipos de dislipidemias, utiliza-se o outro método, na 
maioria das vezes. Então, você pode pegar, por exemplo, o prontuário de um paciente no qual 
consta que o mesmo apresenta alfa dislipidemia. Para isso, será preciso o conhecimento de 
classificação eletroforética. 
 
A professora lê o slide até a parte de LDL. 
PP: Por que a de baixa densidade é ruim e a de alta densidade é boa? 
R : Pois quando temos uma molécula de baixa densidade, significa que ela tem mais 
lipídio que proteína, então vê-se que o HDL tem uma concentração de proteína elevada, por 
isso que ela é mais pesada. 
A professora continua a leitura do slide até o último tópico 
OBS: IDL e Quilomicra são metabolizadas rapidamente, então não espera-se 
observar essas lipoproteínas circulando no sangue do paciente em jejum. 
Ex: se o paciente fez um jejum de 10h a 12h, e obteve presença de quilomícrons, 
significa que ele tem um distúrbio no metabolismo de lipídios, pois, convencionalmente os 
quilomícrons devem passar cerca de 30 minutos em circulação após a alimentação. Depois, 
ele deve ser metabolizado. 
Quando se fala em classificação eletroforética estaremos trabalhando com diferença 
cardioelétrica, favorecendo a migração de um pólo para outro. 
O quilomicron continua da mesma forma, o de baixa densidade por eletroforese 
(LDL) é chamado de beta-lipoproteína; alta densidade: alfa-lipoproteína e muito baixa 
densidade: pré-beta-lipoproteína (VLDL). A classificação de IDL aqui não é possível separar. 
 
 
Quando se fala de quilomícron, é possível observar que se trata de uma molécula 
grande, pois possui muito triglicerídeo, o que favorece o volume. Mas observa-se que o 
triglicerídeo do quilomícron é de origem exógena, ou seja, vem da dieta, por isso ele passa 
pouco tempo na circulação. Entretanto, o triglicerídeo do VLDL, que é endógeno, tem origem 
no fígado. 
Como a lipoproteína é uma molécula que serve de transporte para colesterol e 
triglicerídeo, você sempre deve fazer a relação de proporção entre eles.PP : E o LDL? 
R : Vê-se o predomínio de colesterol esterificado, assim como o HDL (em relação ao 
triglicerídeo). 
Então, de uma maneira geral, espera-se, do metabolismo das lipoproteínas, que a 
medida que ela vai sendo metabolizada de uma para outra (ou seja, de quilomícron para 
VLDL, de VL para L, de L para H) ela vá perdendo triglicerídeos. 
 
 
A professora faz a leitura do slide até a parte de LDL 
O LDL é uma lipoproteína que leva o colesterol aos tecidos. Porém, se tiver uma 
concentração de LDL elevada há o favorecimento do risco do infarto agudo do miocárdio, 
pois há um excesso de lipídio sendo depositado no tecido. O que favorece a criação de uma 
placa de ateroma, chegando, assim, até ao infarto. 
O HDL faz o transporte reverso do colesterol, ou seja, ele retira o excesso de lipídios 
do tecido, retirando, assim, o excesso de colesterol do sangue. Muitas vezes, o HDL é 
considerado como colesterol bom, o que quer dizer que quanto maior a sua concentração no 
organismo, melhor. Ele está muito relacionado ao exercício físico, então quem costuma 
realizar atividades físicas com frequência tende a possuir uma maior concentração desse 
colesterol no sangue, o que contribui para a diminuição do risco de infarto. 
PA: TEM ALGUM PROBLEMA SE O LDL ESTIVER BAIXO? 
R: Se o LDL estiver abaixo do limite inferior de referência há um problema, pois isso 
sinaliza que aquele lipídio deveria chegar na célula, presente no tecido, mas não está 
chegando. Podendo, assim, interferir no metabolismo celular. Tudo de mais é ruim e tudo de 
menos também é ruim, por isso existe um limite de referência. 
PA: UMA PROFESSORA MINHA FALOU SOBRE ESTUDOS QUE 
MOSTRAM UMA RELAÇÃO ENTRE O LDL MUITO BAIXO (<40 mg/dl) E O 
AUMENTO DO RISCO DOS PACIENTES COMETEREM SUICÍDIO, PORQUE 
AFETA NA ATIVIDADE CEREBRAL . 
R: A afirmação tem lógica porque há uma alteração metabólica. Mas essa relação 
com o suicídio eu desconhecia. 
 
Peguei esse artigo nos “Arquivos Brasileiros de Cardiologia” para que vocês possam 
consultar os valores de referência direcionados à lipoproteínas. 
 
Nesse artigo, eu quero mostrar uma linha de raciocínio de que quando se fala de 
colesterol total é importante saber que ele é constituído por frações de LDL+HDL+VLDL. 
Ex.: Em um exame de sangue que o colesterol total está 230 e o valor desejável é 
<200 é preciso ver quem é o responsável por esse aumento. Se tal elevação tiver sido causada 
pelo HDL não há problema. Porém se for por causa do LDL é preocupante. Então cuidado, 
dado isolado de colesterol total não é bom parâmetro, é preciso avaliar as lipoproteínas para 
poder inferir algum significado clínico. 
As apolipoproteínas podem estar presentes na constituição das lipoproteínas atuando 
como molécula estrutural. 
As apolipoproteínas apresentam funções como: 
1. Direcionamento/ Endereçamento da lipoproteína. Ex.: É a apolipoproteína quem 
sinaliza que o LDL precisa ir para o tecido depositar lipídio. 
2. Ativação de enzimas que vão participar do processo de metabolismo das 
lipoproteínas. Ex.: as lipases são ativadas pelas apolipoproteínas para saber que 
quando há presença (ex.:do VDL), qual lipase precisa ser ativada, qual enzima 
precisa ser ativada para metabolizar, etc... então precisa ser uma ativação seletiva 
para não ativar todas as lipases e quebrar todos os lipídios. 
3. Funciona com o ponto de reconhecimento pelos receptores das células. Servem 
para indicar a necessidade das apolipoproteínas que determinados lipídios 
transitem pela célula. 
Se diferem quanto: 
1. Tamanho (se é A, B, C ou E). 
2. Reação do anticorpo [pode estar se referindo aos imunoensaios (base de interação 
antígeno-anticorpo) para estar identificando, por um método laboratorial, qual o 
tipo de apolipoproteína]. 
3. Distribuição nas diferentes lipoproteínas. A apolipoproteína é uma molécula que 
serve para endereçar onde há lipoproteínas. Ou seja, cada lipoproteína tem uma 
função e um local de atuação que é determinado pela sua apolipoproteína 
específica. 
 
 
APOLIPOPROTEÍNAS

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