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TRANSCRIÇÃO DE EHF TEMA: PLA ARTROLOGIA PROFESSOR(a): PAULO DIRETOR(a): MARIANA VIDAL, IANE CASTRO, GABRIELA PESSOA, EMANUELLY E JOSÉ RENATO REVISOR(a): LUIZ CARLOS E YASMIN MENDES SISTEMA ARTICULAR CLASSIFICAÇÕES DAS ARTICULAÇÕES É importante destacar que existem duas classificações de articulações: classificação anatômica e classificação funcional. Nesse sentido, a classificação anatômica se divide em: ● Articulações fibrosas: não apresentam cavidade articular e são unidas por tecido fibroso, sendo um tecido conjuntivo denso não modelado, e que se dividem em três tipos: suturas (fibras de colágenos mais curtas, que não permitem movimento anatômico e estão presentes no crânio em uma certa maioria), gonfoses (típicas da odontologia) e sindesmoses (fibras de colágenos mais longas e permitem alguma movimentação). É importante destacar que, basicamente, existem duas sindesmoses no corpo humano: rádio-ulnar e tibiofibular. ● Articulações cartilagíneas: cartilagem hialina ou fibrocartilagem. ● Articulações sinoviais: apresentam cápsula articular. Com relação à classificação funcional, a qual é uma classificação vinculada à movimentação, tem-se: ● Articulações sinartroses: não permite nenhum movimento. ● Articulações anfiartroses: permite movimentos de pequena amplitude. ● Articulações diartroses: permite movimentos amplos, sendo articulações do esqueleto apendicular. IDENTIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES FIBROSAS As imagens que seguem apresentam numerações nas articulações, as quais são identificadas em seguida: 1- Sutura, sendo uma articulação fibrosa (classificação anatômica) 2- Sindesmose 3- Gonfose Entre as suturas, teremos as classificações: suturas serreadas, suturas escamosas e suturas planas. As suturas serreadas apresentam um aspecto de serramento, ou seja, parece uma linha que se reconecta uma com a outra, e exemplos dessa sutura serreada são a sutura sagital, coronal e lambdóidea. 4 - Sutura internasal (tipo plana) 5 - Sutura sagital (tipo serreada) 6 - Sutura temporoparietal (tipo escamosa) 7 - Sutura vômer-esfenóide (tipo esquindilese) 8 - Sutura coronal (tipo serreada) X - sutura lambdóidea (tipo serreada) É importante destacar que a sutura dos palatos também é uma sutura plana, embora não esteja representada na imagem anterior. Lembre-se que a sutura plana é uma sutura que não apresenta nenhum acidente, ou seja, não é visualizada nenhuma estrutura em serra e não apresenta borda de escama, há apenas a linha de união. A sutura esquindilese não foi apresentada na aula sobre articulações, porém, existe uma única sutura no nosso corpo que é a esquindilese, a qual é definida como uma articulação fibrosa que tem à margem de um osso, alojada dentro de uma fenda de um outro osso. A única sutura esquindilese que existe no corpo humano é a articulação vômer-esfenóide. A figura a seguir é uma imagem que demonstra o osso vômer, a parte cranial, a parte nasal e o esfenóide. É uma imagem lateralizada. Veja que uma lâmina do esfenóide se aloja dentro de uma fenda do vômer, formando a sutura esquindilese. FIGURA abaixo - Imagem utilizada para explicar a sutura esquindilese vômer-esfenóide. O osso esfenóide tem uma lâmina, ou seja, um projeção que desce e se aloja em uma fenda do vômer nasal, sendo a única sutura existente nesse estilo, a qual é classificada como uma sutura esquindilese. Tal sutura é exemplificada na figura a seguir, sendo a linha na cor vermelha um esquema representativo do osso esfenóide e a linha na cor preta a ilustração do osso vômer. FIGURA ao lado - Ilustração sobre a articulação esquindilese vômer-esfenóide. P.A.: A esquindilese é a que fica no meio do vômer? R.: Sim. Articulações cartilagíneas: Temos duas sincondroses - articulação do tipo cartilagínea (com cartilagem hialina), fixa (que não permite movimento) - básicas no nosso corpo: Sincondrose esfenoccipital: n° 11.1, fica entre o osso esfenóide e o occipital; é uma sincondrose temporária, é feita com cartilagem hialina, não permite movimento, mas vai ser ossificada ao longo do tempo. OBS: É utilizada para determinar a idade de ossadas achadas. Sincondrose esternocostal: n° 11, na junção da primeira costela e do esterno. É a única região entre a junção das costelas e do esterno que tem uma sincondrose; ela é fixa, não tem cavidade articular, e ajuda a manter a estabilidade da caixa torácica. As demais articulações entre as costelas com o esterno são articulações sinoviais, do tipo plana, com cavidade articular. OBS: Na primeira imagem, tem-se o raio-x da junção da região da tíbia com o tornozelo. O pequeno espaço entre a tíbia e a fíbula também é uma articulação sincondrose, só que é temporária. Sínfise: n° 14, articulação cartilagínea do tipo fibrocartilagem, que é mais densa. Na 14, têm-se as articulações dos discos intervertebrais e da sínfise púbica (que juntam os dois ossos do íleo); permitem um pouco de movimento, sendo consideradas anfiartroses. Lâmina epifisial: n° 12, articulação cartilagínea do tipo sinartrose, não permite nenhum movimento. - As sínfises são anfiartroses (permitem pouco movimento); - As sincondroses são sinartrose (não permitem movimento). A sindesmose é um tipo de articulação que anatomicamente é classificada como fibrosa, sendo unida por tecido colágeno, porém, diferentemente da sutura, suas fibras de colágeno são mais longas permitindo movimento articular. PA: No caso, esse colágeno seria do tipo II? R: Sim, as cartilagens fibrosas tem principalmente colágeno do tipo II, porém, também contêm colágeno do tipo IV. PA: O colágeno do tipo 2 é o mesmo dos tendões? Ou o dos tendões é a elastina? R: Acho que o colágeno do tipo II é o mesmo dos tendões, porém as fibras do tendão são filamentos de cartilagens, que são fibras mais longas que permitem um pouco mais de movimento. A elastina está presente na cartilagem elástica que não forma o tendão. Posteriormente ficará mais claro. Temos duas sindesmoses, uma será a tíbiofibular e a outra é a já falada anteriormente, que é a radioulnar. As articulações sinoviais, são caracterizadas principalmente pela cápsula articular, e seus componentes são: (17) Cápsula articular: formada por ligamentos extraarticulares, mantendo a articulação estável e circundando a parte exterior. (15) Cartilagem articular/ hialina: é a cartilagem presente na imagem, e também na região das sínfises (como a sínfise púbica) e dos discos intervertebrais, ela reveste o osso, reveste a superfície articular. (19) Epífises ósseas. (16) Cavidade articular: é um espaço entre os dois ossos, espaço entre as duas epífises e é por isso que se caracterizam como diartroses, pois elas permitem grande movimentação. (18) Membrana sinovial. OBS: O que caracteriza uma articulação sinovial é justamente a cavidade articular. CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA DAS ARTICULAÇÕES Articulações cartilagíneas: como a fibrosa, a articulação cartilagínea não possui uma cavidade articular e permite pouco ou nenhum movimento. São divididas em sincondroses e sínfises. As sínfises têm a cartilagem hialina que reveste o osso, mas são unidas por fibrocartilagem, do tipo anfiartrose, e possuem movimentação a nível microscópico, ou seja, muito pequena. As sincondroses são unidas por cartilagem hialina. Temos as sincondroses temporárias e as permanentes, mas nenhuma delas permite movimentação, então são do tipo sinartrose. ARTICULAÇÕES DOS ESQUELETOS APENDICULARES As articulações dos esqueletos apendiculares dividem-se em superiores e inferiores. Geralmente, a articulação recebe o nome dos dois ossos a qual está relacionada. Por exemplo, articulação escápula-umeral estará entre a escápula e o úmero e é representada pelo número 7 na figura. As articulações rádio-ulnar e úmero radial são muito próximas e causam confusão. Lembre-se que a rádio-ulnar é entre o rádio (que é mais lateral em posição anatômica) e a ulna (que apresenta posição mais medial) sendo do tipo sindesmose e uma articulação fibrosa, mas as fibras do tecido de colágeno presentes nesta, por serem um pouco mais compridas,permitem um movimento. A articulação rádio-ulnar ainda permite mais movimento que a tíbio-fibular, pois ela permite os movimentos de pronação e supinação. SUPERIORES: (07) Escápula-umeral / gleno umeral. (2) Úmero-ulnar. (08) Úmero-radial. (03) Rádio-ulnar. (04) Rádio-carpal: entre o rádio e os ossos do carpo. (06) Intercarpais: entre os ossos do carpo, que são os primeiros ossos da mão de cima para baixo. (1) Carpo-metacarpais. (09) Metacarpo-falângicas: entre metacarpo e as primeiras falanges, chamadas de falanges proximais. (05) Articulações interfalângicas: Entre as falanges intermédias e distais. INFERIORES: (11) Coxo-femural (do quadril). (15) Tíbio fibular (proximal e distal). (10) Articulação talocrural (tornozelo). (14)Tarso-metatársicas. (13) Metatarso-falângicas. (12) Interfalângicas. O disco epifisário é considerado uma articulação. Ele é uma articulação cartilagínea, do tipo sincondrose, e, anatomicamente, ele é do tipo sincondrose temporária. É o contrário da sincondrose entre a primeira costela e o externo, que é uma sincondrose permanente. O disco epifisário é considerado uma articulação porque ele é formado por cartilagem e une a diáfise do osso com a epífise, por isso é considerado uma articulação cartilagínea, por ser composto de cartilagem. Além de crescer e ter o depósito da cartilagem e ter o crescimento longitudinal, essa cartilagem será ossificada, por isso é considerado uma sincondrose temporária. PA: Não é o mesmo osso? R: Pois é, mas histologicamente e anatomicamente não é. Se ainda não teve o fechamento, ele não é o mesmo. Isso é perceptível pelo RX: ele é uma tibia, mas se você pegar o disco epifisário da tíbia, perceberá que é o mesmo osso, mas quando o paciente não teve o soldamento da epífise você percebe que praticamente são de dois ossos. Essa figura é de um Raio-X de criança, é percebido que o disco epifisário praticamente separa a parte da diáfise e a parte da epífise, por isso ele é considerado uma articulação. É preciso lembrar que o número de ossos varia quanto a idade, um dos motivos é a difusão dos ossos, eles vão se fundindo. Uma criança, por exemplo, tem mais ossos que um idoso. Por exemplo, os ossos do carpo, da região da mão, tendem a se fundir. Então, além das articulações, o disco epifisário seria um dos motivos dessa fusão. A atividade 3 fala de tecido cartilaginoso, que é um ramo dos tecidos conjuntivos e faz parte do que é chamado de tecidos fundamentais. Na atividade é preciso entrar nesse site: https://mol.icb.usp.br/index.php/6-0-tecido-cartilaginoso/ e fazer a atividade 6.1; 6.4; 6.8; e 6.9, e é pedido para identificar os três tipos de cartilagem e responder as questões: https://mol.icb.usp.br/index.php/6-0-tecido-cartilaginoso/ A) Qual, das três cartilagens acima, é a mais prevalente em nosso corpo? B) Cite três articulações que contém cartilagem hialina. C) Cite três articulações que contém cartilagem fibrosa. Na lâmina A (figura), a cartilagem é hialina, na lâmina C (figura) a cartilagem é elástica. Elas se diferenciam pela matriz extracelular, que é sintetizada pelas células cartilaginosas que no caso são os condrócitos, têm-se os fibroblastos e eles se diferenciam em condroblastos e passam para condrócitos, nessa ordem. O tecido extracelular (matriz extracelular) que os condrócitos sintetizam é diferente na cartilagem hialina e é diferente da cartilagem elástica. PP: O que diferencia? O que a cartilagem elástica tem que a hialina não tem? R: Ela tem elastina. Então a cartilagem elástica é um tecido que tem elastina enquanto que a hialina não tem. A matriz extracelular da cartilagem hialina é feita basicamente de colágeno, e ela tem alguns outros constituintes que são importantes como: proteoglicanos, glicosaminoglicanos e ácido hialurônico. Esses constituintes, além do colágeno, são importantes. O colágeno da cartilagem hialina dá resistência, mas esses constituintes, tirando o colágeno, são importantes porque eles hidratam, eles atraem água. Então, a cartilagem hialina, apesar de ser uma cartilagem resistente (pela presença de fibras de colágeno e pela ausência da elastina), é uma cartilagem hidratada/embebida. Isso dá à hialina, além de um fator de proteção, uma certa flexibilidade, mas não tanto quanto a elástica. Essas fibras de proteoglicanos e ácido hialurônico são importantes porque retêm água, hidratando a cartilagem. A cartilagem do tipo B (figura) é do tipo fibrosa, também chamada de fibrocartilagem, é o mesmo princípio. A diferença é que a do tipo fibrosa tem uma grande quantidade de colágeno, e uma pouca quantidade (quase zerada) de proteoglicanos e ácido hialurônico. A matriz extracelular é basicamente feita por fibras de colágeno, além de pouca matriz extracelular quando comparada com as demais cartilagens; por isso ela é mais densa. Nas articulações, encontra-se cartilagem fibrosa ou com fibrocartilagem e cartilagem hialina. A elástica não está presente nas articulações. PP: A) Qual das três cartilagens é mais prevalente no nosso corpo? Hialina, fibrosa ou elástica? R: É a hialina. PP: B) Cite três articulações que contém cartilagem hialina. R: A cartilagem hialina está presente principalmente em dois tipos articulares, são eles: articulação sinovial, então qualquer articulação sinovial contém cartilagem hialina, e está presente nas sincondroses e não nas sindesmoses, que é tecido conjuntivo denso. A sindesmose faz parte das cartilagens fibrosas e as sincondroses fazem parte das cartilagens hialinas. PA: E a sínfise? R: A sínfise é o seguinte: se você pegar um livro de histologia vai dizer que as sínfises são formadas por fibrocartilagens. Mas o pessoal da anatomia diz que são formadas por fibrocartilagens, só que eles dizem que tem dois tipos de cartilagem, a hialina e a fibrocartilagem. Porque se eu pegar por exemplo um osso ilíaco: Se eu pegar os ossos ilíacos, eles dizem o seguinte: essa região daqui (região mais azul, que possui a parte preta entre ela) é revestida por cartilagem hialina. A fibrocartilagem (parte preta) pega da superfície do osso até o osso. Então, a região que fica entre os dois ossos é formada por cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem, mas a superfície do osso é revestida por cartilagem hialina. Então a sínfise contêm os dois tipos de cartilagem, muitos livros de histologia desconsideram essa cartilagem hialina, eles dizem que ela é uma articulação cartilaginosa do tipo fibrocartilagem que também não tá errado; varia de acordo com a disciplina. PP: C) Cite três articulações que contém cartilagem fibrosa? R: Sínfise, discos intervertebrais e entre o manúbrio e o corpo do esterno. Sínfise e discos intervertebrais são os dois tipos básicos e ainda temos a junção do manúbrio e o corpo do esterno. Então, o osso esternal não é um osso só, tem-se a sínfise cúbica e a sínfise dos discos intervertebrais. Entre o manúbrio e o corpo do esterno, também há uma sínfise e os discos fibrosos que estão na região de menisco. Se tem a cartilagem fibrosa é sínfise. PA.: O menisco é feito de cartilagem fibrosa? R: É, ele tem como constituinte a cartilagem fibrosa. O joelho tem menisco, ele tem como constituinte cartilagem hialina revestindo, e na parte do disco do menisco, principalmente na parte externa, tem constituintes da cartilagem fibrosa. PA: Então tem uma articulação no menisco? R: Não, ele não é uma articulação. O menisco é parte da articulação, ele tem tecido e uma parte dele é formado por cartilagem fibrosa. TECIDO CARTILAGINOSO As células constituintes do tecido cartilaginoso são os condrócitos e condroblastos. O tecido cartilaginoso não tem irrigação e nem inervação na cartilagem em si. Ele começa com tecido conjuntivo denso e depois começa o pericôndrio, que é peri cartilaginoso. Logo após começa os condroblastos, que derivam dos fibroblastos, e os condrócitos, que sintetizam a matriz extracelular. Dependendo da cartilagem não há elastina; a exemplo a cartilagem hialina. PP.: Por que isso é importante? R: Porque a região do pericôndrio que reveste a cartilagem juntocom tecido conjuntivo denso recebe a nutrição. A cartilagem em si não tem vasos, só os condrócitos sintetizam a matriz. Os condroblastos são um estágio intermediário entre o fibroblasto e o condrócito, e ele sintetiza as fibras de colágeno, então pode-se ter sínteses pequenas, mas os condrócitos são mais diferenciados, pois são arredondados, corados pela hematoxicilina e têm mais grânulos de síntese, se caracterizando como uma célula de síntese. Essa matriz extracelular muda de cartilagem para cartilagem e ela não contém vasos nem nervos. A cartilagem recebe nutrição através de difusão do pericôndrio. O líquido sinovial que está na cápsula articular também ajuda a nutrir essa cartilagem, então as alterações no líquido sinovial podem desencadear degeneração articular. TCD – Tecido conjuntivo denso P – Pericôndrio CC – Condroblastos MI – Condrócitos CARTILAGEM HIALINA Tem tecido conjuntivo, pericôndrio, fibroblastos, condroblastos e condrócitos. A cartilagem é a mais comum, firme e flexível porque contém proteínas e ácido hialurônico, os quais são capazes de reter água e isso torna a flexibilidade dela resistente a atritos. Ela também tem uma matriz amorfa, ou seja, não tem fibras e nem forma, diferente da fibrocartilagem que tem menos matriz extracelular e mais organização. OBS: O esqueleto do embrião é um esqueleto cartilaginoso. CARTILAGEM FIBROSA OU FIBROCARTILAGEM Na fibrocartilagem, os condrócitos são organizados em fileiras e têm feixes de matriz extracelular. Ela tem pouca substância fundamental e não tem pericôndrio, mas possui uma camada de tecido conjuntivo denso que permite a nutrição. É resistente à tração e ao estresse, por causa das fibras. OBS: Tendões são formados por fibrocartilagem. CARTILAGEM ELÁSTICA Não está presente em nenhum tipo de articulação, mas constitui, por exemplo, nossa orelha. É a cartilagem mais sujeita a processos degenerativos e é rica em colágeno II, fibrocartilagem e tem fibras elásticas. Essa coloração é chamada “coloração de Reith” e por essa coloração é visto que a matriz é diferente da matriz da cartilagem hialina. Sugestão de site: histologyguide.com Neste site, aparecem todos os tipos de tecido que quisermos olhar, apesar de ter menos teoria que o site anterior. PP: Esse exame de Raio-X com os números 01 e 02 estão mostrando qual região? R: A região tíbio-fibular. Sendo a tíbia o n02 e a fíbula o n01. Na foto, com números 03 e 04, temos um corte transversal e estamos olhando a perna de cima, temos outra vista da tíbia (03) e a fíbula (04). Na imagem 05 temos uma vista do joelho inferior, vendo de baixo para cima, e representa a cartilagem patelar que é formada por fibras do tecido colagenoso. Por fim, temos o ligamento cruzado anterior (06), e o ligamento cruzado posterior (07). Esses ligamentos dão ao joelho estabilidade e o impedem de fazer uma rotação. PP: Quais os exames dessas imagens? R: 01 e 02 são raio-x, 03 e 04 são tomografia e 06 e 07 são ressonância. O raio- X do paciente que está no PLA é a figura A seguinte: FIGURA A: raio-x do paciente do PLA FIGURA B: raio-x normal de joelho A. B. PP: Qual joelho é representado pela figura A? R: Joelho direito, pois a tíbia está mais medial e a fíbula está mais lateral. O joelho da figura B é direito também, pois a tíbia está mais medial e a fíbula mais lateral. PP: O que há de diferente entre o joelho da figura A e o joelho da figura B? R: O menisco pode estar desgastado, o joelho está se tocando, porém é importante entender o que é evidenciado pelo raio-x. Nesse sentido, em um raio-x é observado o espaço interósseo, espaço articular, extremidade dos ossos, observando se há calcificação da localização do tendão, se o espaço articular se mantém, se os ossos estão alinhados. Assim, é observado que na região esquerda do joelho direito (figura A), o espaço articular praticamente desapareceu e mesmo na região direita desse joelho, quando comparado com o raio-x normal, é observado que há uma redução do espaço interósseo. PP: O que pode causar a diminuição do espaçamento como demonstrado na figura A? R: Desgaste da cartilagem que é motivado, provavelmente, por uma diminuição do líquido sinovial, fazendo com que os ossos se aproximem um do outro. Dessa forma, é perceptível que no raio-X (figura A) há redução do espaço articular e também é demonstrado que há um ponta diferente em tal imagem, gerando um quadro de entesite ou osteófito. Nesse sentido, a entesite ou osteófito pode ser definida(o) como a calcificação da inserção do tendão, havendo uma calcificação da região inflamada, gerando os osteófitos marginais. PP: Qual o provável diagnóstico para o paciente da figura A? R: Poderia ser uma lesão de menisco, porém, para ser realmente uma lesão de menisco, deve ser bilateral e, geralmente, tal lesão não causa um processo inflamatório tão intenso e não há diminuição do espaço articular. Além disso, na figura A é observado que há um aumento de contraste na epífise óssea, ou seja, é uma região mais branca, indicando um processo inflamatório crônico. Nesse sentido, o provável diagnóstico para esse paciente (figura A) é uma artrose por todos os aspectos observados anteriormente e também pelo histórico de corrida do paciente, já que o joelho é uma articulação que sofre muito com impacto. Pacientes que apresentam traumas crônicos em articulações sinoviais tendem a fazer artrose na articulação, que é um desgaste articular, sendo um desgaste da cartilagem articular hialina e também é um desgaste da cápsula articular, diminuindo o líquido sinovial e calcificando as inserções de tendão. PA: A lesão por estresse é um diagnóstico provável? R: Caso você esteja se referindo a uma fratura por estresse, é importante lembrar que é diferente, pois na fratura por estresse há realmente uma fratura no paciente, sendo presente uma fissura, a qual, muitas vezes, não aparece no Raio-X e somente é verificada na ressonância, sendo evidente uma fratura em nível ósseo, não em nível articular. Na figura a seguir, é demonstrado um raio-x do pé. Observe as regiões do primeiro pododáctilo. FIGURA - Raio- X do pé PP: O que pode ser identificado na região da articulação interfalangiana? Há alguma diferença quando comparado com a articulação vizinha? R: Diminuição do espaço articular e o osso está mais denso, porque o processo inflamatório faz com que o osso reforce o processo de calcificação. Na figura ao lado, as linhas na cor vermelha mostram os osteófitos marginais, os quais correspondem à região de calcificação das pontas dos tendões. Nesse sentido, em situações de osteófito, a articulação não apresenta uma borda arredondada, mas uma borda com formato de espícula. FIGURA - Raio-x de paciente com artrose avançada Na figura, é perceptível uma redução do espaço articular bilateral, perda da formação da articulação central e há osteófitos nas bordas articulares por causa da calcificação, constituindo um comprometimento articular mais grave do que o caso que foi apresentado antes, pois há mais alterações no raio-x. CASO CLÍNICO 2 Enquanto jogava futebol americano, um ponta defensivo de 17 anos tentava deter um zagueiro (fullback) com o braço esquerdo estendido. O braço foi atingido com força substancial e, agora, o rapaz se queixa de dor intensa no ombro; o braço esquerdo está pendente e com pouca rotação externa. A dor impede que ele mova o braço. Uma radiografia é negativa para fratura, mas a cabeça do úmero está sobreposta pelo colo da escápula. 1. Qual alteração podemos evidenciar no exame? 2. Qual o diagnóstico mais provável? FIGURA A - Raio-x do paciente FIGURA B - Raio-x do ombro esquerdo(normal) A. B. PP: Qual o nome da articulação em questão? R: Articulação glenoumeral Nesse sentido, nas imagens, há a escápula, a projeção da escápula, ou seja, a parte glenóide da escápula e o úmero. Além disso, a escápula apresenta a projeção do acrômio, a qual se articula com a clavícula, formando a articulação acromioclavicular. Dessa forma, para responder à primeira questão do caso clínico,quais são as alterações observadas no raio-x do paciente (primeira figura do caso clínico 2)? Ele está fora do lugar, deslocado, está afastado. Percebe-se primeiro que o úmero está “descido”, mais baixo do que deveria estar. Não está em contato com a cavidade glenóide e nem em contato com a região do processo acrômio, articulação acromioclavicular. Temos três luxações básicas de ombro, iremos falar de duas: Luxação Anterior e Luxação Posterior. A luxação posterior é mais rara, justamente porque o processo do acrômio com a clavícula protege o ombro pela parte de trás. A articulação do ombro, dentre todas as articulações, é a que realiza mais movimentos, então é a articulação mais fácil de ser deslocada, pois é multiaxial. O ombro fica praticamente “fora”, com contato apenas na parte interna do ùmero com a cavidade glenóide e, o acrômio “por cima”. Na parte externa não tem nada. PP: Qual a diferença entre o raio-x do paciente (Figura 1) e o outro raio-x (Figura 2)? Figura 1 - Raio-x do paciente Figura 2 - Outro raio-x R: No raio-x da figura 2, a escápula está sobreposta ao úmero. Não é possível identificar espaço articular entre o úmero e a cavidade glenóide. Então, percebemos que é uma luxação posterior. No raio-x do paciente (figura 1) temos uma Luxação anterior, pois o úmero vem para “frente” da cavidade glenóide. PP: Qual alteração podemos evidenciar no exame? R: Evidencia-se perda de contato de epífise de úmero com a cavidade glenóide, perda de anatomia de articulação glenoumeral, deslocamento do úmero com aparente posição anterior a região da escápula. PP: Qual o diagnóstico mais provável? R: Luxação anterior do ombro. PA: Qualquer articulação pode sofrer luxação? R: A princípio sim, algumas são mais propensas do que outras. Toda articulação pode sofrer luxação, com exceção das suturas cranianas (articulações fibrosas que conectam os ossos do crânio), após a sinostose, pois são tecidos ósseos e não cartilaginosos. Mas toda articulação que tem cartilagem, a partir das articulações cartilaginosas e sinoviais, podem sofrer deslocamento. PA: Qual é a mais comum? R: É a articulação sinovial. Toda articulação sinovial pode sofrer luxação. Já as articulações fibrosas, de sutura, não, não sofrem luxação, mas podem sofrer lesão. FONTÍCULO PP: Vocês sabem o que é fontículo? Fontículo anterior e fontículo posterior? R: As fontanelas das crianças, assim que elas nascem, antes da sinostose óssea, tem o tecido cartilaginoso na fontanela anterior (9) e na fontanela posterior (10), que são os fontículos. OBS.: Nas suturas do recém-nascido, existem grandes áreas de tecido fibroso denominados fontículos ou fontanelas, que têm a função de permitir o crescimento do cérebro e também mecanismos de defesa na criança em caso de quedas e inchaço cerebral. O fontículo anterior é o mais proeminente, conhecido como moleira. A depressão do fontículo indica desidratação. PA: Professor, no caso da luxação, o mais indicado é a cirurgia? R: Não necessariamente. Geralmente não há necessidade de cirurgia. A luxação articular, na maioria das vezes, não tem lesão na articulação, pode até ter uma lesão no tendão. Na maioria das vezes, o que há é um deslocamento do osso, sendo necessário apenas imobilizar. É feita uma redução, quando não tem acesso à região luxada, como vista no caso clínico 2. Existem manobras específicas para colocar o osso novamente no lugar, algumas são dolorosas e outras não. E, dependendo da luxação, às vezes, não é necessário imobilizar. A luxação de joelho, como tem muitos ligamentos e há bastante movimentação, faz-se necessária a imobilização. Além de ser uma articulação que sustenta todo o corpo, logo precisa estar muito estável, a fim de impedir uma nova luxação. A Luxação de ombro normalmente não é imobilizada. É realizada uma “rotação”, e nessa rotação se encaixa no lugar novamente. Quando se tem fratura, ou lesão de osso, será necessário uma cirurgia.
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