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ADAPTAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS AO NASCIMENTO

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ADAPTAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS AO 
NASCIMENTO 
 
 Para que os pulmões se estabeleçam como o local da troca gasosa após o nascimento, ocorrem diversas 
alterações nas circulações cardíaca e pulmonar. 
 A transição da placenta para o pulmões envolve 3 processos principais: 
1. Início da respiração >> causa expansão pulmonar, redução da resistência vascular pulmonar (RVP) 
e aumento do fluxo sanguíneo pulmonar 
2. Aumento fluxo sanguíneo de oxigênio >> reduz mais RVP 
3. Perda da circulação placentária >> causa aumento da resistência vascular >> fechamento dos shunts 
cardiovasculares fetais e transição da circulação fetal para a neonatal. 
ADAPTAÇÃO PULMONAR 
 No estágio glandular do desenvolvimento pulmonar, com cerca de 3 meses de gestação, o epitélio 
pulmonar secreta o líquido pulmonar ativamente, sendo que uma parte é deglutida e o restante contribui 
para formação de LA. 
 A transição da vida intrauterina para extrauterina exige a remoção desse líquido para permitir a 
respiração de ar e a conversão do epitélio pulmonar nos alvéolos distais de secreção para absorção de 
líquido. Essa remoção ocorre antes e após o nascimento: 
 Ao final da gestação, a remoção do liquido pulmonar é iniciada rapidamente por elevações de 
epinefrina endógena. 
 Após o nascimento, a insuflação de ar desloca o líquido do lúmen pulmonar para o interstício ao 
redor de espaços perivasculares dos grandes vasos sanguíneos pulmonares e das vias respiratórias. 
Além disso, o acentuado aumento da PaO2 alveolar muda o fluxo do liquido de secreção para 
absorção. 
 Embora o líquido pulmonar seja reabsorvido parcialmente durante o trabalho de parto e o parto, ainda 
existe um volume significativo de líquido nos pulmões quando o RN está pronto para realizar a primeira 
incursão respiratória pós-natal, pois ele reduz a pressão de abertura e garante um enchimento mais 
homogêneo do pulmão com ar. 
 A primeira respiração tende a ser mais profunda e mais lenta do padrão respiratório inicial. 
ADAPTAÇÃO CIRCULATÓRIA 
Circulação fetal 
 Existe um fluxo sanguíneo relativamente paralelo, o qual permite que o sangue com maior quantidade de 
O2 proveniente da placenta siga para o coração, o cérebro e a parte superior do tronco, sendo 
direcionado pelos shunts estruturais do: 
 Fígado -> ducto venoso 
 Coração -> forame oval e canal arterial 
 Esse shunts fazem com que o volume de sangue nos ventrículos cardíacos fetais não seja igual, sendo o 
VE o que ejeta um pouco mais. 
 Sangue placentário é transportado ao feto por meio da veia 
umbilical -> 50% do sangue umbilical segue pelo ducto 
venoso para a veia cava inferior (VCI) e os outros 50% 
junta-se ao sistema venoso porta-hepático 
 A válvula de Eustáquio, situada na junção VCI com átrio 
direito, direciona o sangue altamente oxigenado do ducto 
através do forame oval até o átrio esquerdo, depois para o 
ventrículo esquerdo e a aorta ascendente. 
 Em vez de fluir para as artérias pulmonares, a maior parte do 
sangue do ventrículo direito (pouco oxigenado) desvia-se 
dos pulmões através do canal arterial para a aorta 
descendente, seguindo pelas artérias umbilicais até a 
placenta para oxigenação. 
 Isso ocorre pois a placenta é responsável pela troca 
gasosa dentro do útero, por isso muito pouco fluxo 
sanguíneo segue para o pulmões, o que aumenta a 
resistência pulmonar. 
 
 
Circulação extrauterina 
 A circulação neonatal é caracterizada pela troca gasosa nos pulmões e a eliminação dos shunts fetais, 
além da redução rápida da RVP durante as primeiras incursões respiratórias. 
 3 fatores influenciam no aumento do fluxo sanguíneo pulmonar durante essa transição, sendo que eles 
são mediados pela liberação de NO pelo endotélio vascular, que causa vasodilatação. 
1. Ventilação dos pulmões: ocorre a distensão mecânica dos pulmões e o estabelecimento de uma 
interface ar-líquido, pois o líquido alveolar é substituído por gás; além disso a ventilação libera 
substancias vasoativas, que aumentam o fluxo sanguíneo e reduz a RVP. 
2. Aumento da oxigenação: o O2 estimula a vasodilatação pulmonar e reduz a RVP. 
3. Aumento do estresse de cisalhamento: a compressão parcial ou total do canal arterial in útero eleva o 
fluxo sanguíneo pulmonar e causa queda progressiva da RVP. 
 Ao nascimento, a circulação umbilical é abolida, o que causa redução no fluxo sanguíneo recebido pelo 
ducto venoso e a constrição passiva -> seu fechamento total ocorre até o final da 1ª semana de vida. 
 Quando ao fechamento do forame oval, existem 2 razões para isso: 
a) Oclusão do cordão umbilical -> reduz volume sanguíneo que ascende para a VCI -> reduz a 
diferença de pressão entre os átrios 
b) Aumento do retorno venoso pulmonar para o átrio esquerdo -> eleva a pressão atrial esquerda: a 
diferença de pressão reversa empurra o forame contra o septo interatrial, fechando o shunt 
 O fechamento do canal arterial depende do equilíbrio entre vasodilatadores: o aumento do O2 estimula 
a constrição do musculo liso do canal e a rápida queda das prostaglandinas circulantes ao nascimento 
também tem efeito constritor. 
 Seu fechamento funcional ocorre nas primeiras 72 horas de vida, porém o fechamento anatômica 
demora dias ou semanas, ocorrendo pela destruição endotelial e formação de TC. 
 
 
 
 
 
RESUMINDO 
Sangue rico em O2 chega na placenta -> artérias umbilicais -> veia 
umbilical -> ducto venoso (fígado) -> veia cava inferior (VCI) -> átrio 
direito -> forame oval -> átrio esquerdo -> aorta ascendente 
Sangue c/ pouco O2 do ventrículo direito -> canal arterial -> aorta 
descendente -> artérias umbilicais -> placenta (onde é oxigenado)

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