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Insuficiência Cardíaca Oi, tudo bem? Espero que goste do resumo s2 O que é insuficiência cardíaca? A insuficiência cardíaca é uma síndrome na qual o coração torna-se incapaz de manter uma adequada perfusão tecidual ou só consegue fazê-la quando em altas pressões de enchimento da cavidade ventricular. O que é a Pré-carga e a Pós-carga? Pré-carga: é a tensão na parede ventricular gerada pelo volume sanguíneo após a contração atrial. Um aumento da pré-carga é caracterizado pelo aumento do retorno venoso. Pós-carga: é a soma das forças geradas na qual o coração deve vencer para ejetar o sangue, ou seja, é um conceito de resistência. Um aumento de pós-carga geralmente é associado a aumento da resistência vascular. O que fala a lei de Frank – Starling? A lei de Frank-Starling explica que a força de contração do coração aumenta quanto maior o estiramento ventricular (devido volume sanguíneo), sendo esse processo chamado de tensão passiva. Isso acontece pois na medida que o ventrículo se enche, há um estiramento de suas fibras musculares que então querem voltar ao estado de repouso. Então quanto maior o estiramento, maior a força de contração. Não é só isso! Com o estiramento das fibras tbm há o aumento da sensibilidade para os íons Ca2+ (lembrando que o cálcio é superimportante para a contração muscular!), então quanto maior a concentração de Ca2+ intracelular, maior a força de contração. Outro mecanismo importante de ser citado é que devido ao estiramento das fibras, as moléculas de miosina e actina se aproximam, gerando maior número de interações, aumentando tbm a força de contração. Com isso, fica nítido que esse mecanismo de Frank-Starling é um resultado do aumento do volume sistólico produzido por aumento de volume diastólico final. Fatores de risco: Hipertensão arterial, IAM, Diabetes, problemas valvares, cardiomiopatias, história familiar de doença cardíaca, doença de Chagas, entre outros Etiologia: Diversas alterações causadas no miocárdio por doenças do próprio coração ou em outros órgãos repercutindo na musculatura cardíaca geram modificações geométricas no órgão fazendo com que perca a sua eficiência mecânica e desenvolvendo a IC. Fisiopatologia: Com a agressão ao miocárdio (seja por HAS, Doença valvar, Iam, etc) o débito cardíaco acaba diminuindo e o organismo então começa a ativar mecanismos fisiológicos na tentativa de recuperar essa perfusão tecidual diminuída. Alguns desses mecanismos que podemos citar é a ativação do SN simpático e o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Isso acaba gerando um remodelamento cardíaco visto que ele começa a “trabalhar mais”, como a hipetrofia das fibras musculares. Essa alteração estrutural leva a uma disfunção cardíaca, ou seja, a insuficiência cardíaca. Alguns Sinais e Sintomas: Sinais: Turgência jugular, refluxo hepatojugular, B3, ictus desviado para a esquerda. Sintomas: Dispneia, ortopneia, fadiga, dispneia paroxística noturna, intolerância a exercício. Sinais de Congestão: edema, ascite, estertores pulmonares, hepatomegalia, entre outros. Critério de Framingham: É um critério utilizado para diagnosticar a insuficiência cardíaca e para que seja diagnosticado o paciente deve apresentar 2 critérios maiores ou 1 critério maior com 2 menores. Critérios maiores: - Ortopneia/ Dispneia paroxística noturna - Turgencia jugular - Creptações pulmonares - Cardiomegalia - Edema pulmonar - B3 - Aumento de pressão venosa central - Refluxo hepatojugular - Emagrecimento de mais de 4kg em 5 dias após tratamento (devido eliminação de água) Critérios menores: - Edema de MMII - Tosse noturna - Dispneia a esforços habituais - Hepatomegalia - Derrame pleural - Taquicardia - Diminuição de capacidade funcional em 1/3 da máxima registrada previamente. Tipos de insuficiência cardíaca: Antes de explicar os tipos de insuficiência cardíaca seria importante você ler um outro resumo que tem aqui no meu perfil sobre insuficiência cardíaca em patologia l, pois explica melhor a fisiologia cardíaca e a circulação sanguínea, ficando mais fácil de compreender os tipos que irei citar agora. A IC pode ser classificada quanto a anatomia (esquerda, direita, biventricular), quanto ao debito cardíaco (baixo débito, alto débito) e quanto a sua função (sistólica, diastólica). - IC esquerda: Ela é caracterizada por alterações no funcionamento das câmaras esquerdas do coração. Gera como consequência uma congestão pulmonar, ou seja, acúmulo de sangue na circulação pulmonar e queda na fração de ejeção para a aorta e consequente diminuição da perfusão tecidual. - IC direita: Caracterizada por alterações nas câmaras direitas do coração. Geralmente é ocasionada pela IC esquerda, pois qualquer alteração na circulação pulmonar produz carga no lado direto (lembrar que a Artéria pulmonar sai do ventrículo direito). Entretanto, outras causas tbm podem gerar a IC direita, como o cor pulmonale. Gera como consequência uma congestão sistêmica (pois a V. Cava lança o sangue no átrio direito), sendo notada com edema de MMII, turgência jugular, etc. - IC biventricular: é quando as alterações são presentes em ambos os ventrículos. - IC sistólica: Caracterizada por baixa capacidade de ejetar o sangue para a circulação, ou seja, gerando fração de ejeção reduzida. Redução da força de contração, por exemplo, por cardiopatia dilatada. - IC diastólica: Caracterizada por diminuição da dilatação das cavidades cardíacas, devido enrijecimento ou outras causas (como hipertrofia) na qual dificultam seu enchimento com sangue. - IC de baixo débito: Quando tem disfunção sistólica gerando baixo débito e queda na perfusão tecidual. - IC de alto débito: Ocorre quando coração é obrigado a trabalhar mais por maior necessidade metabólica. Classificação do paciente com IC: - NYHA: É a mais usada para descrever a gravidade de sintomas. Alem disso, tbm ajuda na clínica, terapêutica e prognostico. Classe Descrição l Sem sintomas ll Atividade física habitual causa sintomas, mas com limitação leve. lll Atividades menos intensas que as citadas acima causam sintomas, mas é confortável em repouso. lV Incapacidade de realizar qualquer atividade sem sintomas, presentes até no repouso. Diagnóstico (Exames complementares): SUSPEITA DE IC ECG + RADIOGRAFIA DE TORAX PROB. BAIXA PROB. ALTA OU MÉDIA BNP se elevado ECOCARDIOGRAMA Normal nomal alterado IC IMPROVÁVEL IC CONFIRMADA Tratamento farmacológico: - Inibidores da enzima conversora de angiotensina ll (iECA): Atuam reduzindo vasoconstrição, retenção de Na2+ e o efeito trófico (hipertrofia) no músculo. Atentar para nível de creatinina e K+ sérico. Ex: Captopril, enalapril, lisinopril, etc. - Beta-Bloqueadores: Antagonistas da atividade simpática. Ex: Carvedilol, nebivolol, succinato de metoprolol. - Antagonista da aldosterona: Reduz síntese e deposito de colágeno melhorando a função do miocárdio. Ex: espironolactona. - Bloqueadores dos receptores da angiotensina ll - Digoxina: Efeito inotrópico positivo - Diuréticos: de alça ou tiazídicos (reduzir congestão). Ex: furosemida (de alça) e hidroclorotiazida (tiazídicos).
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