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Apostila Metodos Alternativos de Solução de Conflitos Arbitragem 2021-1 - Atualizada

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Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 1 
Curso de DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA 
N131 - MÉTODOS ALTERNATIVOS DE 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS - ARBITRAGEM 
 
Com inclusão das alterações na Lei da Arbitragem 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 
 
 
 
Goiânia 
2021 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 2 
 
N131 - MÉTODOS ALTERNATIVOS DE 
SOLUÇÃO DE CONFLITOS - ARBITRAGEM 
 
APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA. OBJETIVOS. 
 
 Promover a compreensão e a importância dos métodos alternativos de resolução de conflitos, em 
especial a Arbitragem, apresentar e discutir aos conhecimentos teóricos e práticos a respeito desta 
forma alternativa de solução de controvérsias e sua interação com o Poder Judiciário. 
 Apresentar os fundamentos dos métodos alternativos de resolução de conflitos, em especial a 
Arbitragem. 
 Preparar para utilização de elementos de doutrina, jurisprudência e legislação componentes dos 
métodos alternativos de resolução de conflitos, em especial a Arbitragem. 
 Capacitar o aluno para a correta forma da utilização da Arbitragem, com o fito de promover a 
pacificação social, de acordo com os fundamentos legais vigentes, apresentando o método 
extrajudicial de resolução de conflitos com conhecimento técnico e aplicação ética, com a finalidade 
de ampliar e garantir o acesso à justiça. 
INTRODUÇÃO 
 
 Com o advento da globalização e competição mais acirrada no mundo dos negócios, torna-se 
importante e necessário que as decisões relativas a conflitos de ordem negocial sejam tomadas com 
rapidez, de forma efetiva, criativa, amigável e econômica. 
 O modelo tradicional de solução de controvérsias, pela via do Judiciário, não tem acompanhado a 
expansão da economia de mercado e poderá interferir no desenvolvimento de nosso País. 
 O sistema emperrado e o desfuncionamento do atual modelo do Judiciário brasileiro ocorre: 
burocracia da Justiça, morosidade nos processos, sobrecarga dos tribunais e elevado custo da 
demanda judicial. 
 Em transações comerciais, não mais se admite que cargas de produtos perecíveis fiquem paradas 
em razão de entraves burocráticos e discussões judiciais, para somente serem liberadas após seu 
perecimento. 
 O NOVO CPC, no art. 3º erigiu os métodos alternativos de resolução de conflitos como norma 
fundamental do Processo Civil de ordem Constitucional, apontando que no § 1º é permitida a 
arbitragem, na forma da lei, no § 2º, o Estado promoverá, sempre que possível, a solução 
consensual dos conflitos, e no § 3º, a conciliação, a mediação e outros métodos de solução 
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e 
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
REVISÃO - MODALIDADES DE MÉTODOS DE COMPOSIÇÃO DE CONFLITOS 
 
• Conceito : São as vias informais para solução de conflitos 
• Espécies: 
 Autotutela (vence o mais forte); 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 3 
 Heterocomposição (processo judicial e processo arbitral) – vence quem o juiz ou árbitro 
disserem que vence; 
 Autocomposição (mediação, conciliação, negociação direta) - todos vencem 
 
 
REVISÃO - VERTENTES ALTERNATIVAS Á JURISDIÇÃO 
 
• Negociação direita/autocomposição propriamente dita – sem envolvimento de terceiro 
• Conciliação – na modalidade pré-jurisdicional 
• Mediação – envolve terceiro sem poder decisório 
• Arbitragem – justiça privada com cunho decisório 
 
 FOCO DE NOSSA DISCIPLINA - Código N131 
 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 4 
ARBITRAGEM 
HISTÓRICO 
 
• Grécia Antiga - Alguns autores afirmam que a arbitragem foi muito utilizada na Grécia Antiga e no 
Império Romano. Segundo Cretella Júnior, apud Lenza (1997), "... o instituto da arbitragem encontra-se 
na mitologia grega quando Páris funciona como árbitro entre Atenas, Hera e Afrodite, em disputa pela 
maçã de ouro, destinada pelos deuses à mais bela.” O Ministro do STJ José Augusto Delgado relata 
que o “tratado firmado entre Esparta e Atenas, em 455 a. C., já continha dispositivo arbitral, o que 
evidencia a utilização desse instituto por aquele povo e, também, a sua eficácia como meio de solução 
pacífica dos conflitos de interesse”; 
• Hebreus - também conheciam o instituto, sendo que as disputas de direito privado eram resolvidas 
através da arbitragem, existindo inclusive um Colegiado denominado Beth-Din, constituído por três 
doutores da lei. 
• Roma – República e Império - Determinadas características procedimentais que vigoraram desde a 
fundação de Roma até o fim da República (149 a.C) assemelham-se às modernas Cortes de 
Conciliação. Historicamente, a arbitragem se evidenciava nas duas formas do processo romano 
agrupadas na ordo judiciorum privatorum: o processo das legis actiones e o processo per formulas. A 
figura do pretor, preparando a ação, primeiro mediante o enquadramento na ação da lei e, depois, 
acrescentando a elaboração da fórmula, como se vê na exemplificação de Gaio, e, em seguida, o 
julgamento por um iudex ou arbiter, que não integrava o corpo funcional romano, mas era simples 
particular idôneo, incumbido de julgar, como ocorreu com Quintiliano, gramático de profissão e inúmeras 
vezes nomeado arbiter, tanto que veio a contar, em obra clássica, as experiências do ofício. 
• Idade Média - na Europa, o instituto era conhecido, e existiam normas estabelecidas sobre o 
compromisso da arbitragem, destinadas especialmente à solução de disputas familiares. 
• Revolução Francesa – com o positivismo a arbitragem passou a ser substituída e tornou-se logo em 
seguida concorrente do Judiciário, ainda que sua prática estivesse reservada exclusivamente ao 
Estado. Todos os conflitos ocorridos no século XIX encontraram soluções com base em codificações, e 
a arbitragem deixou de ser adotada. 
• No Século XX – ficou evidente que o pensamento positivista e codificador não era adequado para a 
solução de conflitos comerciais. Além do surgimento de um direito próprio do comércio internacional, 
paralelamente a arbitragem passou a ser uma alternativa de solução de controvérsias em que normas 
próprias do comércio internacional poderiam ser aplicadas por árbitros. 
• Brasil - primeiro disciplinamento sobre arbitragem foi registrado nas Ordenações Filipinas (1603), que 
foi mantida até a Constituição de 1824, quando houve uma correção de sua sistemática, por estar 
defasada, com muitas distorções e casuísmo. Em seu art. 160, se estabelecia que as partes podiam 
nomear juízes–árbitros para solucionar litígios cíveis e que suas decisões seriam executadas sem 
recurso, se as partes, no particular, assim, convencionassem. A primeira Carta Republicana, não cuidou 
de homenagear a arbitragem entre pessoas privadas. 
O Código Comercial de 1850 recomendava, em seu art. 294, o juízo arbitral para resolver as questões 
entre sócios, na vigência da sociedade, incluindo a sua liquidação e partilha. 
A Carta de 1934 voltou a aceitar a arbitragem, assegurado à União competência para legislar sobre as 
regras disciplinadoras do referido instituto. A Constituição de 1937 não valorizou essa entidade jurídica. 
A Carta Magna de 1946, de 18 de julho, também não fez qualquer referência à arbitragem privada, 
tendo o mesmo comportamento a Lei Maior de 1967. 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 5 
O antigo CPC de 1939, e o de 1973, consignaram também dispositivos referentes à arbitragem. No 
CPC/73 (arts. 1.072 a 1.102), a solução de pendênciaspor juízo arbitral condicionava-se à 
homologação do laudo arbitral pelo juiz originariamente competente para o julgamento da causa. O 
Juízo Arbitral voluntário (arts. 1.037 a 1.048 do CC/16) era previsto na solução de pendências judiciais 
ou extrajudiciais por arbitragem. 
Na linha da atual CF/88, que referiu-se sobre a arbitragem no art. 4º, VII, e art. 114, § 1º. Entrou em 
vigência a nova Lei de Arbitragem, nº 9.307, de 23 de setembro de 1996, a denominada Lei Marco 
Maciel, criando um novo modelo de solução de pendências fora do âmbito do Poder Judiciário. 
revogando os arts. 1.037 a 1.048 do CC/16, os arts. 101 e 1.072 a 1.102 do CPC/73. E o novo CC de 
2002, trata nos arts. 851 a 853, do Compromisso, meio para sua instituição, como modalidade 
contratual. 
CF, Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
 
CF, Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
§ 1º - Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
 
CC, CAPÍTULO XX 
Do Compromisso 
Art. 851. É admitido compromisso, judicial ou extrajudicial, para resolver litígios 
entre pessoas que podem contratar. 
Art. 852. É vedado compromisso para solução de questões de estado, de direito pessoal 
de família e de outras que não tenham caráter estritamente patrimonial. 
Art. 853. Admite-se nos contratos a cláusula compromissória, para resolver divergências 
mediante juízo arbitral, na forma estabelecida em lei especial. 
 
 
Comprometido com o sistema “multiportas” de solução dos litígios, o Conselho Nacional de Justiça, há 
alguns anos, instituiu a Semana Nacional da Conciliação, que constitui um esforço concentrado para 
conciliar o maior número possível de demandantes em todos os tribunais do país. Trata-se de uma 
campanha de mobilização, feita anualmente, que envolve todos os tribunais brasileiros, os quais 
selecionam os processos que tenham possibilidade de acordo e intimam as partes envolvidas para 
solucionarem o conflito. É, com certeza, uma das principais ações institucionais do CNJ. 
 
A Resolução 125/2010, do CNJ, dispõe sobre a Política Judiciária Nacional de tratamento adequado 
dos conflitos de interesses no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências. 
 
Com o advenho do Código de Processo Civil de 2015, procurando infundir a cultura da pacificação entre 
os protagonistas do processo, o novo diploma processual, em inúmeros preceitos, sugere a 
autocomposição. Dispõe, com efeito, o parágrafo 2° do artigo 3° que: “O Estado promoverá, sempre que 
possível, a solução consensual dos conflitos”. Dada a evidente relevância social da administração da 
Justiça, o Estado deve mesmo empenhar-se na organização de instituições capacitadas a mediar 
conflitos entre os cidadãos. 
 
E o CPC/2015 instituiu definitivamente a arbitragem como modalidade jurisdicional, consoante se colhe 
do seu art. 3º, § 1º. Em seu artigo 174, de forma muito original, fomenta a criação, pela União, pelos 
estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios, de câmaras de mediação e conciliação, com 
atribuições relacionadas à solução consensual de conflitos no âmbito administrativo. Além dessas 
importantes iniciativas, que seguem tendência mundial, o parágrafo 3°, ainda do artigo 3°, recomenda 
de modo expresso a solução suasória (autocomposição), que deverá ser implementada, na medida do 
possível e inclusive no curso do processo, “por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público”. E conforme o disposto no artigo 485, inciso VII, o juiz não resolverá o mérito na 
situação em que for acolhida a arguição “de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo 
arbitral reconhecer sua competência”. A convenção, pois, sob a novel legislação, continua sendo 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 6 
classificada como um pressuposto negativo de desenvolvimento válido e regular do processo. 
 
Em 26 de maio de 2015 foi sancionada a Lei 13.129/2015, que entrou em vigor dia 25/07/2015, 
alterando a Lei 9.307/96, para ampliar o âmbito de aplicação da arbitragem e dispor sobre a escolha 
dos árbitros quando as partes recorrem a órgão arbitral, a interrupção da prescrição pela instituição da 
arbitragem, a concessão de tutelas cautelares e de urgência nos casos de arbitragem, a carta arbitral e 
a sentença arbitral. 
Foram alterados os arts. 1º, 2º, 4º, 13, 19, 23, 30, 32, 33, 35 e 39 da Lei 9.307/96, acrescidos os arts. 
22-A, 22-B e 22-C, revogados o § 4º do art. 22, o art. 25 e o inciso V do art. 32. 
 
CONCEITO 
 
Arbitragem e arbitramento são vocábulos diferentes na linguagem jurídica, embora derivem do mesmo 
verbo latino arbitrare ou arbitrari (julgar como juiz, decidir como árbitro). Arbitramento é o procedimento 
para determinação de valores, preços, atualização de cálculos de fatos ou coisas que possam ser 
expressos monetariamente e que não têm avaliação certa e prefixada. 
A arbitragem é um modo de solucionar controvérsias entre duas ou mais pessoas – físicas ou jurídicas 
– em questões que envolvem direitos patrimoniais disponíveis. Trata-se de exercício processual em que 
o julgador (o árbitro) pode valer-se de mecanismos idênticos aos da Justiça Comum (realizar 
audiências, ouvir testemunhas e determinar levantamentos de provas) com a finalidade de se convencer 
e prolatar sentença sobre a questão. A busca da solução do litígio criado pode ser feita por intermédio 
de uma ou mais pessoas (árbitro ou Tribunal Arbitral) escolhidas previamente pelas partes e sem 
intervenção estatal. 
Carmona define arbitragem de forma ampla como: “Uma técnica para solução de controvérsia privada, 
decidindo com base nesta, sem intervenção do Estado, sendo destinada a assumir eficácia de sentença 
judicial”; 
Para Cretella Júnior, a arbitragem é o "sistema especial de julgamento, com procedimento técnico e 
princípios informativos próprios e com força executória reconhecida pelo direito comum, mas a esse 
subtraído, mediante o qual duas ou mais pessoas físicas, ou jurídicas, de direito privado ou de direito 
público, em conflito de interesses, escolhem de comum acordo, contratualmente, uma terceira pessoa, o 
árbitro, a quem confiam o papel de resolver-lhes a pendência, anuindo os litigantes em aceitar a decisão 
proferida“; 
“É o meio paraestatal de solução de conflitos inserido nas inovações no processo civil” (Alexandre 
Freitas Câmara); 
“Sistema de solução de conflitos de forma pacífica, tanto nacionais como internacionais, rápida e 
discreta, quer de direito público como direito privado” (Sebastião J. Roque). 
Sergio Cruz Arenhart concentua: “A arbitragem surge como forma alternativa de resolução dos 
conflitos, colocada ao lado da jurisdição tradicional. Sua tônica está na tentativa de ladear o formalismo 
– muitas vezes exagerado – do processo tradicional, procurando mecanismo mais ágil para a resolução 
dos problemas. Mais que isso, a arbitragem pode representar caminho para solução mais adequada 
para muitas situações concretas de litígio. Com efeito, o fato de que o árbitro pode ser pessoa de outra 
área, que não a jurídica, pode contribuir para que se obtenha decisão mais adequada e com maior 
precisão. Realmente, em temas que exigem conhecimento específico em determinada área, será em 
regra muito mais apropriada uma decisão proferida por um especialista naquele campo do 
conhecimento, do que por um juiz, que – ainda quando auxiliado por um perito – não detém o 
conhecimento aprofundado a respeito do tema, ou não conhece de particularidades e práticas de 
determinada situação concreta.” 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 7 
Costuma-se dizer que a arbitragem é meio alternativo de pacificação social (e de solução dos conflitos), 
colocada ao lado da estruturajurisdicional do Estado, através da qual se atribui a alguém – por iniciativa 
e manifestação de vontade dos interessados – o poder de decidir certo litígio a respeito de interesses 
disponíveis, de forma cogente. Trata-se de instrumento de natureza privada – não no sentido de que o 
poder público não o possa prover, mas sim porque é instalada exclusivamente pela vontade das partes, 
que optam por esta via de solução de litígios – em que se busca em um terceiro (ou terceiros) imparcial 
a solução para certo conflito surgido em relações intersubjetivas. 
Constitui-se, também, em instrumento de ordem convencional, já que compete aos interessados 
decidirem sujeitar certa controvérsia à decisão de um árbitro – renunciando à tutela jurisdicional 
tradicional – decidindo, outrossim, a respeito da extensão dos poderes outorgados àquele para eliminar 
os conflitos. 
Natureza Jurídica 
 
A primeira majoritária trata como sendo de natureza privada e contratual. Muitos autores referem a 
definição de Strenger: "Arbitragem é instância jurisdicional em função de regime contratualmente 
estabelecido, para dirimir controvérsias entre pessoas de direito privado e/ou público, com 
procedimentos próprios e força executória perante tribunais estatais". O árbitro não detem poderes de 
execução e de cautelaridade, que são monopólio do Estado, falta investidura do árbitro para tal fim, 
razão pela qual não se poderia reconhecer a natureza jurisdicional da arbitragem. 
Já segunda, minoritária, defende ser a mesma pública e jurisdicional, porque tem a função de julgar, e 
os poderes de cautela e de execução não são exclusivos da atividade judiciária, por conseguinte, não 
estão ontologicamente ligados à caracterização da jurisdicionalidade. Ressaltam que isso não é motivo 
para incluí-la no gênero dos contratos. Porém esta natureza lhes parece incompleta, porque não há 
poder para promover a execução forçada de qualquer sentença. 
Temos uma terceira corrente, com doutrinadores mais modernos, já tentavam conciliar as duas 
correntes, dando, portanto, uma natureza sui generis à arbitragem, visto que, tem uma relação de direito 
processual no qual reside o caráter público, e ao mesmo tempo, emana da vontade das partes, 
trazendo o caráter privado. A arbitragem é na sua origem, convencional, porém, jurisdicional na sua 
função: “A arbitragem, com solução extrajudicial de conflitos, é uma evolução da própria liberdade 
contratual. Se o ser humano é capaz de contratar, também o é de resolver os contratos, 
fundamentando-se no princípio da autonomia da vontade, o consenso, o acordo de vontades. Assim, 
tem-se que a arbitragem é de natureza convencional. Deve ser estabelecida pela ‘convenção de 
arbitragem’, um acordo entre as partes, de feições contratuais...” (STRASSMANN, Karin; LUCHI, 
Cínthia, 2006). 
A CONSTITUCIONALIDADE DA ARBITRAGEM 
 
A arbitragem, na forma concebida pela Lei nº 9.307/96, não vai de encontro aos princípios da jurisdição 
única ou da inafastabilidade da jurisdição (CF, art. 5º, XXXV), da essencialidade do juiz natural, com 
banimento do Juízo ou Tribunal de Exceção (CF, art. 5º, XXXVII ) e da ampla defesa (CF, art. 5º, LIV e 
LV). Tais direitos e garantias são fundamentais para o cidadão. Eles continuam sendo respeitados pela 
arbitragem em sua total integridade, haja vista que é, apenas, caminho encontrado, com apoio na lei, 
pela vontade das partes, expressando com liberdade o seu querer, de solucionar os conflitos. 
CF, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 8 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Não se pode deixar sem consideração o objetivo maior a ser alcançado pelo Estado Brasileiro, 
conforme disposto está no Preâmbulo da Carta de 1988, entre eles o de proporcionar aos administrados 
uma convivência baseada na harmonia social e na solução pacífica das controvérsias. 
Evidente que, em face de tal posicionamento do constituinte brasileiro, não se confiou, de modo 
exclusivo, ao Poder Judiciário, a entrega da prestação jurisdicional. 
Maxime, o art. 5º, XXXV, CF/88, ao dispor que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário 
lesão ou ameaça a direito” não invalida o disposto no art. 1º, da Lei nº 9.307/96, ao determinar que “As 
pessoas capazes de contratar poderão valer-se de arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis.” No dispositivo em apreço há uma faculdade outorgada ao cidadão capaz de 
contratar e de dispor a respeito do seu patrimônio. Não consta qualquer impedimento do litígio deixar de 
ser apreciado pelo Poder Judiciário. 
Há plena liberdade do homem, em situação de conflito patrimonial, optar pela solução via arbitragem. 
Esta, por sua vez, se ofender, na sua prática, a quaisquer princípios garantidores dos direitos e 
garantias fundamentais do indivíduo, poderá ser anulada, pela via do Poder Judiciário, conforme dispõe 
o art. 33, da LA. 
LA, Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário 
competente a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. 
§ 1º A demanda para a decretação de nulidade da sentença arbitral seguirá o 
procedimento comum, previsto no Código de Processo Civil, e deverá ser proposta no prazo de 
até noventa dias após o recebimento da notificação da sentença arbitral ou de seu 
aditamento. 
§ 2º A sentença que julgar procedente o pedido: 
I - decretará a nulidade da sentença arbitral, nos casos do art. 32, incisos I, II, VI, 
VII e VIII; 
II - determinará que o árbitro ou o tribunal arbitral profira novo laudo, nas demais 
hipóteses. 
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser argüida mediante 
ação de embargos do devedor, conforme o art. 741 e seguintes do Código de Processo Civil, 
se houver execução judicial. 
 
A arbitragem, na forma instituída no Brasil, atende, consequentemente, aos propósitos fundamentais 
veiculados na Carta Magna e se aproxima dos anseios do povo de conviver com uma justiça rápida, 
segura, desburocratizada e de fácil acesso, especialmente, por não exigir maiores despesas 
financeiras. 
REQUISITOS 
 
A Lei Arbitral estabelece em seu art. 1º, os dois requisitos fundamentais para as partes poderem optar 
pela arbitragem: a capacidade de contratar e a disponibilidade do direito: 
 Capacidade das partes: para a arbitragem é necessária a capacidade plena para o exercício dos 
direitos e obrigações que será total desde que tenham completado 18 anos de idade (art. 5º), exceto 
emancipados. Assim são impedidos para postular pelo NCC as pessoas absolutamente incapazes 
(art. 3º): os menores de 16 anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil; os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir a sua vontade. Os incapazes relativamente (art. 4º): os maiores de dezesseis 
anos e menores de dezoito anos; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os ébrios 
habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
os pródigos; os índios (§ único). Convém, portanto, estar atento a esses requisitos estabelecidos 
pela lei, para não incorrer em nulidade do processo arbitral. 
 Disponibilidade do bem objeto da controvérsia: considera-secomo direitos patrimoniais 
disponíveis todos os bens corpóreos e incorpóreos passíveis de avaliação monetária e que sejam de 
propriedade das pessoas e dos quais estas podem livremente desfazer-se. Estão afastados da 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 9 
arbitragem os bens públicos, os processos de insolvência e as ações concernentes ao estado e à 
capacidade da pessoa previstos pelo Código de Processo Civil, necessária a intervenção do 
Ministério Público. A CF/88 (art. 114) prevê a escolha de árbitros e de arbitragem pelas 
representações sindicais de empregados e empregadores mesmo sendo os direitos patrimoniais 
decorrentes das relações de trabalho que pode dar margem a discussões. 
 A Administração pública como parte: Agora a administração pública direta e indireta também 
poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
TIPOS DE ARBITRAGEM 
 
• Ad Hoc: escolha livre pelas partes do(s) árbitro(s) participarão do juízo arbitral e dos mecanismos a 
serem adotados durante a arbitragem. 
• Institucional: através de entidade especializada que possui um regulamento próprio e uma relação de 
árbitros que as partes poderão indicar se não houver consenso entre um ou mais nomes. 
• Privada – de iniciativa livre dos particulares com base em controvérsia entre eles 
• Pública – como visto acima, após a entrada em vigor da Lei 13.129/2015, a administração pública 
direta e indireta também poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis 
• Voluntária – de iniciativa livre das partes com base em controvérsia já existente 
• Contratual – com cláusula expressa, na celebração do negócio antes de existir qualquer pendência a 
ser resolvida. 
• De direito – baseada nas normas do direito, o árbitro utiliza a lei para julgar. 
• De equidade – baseada no sentimento de “justiça”, o árbitro julga utilizando o bom-senso. Neste tipo 
intui-se que o julgamento tornar-se-á vulnerável quando não efetuado por alguém tecnicamente 
habilitado. Ressalte-se se envolver a administração pública está não será possível. 
LA, Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes. 
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas 
na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública. 
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos 
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio. 
§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e 
respeitará o princípio da publicidade. 
 
• Internacional – procedimento adotado pela via arbitral tem sua solução proferida em outro país, 
devendo a sentença ser homologada pelo STJ (EC nº 45/2004), conforme o disposto no art. 105, I, “i” 
da CF/88. 
CF, Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias; 
 
CARACTERÍSTICAS 
 
• Estabelecida por acordo – Liberdade de sua escolha 
• As partes definem o objeto do litígio e o direito aplicável 
• Entrega da solução pelo árbitro livremente escolhido pelas partes 
• Prazo da sentença estipulado pelas partes 
• Sigilo / Confidencialidade 
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VANTAGENS DA ARBITRAGEM 
 
• Em relação a justiça comum: 
• Custo processual menor na arbitragem 
• Não há foro obrigatório 
• Não há juiz “certo” 
• Menor formalidade e ritualismo 
• Irrecorribilidade x cadeia infindável de recursos 
• Livre escolha do árbitro: normalmente alguém conhecido das partes 
• Não há reclamações da parte prejudicada pois foi responsável pela escolha 
• Celeridade (prazo máximo 6 meses, mas nada impede que seja prazo menor – 7 dias) 
• Sigilo / Confidencialidade 
• Só ocorre com a presença das partes 
• Só pode terceiros em audiência com anuência das partes 
• Incineração dos documentos após a sentença ou devolução as partes 
• Escolha do direito aplicável ao julgamento 
• Deficiências qualitativas da justiça 
 
RESTRIÇÕES/DESVANTAGENS DA ARBITRAGEM 
 
• Falta de divulgação da possibilidade da solução de controvérsias disponíveis pela Arbitragem 
• Impedimentos legais antes da Lei 9.307/96 e nas alterações no CPC/73, pelas Leis nº 10.352, 10.358 
e 10.444 de 2002. 
• Não é estudada nas faculdades como disciplina autônoma (poucas instituições em sua grade regular), 
em detrimento da orientação da OAB e do MEC 
• Só divulgada nas Câmaras Comerciais em grandes Capitais (onde não podem terceiros) 
• Cultura pátria de influência estatal para tudo, depende-se do governo, para tudo deve ser atribuído ao 
ente estatal 
• Falta de árbitros especializados 
• Falta de conhecimento das atribuições e prerrogativas dos árbitros (Juiz ???) 
 
DO ÁRBITRO 
 
• Conceito (art 13, LA): Toda pessoa indicada pelas partes, capaz e de confiança para prolatar uma 
decisão arbitral. A aceitação para desempenhar a função de árbitro não é obrigatória e ficará expressa 
em documento ou compromisso, e a investidura do árbitro ocorrerá no momento em que ele declarar 
formalmente que está apto e sem impedimentos para processar e julgar determinada causa. A recusa 
não necessita ser fundamentada. A lei permite que instituições arbitrais proporcionem formas de auxílio 
às partes para que possam, em comum acordo, estabelecer a escolha dos árbitros, ou deixar que estas 
assim o façam em interferência desta. 
 
LA, Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. 
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, 
também, os respectivos suplentes. 
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde 
logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder 
Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, 
aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei. 
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos 
árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada. 
§ 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo do 
regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que limite a escolha 
do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à respectiva lista de árbitros, 
autorizado o controle da escolha pelos órgãos competentes da instituição, sendo que, nos 
casos de impasse e arbitragem multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento 
aplicável. 
§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um 
secretário, que poderá ser um dos árbitros. 
§ 6º No desempenho de sua função, o árbitro deverá proceder com imparcialidade, 
independência, competência, diligência e discrição. 
§ 7º Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral determinar às partes o adiantamento de 
verbas para despesas e diligências que julgar necessárias. 
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• Requisitos do Árbitro (art. 13, § 6º, LA, supra): 
 
• Capacidade plena 
• Imparcialidade: este não pode ter com as partes ligações que possam torná-lo inseguro ou 
dependente em relação a sua forma de examinar a questão arbitrada 
• Independência: o árbitro deve estar consciente de que seu compromisso é com a verdade, e 
não com amizades. 
• Competência: é aconselhável a atuação de expert no julgamento da matéria. 
• Diligência: deve ser zeloso, não esquecendo os pormenores decada questão examinada e 
possíveis implicações de seu julgamento. Deve estar atento às conseqüências de sua 
sentença. 
• Discrição: a arbitragem tem como um de seus méritos a não publicidade, salvaguardando 
informações confidenciais sobre pessoas físicas ou jurídicas, devendo deixar todos os 
comentários para os autos do processo. 
 
• Prerrogativas (art. 17 e 18, LA) 
• Para efeitos penais equiparado a funcionário público: a responsabilidade do árbitro tem início 
no momento em que a função de arbitrar é aceita, e findará quando o último ato processual 
for praticado. Os árbitros podem incorrer, no exercício de suas funções, em crimes, previstos 
no CP, que se cometidos, vir a ser motivo de anulação da arbitragem. São eles: concussão 
(art. 316 - exigir vantagem indevida), prevaricação (art. 319 - retardar ou deixar de praticar 
ato para satisfazer interesse ou sentimento pessoal) e corrupção passiva (art. 317 - solicitar 
ou receber, vantagem indevida ou aceitar promessa de tal vantagem). 
• “É juiz de fato e direito”: os árbitros são igualados, equiparados, a juízes em atividade 
durante o procedimento arbitral, nas responsabilidades e deveres, que estão previstas no 
CPC (NÃO SÃO JUÍZES DE DIREITO!!!!!). 
 
LA, Art. 17. Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas, ficam 
equiparados aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação penal. 
Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica 
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário. 
 
• Impedimento e suspeição (art. 14, LA): aplica-se o disposto nos arts. 134 a 138 CPC/73 e arts. 144 
e 145 CPC/2015, e provoca-se por meio de objeção ao próprio árbitro ou ao presidente do tribunal 
arbitral. 
LA, Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as 
partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os 
casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos 
deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. 
§ 1º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da 
aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua 
imparcialidade e independência. 
§ 2º O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. 
Poderá, entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando: 
a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou 
b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. 
 
CPC/73, Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou 
voluntário: 
I - de que for parte; 
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; 
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou 
decisão; 
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer 
parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; 
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta 
ou, na colateral, até o terceiro grau; 
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na 
causa. 
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já 
estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, 
a fim de criar o impedimento do juiz. 
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando: 
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; 
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II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes 
destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; 
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; 
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do 
litígio; 
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. 
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. 
Art. 136. Quando dois ou mais juízes forem parentes, consangüíneos ou afins, em linha 
reta e no segundo grau na linha colateral, o primeiro, que conhecer da causa no tribunal, 
impede que o outro participe do julgamento; caso em que o segundo se escusará, remetendo o 
processo ao seu substituto legal. 
Art. 137. Aplicam-se os motivos de impedimento e suspeição aos juízes de todos os 
tribunais. O juiz que violar o dever de abstenção, ou não se declarar suspeito, poderá ser 
recusado por qualquer das partes (art. 304). 
Art. 138. Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao órgão do Ministério Público, quando não for parte, e, sendo parte, nos casos 
previstos nos ns. I a IV do art. 135; 
II - ao serventuário de justiça; 
III - ao perito; (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 1992) 
IV - ao intérprete. 
§ 1o A parte interessada deverá argüir o impedimento ou a suspeição, em petição 
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que Ihe couber falar nos 
autos; o juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão da causa, ouvindo o 
argüido no prazo de 5 (cinco) dias, facultando a prova quando necessária e julgando o 
pedido. 
§ 2o Nos tribunais caberá ao relator processar e julgar o incidente 
 
CPC/2015 Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte 
no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de 
emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, 
o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do 
juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato 
conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que 
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no 
processo. 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrarmeios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do 
arguido.. 
 
Art. 148. Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição 
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos 
autos. 
§2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, 
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ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando 
necessária. 
§3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1oserá disciplinada pelo regimento 
interno. 
§4º O disposto nos §§ 1oe 2o não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de 
testemunha. 
 
• Impedimentos (art. 134 CPC/73 e art. 144 CPC/2015, supra): são circunstâncias impeditivas de 
participação de uma árbitro no procedimento, se for parte; se interveio como mandatário da parte, 
oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como 
testemunha; se conheceu em 1º de jurisdição, da matéria e proferiu sentença ou decisão; se estiver 
postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, 
em linha reta; ou na linha colateral, até o 2º grau; se cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de 
alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o 3º grau; se for órgão de direção ou de 
administração de pessoa jurídica, parte na causa. 
• Suspeição (art. 135 a 136, CPC/73 e art. 145 CPC/2015, supra): ocorre suspeição do árbitro quando: 
amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; se alguma das partes for credora ou devedora 
do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o 3º grau; se herdeiro 
presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes; se receber dádivas antes ou depois de 
iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios 
para atender às despesas do litígio; se interessado no julgamento da causa em favor de uma das 
partes; se declarar por motivo íntimo; se 2 árbitros indicados forem parentes, consanguíneos ou afins, 
em linha reta e no segundo grau na linha colateral, o 1º primeiro que aceitar a arbitragem faz com que o 
2º deva se afastar. 
• Escolha do árbitro (art. 13, § 1º ao 5º, LA): 
• em compromisso arbitral ou cláusula compromissória podendo desde já instituir o(s) árbitro(s) 
ou instituição (órgão) arbitral; as partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha 
dos árbitros. 
• as partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, 
também, os respectivos suplentes, não completo o quadro pode os já indicados nomear o faltante ou 
solicitar das partes que o façam (art. 7º, LA), indica-se por eleição o presidente ou o mais idoso. 
• o árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um secretário, que poderá 
ser um dos árbitros. 
LA, Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à 
instituição da arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte 
para comparecer em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência 
especial para tal fim. 
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o 
documento que contiver a cláusula compromissória. 
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação 
acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de 
comum acordo, do compromisso arbitral. 
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após 
ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas 
as disposições da cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos arts. 10 e 21, § 2º, 
desta Lei. 
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao 
juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução 
do litígio. 
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do 
compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito. 
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a 
respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. 
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral. 
 
LA, Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes. 
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, 
também, os respectivos suplentes. 
§ 2º Quando as partes nomearem árbitros em número par, estes estão autorizados, desde 
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logo, a nomear mais um árbitro. Não havendo acordo, requererão as partes ao órgão do Poder 
Judiciário a que tocaria, originariamente, o julgamento da causa a nomeação do árbitro, 
aplicável, no que couber, o procedimento previsto no art. 7º desta Lei. 
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha dos 
árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou entidade especializada. 
§ 4º Sendo nomeados vários árbitros, estes, por maioria, elegerão o presidente do 
tribunal arbitral. Não havendo consenso, será designado presidente o mais idoso. 
§ 5º O árbitro ou o presidente do tribunal designará, se julgar conveniente, um 
secretário, que poderá ser um dos árbitros. 
 
• Mandamentos do árbitro: Seja honesto, justo, paciente, diligente, imparcial, independente, 
respeitoso, discreto, competente, ter boa-fé é fundamental. Aplica-se o art. 125 do CPC/73 ou art. 139 
do CPC/2015. 
CPC/73, Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
competindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela rápida solução do litígio; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça; 
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. 
 
CPC/2015, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir 
postulações meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham 
por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de 
conciliadores e mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além 
da segurança interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros 
vícios processuais; 
 
• Honorários: vinculado a uma porcentagem sobre o valor da causa, e poderá incluir itens como: 
complexidade da matéria, tempo estimado do processo de arbitragem. Em Goiás na maioria das vezes 
1 Salário Mínimo. 
 
 
FORMAS DE CONVENÇÃO ARBITRAL (art. 3º a 12, LA) 
• Conceito: é a forma de submissão de uma controvérsia pela arbitragem. 
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo 
arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o 
compromisso arbitral. 
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um 
contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, 
relativamente a tal contrato. 
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta 
no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira. 
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente 
tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua 
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou 
visto especialmente para essa cláusula. 
Art. 5º Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão 
arbitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada 
de acordo com tais regras, podendo, igualmente, as partes estabelecer na própria cláusula, 
ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem. 
Art. 6º Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte 
interessada manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via 
postal ou por outro meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, 
convocando-a para, em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. 
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Parágrafo único. Não comparecendo a parte convocada ou, comparecendo, recusar-se a 
firmar o compromisso arbitral, poderá a outra parte propor a demanda de que trata o art. 7º 
desta Lei, perante o órgão do Poder Judiciário a que, originariamente, tocaria o julgamento 
da causa. 
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da 
arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer em 
juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal fim. 
§ 1º O autor indicará, com precisão, o objeto da arbitragem, instruindo o pedido com o 
documento que contiver a cláusula compromissória. 
§ 2º Comparecendo as partes à audiência, o juiz tentará, previamente, a conciliação 
acerca do litígio. Não obtendo sucesso, tentará o juiz conduzir as partes à celebração, de 
comum acordo, do compromisso arbitral. 
§ 3º Não concordando as partes sobre os termos do compromisso, decidirá o juiz, após 
ouvir o réu, sobre seu conteúdo, na própria audiência ou no prazo de dez dias, respeitadas 
as disposições da cláusula compromissória e atendendo ao disposto nos arts. 10 e 21, § 2º, 
desta Lei. 
§ 4º Se a cláusula compromissória nada dispuser sobre a nomeação de árbitros, caberá ao 
juiz, ouvidas as partes, estatuir a respeito, podendo nomear árbitro único para a solução 
do litígio. 
§ 5º A ausência do autor, sem justo motivo, à audiência designada para a lavratura do 
compromisso arbitral, importará a extinção do processo sem julgamento de mérito. 
§ 6º Não comparecendo o réu à audiência, caberá ao juiz, ouvido o autor, estatuir a 
respeito do conteúdo do compromisso, nomeando árbitro único. 
§ 7º A sentença que julgar procedente o pedido valerá como compromisso arbitral. 
Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver 
inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da 
cláusula compromissória. 
Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as 
questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato 
que contenha a cláusula compromissória. 
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um 
litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo 
ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, 
assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: 
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a 
identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. 
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: 
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; 
II - a autorização para que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim for 
convencionado pelas partes; 
III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, 
quando assim convencionarem as partes; 
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a 
arbitragem; e 
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no 
compromisso arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal 
estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para 
julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença. 
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral: 
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as 
partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto; 
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que 
as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e 
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a parte 
interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-
lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral. 
 
• Espécies: 
 • Cláusula compromissória 
 • Compromisso arbitral 
 
Portanto, a arbitragem pode ser convencionada, de acordo com o artigo 3° da Lei 9.307/96, tanto 
através do compromisso arbitral, quanto da cláusula compromissória, como será exposto a seguir. 
Cláusula compromissória (art. 4º a 8º, LA) 
• Cabível somente para controvérsia futura no termo do contrato na qual foi inserida; É 
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determinada independentemente de compromisso; 
• Pode estar inserida no texto do contrato ou podendo ser estipulada por aditivo ou até por email 
desde que anterior a controvérsia; 
• Características (Fiúza): caráter genérico e aleatório (previsão de solucionar, um número não-
definido de litígios, oriundos do contrato, sem que seja possível estabelecer, se ela será 
aplicada); formal (inserida no contrato de forma escrita); bilateralidade (vincula as partes); típica 
(previsão legal de afastamento da jurisdição estatal) 
• A cláusula é autônoma em relação ao contrato. 
• Deve ser redigida com o máximo cuidado, uma vez que será por meio dela que a jurisdição 
estatal será afastada e as partesestarão sujeitas ao juízo arbitral. Se houver necessidade de 
busca da tutela jurisdicional do Estado, mesmo nos casos de tutela antecipatória relativas ao 
cumprimento de fazer ou não fazer (CPC/73, art. 461 e CPC/2015, art. 497), as partes são 
impedidas de fazê-lo quando existir a cláusula arbitral, mas o árbitro requer ao Poder Judiciário 
competente. 
• Pode designar instituição ou ser estipulada com todas as características necessárias a 
aplicação plena da arbitragem (melhor opção art. 5º LA) 
• Caso não haja todas as características o autor pode convocar o demandado para delimitar 
moldes do procedimento. Não comparecendo, postular execução específica a um juiz togado 
(art. 6º e 7º, LA) 
• O árbitro deve verificar o teor do contrato e a validade na cláusula (art. 8º LA). 
• Em contratos de adesão é necessária anuência expressa do aderente (art. 4º, §2º, LA) sob 
pena de nulidade da cláusula (art. 51, VII, CDC) 
 
CPC/73, Art. 461. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou 
não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se procedente o pedido, 
determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. 
§ 1o A obrigação somente se converterá em perdas e danos se o autor o requerer ou se 
impossível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente. 
§ 2o A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa (art. 287). 
§ 3o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia 
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou mediante 
justificação prévia, citado o réu. A medida liminar poderá ser revogada ou modificada, a 
qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
§ 4o O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa 
diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a 
obrigação, fixando-lhe prazo razoável para o cumprimento do preceito. 
§ 5o Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático 
equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias, 
tais como a imposição de multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e 
coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com 
requisição de força policial. 
§ 6o O juiz poderá, de ofício, modificar o valor ou a periodicidade da multa, caso 
verifique que se tornou insuficiente ou excessiva. 
 
CPC/2015 Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o 
juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que 
assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. 
Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a 
reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração 
da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. 
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer 
ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático 
equivalente. 
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada 
periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação. 
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de 
conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja 
suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento 
do preceito. 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de 
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da 
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as 
medidas necessárias à satisfação do exequente 
 
CDC, Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais 
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
 
Observações relevantes sobre cláusula compromissória : 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 17 
• Nem sempre a cláusula está redigida de forma a possibilitar a instauração imediata da 
arbitragem. Muitos contratos estabelecem laconicamente que as dúvidas e controvérsias dele 
surgidas serão solucionadas por arbitragem, não indicam a forma, se farão uso da arbitragem 
institucional, ou a ad hoc. 
• Estes tipos de cláusulas omissas, defeituosas, contraditórias e ambíguas são denominadas de 
cláusulas doentes ou patológicas, e que redundarão na instauração de um contencioso parasita, 
com o objetivo de esclarecer qual foi a real intenção das partes em eleger a arbitragem. 
• As cláusulas patológicas impedem o livre caminho da arbitragem, com duas soluções: Primeiro, 
quando a cláusula dispor arbitragem institucional, a parte interessada dirigirá solicitação de 
abertura de processo arbitral, competindo ao órgão arbitral efetuar análise prévia sobre a 
competência para administrar o processo, se positiva dá início à arbitragem, se negativa, 
determinará que as partes instituam a arbitragem no Judiciário; O segundo caminho, que 
também convergirá para o Judiciário, ocorrerá se a cláusula não der a mínima orientação de 
como proceder. 
• Esse tropeço na redação da cláusula poderá adiar o início da arbitragem, no mínimo, em seis 
meses, além de deixar aberta a porta da via recursal, que permanecerá como uma espada de 
Dâmocles sobre a arbitragem, já que no futuro poderá vir a ser decidido que aquela cláusula não 
tinha validade. 
 
Dicas: 
• Com as partes decidindo pela arbitragem institucional, os negociadores do contrato devem 
transcrever uma correta redação à cláusula arbitral, que se recomenda que elejam uma 
instituição com competência profissional na condução da arbitragem, correta denominação, 
utilizem a cláusula-padrão ou cláusula-tipo sugerida pela instituição. 
• No caso de contrato internacional, que a cláusula arbitral esclareça também a lei aplicável, 
local e idioma da arbitragem. 
• Se as partes optem pela arbitragem ad hoc, que tenham o cuidado redobrado de esclarecer 
como elegerão os árbitros, forma de intimar a outra parte etc. 
* Diante de cláusula arbitral cheia, em havendo resistência da outra parte ao instituir a 
arbitragem, não é necessário bater nas portas do Judiciário. 
Decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (1ª Câmara Cível, DJ nº 14.098, de 29.08.03) Relator: 
Des. Ney Teles. EMENTA: “AÇÃO REVISIONAL DE CLAUSULAS CONTRATUAIS C/C RESTITUIÇÃO DE 
IMPORTANCIAS PAGAS. CLAUSULA COMPROMISSORIA ESTIPULADA NO CONTRATO. EXTINÇÃO DO 
PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MERITO (ART. 267, VII DO CPC). SE EXISTE NO CONTRATO EM 
ANALISE CLAUSULA COMPROMISSORIA, QUE DETERMINA A CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM PARA 
RESOLVER AS QUESTÕES CONTROVERTIDAS, NÃO PODE O PODER JUDICIARIO DIRIMIR A DEMANDA, 
RAZÃO PELA QUAL DEVE SER EXTINTO O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MERITO, COM FULCRO 
NO ART. 267, INC. VII DO CPC. APELO CONHECIDO E PROVIDO.” 
Decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (1ª Câmara Cível, DJ nº 14.766 de 29/05/2006) Relator: 
Des. JOAO UBALDO FERREIRA. EMENTA: "APELACAO CIVEL. REVISIONAL DE CONTRATO DE COMPRA E 
VENDA C/C CONSIGNATORIA. IMPOSSIBILIDADE. JUIZO ARBITRAL. CLAUSULA COMPROMISSORIA. 
EXTINCAO DO PROCESSO. I- EXCLUI-SE A PARTICIPACAO DA JUSTICA COMUM, SE NO CONTRATO DE 
COMPRA E VENDA DE IMOVEL CONSTA CLAUSULA COMPROMISSORIA NA QUAL AS PARTES 
LIVREMENTE ELEGERAM A VIA ARBITRAL PARA DIRIMIR QUAISQUER QUESTOES EMERGENTES DA 
RELACAO CONTRATUAL. II- NOS TERMOS DO ARTIGO 267, INCISO VII, O CODIGO DE PROCESSO CIVIL, 
DEVE O PROCESSO SER EXTINTO SEM JULGAMENTO DO MERITO. RECURSO CONHECIDO E 
IMPROVIDO." 
Exemplos de Cláusula Compromissória : 
Patológicaou doente: “Os compromitentes acima nomeados, elegem a 1ª Corte de Conciliação e 
Arbitragem, desta comarca de Goiânia, para resolver via arbitragem e de forma definitiva as possíveis 
questões oriundas desta transação, com base na Lei nº 9.307 de 23.09.96, com expressa renuncia a 
qualquer outro por mais privilegiado que seja.” 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 18 
Cheia : 
“1. Qualquer controvérsia decorrente da interpretação ou da execução do presente Contrato será 
definitivamente resolvida por arbitragem, de conformidade com as regras de arbitragem do Centro de 
Arbitragem da Câmara Americana de Comércio São Paulo. 
2. O número de árbitros será de ___ (um/três) nas pessoas de ________.. 
3. A arbitragem terá sede em ______________ (indicar) e obedecerá obrigatoriamente as regras de 
arbitragem do Centro de Arbitragem da Câmara Americana de Comércio São Paulo. 
4. O idioma oficial da arbitragem será o _________________ (determinar). 
5. A arbitragem será regida pela ____________ (estabelecer a legislação).” 
 
“As Partes desejam, de boa fé, solucionar quaisquer disputas ou conflitos oriundos deste contrato de 
forma rápida e eficiente, por meio de árbitros capacitados e especializados na matéria da disputa. 
Nesse sentido, as Partes, buscando a melhor relação de custo-benefício oferecida no mercado, 
convencionam entre si, livremente e amparadas na Lei 9.307/96, que quaisquer disputas, litígios ou 
conflitos oriundos deste contrato, ou a ele referente, serão resolvidos por arbitragem, a ser administrada 
pela Câmara de Arbitragem XXXXXXXX, conduzida de acordo com seu Regulamento vigente na data 
do pedido de instauração (“Regulamento”). 
A Arbitragem será conduzida no idioma português, constituída por 01 (um) árbitro, escolhido conforme o 
Regulamento da XXXXXX. 
Para fins de notificação, citação ou informação a qualquer das partes, conforme o Regulamento da 
XXXXXX, as partes informam os seguintes endereços eletrônicos: 
Contratante: [inserir e-mail] 
Contratado: [inserir e-mail] 
As partes obrigam-se (i) a manter válidos e ativos os endereços eletrônicos acima indicados durante 
todo o período de vigência do contrato; e (ii) a comunicar a outra parte em caso de alteração dos 
endereços eletrônicos acima indicados, sob pena de considerarem-se válidas quaisquer comunicações 
(incluindo quaisquer notificações, intimações e citações) enviadas aos endereços de e-mail acima 
referidos. 
Cada parte permanece com o direito de requerer no juízo comum competente as medidas judiciais que 
visem à obtenção de medidas de urgência para proteção ou salvaguarda de direito ou de cunho 
preparatório, sem que isso seja interpretado como uma renúncia à mediação e a arbitragem.” 
 
“As partes, de comum acordo, nos termos dos art. 4o. caput, § 1o e art. 5o. da Lei nº. 9.307/96, por 
convenção de arbitragem, elegem a (nome da Instituição Arbitral inscrita no CNPJ sob o nº, com sede 
na ____ , na cidade de ____), para que todas as controvérsias que derivem do presente contrato 
(locação, compra e venda, etc...especificar o contrato) sejam resolvidas definitivamente de acordo com 
as regras do Regulamento interno da(nome da Instituição Arbitral); por um ou mais árbitros nomeados 
de conformidade com este Regulamento; renunciando desde já a qualquer outro foro por mais 
privilegiado que seja”. 
 
(deixar espaço para as partes assinarem embaixo desta clausula que deve estar em negrito) 
 
Obs: As partes adicionalmente podem definir a sede da arbitragem, o idioma e o número de árbitros. “A 
sede da arbitragem será ___________ (cidade, estado, país).” “O idioma será _____________ .” “As 
partes definem que o procedimento contará com a atuação de ______ (1 ou 3) árbitro(s), nomeado(s) 
conforme o disposto no referido Regulamento.” 
 
 
COMPROMISSO ARBITRAL (art. 9º a 12 LA) 
 
• Conceito: É a submissão de controvérsia já ocorrida. A LA define de maneira muito clara o conceito e 
espécies de arbitragem. "O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem 
um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial.” 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 19 
• Espécies: 
• judicial (art. 9º, §1º) : celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem 
curso a demanda. 
• extrajudicial (art. 9º, §2º) : será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas 
ou por instrumento público. 
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um 
litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. 
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo 
ou tribunal, onde tem curso a demanda. 
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, 
assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
 
Obs: É importante observar que a arbitragem judicial ocorrerá quando já existe processo em tramitação 
sem que a matéria esteja julgada. Neste caso, é feito um pedido de desistência da ação dirigido, 
dependendo do grau em que tramita, ao juiz, ao desembargador ou ao ministro-relator. Poderá ser 
firmado perante o próprio Poder Judiciário ou mediante o compromisso extrajudicial. 
No estabelecimento do compromisso arbitral será de máxima importância delinear os rumos do 
processo e da sentença final. Deve ficar claro o que as partes desejam que o árbitro ou os árbitros 
julguem. Uma vez determinado o compromisso arbitral, o juízo arbitral deverá apreciar o feito, a menos 
que este seja extinto, por convenção das partes, pela ocorrência de algum fato anteriormente previsto 
como motivador da extinção. 
• Requisitos obrigatórios do compromisso arbitral (art. 10 LA) 
• Qualificação das partes : o nome, profissão, estado civil e domicílio 
• Dados do árbitro : o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a 
identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros 
• Qual Matéria que será submetida a arbitragem 
• Lugar em que será proferida a sentença arbitral : de grande relevância pois caso fixado em 
outro país terá de ser homologada pelo STJ. 
 
Art. 10. Constará, obrigatoriamente, do compromisso arbitral: 
I - o nome, profissão, estado civil e domicílio das partes; 
II - o nome, profissão e domicílio do árbitro, ou dos árbitros, ou, se for o caso, a 
identificação da entidade à qual as partes delegaram a indicação de árbitros; 
III - a matéria que será objeto da arbitragem; e 
IV - o lugar em que será proferida a sentença arbitral. 
 
• Requisitos facultativos do compromisso arbitral (art. 11 LA) 
• Local ou locais onde se desenvolverá a arbitragem; 
• Autorização para que o árbitro(s) julguem por eqüidade, se assim for convencionado pelas 
partes 
• O prazo para a prolação da sentença arbitral; 
• A indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, quando assim 
convencionado; 
• Declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a 
arbitragem; e 
• Fixação dos honorários do árbitro(s); 
 
Obs.: Entendo que os dois últimos pontos devem ser obrigatórios. Fixando as partes os honorários este 
constituirá título executivo extrajudicial. Não havendo tal estipulação, o árbitro requererá ao órgão do 
Poder Judiciário que seria competente para julgar a causa que os fixe por sentença, pois poderá acarretar 
em uma triste surpresa para todos, além de não deixar o arbitro com liberdade de fixar quem deve pagá-
los. 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 20 
Art. 11. Poderá, ainda, o compromisso arbitral conter: 
I - local, ou locais, onde se desenvolverá a arbitragem; 
II - a autorizaçãopara que o árbitro ou os árbitros julguem por eqüidade, se assim for 
convencionado 
pelas partes;III - o prazo para apresentação da sentença arbitral; 
IV - a indicação da lei nacional ou das regras corporativas aplicáveis à arbitragem, 
quando assim convencionarem as partes; 
V - a declaração da responsabilidade pelo pagamento dos honorários e das despesas com a 
arbitragem; e 
VI - a fixação dos honorários do árbitro, ou dos árbitros. 
Parágrafo único. Fixando as partes os honorários do árbitro, ou dos árbitros, no 
compromisso arbitral, este constituirá título executivo extrajudicial; não havendo tal 
estipulação, o árbitro requererá ao órgão do Poder Judiciário que seria competente para 
julgar, originariamente, a causa que os fixe por sentença. 
 
• Extinção do compromisso (art. 12 LA) 
• O árbitro escusa-se e não aceita a nomeação, morre ou fica impossibilitado de dar seu voto, 
antes de proferir a decisão, se no compromisso as partes tenham declarado, expressamente, a não 
aceitação de substituto 
• Ultrapassado o prazo para proferir decisão (art. 11, III, supra), desde que a parte interessada 
tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-lhe o prazo de dez dias para 
a prolação e apresentação da sentença arbitral. 
 
 
 
O PROCEDIMENTO ARBITRAL (art. 19 a 22 LA) 
 
• Introdução: Apesar de uma certa “informalidade” do procedimento arbitral, existem alguns princípios 
mínimos para o julgamento justo. 
• Princípios: (art. 21,§2º, LA) 
• Contraditório: deve haver transparência, o direito de manifestação sobre documentos juntados 
pela outra parte, 
• Ampla defesa: ampla produção de provas indispensáveis a demonstração dos fatos , 
• Igualdade das partes: sem benefícios a uma das partes 
• Imparcialidade do árbitro: liga-se a própria capacidade deste (não pode haver impedimento 
ou suspeição) 
• Livre investigação e convencimento do árbitro: é a livre disposição na instrução, devendo 
determinar provas e praticar atos para o bom andamento do procedimento, os poderes devem estar 
contidos no compromisso arbitral como garantia contra abuso de poder 
 
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção 
de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou 
entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao 
tribunal arbitral, regular o procedimento. 
§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal 
arbitral discipliná-lo. 
§ 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do 
contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre 
convencimento. 
§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a 
faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral. 
§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a 
conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta Lei. 
 
O Procedimento 
 
Segundo César Fiúza, tem necessariamente duas fases: 
 
1ª fase – Instalação do juízo arbitral: 
 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 21 
• Designação do árbitro, caso não esteja já escolhido na convenção 
• Aceitação do árbitro da função a ele atribuída, caso não aceite pode-se indicar outro árbitro ou 
ida ao Poder Judiciário 
• Após a aceitação e investidura com delimitação dos poderes e da forma que se conduzirá o 
procedimento arbitral 
• Com a alteração dada pela Lei 13.129/2015, instituída a arbitragem e entendendo o árbitro ou o 
tribunal arbitral que há necessidade de explicitar questão disposta na convenção de arbitragem, 
será elaborado as partes adendo firmado por todos, que passará a fazer parte integrante da 
convenção de arbitragem. 
• Outro ponto interessante da Lei 13.129/2015 é que instituição da arbitragem interrompe a 
prescrição, retroagindo à data do requerimento de sua instauração, ainda que extinta a 
arbitragem por ausência de jurisdição. 
• Juízo arbitral organizado temos o início da instrução no lugar e época determinados pela 
convenção arbitral. Na falta de acordo entre as partes, caberá aos árbitros esta escolha (art. 20, 
LA) 
LA, Art. 19. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo 
árbitro, se for único, ou por todos, se forem vários. 
§ 1º Instituída a arbitragem e entendendo o árbitro ou o tribunal arbitral que há 
necessidade de explicitar questão disposta na convenção de arbitragem, será elaborado, 
juntamente com as partes, adendo firmado por todos, que passará a fazer parte integrante da 
convenção de arbitragem. 
§ 2º A instituição da arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do 
requerimento de sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de jurisdição. 
Art. 20. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou 
impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da 
convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se 
manifestar, após a instituição da arbitragem. 
§ 1º Acolhida a argüição de suspeição ou impedimento, será o árbitro substituído nos 
termos do art. 16 desta Lei, reconhecida a incompetência do árbitro ou do tribunal 
arbitral, bem como a nulidade, invalidade ou ineficácia da convenção de arbitragem, serão 
as partes remetidas ao órgão do Poder Judiciário competente para julgar a causa. 
§ 2º Não sendo acolhida a argüição, terá normal prosseguimento a arbitragem, sem 
prejuízo de vir a ser examinada a decisão pelo órgão do Poder Judiciário competente, quando 
da eventual propositura da demanda de que trata o art. 33 desta Lei. 
 
2ª fase - Instrução que é dividida em: 
 
• Mediação 
• Conciliação 
• Instrução propriamente dita 
• Sentença arbitral 
 
Observações importantes: 
 
• As pessoas indicadas como árbitro têm o dever de revelar, antes da aceitação da função, 
qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua imparcialidade e independência (art. 
14, §1º, LA). 
 
LA, Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham, com as 
partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações que caracterizam os 
casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-se-lhes, no que couber, os mesmos 
deveres e responsabilidades, conforme previsto no Código de Processo Civil. 
§ 1º As pessoas indicadas para funcionar como árbitro têm o dever de revelar, antes da 
aceitação da função, qualquer fato que denote dúvida justificada quanto à sua 
imparcialidade e independência. 
 
• O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua nomeação. Entretanto, 
pode ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando: não for nomeado, diretamente, 
pela parte ou o motivo para a recusa for conhecido posteriormente à sua nomeação. (art. 14, 
§2º, LA). 
 
LA, Art. 14, § 2º O árbitro somente poderá ser recusado por motivo ocorrido após sua 
nomeação. Poderá, 
entretanto, ser recusado por motivo anterior à sua nomeação, quando: 
a) não for nomeado, diretamente, pela parte; ou 
b) o motivo para a recusa do árbitro for conhecido posteriormente à sua nomeação. 
 
Curso de DIREITO Prof. Esc. Lister de Freitas Albernaz 22 
• Antes do início da 2ª fase, que é a instrução, as partes devem alegar as exceções (impedimento 
ou suspeição do árbitro nos termos do art. 15) e nulidades, invalidade ou ineficácia da 
convenção de arbitragem existentes (art. 20 LA). Relevante: Correto seria oposição e não 
exceção. Pois não se apresenta pedido em auto apartado. É diretamente ao árbitro ou ao 
presidente do tribunal arbitral (art. 15), através de pedido com razões e provas pertinentes. 
 
LA, Art. 15. A parte interessada

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