Buscar

Monografia ISO 45001

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 109 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

USO DOS REQUISITOS DA NORMA NBR ISO 45001 COMO 
FERRAMENTA PARA A GESTÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE EM 
OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
Vítor Magno Pereira de Góes Telles 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de 
Engenharia Civil da Escola Politécnica, 
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como 
parte dos requisitos necessários à obtenção do 
título de Engenheiro. 
 
Orientador: Prof. Jorge dos Santos 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Março de 2019
 
USO DOS REQUISITOS DA NORMA NBR ISO 45001 COMO FERRAMENTA PARA A 
GESTÃO DA SEGURANÇA E DA SAÚDE EM OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
VÍTOR MAGNO PEREIRA DE GÓES TELLES 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO APRESENTADO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE 
ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO 
DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO 
GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. 
 
Examinado por: 
 
_________________________________ 
Prof. Gilberto Olympio Mota Fialho 
 
 
_________________________________ 
Prof. Jorge dos Santos (orientador) 
 
 
_________________________________ 
Prof. Wilson Wanderley da Silva 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
Março de 2019
 
 
ii 
 
 
 
 
Telles, Vítor Magno Pereira de Góes. 
 
 Uso dos requisitos da norma NBR ISO 45001 como 
ferramenta para a gestão da segurança e da saúde em 
obras da construção civil / Vítor Magno Pereira de Góes 
Telles – Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2019. 
 98 p. 
 Orientador: Jorge dos Santos 
 Projeto de graduação – UFRJ/ Escola Politécnica / 
Curso de Engenharia Civil, 2019. 
 Referências bibliográficas: p. 94-98. 
 1. Considerações Iniciais. 2. Revisão Bibliográfica. 3. 
Discussão e Resultados. 4. Considerações Finais. 5. 
 I. Jorge dos Santos. II. Universidade Federal do Rio de 
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. 
Uso dos requisitos da norma NBR ISO 45001 como 
ferramenta para a gestão da segurança e saúde em obras 
da construção civil 
 
 
 
iii 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente aos meus pais, Rodolfo e Isabel, e minha irmã, Vitória, que 
sempre me apoiaram ao longo de toda a essa caminhada e que, mesmo com dificuldades, 
nunca deixaram faltar carinho e atenção. Agradeço por todas as oportunidades que me 
proporcionaram e pelo suporte incondicional em minhas decisões. Com vocês aprendi que 
mais do que conhecimento, é importante ter caráter, ética e fazer sempre o meu melhor, 
independente das circunstâncias. 
Aos meus amigos, agradeço pela atenção, carinho e companheirismo pois, mesmo 
que muitas vezes estivessem fisicamente distantes, sempre se fizeram presentes em todos 
os momentos importantes de minha vida. Agradeço e dedico este trabalho, especialmente, 
ao meu grande amigo Gustavo Barud, que me mostrou o verdadeiro sentido de coragem e 
perseverança mas que, infelizmente, não está mais entre nós. 
Agradeço aos professores e colegas de trabalho por todos os conhecimentos 
passados, pelas experiências profissionais e acadêmicas proporcionadas e pelo 
compromisso com o aprendizado ao longo desta graduação. Em especial, agradeço ao meu 
orientador, Jorge dos Santos, pela paciência, dedicação e por me guiar durante todo o 
trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos 
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
Uso dos requisitos da norma NBR ISO 45001 como ferramenta para a gestão da segurança 
e da saúde na construção civil 
 
Vítor Magno Pereira de Góes Telles 
Março/2019 
 
Orientador: Jorge dos Santos 
Curso: Engenharia Civil 
 
Este trabalho apresenta um conjunto de ferramentas e boas práticas baseadas nos 
requisitos da ISO 45001 para o apoio da gestão da segurança e saúde ocupacional. A 
elaboração do trabalho se deu através de pesquisa bibliográfica, dividida em três etapas. 
Inicialmente, foram identificados os conceitos, as legislações, decretos e normas de 
segurança vigentes relativas às atividades da construção civil e as práticas usadas pelo 
setor para seu atendimento. Em seguida apresentam-se as certificações e modelos de 
conformidade para a SSO, introduzindo a norma OHSAS 18001, seu impacto na indústria, 
evolução e posterior substituição. Subsequentemente, apresenta-se a norma NBR ISO 
45001, sua metodologia e objetivos, as principais mudanças à certificação anterior, processo 
de certificação, seus requisitos e formas de atendimento e seu panorama de aplicação. São 
apresentadas 19 ferramentas de gestão e, para cada uma, são descritas as definições, 
objetivos, áreas de aplicação e as instruções para implementação, exemplificando seu uso 
nas atividades da construção civil e sugerindo modelos de formatação e modificações para 
sua adequação a organizações de diferentes portes. A análise mostra que devido ao alto 
nível de integração da ISO 45001 com os outros sistemas ISO, a aplicação de ferramentas 
de gestão da qualidade e meio ambiente é viável e pode ser tão feita de forma tão 
simplificada ou complexa quanto necessário, e que devido às particularidades da indústria 
da construção o processo de planejamento, monitoramento e melhoria contínua é essencial 
para o sucesso dos SGSSO. 
Palavras-chave: Ferramentas de Gestão; Construção Civil; Segurança e Saúde 
Ocupacional. 
 
 
v 
 
Abstract of Undergraduate Thesis presented do the Polytechnic School/ UFRJ as part of the 
requisites for the degree of Civil Engineer 
 
Use of NBR ISO 45001 standard’s requisites as an occupational health and safety 
management tool in the construction industry 
 
Vítor Magno Pereira de Góes Telles 
Março/2019 
 
Academic Advisor: Jorge dos Santos 
Course: Civil Engineering 
 
This work aims presents a set of tools and good practices based on ISO 45001 requisites 
that can support occupational health and safety management. This work was developed in a 
three-part literature research. Initially, the concepts, laws, ordinances and safety standards 
related to construction industry activities were identified, as well as current practices of the 
sector. Next, OHS certification and conformity standards are presented, introducing the 
OHSAS 18001 standard, its industry impacts, evolution and later substitution. Subsequently, 
the ISO 45001 safety standard is introduced, as well as its methodology, objectives, the main 
changes from the previous standard, the certification process, requisites, compliance forms 
and application context. A total of 19 management tools are presented, each individually 
defined, with described objectives, areas of application and implementation instructions, as 
well as examples of their use in the construction industry, structure formatting suggestions 
and possible modifications for use in organizations of different sizes. The analysis shows that 
due to the high integration level between the ISO 45001 and other ISO standards, the 
application of quality and environment management tools is viable and can be as simplified 
or complex as necessary, and that because of the construction industry’s characteristics, the 
planning, monitoring and continuous improvement processes are essential do the success of 
the safety management systems. 
 
Keywords: Management Tools; Construction Industry; Occupational Health and Safety. 
 
 
vi 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ viii 
LISTA DE QUADROS ................................................................................................ ix 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ..................................................................... x 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................. 1 
1.1. Apresentação do trabalho ..........................................................................................1 
1.2. Objetivo do trabalho ................................................................................................... 2 
1.3. Justificativa do trabalho .............................................................................................. 2 
1.4. Metodologia Empregada ............................................................................................ 2 
1.5. Conteúdo dos capítulos .............................................................................................. 3 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 4 
2.1 Segurança e saúde do trabalho na construção civil – Aspectos gerais ........................ 4 
2.1.1. Conceituação ............................................................................................ 4 
2.1.2. Legislação ................................................................................................. 4 
2.1.3. Normas Técnicas .................................................................................... 11 
2.1.4. Acidentes do trabalho ............................................................................. 11 
2.2 Norma OHSAS 18001 como base para a edição da ISO 45001 ................................ 13 
2.3 Norma NBR ISO 45001 – Contextualização .............................................................. 16 
2.3.1. Aspectos gerais ...................................................................................... 16 
2.3.2. Principais mudanças ............................................................................... 17 
2.3.3. Processo de certificação ......................................................................... 19 
2.3.4. Panorama de aplicação .......................................................................... 21 
2.4 Norma NBR ISO 45001 – Requisitos ......................................................................... 22 
2.4.1. Seção 4 – Contexto da Organização ...................................................... 22 
2.4.2. Seção 5 – Liderança e Participação dos Trabalhadores ......................... 23 
2.4.3. Seção 6 – Planejamento ......................................................................... 24 
2.4.4. Seção 7 – Suporte .................................................................................. 26 
2.4.5. Seção 8 – Operação ............................................................................... 27 
2.4.6. Seção 9 – Avaliação de desempenho ..................................................... 29 
2.4.7. Seção 10 – Melhoria ............................................................................... 30 
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS ............................................................................ 32 
3.1 Ferramentas e técnicas desenvolvidas para atender a ISO 45001 ............................ 32 
3.1.1. Generalidades ......................................................................................... 32 
3.1.2. Análise SWOT ........................................................................................ 32 
3.1.3. Diagrama de Fluxo .................................................................................. 36 
3.1.4. Análise de Árvore de Falhas (AAF) ......................................................... 37 
3.1.5. Análise Preliminar de Risco (APR) ......................................................... 39 
3.1.6. Quadro de Prioridades ............................................................................ 42 
3.1.7. Análise de Modos e Efeitos de Falha (FMEA) ........................................ 44 
 
 
vii 
 
3.1.8. Planilha de Requisitos Legais ................................................................. 46 
3.1.9. Quadro de Responsabilidades ................................................................ 48 
3.1.10. Planilha de Treinamentos ..................................................................... 49 
3.1.11. Quadro de Aquisições (QA) .................................................................. 51 
3.1.12. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ......................... 53 
3.1.13. Planilha de Documentos ....................................................................... 56 
3.1.14. Plano de Atendimento a Emergência (PAE) ......................................... 58 
3.1.15. Auditoria Interna .................................................................................... 60 
3.1.16. Auditoria Comportamental .................................................................... 65 
3.1.17. Quadro de Incidentes ............................................................................ 67 
3.1.18. Mapa de Riscos .................................................................................... 69 
3.1.19. Quadro de Auditorias ............................................................................ 72 
3.1.20. Ficha de Verificação (FV) ...................................................................... 74 
3.2 Análise e resultados obtidos na gestão de SST na construção civil........................... 76 
3.2.1. Generalidades ......................................................................................... 76 
3.2.2. Análise SWOT ........................................................................................ 76 
3.2.3. Diagrama de Fluxo .................................................................................. 77 
3.2.4. Análise de Árvore de Falhas (AAF) ......................................................... 77 
3.2.5. Análise Preliminar de Risco (APR) ......................................................... 78 
3.2.6. Quadro de Prioridades ............................................................................ 79 
3.2.7. Análise de Modos e Efeitos de Falha (FMEA) ........................................ 80 
3.2.8. Planilha de Requisitos Legais ................................................................. 80 
3.2.9. Quadro de Responsabilidades ................................................................ 81 
3.2.10. Planilha de Treinamentos ..................................................................... 82 
3.2.11. Quadro de Aquisições (QA) .................................................................. 83 
3.2.12. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) ......................... 83 
3.2.13. Planilha de Documentos ....................................................................... 85 
3.2.14. Plano de Atendimento a Emergência (PAE) ......................................... 85 
3.2.15. Auditoria Interna .................................................................................... 86 
3.2.16. Auditoria Comportamental .................................................................... 87 
3.2.17. Quadro de Incidentes ............................................................................ 88 
3.2.18. Mapa de Riscos .................................................................................... 88 
3.2.19. Quadro de Auditorias ............................................................................ 90 
3.2.20. Ficha de Verificação (FV) ...................................................................... 90 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 92 
4.1. Críticas e Comentários ............................................................................................. 92 
4.2. Recomendações para Futuros Trabalhos. ................................................................ 93 
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 94 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Modelo de SGSSO para a OHSAS 18001..............................................................15 
Figura 2: Ciclo PDCA aplicado à ISO 45001..........................................................................17 
Figura 3: Matriz SWOT...........................................................................................................32Figura 4: Aplicação de Matriz SWOT.....................................................................................34 
Figura 5: Fluxograma de acidente de trabalho.......................................................................36 
Figura 6: Árvore de Falhas simplificada de um incêndio........................................................38 
Figura 7: Escala de urgência..................................................................................................43 
Figura 8: PAE de vazamento de substância inflamável.........................................................60 
Figura 9: Definição do processo de Auditoria Interna.............................................................62 
Figura 10: Execução da Auditoria Comportamental...............................................................66 
Figura 11: Ficha de Verificação para Auditoria Comportamental...........................................67 
Figura 12: Processo de elaboração do mapa de riscos tradicional........................................70 
Figura 13: Mapa de riscos tradicional.....................................................................................70 
Figura 14: Processo de elaboração do mapa de riscos temporal..........................................71 
Figura 15: Mapa de riscos temporal.......................................................................................72 
Figura 16: Modelo de Ficha de Verificação de requisitos da NR-18......................................75 
 
 
ix 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1: Normas técnicas de Saúde e Segurança Ocupacional.........................................11 
Quadro 2: Aplicação do Quadro de Responsabilidades à Análise SWOT.............................35 
Quadro 3: Planilha de Análise Preliminar de Riscos..............................................................40 
Quadro 4: Aplicação da Análise Preliminar de Riscos...........................................................41 
Quadro 5: Quadro de Prioridades...........................................................................................42 
Quadro 6: Aplicação do Quadro de Prioridades.....................................................................44 
Quadro 7: Análise de Modos e Efeitos de Falha....................................................................44 
Quadro 8: Aplicação da Análise de Modos e Efeitos de Falha...............................................45 
Quadro 9: Planilha de Requisitos Legais................................................................................46 
Quadro 10: Aplicação da Planilha de Requisitos Legais........................................................47 
Quadro 11: Quadro de Responsabilidades............................................................................48 
Quadro 12: Aplicação do Quadro de Responsabilidades.......................................................49 
Quadro 13: Planilha de Treinamentos....................................................................................50 
Quadro 14: Aplicação da Planilha de Treinamentos..............................................................50 
Quadro 15: Quadro de Aquisições.........................................................................................51 
Quadro 16: Aplicação do Quadro de Aquisições....................................................................52 
Quadro 17: Relação das subatividades da ICC......................................................................55 
Quadro 18: Número de membros da CIPA por atividade e número de empregados.............55 
Quadro 19: Planilha de Documentos......................................................................................56 
Quadro 20: Aplicação da Planilha de Documentos................................................................57 
Quadro 21: Quadro de Incidentes..........................................................................................67 
Quadro 22: Aplicação do Quadro de Incidentes.....................................................................68 
Quadro 23: Quadro de Auditorias...........................................................................................72 
Quadro 24: Aplicação do Quadro de Auditorias.....................................................................73 
 
 
 
x 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
APR – Análise Preliminar de Risco 
BSI – British Standards Institute 
CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho 
CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
DDS – Dialogo Diário de Segurança 
FMEA – Failure Mode and Effect Analysis 
FV – Ficha de Verificação 
HLS –High Level Structure 
IAF –International Accreditation Forum 
ICC – Indústria da Construção Civil 
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia 
ISO –International Organization for Standardization 
MTE – Ministério do Trabalho e do Emprego 
NBR – Norma Brasileira 
NR – Norma Regulamentadora 
OHSAS – Occupational Health and Safety Assessment Series 
PAE – Programa de Atendimento à Emergência 
PCMAT – Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
PPRA – Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais 
PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
SBC – Sistema Brasileiro de Certificação 
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho 
SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção 
SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade 
SGSSO – Sistema de Gestão da Saúde e Segurança Ocupacional 
SSO – Segurança e Saúde Ocupacional 
SWOT –Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats 
TST – Tribunal Superior do Trabalho 
 
 
 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
1.1. Apresentação do trabalho 
O crescente número de artigos e trabalhos publicados e legislações cada vez mais 
restritivas mostra que a importância que a Saúde e Segurança Ocupacional (SSO) tem 
ganhado no cenário mundial. Segundo Benite (2004), cada vez mais é necessário que as 
empresas demonstrem, não só competitividade econômica, mas sua ética e 
responsabilidade com a segurança de seus empregados, do entorno e do meio ambiente. 
Para Choe e Leite (2017a), a melhor forma de realizar a gestão de SSO é atuar 
preventivamente, no entanto, a construção civil apresenta um dos piores históricos de SSO 
dentre todos os setores da indústria (BENITE, 2004; CHOE; LEITE, 2017a). 
Diversos autores atribuem esse comportamento a um conjunto de características 
específicas da construção civil. Contrário aos outros setores da indústria, a ICC não possui 
locais de trabalho fixos e seus processos raramente são padronizados, sendo comum 
encontrar grandes variações de empresa para empresa. Além disso, os projetos e 
especificações são únicos à cada empreendimento realizado, sendo necessário que os 
métodos construtivos sejam adaptados não só às particularidades do empreendimento, mas 
também à tecnologia e mão de obra disponíveis e às condições físicas do local onde o 
canteiro de obras é instalado. Tem-se como exemplo dessas variáveis as diferenças de 
prazo e orçamentos entre projetos, as características climáticas, meteorológicas, e do solo 
local, disponibilidade de maquinário, facilidade de acesso, entre outros (ARAUJO, 2002; 
BENITE, 2004; CHOE; LEITE, 2017a; COSTELLA et al, 2014). 
Além destes, Santiago (2018) aponta também para um número de problemas 
relacionados às pessoas empregadas pela indústria. De um lado da hierarquia, observa-se 
os gestores em uma constante busca por eficiência e redução de gastos que, por conta 
disso, acabam por contratar serviços em função dos menores custos, comumente 
resultando no emprego de profissionais pouco qualificados que emitem documentos apenas 
para fins legais. Já no outro extremo da hierarquia tem-se a mão de obra de baixo nível de 
instrução que desconhece a legislação e, frequentemente devido a fatores culturais e 
socioeconômicos, não dão a devida importânciaàs medidas preventivas e de segurança. 
Assim observa-se o cenário atual vivido pelo setor, principalmente no Brasil, onde 
frequentemente são empregadas medidas de prevenção e controle de riscos ineficientes 
que aliados aos escassos treinamentos e sensibilizações resultam no grande número de 
acidentes noticiados pelos meios de comunicação e apresentados na literatura publicada. 
2 
 
 
 
1.2. Objetivo do trabalho 
Este trabalho visa apresentar um conjunto de ferramentas baseadas nos requisitos da 
norma NBR ISO 45001, nas práticas utilizadas pelo mercado para atendimento de requisitos 
legais e normativos, na literatura publicada, bem como nas práticas utilizadas nas demais 
áreas da gestão que possam auxiliar no gerenciamento da saúde e segurança ocupacional 
na construção civil. Cada ferramenta listada será definida, sendo apresentados os objetivos 
e aplicabilidade, bem como exemplos específicos à construção civil, destacando as 
características, vantagens e desafios associados ao seu uso. 
1.3. Justificativa do trabalho 
Apesar de jovem, datando de 1977, a legislação brasileira de SSO apresenta um 
grande número de regulamentos e requisitos de segurança. No entanto, a indústria da 
construção brasileira ainda é vista como um dos setores mais perigosos, marcado por 
acidentes de trabalho e liderando o ranking de acidentes com morte. Segundo o Tribunal 
Superior do Trabalho (2018), somente em 2010 o número de acidentes foi de 54.664, dos 
quais 66% são considerados “acidentes típicos”, como quedas em altura (apontada como a 
causa mais comum de lesões e morte). 
Apesar desses dados e da construção civil empregar um modelo produtivo centrado 
em pessoas, o tema ainda é pouco discutido nas instituições de ensino, sendo comum 
encontrar no mercado profissionais gerenciais pouco fluentes e sensibilizados quanto ao 
assunto. Estes agravantes puderam ser observados durante as obras de infraestrutura 
realizadas no país para a Copa do Mundo de futebol e Olimpíada, marcadas por acidentes 
de trabalho, no rompimento da barragem na cidade de Mariana e, mais recentemente, em 
Brumadinho (PASSARINHO, 2019). 
Tais acontecimentos demonstram o despreparo dos profissionais e do setor como um 
todo com relação ao gerenciamento de riscos e da segurança dos seus empregados, da 
população e do meio ambiente. Devido a este panorama, escolheu-se o tema buscando 
obter um conjunto de boas práticas que possa auxiliar na gestão da segurança ocupacional, 
visando a prevenção de riscos e mitigação de seus impactos. 
1.4. Metodologia Empregada 
Para que os objetivos almejados pudessem ser alcançados, em um primeiro momento 
o tema de segurança ocupacional foi estudado de maneira mais abrangente, visando um 
melhor entendimento sobre o assunto e sua disseminação na indústria. 
Consolidadas as informações principais, deu-se início à pesquisa bibliográfica, onde 
foram identificados os conceitos, as legislações, decretos e normas de segurança vigentes 
3 
 
 
 
relativas às atividades da construção civil e as práticas usadas pelo setor para seu 
atendimento. Em seguida foram estudados os modelos de conformidade, sua aplicação no 
cenário brasileiro e evolução até o padrão atual das certificações e sistemas de gestão 
utilizados, analisando seus requisitos, desafios e benefícios associados. 
Por fim, de posse dessas informações desenvolveu-se, a partir da literatura publicada, 
das práticas de mercado e dos requisitos normativos, um conjunto de ferramentas para 
auxiliar na gestão da saúde e segurança ocupacional 
1.5. Conteúdo dos capítulos 
O primeiro capítulo tem caráter introdutório, trazendo a importância do tema, as 
dificuldades no gerenciamento da saúde e segurança ocupacional enfrentadas pela indústria 
da construção civil e o panorama nacional de acidentes. São apresentados a metodologia 
empregada e os objetivos do trabalho. 
O segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica dos conceitos e definições 
necessários ao desenvolvimento deste estudo, discorrendo sobre a legislação de segurança 
e requisitos normativos vigentes no Brasil que regulam as atividades da construção civil. 
Introduz-se o conceito de modelo de conformidade, a certificação OHSAS 18001, sua 
evolução e posterior substituição. Em seguida, apresenta-se a norma ISO 45001 e sua 
metodologia, descrevendo as principais mudanças em relação à certificação anterior, o 
processo de certificação e panorama de aplicação, seus requisitos e formas de 
cumprimento. 
A partir das informações levantadas, o terceiro capítulo traz um conjunto de 
ferramentas, técnicas e boas práticas que podem auxiliar nos sistemas e na gestão da 
saúde e segurança ocupacional da construção civil, apresentando individualmente suas 
definições, objetivos, aplicações, metodologia para implantação e benefícios associados. 
Para cada ferramenta listada são sugeridos modelos de formatação e elaboração, exemplos 
aplicados à construção civil e possíveis modificações que possam auxiliar sua utilização em 
organizações com diferentes características. 
Finalmente, no quarto capítulo são apresentadas as críticas e comentários 
relacionados ao trabalho, as lições aprendidas quando da elaboração do mesmo e 
recomendações para estudos futuros. 
4 
 
 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Segurança e saúde do trabalho na construção civil – Aspectos gerais 
2.1.1. Conceituação 
Define-se segurança no trabalho como um conjunto de medidas empregadas para a 
prevenção de acidentes, sejam elas médicas, psicológicas, técnicas ou educacionais, 
visando a eliminação das condições inseguras e a instrução das pessoas para sua 
implantação no ambiente de trabalho (ZÓCCHIO, 2002). 
A Organização Mundial da Saúde (1946, p. 1) define como saúde o “Estado de 
completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença e 
enfermidade”. A integração entre os estados social, físico e mental permite uma análise 
mais abrangente sobre as condições de saúde e trabalho, permitindo a associação de 
doenças psicológicas e psicossomáticas aos fatores sociais e estresse (SANTIAGO, 2018). 
A legislação brasileira faz uso do termo Saúde e Segurança no Trabalho (SST) nas 
diversas normas, leis, decretos e outros instrumentos afins. No entanto, exceto quando da 
citação de texto legislativo, será adotado o conceito equivalente de Saúde e Segurança 
Ocupacional (SSO) utilizado pelas normas ISO para os objetivos deste trabalho, a fim de 
facilitar a associação com os requisitos da certificação. 
2.1.2. Legislação 
A lei 8.080/1990 (BRASIL, 1990) regulamenta as condições da promoção, proteção e 
recuperação da saúde às pessoas que exercem atividades de caráter permanente ou 
eventual, posteriormente modificada em 2013 pela lei de número 12.864/2013. A alteração 
do art. 3º torna formal o caráter condicionante e decisório da atividade física na saúde. 
“Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do 
País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a 
alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, 
a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos 
bens e serviços essenciais” (BRASIL, 2013, p. 1) 
No Brasil, a saúde e segurança ocupacional é regida por um conjunto de trinta e seis 
Normas Regulamentadoras (NR) que, em conjunto, abrangem as diferentes áreas da 
indústria e do trabalho, assim como situações específicas (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 
2018a). As NRs são de caráter mandatório, devendo ser atendidas pelas diversas 
instituições públicas e privadas, pelos órgãos da administração pública e dos Poderes 
Legislativo e Judiciário que empreguem pessoas em regime CLT (Consolidação das Leis do 
Trabalho). 
5 
 
 
 
NR-1 - Disposições Gerais 
NR-2 - Inspeção Prévia 
NR-3 - Embargo e Interdição 
NR-4 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT 
NR-5 - Comissão Interna de Prevençãode Acidentes- CIPA 
NR-6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI 
NR-7 - Exames Médicos 
NR-8 - Edificações 
NR-9 - Riscos Ambientais 
NR-10 - Instalações e Serviços de Eletricidade 
NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais 
NR-12 - Máquinas e Equipamentos 
NR-13 - Vasos Sob Pressão 
NR-14 - Fornos 
NR-15 - Atividades e Operações Insalubres 
NR-16 - Atividades e Operações Perigosas 
NR-17 - Ergonomia 
NR-18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 
NR-19 - Explosivos 
NR-20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis 
NR-21 - Trabalhos a Céu Aberto 
NR-22- Trabalhos Subterrâneos 
NR-23 - Proteção Contra Incêndios 
NR-24 - Condições Sanitárias dos Locais de Trabalho 
NR-25 - Resíduos Industriais 
NR-26 - Sinalização de Segurança 
NR-27 - Registro de Profissionais 
NR-28 - Fiscalização e Penalidades 
6 
 
 
 
NR-29 - Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 
NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário 
NR-31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, 
Exploração Florestal e Aquicultura 
NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 
NR-33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 
NR-34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e 
Reparação Naval 
NR-35 - Trabalho em Altura 
NR-36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de 
Carnes e Derivados 
A indústria da construção tem suas atividades regidas, inicialmente, pela NR-18, que 
apresenta diversas diretrizes de caráter administrativo, organizacional e de planejamento 
para a implantação de sistemas e medidas preventivas e de controle da SSO no ambiente 
de trabalho, suas condições e processos produtivos associados (MINISTÉRIO DO 
TRABALHO, 2018b). Segundo o item 18.1.2 da NR-18, são consideradas como atividades 
da ICC: 
“as constantes do Quadro I, Código da Atividade Específica, da NR 4 
- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho e as atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e 
manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou 
tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e 
paisagismo.” 
O Quadro I da NR-4 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2016a), mencionado no segmento 
anterior, apresenta os serviços e atividades dos diferentes setores da indústria e comércio. 
As entradas referentes à construção civil são encontrados no item F do quadro, sendo: 
Construção de Edifícios: 
a) Incorporação de empreendimentos imobiliários 
b) Construção de edifícios 
Obras de Infraestrutura: 
c) Construção de rodovias e ferrovias 
d) Construção de obras-de-arte especiais 
7 
 
 
 
e) Obras de urbanização - ruas, praças e calçadas 
f) Obras para geração e distribuição de energia elétrica e para telecomunicações 
g) Construção de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e 
construções correlatas 
h) Construção de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto 
i) Obras portuárias, marítimas e fluviais 
j) Montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas 
k) Obras de engenharia civil não especificadas anteriormente 
Serviços Especializados para Construção: 
l) Demolição e preparação de canteiros de obras 
m) Perfurações e sondagens 
n) Obras de terraplenagem 
o) Serviços de preparação do terreno não especificados anteriormente 
p) Instalações elétricas 
q) Instalações hidráulicas, de sistemas de ventilação e refrigeração 
r) Obras de instalações em construções não especificadas anteriormente 
s) Obras de acabamento 
t) Obras de fundações 
u) Serviços especializados para construção não especificados anteriormente 
Deve-se devotar especial atenção para os casos em que a NR-18 faz referência a 
outras NRs, quando a atividade em questão abrange outras áreas, tornando mandatórias as 
exigências dessas outras normas. Por exemplo, o item 18.6.16, referente à execução de 
fundações e escavações sob ar comprimido remete à NR-15 (Atividades e Operações 
Insalubres), já o item 18.14.11, que trata do levantamento manual de cargas, cita a NR-17 
(Ergonomia). Devem também ser observadas as instâncias em que a NR-18 modifica os 
requisitos de outras normas regulamentadoras, como no item 18.33, que altera e apresenta 
condições adicionais às previstas na NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) 
no âmbito da construção civil (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2018b). 
As diretrizes da NR-18 tratam não só das instalações físicas dos canteiros de obras, 
mas também das documentações, e seus respectivos prazos e validades, e dos 
8 
 
 
 
treinamentos de mão de obra. Deve-se atentar também para os casos em que a atividade a 
ser executada se enquadra em outra NR, mesmo que estas não sejam citadas diretamente 
no corpo da NR-18 – por exemplo, quando da execução de serviços em altura ou da 
utilização de maquinário ou equipamento mecânico, regidos pela NR-35 e NR-12, 
respectivamente. 
As disposições da NR-18 devem ser implementados através do Programa de 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), de 
elaboração compulsória para os estabelecimentos com 20 ou mais trabalhadores. O PCMAT 
pode ser visto como um conjunto de medidas preventivas de SSO cuja função é a 
preservação da integridade física dos trabalhadores da construção civil (DA SILVA, 2015). 
O PCMAT deve ser elaborado por profissional legalmente qualificado na área de 
segurança e mantido no estabelecimento ao qual é referente. De acordo com o item 18.3.4 
da NR-18 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2018b), o Programa deve conter: 
a) Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e 
operações, levando-se em consideração riscos de acidentes e de doenças do 
trabalho e suas respectivas medidas preventivas; 
b) Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade com as etapas 
de execução da obra; 
c) Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas; 
d) Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas no PCMAT em 
conformidade com as etapas de execução da obra; 
e) Layout inicial e atualizado do canteiro de obras e/ou frente de trabalho, 
contemplando, inclusive, previsão de dimensionamento das áreas de vivência; 
f) Programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho, com sua carga horária. 
De acordo com da Silva (2015), o PCMAT é formulado em cinco etapas. A primeira 
consiste da análise dos projetos referentes ao empreendimento, e visa identificar os 
processos produtivos a serem utilizados durante a construção, englobando os métodos, 
instalações, equipamentos e outros elementos necessários para tal. 
Em seguida, deve-se vistoriar o local de instalação do empreendimento, analisando as 
condições presentes e complementando a análise realizada – a etapa se mostra importante 
pois permite identificar situações específicas ao local, como a necessidade de escavações 
ou outros condicionantes ambientais. 
9 
 
 
 
De posse destes dados, deve-se identificar as condições de trabalho associadas e 
realizar a análise de riscos, que por sua vez provém as informações necessárias para o 
traçado e implantação das medidas de controle necessárias. 
Durante a quarta etapa elabora-se o documento base do PCMAT. As informações 
coletadas devem ser registradas, definindo as fases do processo construtivo e as 
instalações e medidas necessárias ao controle, mitigação e eliminação dos riscos 
identificados. 
Finalmente, implementam-se o PCMAT e as medidas nele descritas. O Programa deve 
ser atualizado e detalhado para refletir as atividades a serem executadas e as mudanças 
que podem ocorrer ao longo do processo construtivo. 
Fica disposto no item 18.3.1.1 da NR-18 que o PCMAT deve seguir às disposições 
contidas na NR-9, que trata do Programade Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), cuja 
função é, segundo o item 9.1 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017): 
“preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através 
da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da 
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no 
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente 
e dos recursos naturais.” 
Nele são detalhados os setores de trabalho da organização, as instalações, maquinas 
presentes e ferramental utilizado, descritas as atividades e funções desempenhadas pelos 
colaboradores expostos aos riscos, bem como as medidas preventivas e controladoras de 
riscos existentes, o reconhecimento e avaliações dos riscos ambientais existentes (DA 
SILVA, 2015). 
A NR-9, no item 9.1.5, define como riscos ambientais “os agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, 
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde 
do trabalhador” (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017). São considerados como agentes 
físicos os ruídos, vibrações, temperaturas extremas, vibrações anormais, radiações 
(ionizantes ou não), infrassom e ultrassom. Como agentes químicos, consideram-se as 
substâncias, compostos ou produtos passíveis de absorção por via respiratória, tais como 
poeiras, fumos, neblinas, névoas, vapores ou gases, ou ainda aquelas que, devido o tipo de 
exposição, possam ser absorvidas pela pele ou ingestão. Finalmente, como agentes 
biológicos são listados os bacilos, fungos, bactérias, vírus parasitas, protozoários e outras 
formas afins (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2017). 
10 
 
 
 
Na NR-18 também são apresentados requisitos relativos à formação da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Estes requisitos possuem caráter compulsório 
para as organizações da ICC, complementando aquilo descrito na NR-5. O requisito torna 
obrigatória a formação de CIPA para as organizações do setor que possuam, na mesma 
cidade, um ou mais canteiros de obra (ou frentes de trabalho), devendo ser centralizada 
quando empregarem menos de 70 trabalhadoras ou uma Comissão para cada frente, caso 
este limite for excedido. Ficam isentos de formar a Comissão os canteiros cuja duração das 
operações não excedam 180 dias, exceto quando enquadrados na situação anterior 
(MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2018b). 
Segundo o item 5.1 da NR-5 (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2011) a CIPA tem por 
finalidade “a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar 
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde 
do trabalhador”. A formação da Comissão e os benefícios associados são descritos em 
detalhe nos itens 3.1.11 e 3.2.11 deste trabalho, respectivamente. 
Destaca-se que quando do estudo legislativo, deve ser devotada especial atenção 
para as atividades que serão desempenhadas pela organização no empreendimento ou 
projeto, pois é possível que um conjunto de normas regulamentadoras sejam aplicáveis. Por 
exemplo, a NR-35 – Trabalho em Altura, que fixa “os requisitos mínimos e as medidas de 
proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a 
execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou 
indiretamente com esta atividade” (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2016b, item 35.1.1), é de 
especial importância para a ICC (SANTIAGO, 2018), uma vez que grande parte das 
atividades do setor são englobadas por ela – segundo o item 35.1.2, são considerados 
trabalhos em altura as atividades exercidas a mais de 2,00m do nível inferior, passível de 
risco de queda (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2016b). 
Também ficam definidas na NR-18 as obrigações dos empregadores e empregados. 
Cabe ao primeiro elaborar as análises de risco dos serviços e atividades a serem 
desempenhados e emitir as permissões de trabalho (conforme necessário), bem como 
traçar e implementar os procedimentos e dispositivos de segurança, incluindo a aprovação, 
supervisão e suspensão dos serviços, visando a segurança de todos. Já os trabalhadores 
devem com as determinações estabelecidas pelo empregador e pela legislação vigente, 
zelar pela própria segurança e pela de terceiros que possam ser impactados por suas 
ações, incluindo a interrupção das atividades caso as condições locais ponham em risco a 
sua saúde ou a de outros (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2016b). 
11 
 
 
 
2.1.3. Normas Técnicas 
As atividades da construção civil também são regulamentadas pelas Normas 
Brasileiras (NBR), publicadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O 
estudo realizado por Santiago (2018) apresenta um conjunto de NBRs pertinentes à ICC, 
conforme publicação no Catálogo de Normas Técnicas de Edificações do Sindicato da 
Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (SINDUSCON-MG, 2017). O estudo destaca, 
no entanto, que em contraste às NRs e leis, que tem caráter mandatório e são cabíveis de 
multa, quando do seu descumprimento, as NBRs funcionam como um conjunto mínimo de 
recomendações ou boas práticas – a exceção se dá quando uma NBR é citada em leis, 
decretos ou em NRs, tendo, neste caso, caráter compulsório sujeito às mesmas penalidades 
citadas. O Quadro 1 apresenta algumas das normas brasileiras inerentes a saúde e 
segurança ocupacional. 
Norma Título Ano 
NBR 6469 Segurança nos Andaimes 1990 
NBR 7195 Cores para Segurança 1995 
NBR 7678 Segurança na execução de obras e serviços de contrução 1983 
NBR 12284 Áreas de Vivência em Canteiros de Obras - Procedimento 1991 
NBR 12543 Equipamentos de Proteção Respiratória - Terminologia 1999 
NBR 14280 Cadastro de Acidente do Trabalho 2001 
NBR NM 213-2 Segurança de Máquinas - Conceitos fundamentais, princípios 
gerais de projeto - Princípios técnicos e especificações 
2000 
NBR 15595 Acesso por corda - Procedimento para aplicação do método 2016 
NBR 16577 Espaço Confinado - Prevenção de acidentes, procedimentos e 
medidas de proteção 
2017 
Quadro 1: Normas técnicas de Saúde e Segurança Ocupacional 
Fonte: Autor 
 
2.1.4. Acidentes do trabalho 
A lei 8.213/1991 – lei geral da Previdência Social (BRASIL, 1991), define acidente de 
trabalho, em seu artigo 19, como aquele: 
“que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de 
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados 
referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou 
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, 
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.” 
Segundo o Ministério do Trabalho (2015), também são considerados acidentes de 
trabalho aqueles ocorridos ao longo do trajeto entre a residência e local de trabalho do 
12 
 
 
 
segurado, as doenças de trabalho provocadas ou adquiridas pela realização do trabalho ou 
atividade ou ainda aquelas desencadeadas por condições específicas intrínsecas à 
atividade ou diretamente relacionadas a ela. Entretanto, não são consideradas doenças de 
trabalho as doenças específicas a determinado grupo etário, doenças degenerativas, 
aquelas que não comprometam a capacidade laboral do segurado e as de caráter endêmico 
– salvo quando comprovado que a contração é resultante da exposição ou contato direto 
devido à natureza do trabalho. 
São equiparados aos acidentes de trabalho aqueles ligados ao trabalho que, mesmo 
não sendo causa única, tenham contribuído diretamente à morte do segurado, à redução ou 
perda de sua capacidade laboral, ou causado danos que exijam tratamento médico para 
recuperação; os sofridos no horário e local de trabalho por conta de atos de terrorismo, 
agressão ou sabotagem cometidos por outros profissionais ou terceiros, ofensas físicas 
intencionais devido a disputas de trabalho, atos imprudentes, de imperícia ou negligentes de 
profissionais ou terceiros, bem como atos de pessoas privadas do usoda razão, 
inundações, desabamentos, incêndios ou eventos fortuitos de força maior; as doenças 
oriundas de contaminação acidental do segurado durante o exercício da profissão; e ainda 
aqueles sofridos fora do horário e local de trabalho, quando da realização de atividades para 
ou sob autoridade da empresa, cumprimento de ordem ou prestação de serviço para 
benefício para frutos da empresa, e também durante viagens e cursos de capacitação 
financiados pela empresa (MINISTÉRIO DO TRABALHO, 2015). 
A NBR ISO 45001 (ISO, 2018a) estabelece um conjunto de termos importantes para a 
definição de acidente de trabalho, sendo: 
a) Lesões e problemas de saúde: “efeito adverso sobre a condição física, mental 
ou cognitiva de uma pessoa (...) incluindo doença ocupacional, problema de 
saúde e morte” (ISO, 2018a, p. 5). 
b) Perigo: “fonte com potencial para causar lesões e problemas de saúde (...) 
danos ou situações perigosas, ou circunstâncias com potencial de exposição” 
(ISO, 2018a, p. 5) 
c) Incidente: “ocorrência decorrente, ou no decorrer, de um trabalho, que pode 
resultar em lesões e problemas de saúde” (ISO, 2018a, p. 8). 
A partir desses termos, a ISO 45001 define como acidente os incidentes em que 
ocorrem lesões e problemas de saúde, e como quase acidente (também referidos como 
quase perda ou ocorrência perigosa) aqueles onde não ocorrem lesões e problemas de 
saúde, mas existe potencial de ocorrência (ISO, 2018a). 
13 
 
 
 
Fica prevista, conforme a legislação previdenciária (lei 8.213/1991), a emissão da 
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) quando da ocorrência de acidentes ou da 
comprovação de doença de trabalho. A não notificação do acidente ou doença constitui 
crime segundo o art. 269 do Código Penal (BRASIL, 1940, 1991). 
No estudo desenvolvido por Silva e Mendonça (2012) foram identificadas as práticas 
de SSO empregadas no tratamento de incidentes e acidentes de trabalho por uma empresa 
de construção de edifícios de grande porte, situada na cidade de Maceió. Segundo o estudo, 
a empresa já possui metodologia de ação estabelecida para eventuais acidentes. 
Quando da ocorrência de acidentes, paralisa-se a produção e acionam-se a CIPA e os 
trabalhadores próximos ao local do acidente para identificar as possíveis causas e fatores 
agravantes, produzindo um plano de prevenção para o mesmo quando necessário. Os 
danos causados pelo acidente são classificados em leves ou graves. No primeiro caso, os 
acidentados são conduzidos a uma empresa terceirizada responsável pelo monitoramento 
da saúde dos trabalhadores, já no segundo, estes são encaminhados para hospitais 
públicos de emergência ou conveniados (SILVA e MENDONÇA, 2012). 
Durante o estudo foi constatado que a maior parte dos acidentes relatados ocorreram 
por falha humana, por isso, logo após a ocorrência, o técnico de segurança presente no 
local entrevista, de forma simples e particular, o funcionário acidentado – o diálogo busca 
obter informações mais precisas sobre as causas do acidente, abordando não só as 
questões intrínsecas ao entorno como também possíveis fatores socioeconômicos que 
possam ter influenciado o trabalhador a se expor ao risco. O estudo de Silva e Mendonça 
(2012) concluiu que a etapa da execução da estrutura concentra o maior número de 
acidentes identificados nas obras. 
2.2 Norma OHSAS 18001 como base para a edição da ISO 45001 
De acordo com o INMETRO (2017), as certificações funcionam como um indicador ao 
público alvo de que o processo, produto, serviço ou sistema fornecido pela empresa atende 
a um grupo de requisitos mínimos de qualidade. As certificações e modelos conformidade 
incentivam a busca por melhoria contínua, através de benefícios associados ao aumento da 
qualidade dos serviços e produtos, melhoria da produtividade e competitividade. A 
certificação da OHSAS 18001 não é acreditada pelo INMETRO, em contraste às 
certificações ISO, mas é reconhecida internacionalmente como referência para SGSSO 
(FERNÁNDEZ-MUÑIZ et al, 2012). 
As certificações de conformidade são segmentadas em dois tipos pelo INMETRO 
(2017). O primeiro corresponde às certificações compulsórias, que são um tipo de serviço 
prestado aos órgãos regulamentadores oficiais da união pelo SBC, englobando questões de 
14 
 
 
 
segurança e de interesse da população, proteção da saúde, animais, vegetais, meio 
ambiente e afins. O segundo grupo trata das certificações voluntárias, cujo objetivo é atestar 
que os processos, serviços, produtos ou sistemas do solicitante estão em conformidade com 
os requisitos de normas reconhecidas pelo SINMETRO (Sistema Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial). 
A Série de Avaliação da Saúde e Segurança no Trabalho (OHSAS) compreende as 
normas OHSAS 18001 e 18002, que trazem os requisitos e diretrizes de implantação, 
respectivamente, e é uma certificação voluntária internacionalmente reconhecida (BSI, 
2007). 
O objetivo primário da norma é oferecer às organizações um conjunto compreensivo 
de elementos de um SGSSO eficaz que possa ser integrado a outros requisitos e sistemas 
de gestão existentes ou planejados, através da especificação de “requisitos para um sistema 
de gestão da SST que permita à organização desenvolver e implementar uma política e 
objetivos, tendo em consideração requisitos legais e informação sobre riscos para a SST” 
(BSI, 2007, p. v). 
As seções da norma podem ser descritas de forma simplificada de acordo com as 
quatro etapas do ciclo PDCA (Planejar-Executar-Verificar-Agir) no qual sua metodologia é 
baseada, conforme ilustrado na Figura 1. A etapa de planejamento trata do traçado dos 
processos, objetivos e ferramentas necessários em conjunto com a política de SSO da 
organização, para que os resultados pretendidos possam ser alcançados. Durante a fase de 
execução, deve-se implementar os elementos definidos anteriormente, coletando dados e 
informações sobre os processos executados. Na etapa de verificação os dados coletados 
devem ser avaliados de acordo com as metodologias, métricas e objetivos estabelecidos 
para os processos e com a política de SSO e requisitos legais aplicáveis, apresentando os 
resultados encontrados – através destes, devem ser propostas as medidas corretivas e 
potencializadoras pertinentes. Finalmente, na etapa de ação, devem ser implantadas as 
ações e medidas definidas durante a análise crítica pela direção visando a melhoria 
contínua do SGSSO. 
15 
 
 
 
 
Figura 1. Modelo de SGSSO para a OHSAS 18.001 
Fonte: MOREIRA e PACHECHO (2017, p. 3) 
 
De acordo com Conde (2003) o SGSSO proposto pela norma contém os elementos 
essenciais ao gerenciamento dos processos e atividades da organização e, por isso, permite 
sua aplicação em qualquer atividade industrial ou de serviços. Conde (2003) aponta, 
adicionalmente, para a equivalência do modelo de gestão OHSAS para aquele proposto na 
ISO 14001 – a única diferença sendo no seu enfoque. Enquanto a norma de segurança atua 
nos efeitos internos à organização (acidentes, ocorrências perigosas, etc.), modelo da 
norma ISO age nos efeitos externos das atividades da organização, como impactos 
ambientais. 
Oficialmente publicada em 1999 pelo BSI (British Standards Institution), a OHSAS 
18001 foi elaborada por um conjunto de organizações internacionais que somavam, à 
época, 80% dos organismos certificadores do mercado (ARAUJO, 2002). A certificação foi 
concebida como forma de atender à crescente demanda por uma norma regente aos 
SGSSO, perante a qual as organizações pudessem ser avaliadas e certificadas (BSI, 2007). 
O código foi desenvolvido em conformidade com os sistemas de gestão ISO 9001 e 
14001, para facilitar a integração entre os três modelos, caso desejado (BSI, 2007). Os 
requisitos trazidos pela norma permitem o controle efetivo dos riscos da organização, 
associando a política de segurança à definição de responsabilidades e realização de 
extensostreinamentos e monitoramento das ações (COSTELLA, 2008). 
A atualização da norma, trazida em 2007, apresentou mudanças para o texto original, 
enfatizando as ações voltadas à saúde do trabalhador e empregando medidas para 
melhorar o alinhamento e compatibilidade com as normas ISO 14001:2004 e ISO 
9001:2000. Uma das principais mudanças identificadas foi em sua titulação. A primeira 
16 
 
 
 
versão da OHSAS apresentava o modelo de conformidade como documento ou 
especificação, no entanto, devido à sua grande disseminação no mercado e citação de seus 
elementos em outros códigos internacionais, a OHSAS 18001:2007 passou a ser referida 
como norma. A revisão trouxe modificações aos conceitos já empregados– como dano, 
incidente, acidente, perigo e local de trabalho – e à estruturação do texto, reorganizando e 
agrupando suas cláusulas de forma mais similar à vista na certificação ambiental ISO (BSI, 
2007). 
Durante sua vigência, a OHSAS 18001 foi o modelo de conformidade mais buscado 
pelas organizações do mercado, segundo Lo et al. (2014), pois o processo de certificação 
requer auditoria por uma organização independente. Atualmente a certificação foi 
substituída pela ISO 45001, publicada em Março de 2018. 
2.3 Norma NBR ISO 45001 – Contextualização 
2.3.1. Aspectos gerais 
Publicada em Março de 2018, a ISO 45001 é o novo padrão internacional de 
certificação dos SGSSO, e foi desenvolvido pelo Comitê de Projeto ISO/PC 283. A nova 
norma substitui o padrão anterior proposto pela OHSAS 18001, sendo assim, as empresas e 
organizações já certificadas na norma antiga possuem um prazo máximo de três anos para 
se adequar à ISO 45001 (ISO, 2018a). 
A ISO 45001 foi desenvolvida utilizando os conceitos e diretrizes empregados pelas 
outras normas e certificações ISO, chamadas de Estruturas de Alto Nível (HLS), também 
conhecido como Anexo SL, que permite “manter a consistência, alinha diferentes normas de 
sistema de gestão, oferece sub-cláusulas correspondentes em relação à estrutura de alto 
nível e aplica uma linguagem comum a todas as normas” (BSI, 2018b, p. 4). 
A norma é dividida em dez seções, sendo 1 – Escopo, 2 – Referências Normativas, 3 
– Termos e Definições, 4 – Contexto da Organização, 5 – Liderança e Participação dos 
Trabalhadores, 6 – Planejamento, 7 – Suporte, 8 – Operação, 9 – Avaliação de 
Desempenho e 10 – Melhoria. 
Apesar dessa divisão, assim como as outras normas ISO, as seções não devem ser 
avaliadas isoladamente, mas sim como um ciclo interativo, uma vez que a norma é 
estruturada com base na metodologia de melhoria contínua, conforme ilustrado na Figura 2 
(os números entre parênteses apresentados na figura correspondem às seções da norma 
englobadas em cada etapa do ciclo PDCA). 
17 
 
 
 
 
Figura 2: Ciclo PDCA aplicado à ISO 45001 
Fonte: BSI (2018b, p. 4) 
 
2.3.2. Principais mudanças 
Como a nova publicação trouxe consigo um conjunto significativo de mudanças em 
relação à OHSAS 18001, não só em sua estruturação e subdivisão, mas também no seu 
enfoque. Sendo assim, as principais alterações serão abordadas de acordo com as dez 
seções da ISO 45001, sendo seus respectivos requisitos discutidos mais especificamente na 
seção 2.4 deste trabalho. 
A terceira seção, relativa aos Termos e Definições, apresenta os diversos conceitos e 
terminologia utilizados no corpo da norma e seus requisitos. Por ter sido elaborada de 
acordo com o Anexo SL comum às normas ISO, diversos conceitos anteriormente definidos 
pela OHSAS foram modificados ou refinados, bem como foram incluídos novos termos. 
Dentre tais, destacam-se, mas não limitados, os conceitos de organização, local de trabalho, 
parte interessada, participação e consulta, risco e oportunidade de SSO (BSI, 2018b). 
A seção 4, Contexto da Organização, confere um caráter mais estratégico à norma, 
sendo necessária a identificação de todas as partes interessadas (internas e externas), suas 
necessidades e expectativas, bem como o âmbito em que a organização está inserida e 
seus possíveis impactos no traçado do SGSSO (BSI, 2018b). 
18 
 
 
 
A quinta seção da ISO 45001 (Liderança e Participação dos Trabalhadores) destaca a 
importância da participação ativa da liderança na disseminação da cultura de prevenção, e 
na instalação de políticas, processos e meios de consulta aos trabalhadores. Não só 
referente à consulta sobre mudanças e identificação de riscos e perigos, a norma prescreve 
como responsabilidade da organização a quebra de quaisquer barreiras associadas ao 
aprendizado e adequação – como tempo, meios de treinamento, escolaridade, etc. (CICCO, 
2018). 
A cláusula de Planejamento da ISO 45001 (seção 6) enfatiza a importância da visão 
estratégica e conhecimento organizacional, uma vez que é necessário identificar não só os 
riscos e perigos à SST relativos às situações internas e externas, mas também associadas 
às relações interpessoais entre funcionários, bem como oportunidades de melhoria do 
sistema. Dessa forma, é fundamental que a etapa de planejamento seja realizada em 
concordância com os resultados obtidos na seção 4, conforme ilustrado na Figura 3 do item 
2.3.1 (CICCO, 2018). 
A seção 7, Suporte, não sofreu grandes modificações no que diz respeito à 
disponibilidade de recursos e competência dos profissionais. No entanto, apresenta 
informações mais detalhados no que diz respeito à comunicação interna e externa. Também 
é introduzido o conceito de informação documentada (englobando também mídias digitais, 
nuvem, etc.), substituindo “documentos” e “registros” utilizados pela OHSAS, apesar dos 
requisitos serem similares (BSI, 2018b). 
A oitava seção, Controle, trata da aplicação e execução daquilo que foi planejado, 
sendo, segundo Cicco (2018), significativamente aprimorada em relação à certificação 
anterior, chamando atenção para a utilização do conceito de hierarquia de controles 
(detalhado no item 2.4.5 deste trabalho), bem como subitens específicos relativos à 
aquisições e gestão de mudanças. Essa adição implanta no estabelecimento de processos 
de avaliação de riscos relativos à cadeia de suprimentos da organização, desde 
equipamentos até contratações e subcontratações, bem como os impactos (positivos e 
negativos) das modificações associadas e previstas. 
A seção relativa à Avaliação de Desempenho (seção 9) foi atualizada, apresentando 
um caráter mais congruente com o observado nos sistemas de gestão da qualidade, dando 
maior ênfase aos processos monitoramento, análise e avaliação, bem como a determinação 
de informação relevante (BSI, 2018b). 
Os requisitos de ações preventivas anteriormente presentes na antiga certificação 
foram removidos da seção 10 (Melhoria), dado o caráter preventivo da ISO 45001 e sua 
estrutura focada em risco (como por exemplo a hierarquia de controles mencionada na 
19 
 
 
 
seção 8 da norma). Os requisitos relativos à melhoria contínua também foram detalhados, 
similarmente ao feito na seção 9 (BSI, 2018b). 
Darabont et al. (2016) destaca que a gestão de riscos é frequentemente uma das 
dificuldades de implantação dos sistemas devido ao conhecimento incompleto sobre suas 
potenciais consequências. Apesar dos profissionais de segurança serem capacitados na 
identificação de tais problemas e consequências, a introdução de uma visão mais 
estratégica no sistema proposto pela norma pode agravar essa dificuldade, pois necessita 
que os gestores identifiquem também os riscos externos à organização (comum nos 
sistemas de gestão da qualidade) e também aqueles associados às partes interessadas. 
No entanto, realizar a análise baseado em um cenário estratégico pode ser também 
uma vantagem, pois permite endereçar não só situações de risco à SSO, mas também 
aqueles relacionados à qualidade e meio ambiente – congruente com a proposta da ISO 
45001 de facilitar a integração com os demais sistemas (BSI, 2018b; DARABONT et al., 
2016). 
2.3.3. Processo de certificaçãoDe acordo com Moreira e Pacheco (2017), pode-se definir a certificação como um 
processo onde é verificado, atestado e declarado por uma terceira parte acreditada – 
através de um certificado – que o sistema de gestão de uma organização auditada cumpre 
com um conjunto de requisitos especificados em um determinado padrão normativo 
estabelecido. 
No Sistema Brasileiro de Certificação (SBC), organizações acreditadas são aquelas 
reconhecidas formalmente pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Instituto 
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) como tecnicamente competentes para a 
realização de serviços específicos, denominadas OAC – Organismo de Avaliação da 
Conformidade (INMETRO, 2017). 
Como a ISO 45001 foi publicada recentemente, em Março de 2018, existem duas 
formas de as organizações interessadas obterem a certificação. Fica estabelecido pelo 
Fórum Internacional de Acreditação (IAF), em conjunto com o OHSAS Project Group e 
Comitê ISO que as organizações já certificadas na OHSAS 18001 têm um prazo de 3 anos, 
a partir da data de publicação da ISO 45001, para fazer a migração de seus sistemas para o 
novo padrão. Já aquelas não certificadas podem buscar diretamente a certificação ISO 
45001 (IAF, 2018). 
Segundo o IAF, o processo de migração possui seis etapas fundamentais. As 
organizações interessadas devem obter uma cópia válida da norma ISO 45001 e identificar 
20 
 
 
 
as possíveis pendências e lacunas presentes no SGSSO que devem ser sanadas para o 
atendimento dos requisitos. Em seguida, devem ser traçados os planos e medidas 
necessários para tais. As organizações devem garantir que os profissionais e colaboradores 
envolvidos possuam as competências necessárias para o bom funcionamento do SGSSO, 
provendo os treinamentos e recursos necessários para sua capacitação sempre que 
necessário, bem como sensibilizar as partes interessadas sobre tais (IAF, 2018). 
De posse dos conhecimentos sobre as mudanças e dos recursos necessários 
(humanos, técnicos, financeiros, etc.), as organizações devem implementar as ações 
definidas e atualizar seus SGSSO, comprovando sua efetividade e o atendimento dos 
requisitos faltantes (através de documentação, auditorias, e outros meios necessários). As 
organizações devem trabalhar em conjunto com seus respectivos OAC (no caso do Brasil), 
de forma a obter os auxílios e informações relativas a quaisquer procedimentos específicos 
além dos descritos pelo Fórum (IAF, 2018). 
Já para aquelas organizações não certificadas, o processo é realizado da mesma 
forma que as demais do grupo ISO. De maneira geral, o processo é muito similar ao 
anteriormente empregado na OHSAS 18001, a maior diferença sendo que as certificações 
ISO emitidas pelos OAC possuem acreditação pelo INMETRO – por conta dessa grande 
similaridade, fez-se uso da bibliografia referente à certificação da OHSAS em pontos 
específicos para auxiliar na sua descrição e dos benefícios decorrentes de sua obtenção. 
O processo de obtenção da certificação é feito por meio de auditorias externas 
realizadas por um OAC, durante o qual é avaliada a conformidade do sistema quanto ao 
modelo estabelecido pela norma e o atendimento de seus requisitos. O processo pode ser 
feito com o auxílio de consultoria especializada (BSI, 2018a). 
A organização deve analisar os requisitos da norma e traçar o plano de ações para 
atendê-los, definindo o escopo de seu SGSSO, os processos e procedimentos necessários 
(incluindo treinamentos e capacitações) e implementá-los. É comum que as organizações 
façam uso de consultorias especializadas nesta etapa (muitas vezes os próprios organismos 
avaliadores fornecem este tipo de serviço), de forma a evitar erros e auxiliar na eficácia de 
implementação das medidas (BSI, 2018a; ISO, 2018a). A descrição dos requisitos da ISO 
45001 e seus objetivos é feita no item 2.4 deste trabalho. 
A organização deve operar seu sistema, coletando e documentando as informações 
necessárias sobre o funcionamento e eficácia dos processos implementados e do SGSSO, 
conforme os requisitos da norma, e realizar auditorias internas a fim de identificar lacunas no 
sistema e tomar as ações necessárias para saná-los. De posse das informações e registros 
21 
 
 
 
necessários, o processo de auditoria de certificação é iniciado, sendo composto de duas 
etapas (BSI, 2018a; ISO, 2018a). 
A primeira consiste de uma avaliação documental pelos auditores, a fim de verificar o 
cumprimento dos requisitos da ISO 45001, e produz um relatório de conformidades e não-
conformidades – de posse deste, o auditado deve corrigir todas as pendências identificadas. 
Feito isso, inicia-se a segunda etapa, onde os auditores avaliarão todas as informações 
documentadas recolhidas durante a operação do SGSSO, inclusive relatórios das auditorias 
internas e correções conforme os resultados da primeira etapa. Ao final desta é emitido o 
parecer sobre o sistema e sua eficácia e, comprovado o cumprimento dos requisitos da 
norma e das recomendações anteriores, a certificação é recomendada pelo OAC (BSI, 
2018a; ISO, 2018a). 
Diversos autores apontam um número de benefícios associados à certificação do 
SGSSO, dentre os quais podem ser citados o aumento da credibilidade da organização 
frente às partes interessadas e ao mercado, melhoria da segurança operacional, do 
ambiente de trabalho, aumento da produtividade e redução de custos com passivos 
trabalhistas e indenizações (BEVILACQUA et al, 2016; COSTELLA, 2008; MOREIRA; 
PACHECHO, 2017). 
No entanto, a grande quantidade de recursos técnicos, financeiros humanos e tempo 
necessários à implantação completa do SGSSO podem tornar o processo exaustivo, 
principalmente devido ao desgaste e falta de colaboração das equipes por conta das 
mudanças nos procedimentos e cultura de trabalho – estas, inclusive, são consideradas 
uma das maiores causas de falhas na implantação dos sistemas (BEVILACQUA et al, 2016; 
CHEN et al., 2009; MOREIRA; PACHECHO, 2017). Dessa forma, Fernández-Muñiz et al. 
(2012) apontam as medidas de conscientização e sensibilização, engajamento da gestão e 
a eficácia dos processos de comunicação interna como os fatores decisivos ao sucesso do 
SGSSO. 
2.3.4. Panorama de aplicação 
Como a ISO 45001 substituiu a certificação OHSAS, conforme descrito no item 2.3.3 
deste trabalho, as organizações ainda estão em processo de transição e adequação de seus 
sistemas para o modelo novo, dessa forma ainda não existem dados publicados sobre o 
número de certificações da ISO 45001. 
Como o prazo de migração da certificação OHSAS para ISO 45001 ainda está em 
vigor, conforme descrito no item 2.3.3 deste trabalho, ainda não existem dados publicados 
sobre o número de empresas e organizações certificadas no novo padrão. Assim sendo, 
neste item são apresentados os dados relativos à certificação OHSAS, uma vez que é 
22 
 
 
 
esperado que as organizações certificadas acatem o novo padrão internacional, bem como 
sua contextualização perante as certificações ISO 9001 e ISO 14001. 
De acordo com Lo et al. (2014), o panorama de certificação dos SGSSO vem 
crescendo mundialmente desde a publicação original da OHSAS em 1999. As pesquisas 
conduzidas pelo OHSAS Project Group indicam que o número de empresas certificadas no 
padrão cresceu de 8.399 em 2003 para 56.254 em 2009, chegando a 104.480 em 2011 
(OHSAS PROJECT GROUP, 2011, 2012). No mesmo período as certificações na ISO 
14001 cresceram de 34.996 para 22.974, enquanto as dos modelos de qualidade da ISO 
9001 somavam, globalmente, 1.106.356 em 2016. 
No Brasil, o número de organizações certificadas na OHSAS 18001 cresceu de 217 
para 834 entre 2004 e 2013, apontando para um aumento da preocupação e interesse das 
empresas nacionais com a SSO e os benefícios que estes trazem. A publicação destaca, no 
entanto, que o resultado da pesquisa é parcial, pois apenas 8 dos 10 organismos 
certificadores participaramdo estudo (REVISTA PROTEÇÃO, 2014). Já sobre a ISO 9001, 
estudos apontam que o número de empresas certificadas cresceu de 6.952 em 2010, sendo 
777 atuantes na ICC, para 20.908 em 2016 (ALBUQUERQUE, 2010; QUALYTEAM, 2017). 
Durante a pesquisa não foram identificados os quantitativos das certificações de 
SGSSO por setor da indústria e, consequentemente, da ICC. Entretanto, publicações 
isoladas de revistas e empresas da construção civil que divulgam suas certificações 
apontam para uma maior incidência dessas certificações em construtoras e indústrias de 
materiais de construção de grande porte (ANDRADE GUTIERREZ, 2018; CIMENTO 
ITAMBÉ, 2018; CONSTRUTORA ELOS, 2018). 
2.4 Norma NBR ISO 45001 – Requisitos 
2.4.1. Seção 4 – Contexto da Organização 
Requisito 4.1 – Compreensão da organização e seu contexto: 
O primeiro requisito incumbe à organização de determinar quais questões (internas e 
externas) são relevantes ao seu âmbito de atuação. Além dos problemas primários e 
potenciais diretamente ligados à SSO, esta cláusula deve englobar também elementos mais 
estratégicos, como busca por outras certificações, requisitos legais, possibilidades de 
mudanças, ou seja, todos aqueles temas que possam impactar os objetivos de SSO (ISO, 
2018a). 
Requisito 4.2 – Compreensão das necessidades e expectativas dos trabalhadores e 
outras partes interessadas: 
23 
 
 
 
As partes interessadas, ou stakeholders, são indivíduos ou organizações, internas ou 
externas, que possuem influência sobre ou são impactadas pelas atividades da organização, 
além dos trabalhadores (como acionistas, residentes do entorno, clientes, etc.). A 
organização deve determinar quem são os stakeholders relevantes ao SGSSO, suas 
expectativas e necessidades relevantes, e quais dessas necessidades são, ou tem potencial 
para se tornar, requisitos legais ou que a organização deva cumprir (ISO, 2018a). 
Requisito 4.3 – Determinação do escopo do sistema de gestão de SSO: 
Com base nas saídas cláusulas 4.1 e 4.2, a organização deve traçar seu SGSSO, 
considerando também as atividades já planejadas e relacionadas ao trabalho, incluindo 
todos os elementos que a organização influencia ou controla (como serviços, atividades, 
produtos, etc.) que sejam relevantes à implantação e desempenho do sistema (ISO, 2018a). 
Requisito 4.4 – Sistema de gestão de SSO: 
O último requisito da seção 4 requer que a organização planeje, implemente, 
mantenha e aperfeiçoe o SGSSO e todos os processos e procedimentos necessários ao seu 
sucesso e bom funcionamento (ISO, 2018a). 
2.4.2. Seção 5 – Liderança e Participação dos Trabalhadores 
Requisito 5.1 Liderança e comprometimento: 
A alta direção deve demonstrar comprometimento com a implantação e sucesso do 
SGSSO, assumindo responsabilidade geral e pela segurança, atuando na prevenção de 
acidentes, lesões e danos associados às suas atividades (ISO, 2018a). 
Cabe à ela desempenhar papel ativo, definindo políticas e objetivos de SSO 
compatíveis com as características e direção estratégica da organização, integrando os 
requisitos do sistema nos seus processos, disponibilizando todos os recursos necessários 
para o funcionamento, monitoramento, medição e melhoria contínua do sistema, visando 
atingir os objetivos traçados (ISO, 2018a). 
Deve também atuar na comunicação e conscientização de todos os envolvidos quanto 
à importância do sistema e da gestão de SSO eficaz e seus requisitos, estabelecendo uma 
cultura de prevenção e segurança congruente com os objetivos e resultados esperados do 
SGSSO, definindo e assegurando processos de consulta e participação dos trabalhadores, 
protegendo-os contra possíveis retaliações ao comunicar problemas e desvios (ISO, 2018a). 
Requisito 5.2 – Política de SSO: 
A definição e implantação da política de SSO deve estar em conformidade com os 
objetivos, natureza, características, riscos e oportunidades específicos da organização. 
24 
 
 
 
Ela deve demonstrar o comprometimento com locais e condições de trabalho seguras 
e saudáveis, o cumprimento de requisitos legais e opcionais pertinentes, a eliminação, 
prevenção e redução de riscos de SSO, a melhoria contínua e a participação e consulta dos 
trabalhadores e seus representantes ao longo de toda a hierarquia. A política de SSO deve 
ser documentada, comunicada e disponibilizada dentro da organização, bem como às partes 
interessadas, conforme apropriado (ISO, 2018a). 
Requisito 5.3 – Funções, responsabilidades e autoridades organizacionais: 
A delegação de responsabilidades tem por objetivo assegurar a conformidade do 
SGSSO com os requisitos da ISO 45001 e comunicar à alta direção as informações sobre o 
desempenho do mesmo. Cabe à direção assegurar que tais atribuições sejam comunicadas 
ao longo de toda a hierarquia da empresa e devidamente documentadas (ISO, 2018a). 
Ao passo que a alta direção é encarregada pelo funcionamento do sistema como um 
todo, os trabalhadores e colaboradores ao longo da hierarquia são responsáveis pelos 
aspectos do sistema que controlam – por exemplo, uso de EPIs, fiscalização de equipes, 
inspeção de materiais, etc. (ISO, 2018a). 
Requisito 5.4 – Consulta e participação de trabalhadores: 
Os processos de comunicação, consulta e participação dos trabalhadores devem ser 
desenvolvidos e implantados ao longo de toda a hierarquia e durante as diferentes etapas 
de concepção e aplicação do SGSSO (planejamento, avaliação de riscos, traçado de 
medidas e objetivos, definição da política, investigação e controle de incidentes e todas as 
demais). 
A organização deve disponibilizar os mecanismos e recursos necessários para tal, 
promovendo o acesso às informações relevantes de forma oportuna, clara e adequada, 
assegurando a eliminação de possíveis obstáculos à participação, como linguagem, grau de 
instrução, tempo ou mesmo represálias. Isso pode ser feito, por exemplo, através de um 
indivíduo ou entidade que represente os trabalhadores, como a CIPA (ISO, 2018a). 
2.4.3. Seção 6 – Planejamento 
Requisito 6.1 – Ações para abordar riscos e oportunidades 
O requisito 6.1 é composto de 4 subitens. O primeiro, 6.1.1, define os aspectos gerais 
necessários à etapa de planejamento. Fica definido que a organização deve identificar e 
avaliar os riscos e oportunidades relevantes ao SGSSO, seus resultados, à redução de 
efeitos indesejáveis e a melhoria contínua do mesmo, de acordo com aquilo abordado e 
identificado nos requisitos 4.1, 4.2 e 4.3. Da mesma forma, devem ser avaliadas as 
25 
 
 
 
mudanças previstas, sejam temporárias ou permanentes, antes de sua implementação. Tais 
dados devem ser disponibilizados como informação documentada (BSI, 2018b). 
O subitem 6.1.2 apresenta definições específicas sobre a identificação e análise de 
oportunidades e riscos. Nele é descrito que a organização deve definir e implementar 
processos contínuos e proativos para apontar e analisar tais fatores, levando em 
consideração as atividades realizadas, rotineiras ou não, os insumos e procedimentos 
envolvidos, fatores humanos e sociais (carga e horário de trabalho, vitimização, 
discriminação, etc.), histórico de incidentes, situações de emergência, bem como presença 
de visitantes, acontecimentos nos arredores da organização que impactem a SSO dos 
colaboradores e a eficácia dos controles existentes, visando, sempre que possível, a 
eliminação dos riscos (ISO, 2018a). 
O terceiro subitem (6.1.3) trata do estabelecimento de processos relativos à 
determinação de requisitos legais e outros requisitos pertinentes, seu acesso, a 
aplicabilidade e relevância para as atividades da organização. É necessário que os 
requisitos identificados sejam mantidos como informação documentada, atualizada e 
comunicada aos colaboradores e partes interessadas relevantes (pois podem resultar em 
riscos para a organização), assim como considerados na implementação e melhora do 
sistema. (ISO, 2018a). 
O subitem 6.1.4 aborda

Continue navegando