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Formas de Aquisição de Propriedade

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Formas de aquisição de propriedade
É usada no gênero feminino, ou seja, chamada de “A” Usucapião. 
Obs.: se na ação reivindicatória foi alegada a Usucapião, não será procedente a ação. 
U = POSSE + TEMPO 
OBS.: Sua sentença é declaratória, OU SEJA, APENAS DIZ QUE AQUELA AÇÃO DE FATO AGORA, TAMBÉM, É DE DIREITO. 
· Forma de aquisição originária – ou seja, não nenhum tipo de vínculo juridico com o antigo proprietário. 
Ela transforma uma posse que era injusta, em uma posse justa. 
· Prescrição aquisitiva – ou seja, com o decurso do tempo, o sujeito adquire o direito real, de propriedade. 
· Tomar pelo uso, adquirir pelo uso – (diferente da característica da perpetuidade, ou seja, a perda pelo não uso). 
· Adquirir Propriedade ou outro Direito Real (usufruto e servidão) 
· Função social da propriedade – garante a função social 
Requisitos Gerais 
POSSE AD USUCAPIONEM – especial, pois tem que ter a presença desses requisitos. 
· Posse com animus domini – vontade de ser dono
– Incidência de teoria de Savigny – entende que posse é a conjunção de dois elementos: animus e corpus 
>> corpus como o contato/detenção físico(a) com a coisa 
>> animus como a vontade de ser dono 
Obs.: não é a teoria majoritária no direito civil, mas é usada na usucapião, pois nela precisa comprovar o animus domini 
– Obs.: contratos: locação, comodatos, depósitos, etc. (a realização desses contratos afasta o animus domini.) 
Obs.: Se o contrato conferir a caracterização de possuidor, afasta o animus domini. O rompimento de contrato, a presença da pessoa na relação com a coisa, caracteriza o animus domini. 
O CONTRATO DEVE ESTAR VALIDO, VIGENTE, ETC. 
– Intervessio possessionis – possibilidade de alteração da causa da posse. 
 A jurisprudência entende a possibilidade de usucapião nessa ocasião e em casos semelhantes. Onde há uma mudança no caráter da posse que vai implicar, não mais só no animus do sujeito de ser possuidor, mas no animus do sujeito se tornar/querer ser dono. 
Obs.: o descumprimento do contrato em determinadas condições vai caracterizar, ou descaracterizar, o animus domini. 
· Posse mansa e pacifica 
– é sem oposição, NÃO HÁ CONTESTAÇÃO DA POSSE DO SUJEITO
Obs.: Para alguns autores, a mera oposição fática, não descaracteriza a posse mansa e pacifica. Só ficaria descaracterizada se por oposição judicial vitoriosa, para que seja interrompida a posse mansa e pacifica; e a posse continua e duradoura. 
OBS. Tartuce entende diferente. Olhar pelo Gonsalves. Vol. 5, item 5.2. 
>> oposição extrajudicial – 
>> oposição judicial – 
· Posse contínua e duradoura – posse que não foi interrompida, ou seja, o tempo é contado de forma ininterrupta e sem intervalos. 
Obs. Prescrição art. 197 e seguintes. 
– sem intervalos ou interrupção 
– accessio possessionis – soma de posses/ soma do tempo de posse
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
Obs.: continuas e pacificas é requisito geral. Mas na modalidade do artigo 1.242, necessário ter o justo título e a boa-fé. 
– inter vivos ou causa mortis 
– OBS.: Enunciado 317 – “A accessio possessionis de que trata o art. 1.243, primeira parte, do Código Civil não encontra aplicabilidade relativamente aos arts. 1.239 e 1.240 do mesmo diploma legal, em face da normatividade do usucapião constitucional urbano e rural, arts. 183 e 191, respectivamente.”
Modalidade especial 
· Posse Justa 
– Deve apresentar-se sem os vícios >>> violenta e clandestina (art. 1.208, cc) 
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera permissão ou tolerância assim como não autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade.
– Convalescimento da posse – as modalidades de usucapião previstas até agora tem o tempo superior ou igual a dois anos, ultrapassando o tempo de convalescimento da possa. Fazendo com que a posse que tenha se originado violenta e clandestina, passariam a ser justas para efeito de usucapião. 
· Posse de boa fé e com justo título 
Modalidade ordinária, para outras modalidades tais requisitos são dispensáveis – presunção de sua presença. 
Existem três requisitos imprescindíveis de modo geral: posse com animus dominis; posse mansa e pacifica; e a posse duradoura e continua. 
OBS.: Art. 1.244 – prescrição. c/c Art. 197 a 202 – surtem efeitos nos casos concretos. Trazem as hipóteses de suspensão, interrupção e obstáculos na prescrição. 
Obs.: A posse justa e a posse de boa-fé e com justo título, são presunções que seriam feitas, inclusive, pela lei. 
Art. 1.244. Estende-se ao possuidor o disposto quanto ao devedor acerca das causas que obstam, suspendem ou interrompem a prescrição, as quais também se aplicam à usucapião.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o;
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva sentença definitiva.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III - por protesto cambial;
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Modalidades de Usucapião
Tipos: 
A usucapião é uma prescrição aquisitiva, que com o decurso do tempo, o sujeito adquire o direito de propriedade. 
· Extraordinária 
· Ordinária 
· Especial Rural 
· Especial Urbana
· Familiar
· Coletiva
· Indígena
· Administrativa 
Obs.: abandono é forma de perda da propriedade. 
Obs.: sem interrupção e sem oposição são requisitos gerias, ou seja, estão presentes em todos os tipos de usucapião. 
EXTRAORDINÁRIA E ORDINÁRIA 
1. 15 anos + independentemente de título e boa-fé – bastando comprovar o prazo de 15 anos. 
Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. – posse trabalho
2. 10 anos + justo título e boa-fé 
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que ospossuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. – posse trabalho 
Obs. Os requisitos para aplicação da posse trabalho não são cumulativas. Basta comprovar um. Moradia OU realização de obras ou serviços. 
POSSE TRABALHO – efeito Redução de 5 anos 
Na modalidade extraordinária, é preciso comprovar 10 anos; já na modalidade ordinária, é preciso comprovar 5 anos. Claro, apresentando os requisitos. 
>>> moradia habitual ou obras ou serviços de caráter produtivo 
>>> onerosamente + moradia ou investimentos de interesse social e econômico 
ESPECIAL/CONSTITUCIONAL URBANO E RURAL 
· Art. 191, CF (rural) e Art. 183, CF (urbana) 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Regulamento)
§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
· Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
· RURAL: 5 anos + até 50 hec. + moradia + produtiva pelo seu trabalho ou se a sua família 
Art. 1239, CC - Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
· URBANA: 5 anos + 250² + moradia
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1 o O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil.
§ 2 o O direito previsto no parágrafo antecedente não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
OBS.: Um denominador comum é a moradia, que busca efetivar a função social da propriedade, no quesito do direito à moradia. 
>>> Não sendo proprietário de imóvel urbano ou rural – podendo o sujeito ser possuidor para pleitear, só é vedado se dor proprietário. 
>>> Não será reconhecido mais de uma vez. – NA MODALIDADE URBANA OU RURAL NÃO PODE, MAS PODE NAS OUTRAS MODALIDADES (ex. usucapião ordinária). 
NÃO PODE INGRESSAR COM OUTRA MODALIDADE ESPECIAL, MAS PODE OUTRAS MODALIDADES. 
Enunciados: 
313 – Quando a posse ocorre sobre área superior aos limites legais, não é possível a aquisição pela via da usucapião especial, ainda que o pedido restrinja a dimensão do que se quer usucapir. 
314 – Para os efeitos do art. 1.240, não se deve computar, para fins de limite de metragem máxima, a extensão compreendida pela fração ideal correspondente à área comum.
OBS.: condomínio pode ser Usucapido 
DEMAIS MODALIDADES 
· FAMILIAR 
2 anos + 250 m² + posse com exclusividade + moradia = domínio integral 
É sui generis 
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade dívida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011)
§ 1 o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.
OBS.: APENAS ENTRE CONJUGES E EX-COMPANHEIROS 
Obs.: Posse direta no sentido de poder fático com a coisa. 
Obs.: aquisição do domínio integral. A posse é de domínio, ou seja, advindo do direito de propriedade. Sendo coproprietário com o cônjuge. 
Obs.: o abandono do lar diz respeito à o descumprimento de prestação material na família, com o imóvel, etc. 
Obs.: nessa o sujeito já tem domínio parcial, ele vai pleitear domínio integral da coisa 
· COLETIVA
5 anos + área total dívida por possuidores inferiores a 250m² - A AREA COMPLETA TEM QUE SER ATÉ 250m²
É possível o accessio possessionis
· INDÍGENA 
10 anos + 50 hec. 
Disciplinada pelo estatuto do índio – art. 33. 
· ADMINISTRATIVA 
Possibilidade de sujeito usucapir todas as modalidades anteriores, porém, de forma extrajudicial, no cartório de registro de imóveis.

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