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Inclusão escolar - TCC Pós São Luis Daiana Bastos

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Inclusão escolar
Daiana Bastos Moreira[footnoteRef:2] [2: Graduação em Pedagogia, especialização em Licenciatura – Universidade Veiga de Almeida. E-mail do autor: daay_bastos@hotmail.com. ] 
Resumo
Para entendermos a educação inclusiva no Brasil, se faz necessário analisarmos fatos ocorridos no passado. Se hoje temos políticas públicas voltadas para área da inclusão, é consequência de um passado excluso, ou seja, o termo inclusão já trás implícito a ideia de exclusão entende - se a partir disso que só é possível incluir alguém que já foi excluído.
Palavras-chave: Inclusão; Educação; Escola
1. INTRODUÇÃO
Atualmente muito se tem falado sobre inclusão. Diversos teóricos, professores, estudantes, profissionais, entre outros tem levantado reflexões e estudado sobre o assunto. O capítulo faz uma análise crítica do processo de inclusão escolar das pessoas com deficiência, trazendo baseado em estudos teóricos, as contradições e marcas presentes nesse processo. Será discutido como a sociedade e a escola vem lidando com esses sujeitos que, por se distanciarem dos padrões de normalidade estabelecidos, são vitimados pelo preconceito e pela marginalização nos diversos processos sociais.
2. BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL
A história da inclusão no Brasil, a cada dia vem se fortalecendo mais. Alguns pesquisadores, professores e especialistas vem mostrando que a inclusão é necessária. Além disso, a inclusão de pessoas com deficiência no ensino é um direito que tem como parâmetros pressupostos legais e humanos, ou seja, é de extrema importância existir a inclusão.
	No Brasil, o primeiro marco da educação especial ocorreu no período imperial. As ideias liberais divulgadas no final do século XVIII e início do século XIX tiveram grande contribuição para o surgimento de uma educação voltada para os deficientes, pois nesse período do liberalismo houve a luta pela abolição do poder autocrático e a crítica ao dogmatismo, ou seja, o liberalismo defendia a liberdade de todos os indivíduos nos campos político, intelectual e econômico além de prever a democracia. 
	Apesar de não existir registros oficiais de como era o atendimento a pessoas com deficiência é possível constar, a partir de pesquisas, que muitas delas eram vistas como seres irracionais, primitivos, não cidadão e devido a essas considerações eram castigadas. Essa época foi caracterizada pelo preconceito da sociedade em geral coma rejeição da pessoa deficiente. Segundo Moraes (2000 p. 73) :
nesta época o campo de assistência social reduzia-se ao setor médico hospitalar representado pela Santa Casa da Misericórdia e por outras poucas obras como o Lazareto fundado pelo governo provincial em 1802. Com o objetivo de resolver o problema o então presidente da Província Lucas A. M. de Barros Barão de Congonhas do Campo cria em 1825 a Casa da Roda ou Casa dos Expostos e a instala no pavimento térreo da Santa Casa da Misericórdia. O Asilo dos Expostos era também chamado de Casa da Roda em alusão ao dispositivo nela existente uma roda que girando em torno de um eixo perpendicular ocupava toda uma janela – sempre aberta do lado de fora de modo que quem desejasse se desfazer de uma criança pudesse depositá-la na caixa e movimentando a roda passá-la para o interior do prédio. Na mesma ocasião o governo da Província funda na capital em 1824 o asilo para meninos órfãos – o Seminário de Sant’Anna – e em 1825 para as meninas o Seminário da Glória.
	É de suma importância destacar que embora secretamente o direito de todas as pessoas à educação estava previsto desde a primeira Constituição do Brasil em 1824. De acordo com a Constituição Art. 179. (1824):
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Politicos dos Cidadãos Brazileiros, que tem por base a liberdade, a segurança individual, e a propriedade, é garantida pela Constituição do Imperio, pela maneira seguinte.
XXXII. A Instrucção primaria, e gratuita a todos os Cidadãos.
XXXIII. Collegios, e Universidades, aonde serão ensinados os elementos das Sciencias, Bellas Letras, e Artes.
	Conclui- se a partir do artigo 179 da constituição, que o direito à educação constitui-se em direito fundamental há todos os cidadãos. Entretanto não era essa a realidade das pessoas com deficiência daquela época.
	O Brasil em meados do século XIX passava por um momento de crescimento e estabilização econômica e política, também era crescentemente influenciado pelas ideias trazidas de outros países, cuja algumas ações estavam em destaque. Alguns brasileiros influenciados por algumas experiências realizadas por educadores, médicos e filósofos começaram a planejar serviços voltados para o atendimento das pessoas com deficiências. 
	Em 1854 foi inaugurado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, criado pelo Imperador D. Pedro II, inspirado na história de um jovem cego chamado José Álvares de Azevedo, e em 1891 a escola passou a se chamar Instituto Benjamin Constant - IBC.Em junho de 1855, um ano após a inauguração do Instituto dos meninos Cegos, o educador francês HernestHuet recebeu um convite de D. Pedro II para visitar o Brasil e ao aceitar o convite, HernestHuet preparou documentos importantes para educar os surdos, e como no Brasil ainda não havia nenhuma escola especializada nessa área, teve a iniciativa de criar uma escola para surdos. No dia 26 de setembro de 1857, através da Lei 839, assinada por D. Pedro II, HernestHuet fundou o Instituto Nacional de Educação dos Surdos-Mudos, atualmente Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) no Rio de Janeiro. Ambos os Institutos eram mantidos e administrados pelo poder central, e o atendimento a pessoas com deficiência foi precário, de acordo com a autora Jannuzzi (2004),"a instrução pública primária e a educação das pessoas com deficiência não foi considerada importante". Em contra partida, o ensino superior progrediu pois interessava a elite e tinha o apoio da corte.
	Progressivamente, a partir do século XX, a sociedade começa a valorizar o público deficiente e então surgem movimentos sociais de luta contra a discriminação em defesa de uma sociedade inclusiva.	
	Segundo a autora Jannuzzi ( 2004, p. 34):
A partir de 1930, a sociedade civil começa a organizar-se em associações de pessoas preocupadas com o problema da deficiência: a esfera governamental prossegue a desencadear algumas ações visando à peculiaridade desse alunado, criando escolas junto a hospitais e ao ensino regular, outras entidades filantrópicas especializadas continuam sendo fundadas, há surgimento de formas diferenciadas de atendimento em clínicas, institutos psicopedagógicos e outros de reabilitação.
	Nesse mesmo século, várias instituições foram criadas para cuidar do deficiente mental, em 1926 é fundado o Instituto Pestalozzi , instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência mental; em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação e em 1954 é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE.Muitas dessas instituições eram ligadas a ordens religiosas e atendiamas camadas sociais mais baixas.Diante das informações relatadas acima, é possívelfazer uma divisãoda história do Brasil em duas partes: A primeira, durante o Brasil Império, onde as pessoas com deficiências mais acentuadas, eram atendidas em instituições especializadas por iniciativas de caráter privado, e as demais conviviam com suas famílias“protegidas” da sociedade. A segunda parte refere -se a segregação, a sociedade passa a ver o portador de necessidades especiais como pessoas que deveriam estudar em locais separados dos ditos normais , só sendo aceito na sociedade aqueles que conseguissem apresentar um comportamento mais próximo da normalidade possível. Este segundo momento foi marcado pelo desenvolvimento da psicologia voltada para a área da educação e o surgimento das instituições com classes especiais. Em 1996 foi promulgada a LDB, que prevê a oferta da educação para os alunos deficientes preferencialmente na rede regular de ensino. Destaqueda lei número 4.024 de 1961:
TÍTULO X
Da Educação de Excepcionais.
Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. 
Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação e relativa à educação de excepcionais receberá dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções.
	Podemos concluir com os dados apresentados que a inclusão pede que a escola repense a função que tem tentado desenvolver, pois adaptações físicas e curriculares são importantes, mas por si só não garantirão a aprendizagem dos alunos deficientes. Esse objetivo exige que seja feita uma reformulação dos processos de ensino.
3. CONCLUSÃO
O presente trabalho abordou importantes considerações práticas e teóricas relacionadas a inclusão e foi possível constatar, com a contribuição dos estudos sobre a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que o que se faz necessário na atualidade é o reconhecimento e a necessidade de superar as práticas discriminatórias presentes na sociedade, levando em conta que um processo de transformação social só é viável quando se respeitam os sujeitos envolvidos e suas necessidades. 
REFERÊNCIAS
BARROSO, J. Factores organizacionais da Exclusão Escolar a Inclusão exclusiva. In Rodrigues, D. (Org) Perspectivas sobre a inclusão: da Educação à Sociedade. Porto, Portugal: Porto Editora: 2
BRASIL.Constituição política do império do Brasil, de 1824. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24.htm> 
BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4024.htm. 
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CARVALHO, Rosita Edler. Educação Inclusiva com os Pingos nos Is. Porto Alegre: Mediação, 2004.
FREIRE, Paulo. 1920. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura).
FREITAS, Soraia Napoleão et.al. Tendências Contemporâneas de Inclusão. 2008:
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JANUZZI, Gilberta de Martinho. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas. Coleção Educação Contemporânea. Autores Associados. 2004.
KERN, Elisa. O processo de inclusão/exclusão: uma possibilidade de (re)significar práticas. In: STOBÄUS, Claus Dieter e MOSQUERA, Juan José Mouriño (org.). Educação Especial: em direito à Educação Inclusiva. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004, p. 147-176.
PANCERI, R. A identificação das competências essenciais dos gestores de uma organização sem fins lucrativos. Tese Doutorado. 2001.
PLETSCH, M. D. Repensando a inclusão escolar de pessoas com
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