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Módulo 4 Tema 3 - Desastres e múltiplas vítimas

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1 1
Urgências Traumáticas
Gestão para Educação Permanente dos 
Profissionais da Rede de Atenção às Urgências
GEPPRAU
Urgências traumáticas
Módulo 4
Tema 3 - Desastres e múltiplas vítimas
2
Urgências Traumáticas
Este conteúdo foi elaborado por Thiago Rodrigues Araújo Calderan, 
médico, cirurgião geral e do trauma, mestre em ciências da cirurgia e 
seus direitos foram cedidos ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) 
que desenvolveu este material em parceria com o Ministério da Saúde 
(MS) no âmbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional 
do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). A parceria entre o Ministério 
da Saúde e as entidades de saúde portadoras do Certificado de Entidade 
Beneficente de Assistência Social em Saúde (CEBAS-SAÚDE) e de 
Reconhecida Excelência, a exemplo do HAOC, é regulamentada pela Lei 
Federal nº 12.101, de 27 de novembro de 2009.
2 3
Urgências Traumáticas
URGÊNCIAS 
TRAUMÁTICAS
Neste material, serão apresentadas as 
principais emergências na área da cirurgia 
do trauma. O profissional de saúde que 
atua na área terá informações importantes 
sobre anatomia, fisiologia, manejo e 
principais condutas a serem tomadas no 
atendimento ao traumatizado.
Tema 3
Desastres e múltiplas vítimas
Objetivos de 
aprendizagem
Conhecer a definição de desastres.
Conhecer a estratégia de atendimento de 
desastres.
Saber a definição de múltiplas vítimas.
Saber como realizar a triagem de 
múltiplas vítimas.
Conhecer a organização do atendimento 
a múltiplas vítimas.
Saber e praticar os valores necessários 
para o atendimento a múltiplas vítimas.
Conhecer eventos relacionados a 
ameaças terroristas.
Saber a importância e como organizar 
um simulado de atendimento a múltiplas 
vítimas.
•
•
•
•
•
•
•
•
4
Urgências Traumáticas
Desastres e múltiplas vítimas 5
1. Introdução ......................................................................................... 6
2. Atendimento de desastres .................................................................... 7
3. Múltiplas vítimas ................................................................................. 9
4. Triagem de múltiplas vítimas .............................................................. 10
4.1. Método START (Simple Triage and Rapid Treatment) ........................... 10
4.2. Método CRAMP (Circulação, Respiração, Abdome, Motricidade, Palavra) . 12
5. Organização do atendimento a múltiplas vítimas ................................... 13
5.1. Mapa da área e zonas de risco ..................................................... 13
5.2. Posto de comando (PC) ............................................................... 14
5.3. Posto médico avançado (PMA) ...................................................... 14
5.4. Estrutura organizacional do atendimento na cena ........................... 15
6. Valores do atendimento a múltiplas vítimas .......................................... 16
7. Ameaça terrorista ............................................................................. 17
7.1. Agentes biológicos ...................................................................... 17
7.2. Agentes químicos ....................................................................... 17
7.3. Agentes radioativos .................................................................... 17
7.4. Descontaminação ....................................................................... 18
8. Simulado de desastres....................................................................... 18
Síntese ............................................................................................... 20
Referências bibliográficas....................................................................... 21
Sumário
4 5
Urgências Traumáticas
Desastres e 
múltiplas vítimas
6
Urgências Traumáticas
esastres são definidos, de acordo com a Organização das Nações Unidas 
(ONU), como uma “interrupção no funcionamento de uma comunidade 
Voltar Sumário
Introdução1.
D
ou sociedade causando uma grande quantidade de mortes, bem como perdas 
e impactos materiais, econômicos e ambientais que excedem a capacidade da 
comunidade ou sociedade afetada de fazer frente à situação mediante o uso 
de seus próprios recursos”.
Em outras palavras, trata-se de um evento traumático que origina múltiplas 
vítimas. Pode ser de origem natural (terremotos, chuvas/enchentes, fura-
cões), humana (eventos ferroviários, aéreos, relacionados ao trânsito) ou 
terrorista. O atendimento de desastres possui, tecnicamente, quatro etapas: 
prevenção, preparação, resposta e reconstrução.
6 7
Urgências Traumáticas
O atendimento de desastres deve 
ser multidisciplinar e demanda 
um grande número de equipes e 
interação de diversos recursos: 
Defesa Civil (municipal, estadual 
e nacional), Corpo de Bombeiros, 
Polícia Civil e Militar, Forças Arma-
das, órgãos das três esferas da 
administração pública (municipal, 
estadual e federal) e organizações 
públicas e privadas capacitadas 
para atender emergências e crises 
humanitárias.
O sistema de atendimento é composto de quatro fases:
Voltar Sumário
2.Atendimento de desastres
• Busca e resgate: a eficácia dessa fase depende da organização das equi-
pes envolvidas, e a chance de encontrar sobreviventes diminui com o pas-
sar do tempo.
Anotações:
8
Urgências Traumáticas
• Tratamento médico definitivo: consiste no tratamento definitivo das le-
sões apresentadas. Em algumas situações, pode ser necessária a monta-
gem de um centro de tratamento não hospitalar, similar aos hospitais de 
campanha.
Hospital de campanha em Bressanone, Itália, novembro de 2014
• Triagem e estabilização inicial: o objetivo é fazer “o melhor para o maior 
número de vítimas”. É feita uma relação entre gravidade das vítimas e re-
cursos disponíveis.
Treinamento de Múltiplas Vítimas, Tailândia - 2014
Voltar Sumário
8 9
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
• Evacuação do local: é o encaminhamento das vítimas da cena para a 
unidade de saúde de atendimento destinada. Com isso, pode-se ofertar 
melhores cuidados às vítimas graves e remover pacientes que estão con-
sumindo muitos recursos, o que permite dar atenção a outras vítimas no 
local.
Oregon, EUA, maio de 2012
Terremoto na Cidade do México, setembro de 2017
Eventos com múltiplas vítimas 
são definidos como aqueles em 
que há desproporção entre os 
recursos disponíveis e as neces-
sidades. São comuns nos desas-
tres, mas podem estar presentes 
em outras situações.
Por exemplo, um evento automobi-
lístico em uma rodovia, com cinco 
vítimas graves e somente uma equi-
pe de atendimento avançado, é con-
siderado múltiplas vítimas pela des-
proporção entre vítimas e recursos 
necessários.
3.Múltiplas vítimas
10
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
irm = incursões respiratórias por minuto
A triagem em uma situação de múltiplas vítimas de trauma consiste em 
detectar as mais graves de forma simples e rápida.
4.Triagem de múltiplas vítimas
Este método consiste em classificar as vítimas por cores e pode ser usado 
por leigos adequadamente treinados.
Baseia-se na avaliação dos itens do “ABCDE” de forma simples: identificar 
se o paciente respira, qual sua frequência respiratória (FR), qual o tempo de en-
chimento capilar, se obedece a ordens simples e se consegue andar. 
Pelas respostas obtidas, há uma classificação nas cores vermelha, amarela, ver-
de, preta ou cinza, conforme a tabela abaixo.
4.1.Método START (Simple Triage and Rapid 
Treatment)
Classificação Achados
Vermelha
Vítima com comprometimento de A, B, C ou D, ou seja, um dos itens abai-
xo está alterado:
A – Não respira, a não ser que sua via aérea seja posicionada
B – FR aumentada (> 30 irm)
C – Enchimento capilaraumentado (> 2 s)
D – Não obedece a ordens simples
Amarela
Não consegue andar, porém todos os itens avaliados do ABCD encontram-
-se dentro da normalidade, ou seja:
A – Respira sem auxílio
B – FR < 30 irm
C – Enchimento capilar < 2 s
D – Obedece a ordens simples
Verde Consegue andar, independentemente de lesões aparentes e condições apresentadas, como gestação ou idade
Preta ou cinza Vítima não respira mesmo com posicionamento correto das vias aéreas
Anotações:
10 11
Urgências Traumáticas
O fluxograma abaixo busca facilitar o entendimento da classificação por cores.
Verde
Amarelo
Cinza
Vermelho
Vermelho
Vermelho
Vermelho
NÃO
SIM
NÃO
NÃO
SIM
SIM
SIM
SIM
SIM
NÃO
NÃO
Enchimento 
capilar > 2 s
Obedece 
a ordens 
simples?
Respira? Respira?
FR > 30 irm
Posicionar 
via aérea
NÃO
Consegue 
andar?
Para facilitar a identificação por cores, existe um car-
tão de identificação das vítimas, usado na maioria 
das instituições, que o profissional responsável pela 
triagem pode utilizar com simples destaque de tarje-
tas na parte inferior do cartão.
Estes cartões possuem número de identificação das 
vítimas, e a cor remanescente identifica a classificação 
da vítima.
Vítima Verde: última teerjeta no cartão é verde.
Vítima Amarela: última tarjeta no cartão é amarela.
Vítima Vermelha: última tarjeta no cartão é verme-
lha.
Vítima preta: última tarjeta no cartão é preta.
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12
Urgências Traumáticas
2 1 0
C Circulação
Pulso = 60-100 Pulso < 60 ou > 100 Sem pulso
Enchimento capilar 
normal
Enchimento capilar 
alterado
Sem enchimento capi-
lar
PAS > 100 PAS = 85-100 PAS < 85
R Respiração
Respiração normal Respiração anormal Respiração ausente ou agônica
Tórax sem alterações
Tórax alterado, pe-
netrante de tórax ou 
pescoço
FR = 10-36 FR < 10 ou > 36
A Abdome Sem alterações Trauma fechado ou feri-da penetrante
Abdome aberto ou 
rígido
M Motricida-de
Normal (obedece a 
ordens) Resposta motora à dor Sem resposta à dor
P Palavra
Normal Confuso ou incoerente Ausência
Decorticação Descerebração
Penetrante de crânio
Este método de triagem de múltiplas vítimas é usado por profissionais 
da área da saúde e exige conhecimentos de fisiologia e anatomia. 
Avalia a vítima mais detalhadamente, com pontuação dos itens avaliados de 0 
a 2. Com o total somado, é possível determinar a prioridade de evacuação. 
Geralmente, é utilizado no posto médico avançado.
Método CRAMP – Pontuação dos achados iniciais
Classificação das vítimas de acordo com a pontuação
PAS = pressão arterial sistólica
4.2.Método CRAMP (Circulação, Respiração, Abdo-
me, Motricidade, Palavra)
Pontos Cartão Significado Prioridade de evacuação
Branco Morto Quinta
0-1 Preto
Crítico não recuperável 
(lesão muito grave com risco de morte nos próximos 
5-15 min)
Terceira
2-6 Vermelho Crítico recuperável(lesão grave com risco de morte nas próximas 2 h) Primeira
7-8 Amarelo Pode aguardar(lesão grave sem risco de morte nas próximas 24 h) Segunda
9-10 Verde Pode aguardar(leve ou sem lesão) Quarta
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12 13
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Zona quente Local onde ocorreu o evento traumático
Zona morna Local em contato com a zona quente, de menor risco
Zona fria Área segura, afastada do risco do evento
Corredor de acesso Local de trânsito entre zonas quente e fria de forma segura
O local do trauma deve ser dividido em zonas de risco para maior segurança dos 
profissionais em atendimento.
5.1.Mapa da área e zonas de risco
O atendimento a múltiplas vítimas deve ser organizado através de uma 
rede hierárquica.
5.Organização do atendimento a múl-
tiplas vítimas
Uso de EPIs.
A zona quente deve ser adentra-
da com os equipamentos de pro-
teção individual (EPIs) conven-
cionais (máscara, óculos, luvas e 
macacão) e dependendo do tipo 
de evento, são necessários outros 
EPIs de acordo com o que ocasio-
nou o desastre, como capa de fer-
ragem, capacete, proteção contra 
contaminação, entre outros. Esta 
zona de atendimento é a área de 
evacuação do evento, e não do 
tratamento propriamente dito.
A zona morna é uma área geralmente esquecida, porém de essencial impor-
tância para a organização do atendimento. É nela que o atendimento à vítima 
se inicia, após a evacuação da zona quente, com imobilização e pranchamento 
da vítima. A responsabilidade pelo cuidado nessa zona, entre as instituições 
públicas envolvidas, depende da natureza do evento. Em eventos com material 
biológico, radioativo e perigoso, é onde se inicia a descontaminação.
A zona fria é uma área de maior segurança, onde ficam localizados o posto de 
comando (PC) e o posto médico avançado (PMA).
14
Urgências Traumáticas
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O PMA deve ter um coordenador responsável e é dividido em lonas ou ban-
deirolas nas cores das vítimas: vermelha, amarela, verde. As vítimas podem 
ser reclassificadas e encaminhadas à lona adequada de acordo com a nova clas-
sificação.
O PC é o lugar onde se concentram as informações e as ordens designadas.
O PMA é onde se concentra e se dá o atendimento às vítimas e deve ser 
montado, de preferência, na zona fria, em área de segurança determinada pelos 
bombeiros. 
Deve haver um fluxo de acesso para 
as vítimas provenientes da zona 
quente e facilidade de evacuação para 
as ambulâncias. A área de pouso de 
aeronaves não pode ficar excessiva-
mente perto por conta da segurança.
As ambulâncias devem ser posiciona-
das a 45º e deve haver um responsável 
pelo despacho dos veículos e registro 
da localidade de destino, denominado 
coordenador de transporte, geral-
mente do Corpo de Bombeiros.
5.2.
5.3.
Posto de comando (PC)
Posto médico avançado (PMA)
Fonte: Liga do Trauma da Unicamp.
Simulado Maio Amarelo de Múltiplas Vítimas, Cam-
pinas, 2017
• Áreas para vítimas vermelhas e amarelas devem ficar próximas pela 
possibilidade de evolução de gravidade (amarela para vermelha).
• Área para vítimas verdes deve estar afastada das vítimas mais graves, 
já que as vítimas estão deambulando e conscientes, e podem atrapalhar o 
atendimento das vítimas mais graves.
• Área para vítimas pretas/cinzas deve ser afastada das vítimas verdes e 
em área isolada e protegida.
Treinamento de múltiplas vítimas, Tailândia, 2014
14 15
Urgências Traumáticas
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5.4.Estrutura organizacional do atendimento na 
cena
A regulação médica no ambiente de desastres é um desafio e deve ser feita 
por profissional capacitado e que conheça adequadamente a capacidade e as 
estruturas dos recursos da região. A central reguladora deve auxiliar constan-
temente e manter a atualização do uso dos recursos e das necessidades. É o 
intermediador entre o profissional na cena e os hospitais de destino, mantendo 
a comunicação em primeiro plano.
Logística do 
atendimento
Almoxarifado
Médico regula-
dor de campo
Profissionais e 
hospitais
Coordenador 
médico do PMA
Equipes médicas Coordenador de transporte
Coordenador médico geral
Anotações:
16
Urgências Traumáticas
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O atendimento a múltiplas vítimas é um evento complexo que envolve muitos 
profissionais de instituições diferentes que podem não se conhecer e ter de atuar 
juntos com um propósito único. 
Nesse contexto, todos os envolvidos devem manter em mente certos valores:
• Capacitação teórica: conhecimento sobre atendimento ao traumatizado e 
métodos de triagem;
• Capacitação prática: treinamento com aprimoramento constante;
• Organização: organizar o evento e respeitar a organização proposta pelos 
envolvidos;
• Comunicação: entre a equipe, entre as equipes envolvidas e com os res-
ponsáveis em cada área de atendimento;
• Humildade: saber conhecersuas limitações e respeitar a hierarquia;
• Liderança: deve haver um líder identificado para cada uma das funções, 
cuja posição deve ser respeitada;
• Interação entre as equipes: todos devem trabalhar de forma harmônica;
• Conhecimento da regulação hospitalar: conhecer os recursos disponí-
veis e necessários para cada paciente. O responsável não pode transferir o 
caos da cena para o hospital;
• Interação pré e intra-hospitalar: o trabalho começa na cena e continua 
nos hospitais. A interação é importante para funcionar adequadamente;
• Planejamento: planejar o atendimento e atuar de acordo com ele. Reava-
liar se necessário.
6.Valores do atendimento a múltiplas 
vítimas
16 17
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
A ameaça terrorista é uma realidade mundial e ocorre de modo imprevisível e 
com alto potencial de grande número de vítimas. É definida como uso ilegal 
de força ou violência com o objetivo de intimidar um grupo de pessoas 
por motivos políticos ou sociais. 
Um aspecto impactante do terrorismo é o acometimento de aspectos psicológi-
cos. Após a resolução do quadro, 15 a 25% dos envolvidos, inclusive profissionais 
atuantes no atendimento, desenvolvem transtorno do estresse pós-traumático.
7.Ameaça terrorista
O terrorismo biológico utiliza microrganismos ou toxinas derivadas de 
organismos vivos. Alguns exemplos são: antraz, toxina botulínica, peste, va-
ríola, tularemia e febres hemorrágicas virais (ebola e Marburg). A contaminação 
pode ser via oral, inalatória ou dermatológica. 
Os agentes químicos usados no terrorismo, na maioria dos casos, são 
encontrados na forma líquida, porém podem ser dispersos no ambiente atra-
vés de evaporação ou através de explosão ou spray (similar a pesticidas).
As classes mais frequentes são:
• Agentes nervosos: sarin, soman, tabun;
• Agentes vesicantes: gás mostarda, óxido de fosgênio;
• Cianureto;
• Agentes pulmonares: óxido de fosgênio;
• Agentes para o controle de multidões: gás lacrimogênio.
Os eventos com agentes radioativos 
podem ser de cunho terrorista, como 
explosão de bombas nucleares ou 
dispositivos de dispersão de radia-
ção (DDR), em que se usa explosivo 
para espalhar a radiação, ou de cunho 
“acidental”, como vazamento em rea-
tor nuclear ou vazamento/exposição 
de geradores de radiação (aparelhos 
de radiografia, por exemplo).
7.1.
7.2.
7.3.
Agentes biológicos
Agentes químicos
Agentes radioativos
Pripyat, a “cidade fantasma”, após desastre de 
Chernobyl
18
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Um aspecto essencial do atendimento de eventos com agentes biológi-
cos, químicos e radiação é a descontaminação, que consiste no processo 
de remoção das substâncias da pessoa exposta, sem piorar a contami-
nação ou disseminar para o meio ou para os socorristas.
A equipe responsável deve estar devidamente protegida com os EPIs necessá-
rios para cada um dos agentes envolvidos.
A descontaminação possui os seguintes estágios: descontaminação grosseira, 
descontaminação e triagem e descontaminação completa.
O simulado de desastres visa treinar e in-
tegrar as equipes envolvidas no aten-
dimento a vítimas tanto no ambiente pré 
quanto intra-hospitalar. Deve ser realizado 
para aprimorar os protocolos em prepara-
ção para uma eventual situação real.
No planejamento, devem estar presentes 
todas as áreas envolvidas de alguma for-
ma, incluindo o atendimento propriamen-
te à vítima, o transporte, a organização do 
tráfego e a segurança.
7.4.Descontaminação
Maquiagem de fratura exposta feita com pa-
pel machê – Simulado Maio Amarelo de Múl-
tiplas Vítimas, Campinas, 2017.
Fonte: Liga do trauma da UNICAMP
8.Simulado de desastres
18 19
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
O simulado deve ser registrado com filmagem e fotografia, incluindo as vítimas 
e as sombras do atendimento, para posteriormente ser avaliado em uma reunião 
de fechamento. Deve haver discussão de erros e acertos, com propostas de me-
lhorias e adequação do fluxograma caso ocorra uma situação real.
“Sombras” são os alunos de camiseta preta - Si-
mulado Maio Amarelo de Múltiplas Vítimas, 2017.
Fonte: Liga do Trauma da UNICAMP
Deve ser organizado de forma a ha-
ver um número de vítimas próximo da 
realidade do evento, com caracteriza-
ção através de maquiagem realística. 
A evolução do paciente, com informa-
ções dos sinais vitais e achados do exa-
me físico não possíveis determinação 
através de imaquiagem, deve ser in-
formada por uma pessoa denominada 
“sombra”, que acompanhará a vítima 
passando as informações aos socor-
ristas e profissionais da área da saúde 
em atendimento.
Anotações:
20
Urgências Traumáticas
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Síntese
O atendimento de desastres, principalmente quando envolve múltiplas vítimas, 
deve ser multidisciplinar e planejado. É imprescindível conhecer e praticar os 
valores necessários, realizar treinamento constante e haver adequada interação 
entre o pré e o intra-hospitalar para o sucesso da ocorrência.
20 21
Urgências Traumáticas
Voltar Sumário
Birolini D. Atendimento a desastres: manual de treinamento. São Paulo, SP: 
Projeto Trauma; 2000. 114 p.
Briggs SM, Coimbra R. Manual de resposta avançada em desastres. Bogotá, 
Colombia: Distribuna Editorial y Librería Médica; 2011. 183 p.
de Castro AL. Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e Medicina de De-
sastres. 5a ed. Brasília, DF: Ministério da Integração Nacional, Secretaria 
Nacional de Defesa Civil; 1998. Disponível em: http://www.mi.gov.br/c/docu-
ment_library/get_file?uuid=71458606-5f48-462e-8f03-4f61de3cd55f&grou-
pId=10157
Defesa Civil. Manual do Atendimento Pré-Hospitalar – SIATE/CBPR: Catástrofes 
ou acidentes com múltiplas vítimas. Curitiba, PR: Defesa Civil - Corpo de Bom-
beiros; 2014. p. 354-62.
Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (GRAU). Secretaria 
de Estado da Saúde de São Paulo. Pré Hospitalar. 2e Ed. São Paulo, SP: Mano-
le; 2015.
Ministério da Saúde. Suporte Básico de Vida - Protocolo SAMU 192. Brasília, 
DF: Ministério da Saúde; 2014. 
National Association of Emergency Medical Technicians (US). Pre-Hospital 
Trauma Life Support Committee, & American College of Surgeons. Commit-
tee on Trauma. (2014). PHTLS--Pre-Hospital Trauma Life Support. Emergency 
Training. 
Ribera JM, Damasceno MC. Pronto-Socorro – Medicina de Emergência: Inciden-
tes de Múltiplas Vítimas e Desastres. 3a Ed. São Paulo, SP: Manole; 2013. p. 
10-9. 
Simões RL, Duarte Neto C, Maciel GS, Furtado TP, Paulo DN. Atendimen-
to pré-hospitalar à múltiplas vítimas com trauma simulado. Rev Col Bras Cir 
2012;39(3):230-7.
Referências bibliográficas
	Marcador 16
	Desastres e 
	múltiplas vítimas
	Introdução
	Atendimento de desastres
	Múltiplas vítimas
	Triagem de múltiplas vítimas
	Método START (Simple Triage and Rapid 
	Treatment)
	Método CRAMP (Circulação, Respiração, Abdome, Motricidade, Palavra)
	Organização do atendimento a múltiplas vítimas
	Mapa da área e zonas de risco
	Posto de comando (PC)
	Posto médico avançado (PMA)
	Estrutura organizacional do atendimento na cena
	Valores do atendimento a múltiplas vítimas
	Ameaça terrorista
	Agentes biológicos
	Agentes químicos
	Agentes radioativos
	Descontaminação
	Simulado de desastres
	Síntese
	Referências bibliográficas

Outros materiais