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Aula 02 - EAS (Salvo Automaticamente)

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PATOLOGIA CLÍNICA
Exame Sumário de Urina ou EAS ou Urina tipo 1. Sedimentoscopia é somente uma etapa do EAS.
INTRODUÇÃO
No início, olhava-se para o aspecto da urina, observa-se se a urina juntava formiga ou não, esquentavam a urina para ver se existia alguma alteração. A partir daí, o EAS foi evoluindo. Ele é um bom exame porque tem muita informação, porque pode-se ver o que dá positivo na sedimentoscopia, os elementos normais e anormais e é um exame barato. Se ele for bem interpretado, vai ajudar bastante a conduzir os casos clínicos do dia a dia.
O exame sumário de urina também é chamado de EAS (elementos anormais do sedimento), também chamado de urina do tipo 1 (não sabe o porquê desse nome). A urina nada mais é do que o ultrafiltrado do plasma. Cerca de 160L de sangue passam pelos rins para dar um resultado em 24 horas. Tudo o que você ingere, não se pode dizer 100% dos elementos, mas um percentual bem alto é encontrado como excreção desse metabolismo. Ele tem um percentual grande de água, o qual irá depender da quantidade de líquidos que é ingerida e do ambiente local. Por exemplo, se está num ambiente de calor ou de frio, se o paciente faz uma atividade física, se transpira ou não. Tudo o que você ingere vai ser encontrado no metabolismo final. Constituída de substâncias químicas orgânicas e inorgânicas dissolvidas em água. Outras substâncias encontradas são hormônios, vitaminas e medicamentos
Aí vem a fase da coleta desse material, que é muito importante. Os erros laboratoriais estão em torno de 40 a 50% exatamente na fase pré-analítica. Qual a coleta ideal da urina para se fazer o exame? Primeira urina da manhã! Porque ela está mais concentrada. O paciente urina até meia noite e vai pela manhã colher esse material, essa é essa coleta ideal. A gente não consegue limitar uma criança a fazer essa estase vesical, por isso, na criança, a gente tenta colher essa primeira amostra, mas dependendo da idade isso não vai ser possível. É mais concentrado, o que garante a detecção de substâncias e de elementos figurados que podem não estar presentes nas amostras aleatórias mais diluídas
Um dos problemas da infecção urinária na pediatria é que eles tomam muito líquido. Uma criança pode apresentar toda uma clínica de infecção urinária mas não se tem uma flora bacteriana encontrada no exame. O problema da estase vesical é o que faz com que a gente passe no diagnóstico principalmente da criança. Hoje já se aceita que caso não se faça uma estase de meia noite a seis da manhã, pelo menos estase vesical em torno de 3 horas deve se manter a urina na bexiga, para se ter um resultado satisfatório, por isso numa emergência, não adianta tomar muita agua para urinar rápido, com o intuito de se realizar o exame mais rapidamente.
Esse cuidado da estase vesical é importantíssimo. De acordo com o exame solicitado, ainda existe a regra de cada exame, para se colher a primeira urina se faz uma higienização, despreza o primeiro jato e colhe o jato intermediário. Se a mulher não fizer a higienização, não desprezar o primeiro jato, a tendência é encontrar numerosas células epiteliais no sedimento da urina. Isso é mostrado no exame, atestando que a coleta não foi uma boa coleta, porque ela não fez uma boa higienização.
Recipiente que farmácia vendo não é apropriado para cultura de urina, pois não e estéril. Só pegar o do laboratório. Apenas parar EAS e parasitológico de fezes.
Para crianças sem controle de esfíncter, se tiver que fazer cultura, saquinho coletor (mais indicado hoje sondagem vesical ou punção supra púbica) deve ser trocado a cada 30 min para não contaminar.
ETAPAS DO EXAME
O exame sumário de urina é composto de 3 etapas.
	Caracteres Gerais
	Exame Químico
	Sedimentoscopia
	Volume (não se informa mais)
Coloração
Aspecto
Depósito
Odor
pH
Densidade
	Hoje feito em uma só tirinha de papel reativa:
Proteína
Glicose
Corpos cetônicos
Urobilinogênio
Bilirrubina
Hemoglobina
Nitritos
Ácido ascórbico (para evitar reações cruzadas com os outros componentes)
	Células epiteliais
Leucócitos/piócitos
Hemácias
Cilindros
Cristais
Bactérias/fungos/protozoários
Espermatozoides
Granulações
Filamentos de muco
Tem-se em primeira instância os caracteres gerais, onde se media o volume, só que isso foi abandonado, porque na hora que o paciente entrega a amostra, ele entrega um volume restrito. Esse dado do volume no EAS foi abandonado. Quando é que é interessante saber o volume da urina? Diante de pacientes em situação de poliúria. Pode ser por diabetes mellitus, diabetes insipidus, se fez uso de álcool etc.
Um parâmetro importante é a coloração da urina. Esse aspecto é perceptível ao olhar. O aspecto também, o depósito, o odor, o pH e a densidade.
A segunda etapa é quando se faz o exame químico. Houve uma evolução boa, antigamente, para fazer cada dosagem dessa era uma reação química enorme, isso hoje foi restrito numa tirinha de plástico (polietileno) com vários pedacinhos de papel de filtro, cada um deles com uma substancia química, e se investiga todos esses parâmetros: proteína, glicose, corpos cetônicos, urobilinogênio, bilirrubina, hemoglobina, nitritos e ácido ascórbico.
A terceira etapa é a sedimentoscopia, em que centrífuga a amostra, despreza o sobrenadante, coloca no microscópio. Células epiteliais, leucócitos, hemácias, cilindros, cristais, bactérias/fungos/protozoários, espermatozoides, granulações, filamentos de muco. Com 10 mL de urina, se coloca um tubo, centrífuga entre 5 e 10 min, entre 3 e 5000 rotações, depois se despreza o sobrenadante e lê o sedimentozinho.
Na sedimentoscopia vou procurar todos esses elementos. Os que forem encontrados a gente informa no resultado.
ETAPA 1: CARACTERES GERAIS
Volume (não tem mais importância)
Existem alguns parâmetros para se ter ideia da importância do volume: O normal é em torno de 600 a 2000mL. Isso varia de acordo com a temperatura do local, atividade física, ingestão de líquidos. Não podemos nos ligar em medida. Se está com 2000 mL, já é próximo a uma poliúria? Não é, somente será uma poliúria se estiver junto com outra sintomatologia. Se eu tomar 2000 mL de liquido, consequentemente eu vou urinar mais um pouco.
	Normal
	Entre 600 e 2000 mL/24h
	Média de adulto normal
	Entre 1200 e 1500 mL/24h
	Poliúria
	Acima de 2000 mL/24h
	Oligúria
	Abaixo de 500mL/24h - desidratado ou com rim funcionando mal.
	Anúria
	Ausência de eliminação da urina.
	Polaciúria
	Frequência aumentada, mas quantidade de urina pequena.
	Nictúria
	Acima de 500mL/noite. É difícil ele apresentar um volume de urina maior a noite do que durante o dia, no paciente normal.
Coloração
Em vias normais, a cor da urina é uma cor nos tons de amarelo. Isso vai desde incolor, que é a cor da urina na maioria dos bebês e crianças pequenas. Ou se você tomou muito líquido, por exemplo, paciente que vai fazer uma ultrassonografia (USG), que toma 4-6 copos de água. Não se pode fazer EAS no mesmo dia do USG.
De acordo com o que se ingere, essa alteração vai acontecer, desde a utilização de alimentos usuais, como beterraba, fanta, doces com corante; o uso de vitaminas; nitrofurantoína (substância utilizada em pacientes com infecção urinária de repetição). Tirando essas substâncias, que acontece a mudança da cor da urina, existe também situações onde o paciente chega com uma queixa que você já é direcionado pelo diagnóstico.
Exemplo: urina com cor de coca cola, como ocorre na colestase e hepatite. Mas também vem junto com outras sintomatologias, com a tendência de fazer essa correlação.
	Normal
	
	Amarelo Citrino
	Incolor
	
	Diluição (Poliúria)
	Amarelo intenso
	
	Riboflavina, nitrofurantoína
	Amarelo-laranja
	
	Concentrada, bilirrubina, urobilina
	Amarelo esverdeado
	
	Bilirrubina, biliverdina, ingestão de alguns medicamentos
	Amarelo-marrom
	
	Bilirrubina, biliverdina
	Avermelhada ou castanha
	
	Hemoglobina, hemácias
	Marrom ou Negra
	
	Deficiência Ácido homogentísico (EIM, doença da frauda preta), melanina
	Azul-esverdeada
	
	Azul de metileno
Pode ser amarelo alaranjada, amarelo esverdeado, marrom,avermelhada pela presença de hemácias que podem estar íntegras ou rompidas, marrom por deficiência do ácido homogentísico (erro inato do metabolismo). Quando a criança nasce o próprio pessoal da maternidade percebe essa cor da urina escura, porém, no tempo que isso não ocorria era motivo para mãe procurar um médico. A cor azul-esverdeada é devido a alguns medicamentos que contêm azul de metileno, ou pacientes que colocam balões no estômago.
Cor de coca cola: pode ser bilirrubina com hepatite A icterica
Aspecto
O aspecto normal da urina é límpido.
O que faz o depósito ficar turvo? Presença dos elementos no sedimento, como fosfato, carbonato, urato, leucócitos, hemácias, bactérias, fungos, filamentos de muco, liquido prostático, espermatozoides.
Numa urina normal, onde existe quantidade de células pequenas, você vê apenas uma turvação discreta no sedimento.
Leitoso: piúria (piócitos) intensa ou gordura.
Urina rosa: precipitação de cristais amorfos, devido ingesta de determinados medicamentos.
Odor
O odor é algo extremamente característico. Todo mundo sabe qual é o odor normal de uma urina, que varia até com a ingestão de medicamentos.
Antibióticos modificam o cheiro da urina. Também diante de doença, esse cheiro se modifica. Num paciente que está com infecção urinaria, essa urina se alcaliniza. A primeira coisa que a mãe refere é que quando abre a fralda sente um cheiro diferente, caracteriza a infecção urinaria. Fétidi, indica infecção por Gram -
Um odor amoniacal indica cetoacidose, ele está pegando todas as gorduras e metabolizando, é um estado de descompensação de diabetes.
Depósito
Normal recente: nulo.
Em repouso, fica um depósito discreto chamado de nubécula (sedimentos depositados no fundo do recipiente).
Se algum processo patológico, como infecção, vai existir depósito discreto ou acentuado.
pH (feito com fita reagente)
A primeira coisa que se vê na urina é a medida do pH. Ela é importante porque existem doenças que se manifestam com alteração de pH. O pH da urina normalmente é um pH ácido, que protege contra a infecção. O significado clínico do pH varia de acordo com o estado do paciente. Você não pode com uma fita de pH dizer se o paciente está com uma acidose metabólica ou respiratória, mas essa análise do pH se soma com a gasometria. Referência normalmente é 5,5 a 6,5
Também ajuda com as doenças que existem anormalidade na secreção e reabsorção de ácidos ou bases nos túbulos renais. Existem os cristais que são próprios de urina ácida e cristais que são próprios de urina alcalina. Geralmente, no paciente com infecção, a urina é alcalina. Se encontra urina alcalina em pacientes que não comem carne, ou diante de uma infecção ou a urina do idoso, que tende a ser alcalina. Se deixar na temperatura ambiente, 2-4 horas, a urina alcaliniza sem ser patologia.
Se eu quero saber se o paciente está respondendo ao antibiótico, eu posso com dois dias solicitar um EAS para ver se houve melhora. Quando a gente coloca lá a tira da urina, a gente vai ter uma coloração apresentada após um minuto. A partir disso, se compara com o que existe no kit. De acordo com aquela coloração, a que tiver mais próxima a gente forma a aferição do pH.
Se é uma infecção geralmente, as infecções tendem a alcalinizar, porém, as infecções pelos gram negativos, Proteus , Klebsiella esse pH a gente encontra em níveis mais altos, pH de 8, de 9, essa Infecção tende a alcalinidade.
· Significado clínico do pH urinário
 - Acidose respiratória ou metabólica
 - Alcalose respiratória ou metabólica
 - Anormalidades na secreção e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais
 - Precipitação de cristais (há cristal de urina acida e outra de urina alcalina) e formação de cálculos
 - Tratamento das infecções do trato urinário
 - Determinação de amostras insatisfatórias 
Densidade
É um parâmetro de extrema importância porque é possível avaliar se o paciente tem poder de concentrar essa urina. Existem patologias onde esse paciente em hora nenhuma, independentemente da quantidade de líquido que ele toma, ele não consegue aumentar a densidade da urina. Faz as provas de avaliar a capacidade de concentração da urina. De acordo com a hora do dia, patologia, quantidade de líquido ingerida, essa concentração varia.
Essa urina tem uma densidade alta. Se você tem uma poliúria por uma deficiência de hormônio antidiurético essa urina não vai ter a mesma concentração que o paciente diabético tem, diferença do diabetes insipidus do diabetes mellitus
O significado clínico é mostrar o estado de hidratação do paciente, incapacidade de concentração pelos túbulos renais, diagnóstico do diabetes insípidos (alteração no ADH, ou renal) e determinação da inadequação da amostra por baixa concentração.
A criança que toma muito líquido terá a densidade de 1,003 – 1,005, diante de uma densidade desse tipo já se suspeita de uma amostra inadequada na densidade baixa. Na mellitus, tem densidade alta (pelo excesso de glicose). Agente compara a cor da reação com a tabela que já existe, da medida da densidade.
	Normal
(dieta e ingestão de líquidos normais) 
	1,016 – 1,022
	Amostra isolada 
	> 1,023
	À noite, sem líquidos
	> 1,022
	24h sem líquidos
	> 1,026
	Sobrecarga de líquidos
	> 1,003
	Isostenúria
	Constantemente 1,010
	Hipostenúria
	< 1,007
ETAPA 2: BIOQUÍMICA
A bioquímica ficou restrita a uma tira de polietileno, em cada pedacinho existe uma substância química, onde se faz os testes químicos de urina, como por exemplo, glicose, proteína, nitritos etc.
O EAS está evoluindo para a automação. Só que o significado só é válido para os serviços que tem um volume muito grande, aí compensa partir para automação.
A leitura é feita, e é feita com uma amostrinha a presença de elementos químicos. Porém, nesse equipamento ainda é necessário se centrifugar e ver o sedimento, nos equipamentos grandes se fotografa o sedimento e o profissional de nível superior avalia o sedimento e libera o resultado.
"O da fita se observa com os olhos, sem máquina". A urina é homogeneizada, colocada no tubo, se coloca a tira, molha, mergulha até o fundo, retira o excesso, marca um minuto e depois de um minuto se lê se é positivo ou negativo. Ele não diz a quantificação exata, só diz se é positivo ou negativo, apenas a aproximando a quantificação com as cruzes.
Urobilinogênio
Normalmente todos nós temos uma quantidade pequena de urobilinogênio, porque nossas hemácias morrem a cada 90-120 dias. Nós vamos ter uma quantidade pequena que chamamos de normal/vestígios. Seu significado clínico envolve a detecção precoce de doenças hepáticas e a presença de distúrbios hemolíticos.
Valores de referência: < 1mg/dL. Quando positivo, deve-se liberar o resultado em mg/dL. Além disso, deve-se realizar teste confirmatório (reação de Ehrlich).
Bilirrubina
 - Significado clínico
 1) Hepatite
 2) Cirrose
 3) Outras doenças hepáticas
 4) Obstrução biliar
Bilirrubina:
· 􀂃 Indicação precoce de hepatopatias.
· 􀂃 Valores de referência: negativo
· 􀂃 Quando positivo deve ser liberado em + a +++ ou pequena, moderada ou grande quantidade.
· 􀂃 Realizar testes confirmatórios (reação de Fouchet).
Proteínas
A gente tem alteração delas, tanto em vias normais como em vias anormais. Se eu tiver por exemplo, uma gripe muito forte, eu posso ter uma proteína aumentada na urina sem caracterizar doença. Por isso que é importante, se você vai fazer exame, procura fazer os exames no período que você está saudável se você puder esperar. Porém, pode surgir alguma alteração que não caracterize uma doença, exemplo: paciente com 2g de proteínas na urina apenas porque ele estava com processo infeccioso pulmonar há alguns dias. Passou esse episódio, ele repetiu o exame (15 dias a 1 mês depois) e tudo normal.
A presença de proteínas na urina pode ser:
· Funcional (não associado a lesão renal)
· Após esforço muscular intenso. Quando o paciente malha muito, no outro dia ele pode ter perfeitamente proteína na urina, ter hemácia, cilindro hemático ou não,sem caracterizar uma doença, só porque fez esforço físico extenuante. Ele faz uma maratona, no outro dia ele não está apto para fazer o exame.
· Na gravidez, é a primeira coisa que se olha numa gestante. É um parâmetro que é de praxe investigar se existe perda de proteína na gestante. A gestante tende a desenvolver a doença hipertensiva da gravidez, e é um dos parâmetros que é checado religiosamente.
· Existe a proteinúria ortostática: ele tem perda de proteína por conta de uma determinada posição (só acontece em alguns pacientes). Após uma noite de sono, a pessoa dormiu e teve proteinúria, pode-se reavaliar durante o dia para ver se tem proteinúria ortostática. Por isso a clínica sempre é indispensável.
· Orgânica (associada a alguma patologia)
· Na proteinúria pré-renal, várias situações não causadas por doença renal primária podem alterar uma proteína. Essas alterações vão desde uma febre (que altera proteína, altera corpos cetônicos, passada o período, ela desaparece), hipóxia renal, hipertensão, mixedema ou numa situação de Proteína de Bence Jones é uma fração que é relacionado com as cadeias leves proteicas eliminadas pelo paciente que tem pico na eletroforese monoclonal. Ele tem perda de imunoglobulinas. Esse grupo de pacientes é representado numa maior frequência pelos pacientes que tem mielomas múltiplos. Na eletroforese, o primeiro pico é de albumina, aí vem o de alfa-1, alfa-2, beta e o último é o de gama. Se o paciente tem pico de gama ele está perdendo proteínas de cadeias leves, que é representado por proteínas de Bence Jones, esse cientista descobriu isso esquentando a urina e observando a turvação. Esse exame está um pouco ultrapassado, porque na hora que chega um paciente idoso, com uma anemia, você investiga se existe mieloma. Se apresenta uma fratura espontânea, é outro motivo para investigar mieloma. Se o paciente apresenta pico, você vai para a eletroforese das imunoglobulinas no sangue e na urina, ai se tem um resultado do que o paciente está eliminando como proteína. Raramente se solicita na atualidade.
· Na proteinúria renal, as proteínas se alteram e surgem na urina consequentes a uma doença renal primária. Doenças renais: ajuda no diagnóstico das glomerulonefrites, síndrome nefrótica, qualquer lesão de parênquima destrutiva.
· A proteinúria pós-renal relaciona com infecção da pelve renal, cistite, uretrite, prostatite, contaminação com secreções vaginais.
Separa pela clínica.
Glomerulonefrite por Streptococcus pyogenes. Algumas cepas (não todas) eliminam imunocomplexos, que se depositam em cima da parede do glomérulo, lesando-o. Essa lesão chama-se glomerulonefrite. A "antiestreptolisina O" é liberada por essa bactéria, investiga-se essa proteína, e níveis baixos de C3 e C4 (complemento), além de hemácias disformes e da clínica.
Como eu faço a diferença da dosagem da proteína total para uma microalbuminúria?
A lesão renal vai ser mostrada pela dosagem da microalbuminúria. Como o exame já diz, são microdosagem. Só vou ter proteína na urina positiva quando o paciente tem acima de 150mg de eliminação de proteína na urina. Na microalbuminúria eu consigo dosar 10–30mg daí o nome ser microalbuminúria. O paciente diabético começa com lesão renal mínima, e chega num momento que ela vai aumentando, e posso detectar a proteína no EAS, Se eu quero medir o quanto de proteína ele perde, eu utilizo a dosagem de proteína em 24h.
Toda perda proteica é representada pela perda de albumina. A urina de 24 h eu vou medir o quanto de proteína eu perco nas 24h. Já para eu dosar uma microalbuminúria, pela comodidade do paciente de colher, é mais solicitado essa dosagem em uma urina recente.
Avaliação de doenças renais, principalmente com lesão glomerular, acarretando perda de albumina.
Valores de referência: Negativo
Quando positivo: expresso em + a ++++ ou em mg/dL.
Glicose
Para eu ter a presença de glicose na urina, é necessário que eu tenha uma quantidade de glicose no sangue acima de 180mg/dL na maioria dos casos. Porém, existem pacientes que acima de 160mg/dL de glicose no sangue já aparece na urina. Existem situações que se encontra uma medição positiva da glicose na urina que não caracteriza diabetes: gestantes ou pessoas que façam uso de complexo vitamínico. Eles usam os polivitamínicos. Isso é motivo de aparecer glicose positiva na urina sem que o paciente necessariamente tenha diabetes.
E também existe uma situação onde existe a reabsorção tubular deficiente, chamada de síndrome de Fanconi. O paciente apresenta glicose na urina e a glicemia está normal. Nem sempre quando existe presença de glicose na urina é obrigatória que a glicemia esteja maior que 160–180mg/dL da maioria dos pacientes.
Distúrbios da tireoide, lesões do SNC e gravidez também podem ser caso de glicose na urina, passado esse episódio, a glicose volta ao normal. Gestantes em uso de polivitaminicos e uso de inibidores da slgt (antihipoglicemiante)
Observa-se também na tirinha pré-estabelecida, que não diz exatamente a quantidade.
Mais comum e importante – Diabetes melitos
	- Limiar renal – 180mg/100ml(165 – 200mg/100ml)
 Significado clínico
	1. Diabetes melito
	2. Reabsorção tubular deficiente
		a. Síndrome de Fanconi
		b. Nefropatia tubular avançada
	3. Lesões do sistema nervoso central
	4. Distúrbios da tireóide
	5. Gravidez com possível diabetes melito latente
Corpos Cetônicos
Significado clínico é o estado de cetoacidose. Tanto a restrição do consumo do carboidrato quanto o desequilíbrio fazem com que as gorduras sejam mobilizadas e apareçam os corpos cetônicos. Não seja surpresa que uma pessoa, principalmente criança, que na hora que adoece a primeira coisa que faz é deixar de comer. Consequentemente ele metaboliza sua reserva e aparecem corpos cetônicos na urina. A tirinha é a mesma coisa, de acordo com a cor.
Corpos Cetônicos: - acetona
	 - ácido acetoacético
 - ácido beta-hidroxibutírico
 Significado clínico da cetonúria
	1. Acidose diabética
	2. Controle de dosagem da insulina
	3. Carência alimentar 
	4. Perda excessiva de carboidratos
􀂃 Avaliação de Diabetes Mellitus (cetoacidose), jejum prolongado.
􀂃 Valores de referência: negativo.
􀂃 Quando positivo expresso por + a ++++ ou mg/dL
􀂃 Traços, pequena, moderada e grande quantidade
Sangue
A presença do sangue a gente tem esse aparecimento na urina, desde que exista presença de hemácias, hemoglobina ou mioglobina, que é a proteína que mais precocemente aparece na urina quando existe agressão muscular.
A mioglobina seria padrão ouro para infarto agudo do miocárdio SE FOSSE ESPECÍFICA DO MÚSCULO CARDÍACO (mas não é), qualquer agressão muscular faz aparecer a mioglobina.
Essa cor varia com a quantidade de hemácias que existem na urina, se for pequena quantidade nem muda a turvação.
Quando é que temos a hematúria: situações que traduzam doença ou situações normais, como o caso de exercício físico intenso, por exemplo em maratonas. Ou diante de cálculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite, tumores, traumas, exposição de tóxicos etc.
Quanto maior for o tempo, que a urina estiver parada, a hemoglobina vai se oxidando e ela vai escurecendo.
Nas anemias hemolíticas, essas hemácias estão destruídas e consequentemente a urina está vermelha porém transparente, não está turva. Se ela estiver vermelha e turva a hemácia está íntegra, isso traduz que existe doença com lesão de glomérulo ou agressão ao glomérulo. Numa lesão de uretra a urina também ficará turva.
Hemoglobinúria: reações transfusionais, anemia hemolítica, queimaduras graves, infecções exercício físico intenso.
Mioglobina
	1. Traumatismo muscular
	2. Coma prolongado
	3. Convulsões
	4. Doenças musculares atróficas
	5. Exercício físico intenso
􀂃 Detecção e avaliação das hematúrias.
􀂃 Valores de referência: negativo.
􀂃 Quando positivo, liberado em traços, pequena, moderada ou grande quantidade ou de + a +++.
Na tira da urina se consegue fazer essa diferença da hemácia íntegra para a hemácia já rompida. Quando a hemácia está rompida tem-se a outra visualização. Nesse momento, quandose passa a urina, procurar-se no sedimento se existe hemácia ou não.
Nitrito
· 􀂃 Avaliação de processos infecciosos do trato urinário (ITU).
· 􀂃 Valores de referência: negativo.
Nitrito é um teste onde é avaliado se existe infecção por cocos ou bacilos. As bactérias Gram negativas têm a capacidade de reduzir o nitrato a nitrito. Essa capacidade não existe nos cocos Gram positivos. O nitrito é positivo para infecções com bactérias Gram negativas. Nitrito negativo para infecções com bactérias Gram positivas. As Gram negativas são a enterobactérias em geral e a "campeã" é a E. coli.
ETAPA 3: SEDIMENTOSCOPIA
Hemácias, leucócitos e cilindros são os principais elementos patológicos identificados. É feita também pesquisa do dismorfismo eritrocitário. 
Hemácias
Em pacientes que tem lesão de glomérulo, a hemácia para passar no glomérulo lesado é "semelhante a um parto". Se existe uma lesão, quando ela vai passar pelo glomérulo lesado, ela se imprensa, se modifica, recebendo a forma deformada depois da passagem. Isso é o que se chama de hemácias dismórficas (dismorfismo eritrocitário). Isso acontece quando existe lesão glomerular, a presença de conócito e acantócito.
*** Se quer analisar se é isomórfica ou dismorficas, tem que solicitar por fora do EAS.
Hemácias crenadas não são hemácias dismórficas. A pesquisa do dismorfismo não faz parte do EAS. Se você quer avaliar se o paciente tem lesão do glomérulo, essa pesquisa é separada do EAS. (Hemácias crenadas são as hemácias que ficam dismórficas porque a análise do exame demorou para ser feita).
Quando você tem essa deformidade, a gente tem a presença de codócitos e de acantócitos, que caracteriza o dismorfismo eritrocitário.
Hemácias – significado clínico:
	- normal	
	- com cilindros – lesão na memb. glomerular
	- sem cilindros
	- maciça
	
	- Pesquisa de hemácias dismórficas
O número de hemácias normais é zero, mas se você encontra até 5 hemácias, isso não dá o poder de acontecer a reação química da urina. O laboratório pode informar 3 hemácias a 4 por campo. Se isso não está associado a nenhuma clínica do paciente, não precisa se preocupar.
Leucócito 
Leucócitos – significado clínico:
	- infecção do trato urinário;
		1. Pielonefrite
		2. Cistite
		3. Prostatite
		4. Uretrite
	As infecções podem ser acompanhadas ou não por bactérias.
	- patologia não infecciosa;
		1. Glomerulonefrite
		2. Lupus Eritematoso Sistêmico
		3. Tumores
Temos também o teste que vai medir se existe a presença do leucócito, chamado de esterase leucocitária. A esterase é uma enzima que é liberada pelos leucócitos e essa reação química acontece. A gente vai ter esterase leucocitária positiva se a gente tiver um número de leucócitos maior que 10 e íntegros. Se o leucócito estiver rompido, esterase é positiva, mas o sedimento está negativo.
Esterases de leucócitos:
􀂃 Avaliação de processos infecciosos do trato urinário (ITU).
􀂃 Valores de referência: negativo.
􀂃 Quando positivo liberar em + a +++ ou traços, pequena, moderada ou grande quantidade.
A presença de leucócitos indica a presença de uma infecção, que pode ser alta ou baixa. Se a infecção é alta tem pielonefrite, se for baixa tem a característica de infecção do trato urinário.
Existe uma padronização que até 10 leucócitos é considerado normal. Isso desde que se faça a higienização correta na coleta do material.
Cilindros
Se existe uma situação ou de uma infecção ou de um trauma, qualquer situação onde exista o estímulo da célula tubular a produzir proteína, o resultado é a formação dos cilindros. Os cilindros que são normais na urina são os cilindros hialinos.
Os cilindros que aparecem nas demais patologias: numa glomerulonefrite é característica a presença do cilindro hemático. Numa pielonefrite é característica da presença do cilindro leucocitário ou bacteriano. Os cilindros granulosos, aparecem em situações críticas. Quanto maior for a lesão renal, maior a possibilidade de aparecer esses outros 3 cilindros. Na síndrome nefrótica, temos o cilindro adiposo.
	Tipo
	Origem
	Significado Clínico
	Hialino
	Secreção tubular da proteína de Tamm-Horsfall que se agrega às fibrilas.
	Glomerulonefrite
Pielonefrite
Doença renal crônica
Insuficiência cardíaca congestiva
Estresse e exercício físico
Normal 0-2/cpa (único que ainda tem)
	Hemático
	Hemácias emaranhadas ou ligadas à matriz das proteínas de Tamm-Horsfall.
	Glomerulonefrite
Exercício físico intenso
	Leucocitário
	Leucócitos emaranhados ou ligados à matriz das proteínas de Tamm-Horsfall.
	Pielonefrite
Nefrite intersticial aguda
	Bacterianos
	Bactérias presas à matriz da proteína de Tamm-Horsfall.
	Pielonefrite (infecção alta)
	De células epiteliais
	Células tubulares que permanecem ligadas às fibrilas da proteína de Tamm-Horsfall.
	Lesão do túbulo renal
	Granular
	Desintegração de cilindros leucocitários;
Lisossomos das células tubulares;
Agregados protéicos.
	Glomerulonefrite
Pielonefrite
Estresse e exercício físico
	Céreo
	Cilindros hialinos e granulares.
	Estase do fluxo urinário
	Adiposo
	Lipidúria;
Corpos adiposos ovais.
	Síndrome nefrótica
	Largo
	Formação nos ductos coletores ou em túbulos distais distendidos.
	Extrema estase do fluxo urinário (grave)
Cristais
Urina Ácida: presença de oxalato de cálcio, ácido úrico e uratos amorfos (urina rosa, as vezes vem do lleite é pela alimentação)
Os uratos amorfos são provenientes da alimentação e bastante frequentes principalmente na criança. A cor da urina se modifica pela temperatura e presença de corantes dos alimentos. Mas é possível diferenciar, por exemplo, o tom do vermelho na beterraba não é o mesmo tom de quando se tem hemácias. 
O oxalato de cálcio existe em duas formas: monoidratada e diidratada. Já existem trabalhos que mostram essa maior correlação.
Urina alcalina: São cristais que aparecem frequentemente em patologias, por exemplo, paciente com infecção urinária, a urina tende a ser alcalina. Quando se faz o tratamento, os cristais desaparecem e a urina volta para seu pH normal. 
Presença de fosfato triplo, fosfato de cálcio e biurato de amônio.
Cristais Anormais
Aparecem diante de uma Doença Hepática ou dos Erros Inatos do Metabolismo. As alterações de determinados aminoácidos dão margem a aparecer esse tipo de cristal na urina.
· Cistina;
· Tirosina; (patognomonico de doença hepática)
· Leucina;
· Cristais de bilirrubina são cristais transitórios;
· Cristais de colesterol se encontram em pacientes que tem doenças hereditárias onde existe aumento das gorduras;
· Cristais de medicação, como os de AMPICILINA.
Muitas vezes existe alterações nos exames que não se consegue achar a causa. Por exemplo, produtos da Herbalife geram alterações de TGO, TGP e GAMA GT em níveis altíssimos. Sempre que não se encontra um motivo para uma investigação de exame, investigue a medicação.
Células Epiteliais
Via de regra, as células epiteliais escamosas (principalmente do estrato vaginal, se tiver em grande numero, não fez higienização adequada) não têm significado no EAS. Porém, na pesquisa do carcinoma renal, existe um significado.
As células que compõem o trato são as células escamosas. A presença dessas células na urina não tem grande valor. Porém, na investigação do carcinoma renal é indicado a coleta de urina de 24 horas e a pesquisa dessas células transicionais. Se colher a urina de 24 horas, procura-se células transicionais. Podem indicar processos que necessitam de maiores investigações, como o carcinoma renal.
Espermatozoide:
Investigação da infertilidade por ejaculação retrógrada (não libera na ejaculação, so na urina) depois e em casos de estupro.
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