Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Simulado 02 3a Série - UERJ Código: XXXXX ÚNICO Código: Inglês: 31016 Espanhol: 31116 Nome:_____________________________________________________________________ Turma: __________ Unidade:____________________Professor:_____________________________________Data:___/____/___ Instruções: • Faça sua avaliação à caneta azul ou preta; • Provas feitas à lápis, com uso de corretivo ou rasuradas não serão recorrigidas; • assinale apenas uma alternativa para cada questão. A marcação em mais de uma alternativa anula a questão; • não serão fornecidas folhas para rascunho; • esta prova contém 19 páginas. INTERDISCIPLINAR Felicidade clandestina Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão- postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra. Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de 2 manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser.” Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer. Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. LISPECTOR, Clarice. Felicidade clandestina. São Paulo, Ed. Ática, 1996. Disponível em: <www.pagina-de-vida.blogspot.com/2007/05/felicidade- clandestina-clarice.html>. “Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas.” O trecho destacado do conto é um exemplo da tipologia descritiva. Uma marca gramatical dessa tipologia presente no trecho destacado é: presença de enumerações. presença de verbos no pretérito imperfeito. uso de orações coordenadas. emprego de dois-pontos. Segundo os estudos textuais, existem diferentes tipos de narrador. Neste conto de Clarice Lispector, o narrador caracteriza-se por: narrador observador de primeira pessoa. narrador personagem. narrador onisciente. narrador personagem onisciente. Ao escrever um texto, um autor por vezes recorre a diferentes estratégias para chamar a atenção dos leitores. Essas estratégias se manifestam por meio dos RECURSOS LINGUÍSTICOS, que podem ser entendidos como formas para expressar experiências comuns, conferindo originalidade, emotividade ou teor poético ao discurso. Entre os trechos destacados a seguir, assinale aquele em que a linguagem, assumindo uma construção sintática inusitada, revela um clímax como efeito de uma gradação afetiva: “Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o.” 5º§ “Até o dia seguinteeu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.” 6º§ “Valia mais do que me dar o livro: ‘pelo tempo que eu quisesse’ é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.” 12º§ “Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa” .13º§ http://pagina-de-vida.blogspot.com/2007/05/felicidade-clandestina-clarice.html http://pagina-de-vida.blogspot.com/2007/05/felicidade-clandestina-clarice.html 3 Leia o texto abaixo. Entra Apulso, uma minicidade entre os espigões de Boa Viagem Comunidade é exemplo de resistência. Casebres de outrora deram lugar a casas de alvenaria Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem A rotina de Luzinete era a mesma. Sentava no chão do pequeno espaço invadido há poucas semanas, numa comunidade ainda sem nome, e cavava ali mesmo, no terreno de mangue dentro do barraco, o almoço da família: pequenos peixes e caranguejos. Estávamos em 1975 e moradores de uma comunidade batizada de Mata-Sete começava a ser despejada de uma área que ia onde hoje é o Shopping Center Recife até a beira-mar de Boa Viagem. A nova área onde as famílias eram empurradas a fórceps não tinha ainda um nome, mas o destino já guardava uma história de resistência para ela. Estavam sendo retiradas, porque a região já estava passando pela especulação imobiliária. Prédios como o Holiday, Acaiaca e a Casa Navio estavam sendo construídos. Invasão nascida de outra invasão, a Entra Apulso começou a ser formada com a expulsão de pescadores e trabalhadores rurais que tinham criado a Mata-Sete. As famílias iam construindo os barracos naquela área de mangue, mas eram retiradas pela Prefeitura. Foram resistindo. Muitos invasores da época moram no lugar até hoje. “Eles derrubavam pela manhã, a gente vinha à noite e reconstruía tudo”, fala dona Lu. Por isso o nome de Entra Apulso. O resultado da resistência foi vindo aos poucos. Disponível em: <www.jconline.ne10.uol.com.br/canal/cidades/noticia/2012/09/22/entrapulso- uma-minicidade-entre-os-espigoes-de-boa-viagem-57226.php>. Acesso: 04 mar. 2020. Os conceitos que explicam as dinâmicas urbanas descritas no excerto são: Financeirização e industrialização. Gentrificação e segregação socioespacial. Aglomeração e conurbação. Industrialização e segregação. Leia o trecho a seguir: “Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do ‘dia seguinte’ com ela ia se repetir com meu coração batendo.” Nesse fragmento, nota-se a referência ao processo repetitivo e automatizado de contração cardíaca. Esse mecanismo também é regulado por mediadores químicos capazes de alterar o ritmo dos batimentos. O mediador químico que acelera e o que diminui o ritmo cardíaco são, respectivamente, a: acetilcolina e a adrenalina. adrenalina e a acetilcolina. ocitocina e a acetilcolina. acetilcolina e a ocitocina. Na penúltima linha do texto de Clarice Lispector, a personagem se encontra em êxtase, isto é, sentimentos muito intensos de alegria, prazer, admiração. Essa sensação faz com que muitos hormônios, entre eles a adrenalina, também conhecida como epinefrina, sejam liberados na corrente sanguínea. A adrenalina tem a função de atuar sobre o sistema cardiovascular e manter o corpo em alerta para situações de fortes emoções ou estresse, como luta, fuga, excitação ou medo. A estrutura da adrenalina é mostrada abaixo: O número de isômeros opticamente ativos possíveis para a adrenalina é igual a: 1. 2. 4. 6. “Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E 4 eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.” A figura em escala mostra os vetores de deslocamento do narrador que, saindo do ponto I, chegou ao ponto F, após 3 min e 20 s. O módulo do vetor velocidade média do movimento do narrador nesse trajeto foi de: 0,15 cm/s. 0,25 cm/s. 0,30 cm/s. 0,50 cm/s. Suponha que o livro tenha 360 páginas de 45 linhas cada uma, com 80 letras em cada linha. Se a menina quisesse reescrevê-lo diminuindo para 30 o número de linhas por página e para 40 o número de letras por linha, quantas páginas o livro teria? 1080 páginas. 120 páginas. 960 páginas. 1180 páginas. O conto “Felicidade clandestina” de Clarice Lispector mostra as diferenças nas condições de acesso à educação existentes no Brasil. Uma pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (IPEA) sobre as migrações internas no Brasil evidencia existir uma relação entre probabilidade de migração e níveis de escolaridade, conforme tabela abaixo. Disponível em: <www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_brasil_desenv olvimento2013_vol03.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2013. Com base na tabela, é correto afirmar: A probabilidade de migrar é maior entre as populações menos qualificadas, que buscam oportunidades no mercado de trabalho do lugar de destino. A probabilidade de migração aumentou para todos os grupos de escolaridade entre 1986 e 2010, dada a diminuição relativa dos custos de transporte. Embora seja um fenômeno demográfico importante, a migração não afeta a distribuição espacial dos indivíduos de elevada escolaridade. Os indivíduos pertencentes ao grupo de alta escolaridade, em vantagem para disputar o mercado de trabalho no lugar de destino, são os que apresentam probabilidade um pouco maior de migração. LINGUAGENS TEXTO I O comprador de aventuras Meu primeiro fascínio por uma vitrina de livros foi com o de uma livraria que ficava bem no caminho entre o ponto final do meu bonde e o colégio. Não me lembro exatamente do dia em que aquela promessa de emoções apareceu ante meus olhos; lembro-me dos dias, dos anos que passei por lá, e do demorado namoro com cada livro. Eu tinha 11 anos e o que me fascinava era a vitrina dos romances de aventuras. Todos os livros do Tarzan, em capas e títulos que me deixavam paralisado de indecisão: se tivesse dinheiro para comprar, qual seria o primeiro? Todos tinham o Probabilidade de migração, por período e níveis de escolaridade (1986-2010) (Em %) Escolaridade 1986-1991 1995-2000 2005-2010 Baixa 7,8 6,8 5,0 Média 8,6 7,7 6,2 Alta 8,9 8,5 7,8 Total 7,9 7,1 5,7 Fonte: IBGE (1991; 2000; 2010) 5 nome do herói no título e, em seguida, sem vírgula, um complemento: o Filho da Selva, o Terrível, e o Império Perdido, o Magnífico, e o Leão Dourado, o Rei dos Macacos... Quando consegui afinal juntar dinheiro (cortando cinema, bala, picolé, enganando o condutor do bonde, vendendo jornais velhos, ferro-velho, diminuindo algum troco das compras de mamãe), comprei o primeiro livro da minha vida: Tarzan, o Filho da Selva. Depois, os outros da série, todos. Daí passei para os de espadachins, sempre da mesma vitrina: O Prisioneiro de Zenda, O Audacioso Maurício de Hentzau, insuperável na ilustração da capa; A Volta de Maurício de Hentzau. Esgotada a safra, acompanhei o príncipe Íbis, que tinha um triângulo como monóculo; e logo Robin Hood, e Ivanhoé (considerava-o, orgulhosamente, meu meio xará), e cavaleiros e cruzados. Quando passei para o Pimpinela Escarlate e para o Ladrão de casaca Arsène Lupin, já começara a trabalhar, as compras eram mais constantes, podia até errar um pouco nas escolhas. Foi nesse meio tempo, por volta dos 13 anos, que descobri o livreiro Amadeu. Quando o colégio em que eu estudava se mudou para a Avenida Paraná, no meio do caminho havia um livreiro, havia um livreiro no meio do caminho.Maravilha: Amadeu vendia e comprava livros usados. (...) Amadeu, brancão, magro, alto, tinha um jeito meio de lado na hora de botar preço nos livros que comprava de mim, quase um certo desprezo, e como que uma contrariedade ao botar preço naqueles que me vendia, como se os estivesse avaliando por baixo, quase irritado com aquele menino: — Olha aí, As mulheres de bronze, dois volumes enormes, e em troca você dá o quê? Pegava nos cinco volumes, revirava um por cima do outro como se fossem trastes, e dizia: — Olha aí, isso aqui ninguém mais lê, ninguém mais lê Pimpinela Escarlate. Eu sempre tinha de dar algum a mais. (...) Passamos alguns anos negociando aventuras. A relação era formal e essencial, perfeita, como acontece entre necessários. (...) Minhas leituras mudavam. Amadeu continuava naquele jeitão comprido de valorizar as coisas dele. — Quanto está pedindo pelas Memórias do cárcere, Amadeu? — Ah, a edição está esgotada, os quatro volumes estão muito valorizados. Penso hoje: como foi que Amadeu viu minhas mudanças como leitor? No começo parecia desconcertado quando eu comecei a recusar os livros policiais que sempre levava. Ele acompanhava meus dedos percorrendo fileiras de volumes, tentava captar meus novos critérios. Pegava os volumes que eu tirava das prateleiras ou das pilhas amontoadas e colocava sobre o balcão, olhava os títulos, talvez tentasse lembrar que tipo de leitor os vendera. E eu lá, por volta dos 18 anos, vasculhando e pescando Madame Bovary, os tormentos de Dostoievski, Caetés, Fogo morto, A carne, O amante de Lady Chatterley... Sim, o menino dos livros de aventuras tinha virado outro tipo de freguês e Amadeu, perplexo, tentava decifrá-lo. Mas isso fica para outra crônica. ÂNGELO, Ivan. O comprador de aventuras e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2003. Considere o texto I – “O comprador de aventuras” – para responder às questões de 10 a 16: O título da crônica faz uma síntese poética de como o narrador se sentia em um período de sua vida. Para elaborar essa síntese, foi utilizada a figura de linguagem denominada: antítese. metonímia. eufemismo. personificação. Ao longo do texto, são empregadas outras palavras e expressões que se referem ao mesmo personagem indicado no título do texto. Um exemplo desse emprego está destacado em: Todos tinham o nome do herói. (2º§) considerava-o, orgulhosamente, meu meio xará. (2º§) Eu sempre tinha de dar algum a mais. (8º§) Ele acompanhava meus dedos percorrendo fileiras de volumes. (13º§) O narrador apresenta suas emoções diante das possibilidades de leituras. A expressão de uma dessas emoções está contida no seguinte fragmento: 6 Todos os livros de Tarzan, em capas e títulos que me deixavam paralisado de indecisão. (2º§) Quando passei para o Pimpinela Escarlate e para o Ladrão de casaca Arsène Lupin. (3º§) Foi nesse meio tempo, por volta dos 13 anos, que descobri o livreiro Amadeu. (3º§) A relação era formal e essencial, perfeita, como acontece entre necessários. (9º§) “Quando consegui afinal juntar dinheiro (cortando cinema, bala, picolé, enganando o condutor do bonde, vendendo jornais velhos, ferro-velho, diminuindo algum troco das compras da mamãe)”. (2º§) Em relação ao trecho que o antecede, o conteúdo disposto entre parênteses indica circunstância de: modo. tempo. oposição. finalidade. “Quando o colégio em que eu estudava se mudou para a Avenida Paraná, no meio do caminho havia um livreiro, havia um livreiro no meio do caminho.” (3º§) Nesse fragmento, o narrador remete aos seguintes versos do poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade: “No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho”. Esse procedimento observado no texto é denominado: comparação. modalização. metalinguagem. intertextualidade. “E logo Robin Hood, e Ivanhoé (...), e cavaleiros e cruzados.” (2º§) Considerando o contexto em que se insere o fragmento acima, a escolha pela enumeração sucessiva dos elementos evidencia uma ação de natureza: enfadonha. obrigatória. estimulante. inconsequente. Releia o trecho a seguir: “Meu primeiro fascínio por uma vitrina de livros foi com o de uma livraria que ficava bem no caminho entre o ponto final do meu bonde e o colégio. Não me lembro exatamente do dia em que aquela promessa de emoções apareceu ante meus olhos; lembro-me dos dias, dos anos que passei por lá, e do demorado namoro com cada livro.” (1º§) Diante das características desse fragmento, pode- se identificar o foco narrativo como: 3ª pessoa, cuja classificação é narrador observador. 1ª pessoa, cuja classificação é narrador onisciente. 3ª pessoa, cuja classificação é narrador personagem. 1ª pessoa, cuja classificação é narrador personagem. TEXTO II André Dahmer. Disponível em: <www.satirinhas.com>. O texto I retrata uma situação distinta daquela verificada no texto II, no que diz respeito à relação entre leitor e livro. Um fragmento do texto I que exemplifica essa diferença é: lembro-me dos dias, dos anos que passei por lá, e do demorado namoro com cada livro. (1º§) Amadeu vendia e comprava livros usados. (3º§) No começo parecia desconcertado quando eu comecei a recusar os livros policiais. (13º§) olhava os títulos, talvez tentasse lembrar que tipo de leitor os vendera. (13º§) “Quantas páginas?” (2o quadrinho) 7 Nesta pergunta, observa-se a seguinte combinação de palavras: um nome e um termo que determina esse nome. Na tirinha, essa mesma combinação ocorre em: só uma. acha que. algum jovem. estou escrevendo. A pergunta feita pelo personagem no último quadrinho não formula, de fato, uma indagação. Considerando a leitura global da tirinha, pode-se dizer que essa pergunta apresenta o seguinte tipo de formulação: ordem. avaliação. condição. comparação. TEXTO III “O verbo ler não suporta imperativo. Aversão que partilha com alguns outros: o verbo ‘amar’... o verbo ‘sonhar’... Bem, é sempre possível tentar, é claro. Vamos lá: ‘Me ame!’ ‘Sonhe!’ ‘Leia!’ ‘Leia logo, que diabo, eu estou mandando você ler!’ — Vá para o seu quarto e leia! Resultado? Nulo. Ele dormiu em cima do livro. A janela, de repente, pareceu-lhe imensamente aberta sobre uma coisa qualquer tentadora. Foi por ali que ele decolou. Para escapar ao livro. Mas é um sono vigilante: o livro continua aberto diante dele. E no pouco que abrimos a porta de seu quarto, nós o encontramos sentado junto à escrivaninha, seriamente ocupado em ler. Mesmo se nos aproximamos na ponta dos pés, da superfície de seu sono ele terá nos escutado chegar. — Então, está gostando? Ele não vai nos responder que não, isto seria um crime de lesa-majestade*. O livro é sagrado, como é possível não gostar de ler? Não, ele vai dizer que as descrições são longas demais. Tranquilizados, voltamos ao nosso aparelho de televisão. E é até possível que esta reflexão suscite um apaixonante debate entre nós e os outros como nós... — Ele acha as descrições longas demais. É preciso entender, estamos no século do audiovisual, evidentemente os romancistas do século dezenove tinham que descrever tudo... — Mas isto não é razão para pular a metade das páginas! Não vamos nos cansar, ele voltou a dormir. O que foi então que aconteceu com aquela intimidade que existia na infância com o livro? Agora, ele se bate contra um livro-falésia, enquanto nós procuramos entendê-lo (quer dizer, nos tranquilizarmos), incriminando o século e a televisão — que nos esquecemos talvez de apagar? Culpa da tevê? O século vinte demasiado visual? O século dezenove descritivo? E por que não o dezoito racional demais, o dezessete clássico demais, o dezesseis Renascença demais?”PENAC, Daniel. Como um romance. Rio de Janeiro: Rocco, 1993 (adaptado). Vocabulário lesa-majestade: ofensa a uma autoridade. “O verbo ler não suporta imperativo.” (1º§) Com essa frase, o autor apresenta uma opinião sobre a prática da leitura. Trata-se de uma opinião que permite definir o ato de ler como: busca de descanso. desejo de liberdade. sinal de inteligência. prova de responsabilidade. O texto refere-se a um “ele” que não é nomeado. No contexto, a ausência de nomeação produz um efeito de: ironia. contradição. ambiguidade. generalização. 8 “Mas é um sono vigilante: o livro continua aberto diante dele.” (4º§) Na frase acima, os dois-pontos poderiam ser substituídos, sem alteração significativa de sentido, pelo seguinte conector: se. pois. quando. conforme. ESPANHOL La gentrificación expulsa a los habitantes: la burbuja inmobiliaria llega a las favelas de Río Vidigal está considerada la favela chic de Río de Janeiro. No porque las condiciones sanitarias y logísticas sean ideales, sino porque es la comunidad donde el turismo ha pegado más fuerte y en la que viven más extranjeros. En su alto, desde el que se puede apreciar la silueta de las playas de Ipanema y Leblon, hay un hotel de lujo diseñado por un famoso arquitecto, un par de restaurantes con vistas panorámicas, un albergue con encanto y un espectáculo de samba con entradas más caras que en el centro de la ciudad. El año pasado corrió el rumor que David Beckham había comprado una casa en Vidigal, algo que finalmente desmintió el propio futbolista. El perfil del gringo que elige hospedarse o vivir en esta favela es una persona cool, de entre 18 y 35 años, que quiere vivir una experiencia diferente o huye de un mercado inmobiliario enloquecido. La consecuencia lógica es que los precios se han disparado hasta el punto de convertirse en prohibitivos para los propios habitantes. Muchos se han visto empujados a abandonar el lugar en el que viven desde que nacieron. Por ello, no ven con buenos ojos la invasión extranjera. “Antes aquí nos conocíamos todos y ahora hay mucho cambio, habitantes nuevos, muchos extranjeros. Pero las estructuras no mejoran. El centro de salud está pensado para 9.000 personas y hay 16.000 familias inscritas”, cuenta Rosa Batista, de 57 años. Mientras, el moto-taxista Bianor, de 43 años, resalta que hay muchas obras. “Pero son sólo los gringos. Los habitantes no tenemos medios para hacer una reforma. Nuestras casas son de ladrillo y cemento”, asegura. El fantasma de la gentrificación es un proceso muy conocido por urbanistas y economistas: ocurre cuando personas de mayor poder adquisitivo se mudan a un barrio barato, obligando a los habitantes originales a marcharse. Es un fenómeno que se reproduce en varias ciudades, como Berlín, Nueva York, Londres, Madrid y, ahora, Río. “Estamos muy contentos con cada persona que viene a Vidigal”, dice Marcelo da Silva, presidente de la Asociación de Moradores. Sin embargo, esta popularidad también conlleva problemas. Algunos reciben ofertas tan buenas por sus terrenos que los venden sin pensárselo dos veces. El problema es que los precios de los inmuebles han crecido vertiginosamente. Por ello, sólo consiguen comprar una casa en la extrema periferia. Son muchas las voces críticas a este proceso, que parece irreversible. Uno de los más conocidos es el rapero Fiell, que denuncia la llamada “expulsión blanca” a través de sus versos. “Nos imponen recibos de luz y gas a precio de mercado, pero nuestros sueldos apenas pasan del salario medio”. Disponível em: <www.elconfidencial.com>. “Vidigal está considerada la favela chic de Río de Janeiro”. (1º§) Teniendo en cuenta la cita, uno de los argumentos que justifican esa fama de Vidigal es la existencia de: casas de jugadores de fútbol moradores de menos de 40 años restaurantes con vistas privilegiadas construcciones de ladrillo y cemento El fenómeno de “gentrificación” se relaciona a distintas problemáticas urbanísticas y socioeconómicas. Según el texto, ese fenómeno en Vidigal es causado principalmente por: la obra de arquitectos famosos. la estructuración del servicio de salud. el aumento de residentes extranjeros. el desarrollo de los ciudadanos de la favela. “los precios se han disparado hasta el punto de convertirse en prohibitivos”. (2º§) Como se percibe en la cita, un recurso de argumentación presente en el reportaje es la articulación entre causa y consecuencia. 9 Un otro trecho que también presenta ese tipo de articulación es: Estamos muy contentos con cada persona que viene a Vidigal. (5º§) Algunos reciben ofertas tan buenas por sus terrenos que los venden sin pensárselo. (5º§) El problema es que los precios de los inmuebles han crecido vertiginosamente. (5º§) Son muchas las voces críticas a este proceso, que parece irreversible. (6º§) “Muchos se han visto empujados a abandonar el lugar en el que viven desde que nacieron.” (2º§) Las expresiones verbales subrayadas pertenecen a distintos tiempos del pasado. Por medio de esos tiempos verbales se evidencian, respectivamente, las ideas de: proximidad y efecto. continuidad y ruptura. formalidad e informalidad. resultado y distanciamiento. “nuestros sueldos apenas pasan del salario medio”. (6º§) El vocablo subrayado en el fragmento arriba podría sustituirse sin gran alteración del sentido por: harto. casi no. de largo. por supuesto. INGLÊS Favela Chic: Gentrifying the Slums of Brazil A walk through Rio de Janeiro’s Vidigal favela is a full sensory experience on any given day. The smell of grilled meat mixes with that of exhaust from motorcycle taxis traversing the slum’s corridors. And then there are the sounds. Normally it’s Rio’s trademark funk music blaring from various cars or trucks, but lately it has been the sound of German, English or French being spoken by its new inhabitants. Favela Chic, as it’s come to be known, has quickly taken Vidigal by storm, as well as its favela neighbor Rocinha. A combination of new security forces, low prices and curiosity by outsiders have brought a wave of new renters to neighborhoods that were once considered unsafe to even visit. American Kristine Witko moved into Vidigal during the World Cup and says she loves it. “It has more life because there’s always something going on”, says the 27-year-old New Jersey native. “Bars with people spilling out of them at 6 a.m., music blaring constantly, always people in the street”. But in addition to a spate of World Cup visitors, Rio’s favelas have also become popular among venture capitalists looking to rent or sell to higher- income buyers. Less than 10 years ago, a modest home here would cost only $2,500. Today it can fetch $75,000 or more. While some former favela residents are being priced out of their homes by land prospectors from the U.S. and Europe, others have been forcibly removed. In Rio, as many as 250,000 have been relocated, many to the outskirts of the city, far from their former homes. Many complain that the compensation packages, when offered, are inadequate. Besides, favelas have often acted as the shelter for those unable to afford other housing options. “From the beginning, favelas have been not only housing for the poor, but also the poor’s preferred housing, given the alternatives available and consistent actions of the state to not provide for the poor, but to hide them from sight”, writes Jason Cummings in his dissertation for Harvard Graduate School of Design, “Confronting the Favela Chic”. With the 2016 Rio Olympics looming on the horizon, what will the gentrification in Rio and throughout Brazil mean for the 12 million people who inhabitthe slums out of necessity? Priced out or forced out, this creates a continuing clash of class for which there are no easy solutions. Disponível em: <www.theroot.com>. “Favela Chic, as it’s come to be known, has quickly taken Vidigal by storm”. (2º§) The expression take by storm can be translated into Portuguese as: criar um caos. fechar o tempo. tomar de assalto. causar uma comoção. 10 According to the text, a mix of three factors explains the phenomenon known as Favela Chic. The three factors considered in the text are: safety, cost, interest. protection, budget, rarity. vulnerability, expense, novelty. insurance, estimate, inquisitiveness. The two scenes described in the first paragraph appeal to specific human senses. The first scene refers to the sense of smell. The second scene invokes the following sense: taste. sight. touch. hearing. “But in addition to a spate of World Cup visitors”. (4º§) The connective from the text whose meaning is equivalent to the one underlined above is: because. while. when. besides. Journalistic texts are often characterized by the presence of voices other than that of its author. The voices present in the text were introduced by the devices below: Time and place adjuncts. Active and passive voice. Direct and indirect speech. Cohesion and coherence markers. MATEMÁTICA O terreno representado pelo quadrilátero ABCD tem dois ângulos retos eA C e um ângulo agudo 75 .B = Sabe-se que as medidas dos lados AB e AD são iguais e que o lado CD mede 10 m. Considerando 3 1,7,= a área desse terreno, em m2, é igual a: 100. 185. 200. 275. Durante uma campanha de racionamento de água, em uma escola, um professor de matemática propôs a seguinte simulação: uma torneira fechada de forma incorreta pinga n gotas de água a cada minuto, em que n satisfaz à seguinte equação: 9 3log log 10n= Considerando que o volume de cada gota é 0,3 ml, o desperdício de água dessa torneira, em um período de uma hora, em ml, é: 90. 180. 270. 360. Considere, em um plano cartesiano, dois pontos P(x1, y1) e Q(x2, y2). A matriz A representada abaixo tem ordem 2 e seus elementos são definidos por aij = xi + yj . 1 3 2 2 5 7 2 2 A = O valor de x1 + x2 + y1 + y2 é igual a: 1. 2. 4. 8. 11 Um professor enviou, via internet, um arquivo para seu aluno, colocando como senha de segurança 1163. O aluno sabia que a senha era formada pelos quatro dígitos 1, 3, 6, 1, porém não sabia a ordem em que deveriam ser digitados. Nesse caso, a probabilidade de que o aluno acerte a senha, digitando uma única vez, ao acaso, os quatro dígitos, é equivalente a: 1/4. 1/8. 1/12. 1/24. A caixa cúbica desenhada a seguir possui diagonal AB que mede d centímetros. Se a área da superfície total dessa caixa tem t d2 cm2, o valor de t é: 2. 3. 4. 6. Para combater a subnutrição infantil, foi desenvolvida uma mistura alimentícia composta por três tipos de suplementos alimentares: I, II e III. Esses suplementos, por sua vez, contêm diferentes concentrações de três nutrientes: A, B e C. Observe as tabelas a seguir, que indicam a concentração de nutrientes nos suplementos e a porcentagem de suplementos na mistura, respectivamente. Nutrientes Concentração dos suplementos alimentares (g/kg) I II III A 0,2 0,5 0,4 B 0,3 0,4 0,1 C 0,1 0,4 0,5 Suplemento alimentar Quantidade na Mistura (%) I 45 II 25 III 30 A quantidade do nutriente C, em g/kg, encontrada na mistura alimentícia é igual a: 0,235. 0,265. 0,275. 0,295. Uma calculadora tem duas teclas especiais, A e B. Quando a tecla A é digitada, o número que está no visor é substituído pelo logaritmo decimal desse número. Quando a tecla B é digitada, o número do visor é multiplicado por 5. Considere que uma pessoa digitou as teclas BAB, nesta ordem, e obteve no visor o número 10. Nesse caso, o visor da calculadora mostrava inicialmente o seguinte número: 20. 30. 40. 50. CIÊNCIAS DA NATUREZA Leia o texto para responder às próximas 3 questões: “O rompimento da barragem de contenção de uma mineradora em Mariana (MG) acarretou o derramamento de lama contendo resíduos poluentes no Rio Doce. Esses resíduos foram gerados na obtenção de um minério composto pelo metal de menor raio atômico do grupo 8 da tabela de classificação periódica. A lama levou 16 dias para atingir o mar, situado a 600 km do local do acidente, deixando um rastro de destruição nesse percurso. Caso alcance o arquipélago de Abrolhos, os recifes de coral dessa região ficarão ameaçados.” O metal que apresenta as características químicas descritas no texto é denominado: ferro. zinco. sódio. níquel. A B 12 A água do mar em Abrolhos se tornaria turva, se a lama atingisse o arquipélago. A turbidez da água interfere diretamente no seguinte processo biológico realizado nos recifes de coral: fotossíntese. eutrofização. bioacumulação. tamponamento. Com base nas informações apresentadas no texto, a velocidade média de deslocamento da lama, do local onde ocorreu o rompimento da barragem até atingir o mar, em km/h, corresponde a: 1,6. 2,1. 3,8. 4,6. Enzimas atuam como catalisadores das reações químicas que ocorrem nos seres vivos. Durante essa ação catalítica, ocorre a redução de um parâmetro cinético próprio dessas reações. Esse parâmetro é denominado: velocidade de reação. entalpia dos reagentes. energia de ativação. constante de equilíbrio. O rodízio de culturas é uma técnica de cultivo que consiste em alternar plantações de leguminosas e cereais no mesmo trecho de terra, a fim de aumentar a produtividade do solo. Essa técnica ocorre porque nas raízes das leguminosas há micro-organismos envolvidos no processo de: síntese de amido. desaminação de aminoácidos. fixação do nitrogênio em amônia. conversão do gás carbônico em glicose. Durante os testes com um veículo que se desloca em movimento uniformemente variado, sua velocidade em função do tempo foi medida apresentando os resultados indicados na tabela abaixo. t (s) v (m/s) 0 24 1 18 2 12 3 6 Por um problema de comunicação, as velocidades após três segundos não foram registradas. Considerando os dados obtidos, ao calcular a velocidade no instante nove segundos, os técnicos encontraram o seguinte valor, em m/s: –30. –25. –18. –6. A ureia (CON2H4) é um composto utilizado como agente hidratante em cremes dermatológicos. Em uma embalagem de um desses cremes, há as seguintes informações: • Densidade: 1 kg/L; • concentração em massa de ureia: 15%. A concentração de ureia nesse produto, em mol/L, é igual a: 2,5. 7,5. 15,0. 60,0. Em uma reserva florestal, o número de indivíduos de duas espécies de mamíferos foi, periodicamente, contabilizado ao longo de doze meses. O gráfico abaixo apresenta a variação entre essas espécies em relação ao tempo. A interpretação dos resultados obtidos permite identificar que a relação ecológica existente entre as duas espécies é denominada: comensalismo. competição. parasitismo. predatismo. 13 Conforme o esquema a seguir, chuveiros elétricos domésticos podem − por meio do acionamento de uma chave − dispensar água em três estados térmicos: frio, morno e quente. Com base nessas informações, para que a água esteja no estado térmico frio, morno ou quente, a chave deverá, respectivamente, estar posicionada em: B, A e C. C,B e A. B, C e A. C, A e B. A representação a seguir é de uma molécula associada ao grupo de vitaminas do complexo B, essencial aos seres vivos. COOH NH2 Essa molécula recebe o nome de: 4-metilfenilmetanal. 4-aminofenilmetanal. ácido 4-metilbenzoico. ácido 4-aminobenzoico. Considere um animal que possui oito cromossomos em suas células diploides. Nos esquemas A e B, estão representadas duas células desse animal em processo de divisão celular. A B Com base nos esquemas, são identificados os seguintes tipos de divisão celular em A e B, respectivamente: meiose e mitose. mitose e meiose. mitose e mitose. meiose e meiose. Em células eucariotas, a cromatina pode se apresentar como eucromatina, uma forma não espiralada, ou como heterocromatina, uma forma muito espiralada. Na metáfase, muitas regiões de eucromatina se transformam em heterocromatina, formando cromossomos bastante espiralados, conforme mostra o esquema. Considerando uma mitose típica, a formação do cromossomo bastante espiralado favorece o seguinte processo: transcrição dos genes pela RNA polimerase. distribuição do DNA para células-filhas. síntese de proteínas nos ribossomos. redução do cariótipo original. 14 CIÊNCIAS HUMANAS Leia o texto abaixo. “O Museu Nacional de História e Cultura Afro- Americana, inaugurado pelo primeiro presidente negro da história, levou mais de um século para abrir suas portas, desde que em 1915 um grupo de veteranos afro-americanos da Guerra Civil propôs uma iniciativa para preservar suas contribuições à nação. O acervo ficará exposto num lugar privilegiado, a Avenida National Mall, em Washington, considerada ‘o jardim da América’, com cerca de 20 museus dedicados à história do país. Sua missão, nas palavras do seu diretor Lonnie Bunch, é ‘contribuir para que cada norte-americano, e todo mundo, entenda melhor a trajetória dos afro-americanos e como ela mudou a América’”. Disponível em: <www.brasil.elpais.com>. 14 set. 2016. A criação da instituição descrita na reportagem demorou mais de um século para se concretizar. Uma causa para tal demora foi a: carência de relevância social. ausência de recursos materiais. permanência da discriminação cultural. oficialização da segregação xenofóbica. O alemão Franz Boas foi o primeiro a destacar a importância do estudo das diversas culturas em seu próprio contexto, a partir de suas peculiaridades. Boas ressaltava não haver cultura superior ou inferior. Para ele, deveriam ser considerados os fatores históricos, naturais e linguísticos que influenciavam o desenvolvimento de cada cultura em particular. A abordagem apresentada no texto foi desenvolvida a partir do início do século XX e originou uma nova perspectiva das ciências sociais em relação ao estudo das culturas. Essa perspectiva é denominada: relativismo. materialismo. evolucionismo. etnocentrismo. Leia o texto abaixo. “Theresa May e Donald Trump são retratados como um par romântico em um grafite em Londres inspirado no filme La La Land: Cantando Estações. Na obra, intitulada Lie Lie Land (lie significa mentira, em inglês), os mandatários de Reino Unido e Estados Unidos imitam a pose dos atores no musical. May foi a primeira chefe de Governo estrangeiro a visitar Trump em Washington. A aparente sintonia entre os mandatários resultou em um convite para que o americano viaje a Londres – não sem a resistência de manifestantes e parlamentares britânicos.” Disponível em: <www.folha.uol.com.br> (adaptado). Criticada no grafite, um dos motivos para a aproximação entre os dois chefes de governo é a: repressão ao marxismo. defesa do multilateralismo. ampliação do protecionismo. apologia ao fundamentalismo. 15 Leia o texto abaixo. Internacionalização da Amazônia preocupa militares A advertência contida no pronunciamento do Sr. Garrido Tôrres, presidente do BNDE, sobre a situação do Amazonas, repercutiu favoravelmente nos meios militares de Brasília. Afirmou ele que, “se não promovermos, com nosso comando, a ocupação do território amazônico, logo será iniciado outro processo visando à internacionalização daquela área em nome da solidariedade mundial e para aliviar a tensão populacional de certas regiões do globo”. Porta- vozes dos militares do Distrito Federal afirmaram que a hipótese da internacionalização não será admitida de forma alguma. O Globo, 10 nov. 1966. Republicado na seção “Há 50 anos” em 10 nov. 2016. Diante da preocupação expressa na reportagem, a ditadura civil-militar, inaugurada em 1964, empregou como estratégia relevante para a ocupação do território amazônico a implantação de: grandes eixos rodoviários. polos da indústria de base. extensas reservas indígenas. áreas de preservação da natureza. Observe o gráfico abaixo e responda à questão. Emissões de carbono por tipo de atividade econômica No gráfico, verificam-se as variações das proporções de participação de cada atividade econômica para o total de emissões de carbono no Brasil. A atividade econômica com maior crescimento percentual no total de emissões, de 2000 a 2014, tem essa evolução justificada pelo uso ampliado de: combustível etanol. maquinário agrícola. biodigestores rurais. centrais termelétricas. Leia o texto. “‘Destruição mútua assegurada’” é uma expressão perversamente ideal para descrever o que ocorreria caso as grandes potências nucleares do mundo entrassem em conflito aberto. Em inglês, o termo tem as iniciais MAD (‘mutually assured destruction’), que já diz tudo: ‘mad’ significa louco. Apesar de parecer coisa do passado, da Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética, a verdade é que a ameaça nuclear persiste e continua sendo a maior que a humanidade poderá enfrentar no futuro.” Disponível em: <www.folha.uol.com.br>. No século XX, o desfecho de alguns conflitos gerou condições para a permanência da ameaça descrita no texto, como é o exemplo indicado em: Retirada dos mísseis de Cuba. Unificação socialista do Vietnã. Armistício da Guerra da Coreia. Ocupação norte-americana do Iraque. Leia o texto abaixo. Há dinamite de pavio aceso no Orçamento O ponto central, que já deveria ser tema de um amplo debate no Congresso, no Executivo e fora deles, é que a crise fiscal implodiu os alicerces da Constituição de 1988. A ideia de um Estado que seria capaz de eliminar a miséria, reduzir a pobreza e ainda fornecer serviços básicos como saúde e educação com eficiência faliu. Aceite-se ou não.” O Globo, 13 dez. 2015. De acordo com a reportagem, o modelo político de Estado que estaria inviabilizado no atual contexto brasileiro é denominado: bem-estar social. liberal-federativo. democrático-nacionalista. unitário-desenvolvimentista. 16 Observe o mapa e responda à questão. O TRAJETO DA TOCHA OLÍMPICA NO BRASIL Disponível em: <www.portaldarmc.com.br>. No mapa, o trajeto total da tocha olímpica em território brasileiro mede cerca de 72 cm, considerando os trechos por via aérea e por terra. A distância real, em quilômetros, percorrida pela tocha em seu trajeto completo é de aproximadamente: 3 600. 7 000. 36 000. 70 000. As imagens abaixo reproduzem a capa de um livreto de 1823 e o cartaz de um filme de 2015 que contam a história de Hugh Glass, caçador e guia que se tornou referência no contexto da conquista do oeste norte-americano, no século XIX, tendo enfrentado diversos perigos, incluindo o ataque de um urso. A narrativa dos feitos de Hugh Glass insere-se em uma concepçãonacionalista que promove a valorização do seguinte aspecto: Disponível em: <www.foxmovies.com>. Disponível em: <www.adorocinema.com>. ideal civilizatório. progresso material. miscigenação étnica. ação preservacionista. 17 Os monumentos históricos promovem o destaque de acontecimentos, personagens, feitos e valores a serem reverenciados por uma sociedade. Exemplos desses monumentos são as estátuas de João Cândido, líder da Revolta da Chibata no início do século XX, e do Barão de Mauá, empresário e empreendedor no século XIX. Estátua de João Cândido, inaugurada em 2008. Praça Quinze, Rio de Janeiro. Disponível em: <correiosnegro.blogspot.com.br>. Estátua do Barão de Mauá, inaugurada em 1910, Praça Mauá, Rio de Janeiro. Disponível em: <ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br>. As estátuas desses personagens indicam, respectivamente, o enaltecimento das seguintes ideias: revisão das hierarquias militares – progresso financeiro. defesa dos direitos trabalhistas – dinamização comercial. redimensionamento do preconceito racial – integração nacional. diversidade das contribuições étnicas – modernização econômica. Leia o texto e responda à questão. A rota até os Jihadistas Componentes produzidos por 51 empresas caem em poder do Estado Islâmico Mais de 50 empresas de 20 países, entre elas uma brasileira, foram identificadas na cadeia de suprimentos dos dispositivos explosivos improvisados usados pelo Estado Islâmico em centenas de atentados terroristas. Além de mercadorias controladas, itens tão simples quanto ligas de alumínio, celulares ou fertilizantes, que podem parecer inofensivos à primeira vista, estariam na lista dos mais de 700 componentes encontrados em um levantamento realizado ao longo de 20 meses pelo Instituto de Pesquisa de Conflito Armado. OSWALD, Vivian. O globo. 26 fev. 2016. 18 A estratégia de ação do Estado Islâmico mencionada na reportagem apresenta semelhança com a seguinte prática das corporações empresariais contemporâneas: padronização das tecnologias. incorporação dos fornecedores. desterritorialização da produção. superexploração da mão de obra. Os Jogos Olímpicos Mundiais, desde sua criação em finais do século XIX, revelam particularidades tanto nacionais quanto internacionais relacionadas aos locais onde ocorrem. Observe os cartazes de divulgação abaixo. BERLIM, 1936 Disponível em: <esportes.terra.com.br>. TÓQUIO, 1964 Disponível em: <tutoriart.com.br> A partir da análise desses cartazes, pode-se concluir que as Olimpíadas de Berlim, em 1936, e a de Tóquio, em 1964, enfatizaram, respectivamente, as seguintes ideias: defesa do militarismo – hierarquização dos povos. culto do arianismo – valorização das diferenças raciais. hegemonia da cultura ocidental – unificação dos países. exaltação do patriotismo – evidência da igualdade social. Publicados originalmente na Argentina, entre os anos de 1964 e 1973, os quadrinhos da Mafalda expressavam o olhar de seu autor sobre os acontecimentos da época. Considerando aquele contexto geopolítico, a tirinha acima faz referência à seguinte estratégia característica das grandes potências da época: formação de áreas de influência. constituição de blocos de comércio. integração de mercados de consumo. estabelecimento de colônias de exploração. 19 Leia o texto abaixo. “Um dos fatores que impulsionaram a tecnologia da informação foi o sucesso dos profissionais indianos nos Estados Unidos, principalmente no Vale do Silício. A saída de estudantes indianos gerou um intenso debate dentro da Índia: emigrantes eram acusados de usarem a excelente educação recebida gratuitamente do governo para impulsionar suas carreiras sem dar nada de volta ao país. O grosso da emigração indiana hoje vai para os EUA, Austrália, Canadá e Nova Zelândia.” COSTA, F. Os indianos. São Paulo: Contexto, 2015 (adaptado). Apesar da crítica relatada no texto, a economia indiana também se beneficiou com a emigração de profissionais indianos qualificados. Para a Índia, uma consequência positiva desse processo demográfico tem sido: barateamento da mão de obra local. recebimento de remessas financeiras. diminuição dos índices de desemprego. ampliação das exportações da indústria. https://forms.gle/qgBQQpA4wwgzwQZj6 https://forms.gle/kjpFuodsBVjkJxYf7
Compartilhar